25 de dezembro de 2010
KICK ASS - A análise
22 de dezembro de 2010
A arte de ensinar
Há mais ou menos cinco anos lido com a importante e às vezes extenuante missão de passar meu conhecimento a outras pessoas, e em todos esses anos descobri que o professor, mais até do que em outras profissões, aprende muito mais do que ensina todos os dias. Incontáveis vezes me vi em sala surpreendido por uma pergunta de algum aluno do qual eu não sabia a resposta e aquilo me forçou a sair em busca de mais conhecimento. Outras tantas vezes algum aluno me mostrava formas mais simples de fazer a mesma coisa que eu havia explicado e não raro me vi diante da minha própria ignorância, rindo dela e admitindo que eu não era o dono da verdade, portanto também era passível de erro.
Ensinar algo a alguém não é uma tarefa simples nem tampouco automática. Ensinar exige acima de conhecimento, paciência em lidar com as mais diversas situações que podem ocorrer dentro de uma sala de aula e também saber lidar com os mais diversos tipos de alunos (e olhe que são muitos tipos!). Por mais que o conteúdo da matéria já esteja na ponta da língua, e que você saiba exatamente como conduzir a aula, nunca uma é idêntica à outra. As situações mudam de uma turma para a seguinte e o clima também é outro completamente diferente. Alguns aprendem com certa facilidade, outras aprendem com um pouco mais de empenho e sempre existe aquele que não consegue aprender seja lá qual for o método que o professor utilize. Com o tempo, aprendemos que nossos métodos de ensinar também precisam ser renovados, e até mesmo aquele aluno mais preguiçoso precisa sair satisfeito da aula e te deixando a sensação de dever cumprido. Dar aula é aprender coisas novas todo dia.
Não é o salário, não é o material usado e não é a pressão do chefe que motiva um professor de verdade. A grande motivação de um educador é o aluno. É o prazer de saber que aquilo que foi ensinado valeu a pena, senão para todos, pelo menos para uma boa parte da turma. Passar conhecimento causa uma satisfação indescritível, em especial quando percebemos que aquilo que foi dito atingiu alguém de forma positiva. Não há sensação mais prazerosa do que essa, nem motivação maior também do que saber que você fez a diferença, que você deu o seu melhor e que alguém fez bom uso disso. Só por isso vale a pena.
Sei que em cinco anos enfrentei muitas provações, encarei infortúnios, caí muitas vezes até aprender que aquilo fazia parte do aprendizado. Quando não caía naturalmente, tinha muita gente para tentar derrubar, mas chego ao final dessa etapa um tanto quanto satisfeito, apesar dos percalços, e sei que isso se deve ao fato de que minha consciência diz que de um jeito ou de outro eu fiz a coisa certa. Ao fim desse ciclo que sinto se encerrar com o fim do ano, me vejo feliz por ter feito mais bem do que mal a todos os alunos que tive a honra de conhecer. Alguns são meus amigos até hoje, outros se afastaram naturalmente e outros tantos hoje passam quase que despercebidos pela rua, não pelo desleixo do professor, mas pela minha total incapacidade de lembrar de tantos rostos e nomes. Acredite, são muitos!
Fiz a minha parte. A cada dia tentei dar o melhor de mim. Tenho a consciência que falhei algumas vezes, mas ninguém pode me acusar de não ter tentado. Espero de coração ter feito a diferença para meus alunos e espero que a retribuição venha na forma do sucesso que eles alcancem. Alguns vejo com orgulho, freqüentando escolas técnicas, faculdades e empregados em bons trabalhos, e sei que sou parte, mesmo que de uma fração ínfima, desse sucesso. Aprender é algo essencial para a vida, mas ensinar é uma arte tão essencial quanto. Sou grato por ter tido a oportunidade de ter sido um educador durante esse período e sou grato mais ainda aos alunos que me ensinaram mais do que eu ousava saber.
NAMASTE!
21 de dezembro de 2010
Eu vi: The Walking Dead 1ª Temporada
Baseado na HQ homônima, The Walking Dead conta a história de um grupo de humanos lutando por suas vidas após o que alguns conhecem como o Z-DAY (ou dia dos Zumbis).
Até então solitário, Rick reencontra os familiares e o amigo "fura-olha" Shane numa espécie de povoado em Atlanta, longe do centro da cidade, e então, após serem atacados por uma horda de mortos-vivos e tendo muitas baixas entre seus colegas, o policial decide partir em busca de ajuda e respostas para o que começou tudo aquilo. É interessante notar, que o até então deslocado Rick tem essa ideia de seguir rumo a uma base militar onde a praga parecia ser combatida do nada, como se ele estivesse estado ali desde sempre. A direção da série deve ter se esquecido que o cara estivera desacordado durante o Z-Day!!
