Até mesmo eu me perguntava por que ainda não havia feito um post dedicado ao Homem-Aranha, já que ele é meu personagem preferido dos quadrinhos e isso há muitos e muitos anos. Eu não sei a resposta, mas sem mais delongas aqui está o novo Top 10, após o 1º que dediquei aos carros da ficção.
Um pouco mais da metade das HQs que mantenho em minha coleção que já ultrapassa as 550 são do Homem-Aranha, por isso me sinto muito à vontade para falar sobre o assunto, já que tenho um certo conhecimento sobre ele.
Assim como qualquer personagem de quadrinhos, o Aranha já passou pelas mãos de uma porção de artistas diferentes ao longo dos seus 50 anos, alguns bastante talentosos, outros nem tanto, e dentre todos esses profissionais eu destaquei os meus preferidos e aqueles que merecem estar no Top dos maiores que já tiveram a honra de rabiscar o Cabeça-de-Teia.
A numeração que cada um recebeu talvez não esteja justa o suficiente, mas isso não quer dizer que um seja melhor do que o outro. Todos tem seus méritos e seus defeitos. Vamos à lista:
Todd McFarlane nasceu em 1961, em Calgary, Canadá, e após rápidas passagens pelos títulos do Incrível Hulk e da minissérie Batman Ano 2 escrita por Frank Miller, seu sucesso só começou mesmo quando ele assumiu a revista do aracnídeo a partir do nº 298 de Amazing Spider-Man.
McFarlane causou uma verdadeira revolução no visual do Homem-Aranha com seu traço um tanto quanto caricato e exagerado, e definiu uma linha que seria seguida pelas próximas gerações de desenhistas.
McFarlane causou uma verdadeira revolução no visual do Homem-Aranha com seu traço um tanto quanto caricato e exagerado, e definiu uma linha que seria seguida pelas próximas gerações de desenhistas.
As posições em que ele desenhava o Aranha, todo encurvado, sombrio e por vezes em perspectivas inimagináveis até então, levou o artista à fama rapidamente e caiu no gosto do público, fazendo com que a Marvel criasse um segundo título para o personagem cujo nº1 figura até hoje, como uma das HQs mais rentáveis da história.
Além do fluido de teia trançado cujo design é sua marca e que nunca mais deixou de ser usado, os olhos da máscara do Aranha imensamente grandes (até então o personagem nunca havia sido retratado assim) e da curvatura que o assemelhava mais a uma aranha de verdade, McFarlane é também responsável pelo desenvolvimento do personagem Venom e de toda a onda de violência que se seguiu nos quadrinhos dos anos 90 por causa desse sucesso estrondoso.
Eu particularmente fui um desses fãs "babões" da arte de McFarlane, e houve uma época em que se as revistas não fossem desenhadas por ele não atraíam tanto a minha atenção. A enxurrada de capas desenhadas pelo cara naquela época em que eu comprava revistas nos sebos era impressionante, e muitas delas eu adquiri apenas por isso, pela capa. Ah, a doce inocência! Atualmente eu prefiro artistas mais realistas como Steve Epting, Gabrielle Dell' Otto e por aí vai.
Rich Buckler nasceu em 06 de Fevereiro de 1949, e é um veterano na arte dos quadrinhos, já tendo trabalhado com praticamente todos os personagens da Marvel e da DC, criando inclusive muitas capas. Sua passagem pela revista do Homem-Aranha foi breve, porém intensa.
Ao lado do roteirista Peter David, ele desenhou uma das mais memoráveis histórias do personagem conhecida apenas como "A Morte de Jean DeWolff". Tenho as duas edições brasileiras em que esse arco foi publicado e a história é um fantástico thriller policial com muito suspense e um desfecho estrondoso em que o Aranha é obrigado a enfrentar o Demolidor. Os desenhos de Buckler criam o cenário perfeito para a trama, e seu Aranha é esguio e ágil, diferente do Demolidor, que apesar de ser um acrobata, aparece mais truculento nos traços do artista.
