
Para quem não lembra, ou prefere esquecer, o próprio Presidente Lula que em breve estará de pijama em sua casa (longe do Planalto, de preferência) fez acusações mordazes quanto ao direito de imprensa de se expressar. Não só isso, acusou alguns meio de comunicação de fazer campanha contra sua candidata (a agora eleita Dilma), de estarem disfarçados de partidos de oposição e de não estarem publicando notícias corretamente. Em outras palavras, de não estarem puxando seu saco.
Todo esse ressentimento começou após os escândalos da Casa Civil que culminaram, coincidentemente ou não, com o afastamento do até então braço direito de Dilma Roussef quando esta ainda era a chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. Se alguns meios midiáticos são de oposição ao governo e às vezes o atacam ferrenhamente, eles nada mais estão fazendo do que exercendo sua liberdade de falar e escrever o que quiserem num país considerado democrático.

Se no Brasil, um país de terceiro Mundo emergente, a mídia já começa a sofrer problemas de cerceamento da liberdade imagine no exterior, onde esse processo costuma ser ainda mais rígido!
Semana retrasada estouraram notícias sobre a publicação de 250 mil documentos sigilosos de diplomacia americana, incluindo informações ácidas sobre diferentes relações com vários países, estando o Brasil nessa lista. O site Wikileaks (que significa algo como “Vazamentos Rápidos”) ganhou as primeiras páginas de vários jornais e portais de Internet ao liberar tais informações, retomando o debate de até onde vai a liberdade de expressão.


Em julho deste ano, o Wikileaks já havia publicado 91 mil relatórios sobre a Guerra do Afeganistão (que revelam crimes de guerra e um nível mais amplo e denso de violência no Afeganistão do que já foi divulgado pelos militares ou reportado pela mídia) causando o desconforto dos americanos que são os principais (ir) responsáveis por sua duração até hoje. A rede possui o aval de importantes jornais mundiais (inclusive americanos) como o New York Times e a revista alemã Der Spiegel, que funcionam como consultores para a que o site não publique nenhuma inverdade. Embora isso seja usado, é a cúpula do site que decide se publica ou não determinado assunto, levando em conta o grau de “secretismo” no qual cada um deles é classificado.
Assim como no Brasil que os meios de comunicação são acusados de serem “do contra” por não compactuarem 100% com as opiniões e ações do Governo, os Estados Unidos se viram contrariados quando documentos revelando os detalhes podres da sua guerra foram publicados, o que levou o país a tomar medidas para "punir" os responsáveis. Punição, a meu ver, deve ser executada para quem infringe leis e não para quem defende a liberdade de informação. Não é de hoje que esse direito é deliberadamente violado.

Antes que me classifiquem como anarquista, comunistinha de faculdade ou Tucano (o que seria uma disparidade) devo alegar que essa é a minha opinião sobre os fatos acima apresentados e não estou movido por partido A ou B. Apoio os ideais do Wikleaks e nesse caso não há mal nenhum que o circo pegue fogo de vez em quando, desde que a verdade venha à tona. Já no nosso circo tupiniquim é sempre bom lembrar que o panem et circenses continua mais forte do que nunca, causando aquela anestesiante sensação de bem estar. Só não podemos deixar que a lona do circo cubra todos os vestígios de corrupção e falcatruas, calando (cegando e amordaçando) de vez o nosso mais precioso bem: o direito da palavra, seja ela escrita ou não.
Olho no autoritarismo e na censura, gente. Nunca se sabe quando esses fantasmas poderão retornar.
NAMASTE!
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