Quando eles partem em busca da base de pesquisas encontram um único médico que lhes explica o que acontece com as pessoas infectadas, embora ele não saiba (ou finja que não) como aconteceu o primeiro caso. Em busca de proteção eles acabam apenas descobrindo alguns detalhes que não sabiam sobre os errantes, mas partem de novo quando o laboratório explode sem condições de continuar a ser usado pela falta de energia.
A série vale pelos momentos de tensão e mortes dramáticas que acontecem no seu decorrer, mas a primeira temporada terminou muito aquém de como começou. Pelo tanto de burburinho que gerou eu esperava mais e fico no aguardo da próxima temporada no longínquo Outubro de 2011 mesmo não tendo curtido tanto assim a 1ª.
NAMASTE!
17 de dezembro de 2010
Vote em mim em 2014!
Essa semana foi aprovado o aumento de salário para deputados (comemora, Tiririca!), senadores e Presidente no Plenário da Câmara, e a votação, como era de se esperar, ocorreu de forma rápida. Quem dera a votação para leis fosse tão ágil quanto essas aprovações para aumento salarial!
A galera que mais sua no Brasil ganhou um reajuste considerável. Só os deputados vão receber um aumento de 61,8%, e seu salário passará dos míseros R$ 16,5 mil (dinheiro que gasto com a comida do cachorro) para R$ 26,7 mil (ver o gráfico comparativo abaixo).
Dilma, Martha e todo o bonde do PT também já entram com o pé de meia feito e já tramita na Câmara um novo pedido de aumento também para os ministros, que alegam querer uma espécie de emparelhamente salarial em todos os poderes: Judiciário, Executivo e Legislativo.
Nada mais justo que esses homens e mulheres que trabalham pelo povo recebam bem por isso. Eles representam os nossos interesses e precisam de conforto e estabilidade para executarem bem seus papéis.
Para se ter uma ideia do novo poder aquisitivo da galera, com seis meses de salário de um Deputado e enconomizando um pouco (comprando um porquinho, sei lá) daria para comprar um Camaro à vista, agora que ele está à venda em terras tupiniquins, 9 Playstation 3 de 80 GB de capacidade, em torno de 18 Ipads wi-fi de 16 GB da Apple e mais ou menos 2400 Whoopers do Burger King!
Com esse dinheiro todo e vendo que o mercado de Design Gráfico e de informática anda meio saturado eu tomei uma decisão: Lançarei minha campanha para Deputado Federal para 2014!!
É um cargo bom e rentável que não exige nem conhecimento e nem experiência, a carga horária é curta (tendo em vista que a câmara dos deputados vive às moscas), existem ótimos benefícios e ainda poderei empregar metade da minha família (nepotismo não existirá em meu dicionário). Aliás, dicionário? Não terei mais pobrema ninhum com a límgua purtugeza, pois farei questão de esquesse-la compretamente. Eçe negóssio só serve pra atrapaiá mesmo.
Preparem-se. Em 2014 (se o mundo chegar até lá) votem no cara certo. Prometo descobrir pra que serve um deputado muito antes do Tiririca e trarei a resposta para vocês.
Em 2014 vote em Rodrigo. Com Rodrigo não tem perigo!!
13 de dezembro de 2010
Wikileaks e a liberdade de expressão
Para quem não lembra, ou prefere esquecer, o próprio Presidente Lula que em breve estará de pijama em sua casa (longe do Planalto, de preferência) fez acusações mordazes quanto ao direito de imprensa de se expressar. Não só isso, acusou alguns meio de comunicação de fazer campanha contra sua candidata (a agora eleita Dilma), de estarem disfarçados de partidos de oposição e de não estarem publicando notícias corretamente. Em outras palavras, de não estarem puxando seu saco.
Todo esse ressentimento começou após os escândalos da Casa Civil que culminaram, coincidentemente ou não, com o afastamento do até então braço direito de Dilma Roussef quando esta ainda era a chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. Se alguns meios midiáticos são de oposição ao governo e às vezes o atacam ferrenhamente, eles nada mais estão fazendo do que exercendo sua liberdade de falar e escrever o que quiserem num país considerado democrático. Não vivemos num regime autoritário em que corremos o risco de sermos queimados em praça pública apenas pela coragem de expor falcatruas e libertinagens com dinheiro alheio. Pelo menos não vivemos ainda.