Gosto muito da arte de Buckler, e desenhistas como ele deveriam ser usados como referência para as novas gerações. Eu tinha um pôster com uma capa do Aranha de uniforme negro desenhado por ele, e era meu xodó.
A molecada que acompanha o Homem-Aranha hoje em dia (em especial a versão Ultimate) está acostumada com esse visual do personagem criado por Mark Bagley, esse alemão naturalizado americano que nasceu em 07 de Agosto de 1957. Praticamente todos os produtos que foram lançados nos anos 90, após a era McFarlane tinham a aparência do Homem-Aranha magrelo estilizado por ele, e que na minha opinião é um dos melhores já desenvolvidos. Os jogos lançados pela Marvel em parceria com a Capcom usavam os desenhos de Bagley como referência, e por muito tempo era assim que ele ocupava o imaginário dos fãs.
Bagley começou sua carreira desenhando os Novos Guerreiros que eram roteirizados por Fabian Nicieza. Após sua saída do título, ele ocupou a vaga deixada por Erik Larsen (na época, um aprendiz de McFarlane) nas revistas do Aranha, e ali ficou um bom período, na companhia de David Michelinie, que escrevia a maioria das histórias. Tenho quase todas essas edições, e por um bom tempo ele foi meu artista favorito do personagem, pois ele criava um Aranha extremamente ágil e forte, além de cenários empolgantes recheando as páginas. A maioria dos vilões da imensa galeria do Aranha ficava bem nos traços de Bagley, exceto os mais truculentos como o Rino e o Rei do Crime. Todo mundo ficava meio "desnutrido" nos desenhos dele e infelizmente, com o tempo essa característica começou a se tornar uma constante. Já na fase do Clone (a polêmica Saga do Clone do Aranha) a arte de Bagley começou a se tornar intragável para mim, e comecei a preferir outros artistas que mantinham mais ou menos seu estilo anterior, como o Steven Butler.
Guardo na memória aquela fase inicial de Bagley nas histórias do Aranha, e mesmo quando eu desenhava o personagem eu sempre tentava copiar aqueles tornozelos finos que ele fazia. Sua arte tem sim um dinamismo incrível, ele é detalhista e sabe cumprir prazos (algo elogiável no meio profissional das HQs) e é considerado um desenhista rápido. Quebrou o recorde de permanência à frente de um título que antes era de Stan Lee e Jack Kirby com o Quarteto Fantástico, e ao lado de Brian Michael Bendis fez história no título do Homem-Aranha Ultimate, onde ele refinou seu traço e alterou algumas características de Peter Parker, que deveria parecer um adolescente.
Mike Zeck nasceu em 06 Setembro de 1949 na Pensilvânia, e sua passagem pela revista do Homem-Aranha foi ainda mais meteórica do que a de Rich Buckler. Os dois artistas, inclusive, se revezaram nos títulos do personagem por um período e quando eu ainda nem sabia distinguir muito bem desenhistas, achava que se tratava da mesma pessoa, pelo estilo parecido de ambos.
A importância de Zeck para o Aranha é grande, porque ele não só desenhou a excelente minissérie A Última Caçada de Kraven, escrita por J.M. DeMatteis como também é o autor dos primeiros rascunhos do uniforme negro do Aranha, que surgiu pela primeira vez em Guerras Secretas (a 1ª das grandes sagas dos Quadrinhos), evento que envolvia todos os heróis Marvel . Ao lado de Rick Leonardi (que desenhou o Homem-Aranha 2099), Zeck criou o uniforme preto e branco, que até hoje é meu preferido e que mais tarde foi imortalizado por McFarlane, que criou seu Venom com base nele.
Mike Zeck também trabalhou à frente do Justiceiro por muito tempo, e nos anos 90 ele desenhou uma minissérie em que ele aparecia ao lado do Homem Aranha. No Brasil, a primeira edição da publicação vinha com um disco holográfico que fazia o Aranha "se mover" pelas paredes.
Ron Frenz nasceu dia 1 de Fevereiro de 1960, em Pittsburgh, e assumiu a prancheta deixada por John Romita Jr. à frente do Escalador de Paredes em 1984. Seu traço remetia aos primórdios do personagem, quando ele ainda era desenhado por Steve Ditko. Com o passar dos anos ele aprimorou sua técnica, e ele é considerado um dos grandes desenhistas do Homem-Aranha, tendo várias histórias clássicas do herói no currículo, como a primeira aventura com o uniforme negro (que ainda era um simbionte) e a emocionante "O Garoto que colecionava Homem-Aranha", título que falta na minha galeria, mas no qual já dei uma olhada na Internet. Pra ver como Frenz esteve à frente do Aranha em uma das suas melhores fases, ele também desenhou quase todos os primeiros combates do aracnídeo com o Duende Macabro e a surpreendente batalha contra o Senhor-do-Fogo (não, não estou falando do Syd de a Era do Gelo), ex-arauto de ninguém menos que Galactus. Se Mike Zeck foi o primeiro a desenhar o Homem-Aranha em seu traje negro simbiótico, Ron Frenz é o criador do uniforme, ao lado de Tom DeFalco, que na época era a mente criativa da revista.
Por mais que tenha sido emblemática a primeira aparição do Aranha usando a fantástica roupa negra (no Brasil saiu na edição #71 no formatinho da Abril), e eu me lembro bem como achei aquele visual em preto e branco espetacular quando o vi pela primeira vez, a história que me lembro com maior carinho desenhada por Frenz é uma toda protagonizada apenas por Peter e Mary Jane, que conversam sobre o passado de ambos enquanto andam pelo Central Park. Não há qualquer ação nessa história, nenhum vilão dá as caras e é engraçado como ela surge sempre em minha mente quando penso nos desenhos de Ron Frenz. Nessa época Peter havia acabado de se livrar do traje simbiótico, e ao fim da conversa com MJ ele retorna pra casa e volta a vestir o uniforme vermelho e azul clássico após 6 edições com o negro.
Por mais que tenha sido emblemática a primeira aparição do Aranha usando a fantástica roupa negra (no Brasil saiu na edição #71 no formatinho da Abril), e eu me lembro bem como achei aquele visual em preto e branco espetacular quando o vi pela primeira vez, a história que me lembro com maior carinho desenhada por Frenz é uma toda protagonizada apenas por Peter e Mary Jane, que conversam sobre o passado de ambos enquanto andam pelo Central Park. Não há qualquer ação nessa história, nenhum vilão dá as caras e é engraçado como ela surge sempre em minha mente quando penso nos desenhos de Ron Frenz. Nessa época Peter havia acabado de se livrar do traje simbiótico, e ao fim da conversa com MJ ele retorna pra casa e volta a vestir o uniforme vermelho e azul clássico após 6 edições com o negro.
Alex Saviuk nasceu dia 17 de Agosto de 1953, chegou na Marvel em 1986 onde ficou pelos próximos 7 anos desenhando o Homem-Aranha em seu título principal The Amazing Spider-Man e de 1994 a 1997 assumiu o título The adventures of Spider-Man.