Se no Brasil, um país de terceiro Mundo emergente, a mídia já começa a sofrer problemas de cerceamento da liberdade imagine no exterior, onde esse processo costuma ser ainda mais rígido!
Semana retrasada estouraram notícias sobre a publicação de 250 mil documentos sigilosos de diplomacia americana, incluindo informações ácidas sobre diferentes relações com vários países, estando o Brasil nessa lista. O site Wikileaks (que significa algo como “Vazamentos Rápidos”) ganhou as primeiras páginas de vários jornais e portais de Internet ao liberar tais informações, retomando o debate de até onde vai a liberdade de expressão.
Lançado em 2006 (embora eu nunca tenha ouvido falar antes) por dissidentes , jornalistas, matemáticos e tecnólogos de diferentes países e dirigido pelo australiano Julian Assange, o WikiLeaks foi criado sem fins lucrativos e baseado em alguns dos princípios de informação livre, para divulgar posts de fontes anônimas contendo fotos, vídeos e documentos confidencias vazados de empresas e governos, sobre assuntos sensíveis. Vocês leram certo. Informação livre.
Em julho deste ano, o Wikileaks já havia publicado 91 mil relatórios sobre a Guerra do Afeganistão (que revelam crimes de guerra e um nível mais amplo e denso de violência no Afeganistão do que já foi divulgado pelos militares ou reportado pela mídia) causando o desconforto dos americanos que são os principais (ir) responsáveis por sua duração até hoje. A rede possui o aval de importantes jornais mundiais (inclusive americanos) como o New York Times e a revista alemã Der Spiegel, que funcionam como consultores para a que o site não publique nenhuma inverdade. Embora isso seja usado, é a cúpula do site que decide se publica ou não determinado assunto, levando em conta o grau de “secretismo” no qual cada um deles é classificado.
Assim como no Brasil que os meios de comunicação são acusados de serem “do contra” por não compactuarem 100% com as opiniões e ações do Governo, os Estados Unidos se viram contrariados quando documentos revelando os detalhes podres da sua guerra foram publicados, o que levou o país a tomar medidas para "punir" os responsáveis. Punição, a meu ver, deve ser executada para quem infringe leis e não para quem defende a liberdade de informação. Não é de hoje que esse direito é deliberadamente violado.
Movidos por essa indignação, hackers começaram a invadir o sistema de órgãos que apoiavam a ação americana de “punir” os idealizadores do Wikileaks (derrubando muitos deles) e isso provocou uma discussão que dividiu as pessoas em prós e contras à exibição desses documentos secretos. Embora alguns acidentes diplomáticos possam ser causados (como no caso da diplomata americana que afirmou que Lula estava “cacarejando” suas conquistas ambientais e sua capacidade de costurar um acordo), em sua quase totalidade os documentos exibidos pelo Wikileaks servem para expor tudo aquilo que vai para baixo do tapete, e que os poderosos escondem em nome da falsa moral. Como bem disse um dos hackers que agiram contra o sistema da Mastercard “é preciso defender uma sólida posição sobre censura e liberdade de expressão na internet e nos voltamos contra os que buscam destruí-la por qualquer meio”, e assim deveria ser encarado por todas as pessoas, não exatamente invadindo sites, claro, por que isso é um ato tão infrator quanto cercear a liberdade de expressão. O simples ato de vociferar contra a censura, entrar nas redes sociais e apoiar as ações do Wikileaks já ajuda, e um manifesto em prol da causa esteve circulando no Twitter essa semana com esse intuito. Acesse e assine você também. A causa é válida!
Antes que me classifiquem como anarquista, comunistinha de faculdade ou Tucano (o que seria uma disparidade) devo alegar que essa é a minha opinião sobre os fatos acima apresentados e não estou movido por partido A ou B. Apoio os ideais do Wikleaks e nesse caso não há mal nenhum que o circo pegue fogo de vez em quando, desde que a verdade venha à tona. Já no nosso circo tupiniquim é sempre bom lembrar que o panem et circenses continua mais forte do que nunca, causando aquela anestesiante sensação de bem estar. Só não podemos deixar que a lona do circo cubra todos os vestígios de corrupção e falcatruas, calando (cegando e amordaçando) de vez o nosso mais precioso bem: o direito da palavra, seja ela escrita ou não.
Olho no autoritarismo e na censura, gente. Nunca se sabe quando esses fantasmas poderão retornar.
NAMASTE!