Certamente Saviuk não está no hall dos maiores desenhistas do Aranha e até passa despercebido pelo grande público (eu mesmo nem sei pronunciar seu sobrenome!), mas pra mim, ele fez parte de uma fase muito legal pelo qual o personagem passou, e achava a Mary Jane que ele desenhava muito linda, quase parecida com a de John romita Sr. O seu Peter Parker usava mullets e essa característica é o que mais o distinguia dos outros artistas, além dele também inserir o olho grande na máscara do Amigão da Vizinhança e desenhá-lo curvado, quase ao estilo McFarlane. O dinamismo que ele inseria nas cenas de ação e as expressões nos rostos de seus personagens eram excelentes, e o seu Homem-Aranha era menos forte do que o de McFarlane e bem mais robusto do que o de Mark Bagley, o que funcionava como um equilíbrio bacana. Sempre preferi ele do que os horríveis Sal Buscema e Steve Skroce, tecnicamente falando. Entre as fases mais interessantes que Saviuk desenhou está a infame saga do Aranha de Ferro (que ilustra esse box), onde o Aranha desenvolve um agente solidificador (!) com as mesma propriedades de sua teia e recobre seu uniforme, tornando-se então o Aranha de Ferro (!). Parece absurdo, e na verdade é. Na ocasião ele enfrentava terríveis inimigos (!) que podiam disparar esporos venenosos e dardos, e essa proteção extra lhe vinha bem a calhar. Por sorte, a tal "roupa de ferro" só durou algumas páginas, sendo destroçada logo em seguida.
Aqui no Brasil, a edição de nº 150, ainda no formatinho, vinha numa capa especial ilustrada por Saviuk e mostra o herói lado a lado com o Rosa (filho do Rei do Crime), algo que nunca acontece no interior da revista. Heheheh!
Não foi a toa que coloquei Gil Kane entre os quatro primeiros, pois pra mim a imagem que ele ajudou a iconizar do Homem-Aranha é uma das mais perfeitas de todos os tempos, e só comprova o que esse grande artista representou para o mundo dos quadrinhos.
Eli Katz, seu verdadeiro nome, nasceu em 06 de Abril de 1926 e esteve presente nos momentos áureos da história das HQs. Kane ajudou a modelar a Era de Prata dos Quadrinhos, e renovou conceitos de personagens da década de 40 como o Lanterna Verde e o Eléktron da DC. Na Marvel, durante a década de 60, trabalhou nas histórias clássicas do Homem-Aranha e de outros super-heróis da editora, e seu estilo de traço que misturava figuras detalhadas com movimentos exagerados era o seu ponto forte. Seus personagens pareciam saltar de dentro dos quadros, e foi com ele que comecei a ver as primeiras imagens de quadros inteiros ou de meia página no ambiente que sempre fora todo "certinho" como era o das HQs americanas, seguindo quadro-por-quadro.
Kane desenhou a história que revolucionou não só a vida do personagem Homem-Aranha como também todos os Quadrinhos, colocando a morte de uma personagem importante como foco (hoje em dia, qualquer um que morre nas HQs volta daqui a seis meses no máximo!). "A noite em que Gwen Stacy morreu" é pra mim a melhor história que já li do Homem-Aranha. Nenhuma outra me ofereceu uma carga dramática tão grande ou uma violência tão desenfreada protagonizada por Peter Parker quanto essa, e a tenho na memória quase que quadro a quadro, em especial os momentos decisivos. A expressão fria de Peter em busca de Norman Osborn, a ternura com que ele protege a pobre Gwen Stacy depois de morta, a cólera com que ele espanta um policial que tenta prendê-lo e a fúria com que ele ataca o responsável pela morte de sua amada chega a ser cinematográfico. Gil Kane nunca fora tão feliz em criar uma obra de arte quanto o fez nessa HQ e sinceramente duvido que eu volte a ver desenhos como aqueles em meio a uma história tão bem narrada e impactante.
Kane faleceu em Janeiro de 2000, deixando um legado inesquecível.
Ainda mais que seu pai, "Romitinha", como é conhecido por aqui, com certeza é o desenhista que mais vezes e por mais tempo esteve à frente do Homem-Aranha, e um dos mais talentosos também. Meu primeiro gibi do Homem-Aranha (a edição 23 da Abril) já tinha desenhos dele, e de lá pra cá seu nome se tornou uma constante nas páginas de abertura das revistas do aracnídeo.
Em seu começo, sendo arte-finalizado por seu pai, Romitinha que nasceu em 17 Agosto de 1956, tinha praticamente o mesmo traço que ele, seus desenhos eram arredondados e seu Peter Parker era bem semelhante ao do "Romitão". Com o tempo, o artista refinou seu estilo e o tornou mais quadradão e é assim que o conhecemos hoje em dia.
Devo confessar que me desagradava antigamente aqueles desenhos muito quadrados que Romitinha fazia, e as histórias ficavam menos interessantes para o meu gosto "Markbaglyano". Quase nunca folheava as edições 98 e 99 que no Brasil anteviam o casamento do Aranha com Mary Jane por serem desenhadas por ele, e torci o nariz quando ele ressurgiu em meio à Saga do Clone... É incrível como nosso gosto sofre mudanças com o passar do tempo. Antes um Romitinha do que um Rob Liefeld da vida!
Quando enfim a Saga do Clone passou, a Tia May voltou da morte (muito antes do pacto com o Mephisto), Norman Osborn voltou a ficar maluco e a Mary Jane sumiu do mapa num acidente de avião (!) foi John Romita Jr. quem desenhou todas essas sagas, passando o bastão lá na frente para o brazuca Mike Deodato, que teve um certo brilho rabiscando o Cabeça de Teia. Mas isso já é outra história.
John Romita Jr. já passou por títulos como Demolidor, X-Men, Hulk, Wolverine e até mesmo desenhou o encontro do Batman com o Justiceiro, mas é com seu trabalho em Homem-Aranha que ele é mais reconhecido, e onde seus fãs querem que ele fique ainda por um bom tempo.
Eu passei algumas semanas pensando em cada artista que havia sido importante para o mundo do Homem-Aranha para modelar esse post, mas acima de tudo, sabia que o traço do caboclo deveria me agradar para que eu pudesse colocá-lo na lista, o que não era o caso de Steve Ditko.
Veja só! Eu ia cometer o sacrilégio, a heresia de deixar de fora do meu Top 10 simplesmente o cara que desenvolveu todo o visual que hoje conhecemos não só do Homem- Aranha, mas também de toda sua galeria de vilões e personagens coadjuvantes como a Tia May, Flash Thompson, JJ Jameson e todos aqueles que já fizeram parte dessa história. Quando pensei nisso, me arrependi de meus pecados e o posicionei logo abaixo daquele que considero o melhor desenhista do Homem-Aranha de todos os tempos.
Stephen J. Ditko ou Steve Ditko nasceu em 2 de Novembro de 1927 em Johnston, e ao lado do próprio Stan "the Man" Lee é uma das figuras mais importantes no que diz respeito a Homem-Aranha. Diz a lenda, que no princípio, quando teve a ideia para sua criação, Stan Lee imaginava o Homem-Aranha um sujeito magrelo e aparentemente frágil, como todo adolescente (Nerd) deveria ser, e entregou a responsabilidade da arte para o amigo Jack Kirby - juntos, esses dois caras praticamente criaram todo o panteão de heróis e vilões da Marvel e DC - que não conseguiu dar asas ao que Lee queria. Kirby já havia criado a concepção original do Aranha (uniforme com teias, olhos em preto e branco, teias embaixo do braço, etc., etc.) e coube a Ditko dar o toque final, já que Kirby não conseguia desenhar personagens muito magros, acostumado aos mais parrudos (Kirby inventou o Darkseid!). Estava criado o Amigão da Vizinhança, que teve sua estreia na revista Amazing Fantasy #15, hoje uma raridade na mão de algum colecionador.
Tive a oportunidade de ler a primeira história do Aranha na edição de aniversário da revista do Capitão América nº 100, também publicada pela Abril. Hoje os desenhos podem parecer estranhos, mas aquela história tem uma magia única e não é só por sua importância.
A arte de Ditko chegou à mim pela primeira vez numa coletânea de histórias que mostrava todos os combates do Homem-Aranha com seu pior inimigo, o Duende Verde que saiu em duas publicações de mais de 100 páginas cada pela Abril. Me lembro que na infância e na pré-adolescência, a nº 1 das coletâneas era minha revista preferida do pequeno acervo de pouco mais de 20 revistas que meu irmão tinha de super-heróis. Li e reli aquele gibi sem dúvida umas 20 vezes e daí surgiu o motivo pelo qual eu não poderia deixar Ditko de fora do meu Top 10. Tenho um carinho muito grande por aquele passado, e pelas histórias do Aranha que fizeram parte do começo de meu interesse por HQs, e muito disso se deve a arte de Ditko.
John Romita nasceu em 24 de Janeiro de 1930 em Nova York e começou na Marvel desenhando o Demolidor. A pedido de Stan Lee, ele fez um teste inserindo o Homem-Aranha numa história do Demônio Audacioso, e o teste deu tão certo que Romita assumiu o título pouco depois da saída do icônico Steve Ditko. O artista impôs todo seu estilo de desenho ao escalador de paredes, tirando um pouco de sua aparente fragilidade, e deixando Peter Parker um pouco mais robusto. Era uma nova era começando e o Aranha estava em boas mãos.
Lembra daquele gibi que mencionei acima? Das histórias do Aranha contra o Duende Verde? Adivinha quem desenha a última história do primeiro volume?? Sim, ele, John Romita em sua estreia na revista do escalador de paredes. De primeira o talentoso artista já foi incumbido de mostrar a verdadeira face do Duende Verde e fomos apresentados a Norman Osborn e a seu filho Harry, que aparecem pela primeira vez inseridos no universo de Peter Parker. Nessa mesma história, Osborn descobre que Peter e o Aranha são a mesma pessoa, e começa aí toda a trama entre os dois inimigos mortais que com o passar do tempo teve várias reviravoltas.
Romita também teve a honra de nos mostrar quem afinal era a sobrinha misteriosa da amiga da Tia May que apenas era citada na fase desenhada por Ditko, ninguém mais ninguém menos do que a estonteante Mary Jane Watson. Ele também ilustrou a capa da revista do celebrado casamento entre os dois alguns anos mais tarde, e que por aqui saiu na edição de nº 100 da revista do Homem-Aranha.
Embora Mary Jane tenha sido apresentada oficialmente apenas na fase de Romita, e de sua concorrente pelo amor de Peter, Gwen Stacy já ter aparecido na fase Ditko, foi o prestigiado autor que deu seu toque no visual da loirinha, inserindo o famoso "arquinho" que ela usava quase sempre nos cabelos. Devo adimitir que eu era apaixonado pela Gwen de Romita e entraria fácil na disputa pelo coração da filha do Capitão Stacy! Hehehe!
John Romita é pra mim o melhor de todos os desenhistas que já passaram pelo Homem-Aranha pela fluidez de seu traço, pela ação dinâmica que ele conseguia inserir nos quadrinhos e principalmente pela humanidade que ele conseguia imprimir nas expressões faciais de seus personagens. Pra mim, o seu Peter Parker é o rosto oficial do personagem, e sempre quando vem esse nome na mente penso logo nos desenhos de John Romita, mesmo com aquelas costeletas ridículas que o Peter tinha nos anos 60! Vida longa ao mestre!
Para fechar ao post, gostaria de citar alguns desenhistas que não entraram na lista, mas que já tiveram a sua importância no universo do Aranha e cujos desenhos também fazem parte de minha coleção: os Brazucas Luke Ross (gosto muito de seus desenhos quase cartunescos e atualmente mais realistas, emulando Steve Epting no Capitão América) e Mike Deodato, que desenhou a horrível Saga O Outro, mas cujos tons sombrios caíram muito bem, em especial na surra que o Aranha leva do vilão Morlun. O falecido Mike Wieringo que participou da divertida fase Crise de Identidade em que Peter assumia novas 4 identidades enquanto o Homem-Aranha estava sendo acusado de assassinato, Alex Ross, que nos fez acreditar que poderia mesmo existir um homem de verdade por trás daquela máscara vermelha com sua pinturas ultra-relistas de Marvels e Mark Beachum por razões óbvias:
NAMASTE!