21 de dezembro de 2020

A melhor série animada dos X-Men

A série animada dos X-Men (X-Men: The Animated Series) estreou no ano de 1992 nos Estados Unidos e foi concluída 5 temporadas depois em 1997. Transmitida pelo canal Fox Kids e tendo sido desenvolvida pela Saban — a mesma produtora que deu vida aos Power Ranges —, a animação foi um marco importante também no Brasil, uma vez que serviu como porta de entrada para muita gente que nunca tinha ouvido falar dos mutantes da Marvel, ou para aqueles que, como eu, tinham poucas referências nos quadrinhos.

Aqui onde a Terra é plana e onde quem toma vacina vira jacaré, o desenho foi transmitido pela Globo na TV Colosso por volta de 1994 e se tornou febre muito rapidamente entre a molecada. Eu já lia gibis há algum tempo quando X-Men estreou na TV, mas confesso que não tinha base quase nenhuma sobre os mutantes criados em 1963 por Stan Lee e Jack Kirby. Dos personagens que protagonizavam o desenho, eu já tinha visto o Ciclope e o Wolverine*, mas muito por alto numa das capas das primeiras Guerras Secretas, e o restante eu desconhecia completamente. 



Me lembro que na época, eu só tinha uma revista dos X-Men em casa, que meu irmão tinha trazido num dia qualquer — eu comecei a colecionar quadrinhos por causa dele! —, e mesmo assim, ela não era uma das minhas preferidas, já que mostrava o final de um arco que eu não entendia nada e apresentava personagens das quais eu tinha pouco interesse. A edição em questão era a de nº 24 da Editora Abril mostrando o julgamento do Magneto, mas eu ignorava completamente tudo que estava acontecendo ali dentro. Eu era muito fã do Homem Aranha e além disso, eu lia bastante coisa do Capitão América, do Hulk ou do Superman pela DC.



Por causa do desenho, de repente, todo mundo virou fã dos X-Men, até mesmo quem nunca tinha lido um gibi de super-herói na vida! A molecada ficava repetindo os bordões dos personagens na escola e todo mundo pirava com o jeito "violentão" do Wolverine, o que ajudou a popularizar o personagem por aqui também. Como ninguém conhecia porra nenhuma dos mutantes, tudo que mostravam no desenho se tornava automaticamente verdade e eu passei muito tempo achando que o Morfo era mesmo um personagem regular do grupo ou que o Dia de Um Futuro Esquecido tinha a participação do Bishop!



Eu não sei se foi por influência de alguém que comentou nas aulas ou se eu acabei assistindo por conta própria numa manhã qualquer, mas me lembro bem que a primeira vez que percebi que estava assistindo alguma coisa relativa a personagens de quadrinhos — lembrando que eu não conhecia muita coisa de X-Men — foi ao bater o olho na máscara do Wolverine dentro de uma maleta enquanto o episódio 6 da primeira temporada rolava ("Vingança Gelada"). Eu não tinha visto a abertura do desenho e peguei o trem literalmente andando, mas a partir dali, bateu um sinal em minha cabeça de que aquilo era muito bom e eu comecei a acompanhar a série.



É bom lembrar que nos anos 90 qualquer coisa baseada em quadrinhos em outras mídias era algo muito raro de acontecer, o que ajudou a consolidar o sucesso dos X-Men entre os brasileiros. Até então, a gente vivia das reprises que passavam na Sessão da Tarde de Batman (de 1989), o terrível Superman IV - Em Busca da Paz e de outros dois ou três filmes da DC. Da Marvel a gente tinha a série antiga do Hulk — aquela do Lou Ferrigno — e os filmes medonhos do Capitão América que passavam no SBT, mas desenho que rivalizasse com a animação do Batman não havia. 

Como a atualização dos episódios demorava para acontecer, a primeira e a segunda temporada de X-Men foram incansavelmente reprisadas nas manhãs da TV Colosso, a ponto de eu ter as falas do Wolverine praticamente decoradas na memória. Eu lembro que eu tinha aula de Educação Física duas vezes na semana na escola de manhã e nesses dois dias eu tinha que correr para casa para não perder os episódios. 

Outra curiosidade de que me lembro acerca do desenho, é que certa vez a minha mãe falou que era para eu parar de assistir porque "era violento demais". Ela tinha escutado alguns diálogos enquanto varria o quintal e não tinha curtido muito. Não sei bem o que ela ouviu que não gostou, mas o episódio era "A Bela e a Fera" (o episódio 10 da 2ª temporada, "Beauty & Beast"), onde o Wolverine entrava disfarçado no covil dos Amigos da Humanidade e confrontava Graydon Creed, o filho de Victor Creed, o Dentes-de-Sabre.    



Esse episódio era um dos que eu menos gostava na época — talvez porque não tinha tanta ação —, mas reassistindo, percebi que ele é um dos melhores na abordagem de temas como preconceito racial, intolerância ao que é diferente e aceitação. Nele, uma garota cega chamada Carly busca um tratamento experimental criado pelo doutor Hank McCoy para voltar a enxergar, e os dois acabam se apaixonando, mesmo sem ela nunca ter visto a real aparência de Hank, em sua versão azul peluda. Enquanto os Amigos da Humanidade — que é um tipo de grupo radical como os supremacistas brancos, só que contra os mutantes em vez de negros e judeus — tocam o terror buscando mais aliados para sua causa racista, os caras colocam em risco a vida da própria Carly, que precisa ser defendida por Wolverine e o Fera. 



Ainda no mesmo episódio, o pai de Carly é um véio reaça preconceituoso radical que não aceita que sua filha seja tratada por um "anormal mutante" e Hank acaba entrando em conflito consigo mesmo por ter a aparência de um gigante peludo que assusta as pessoas ditas "comuns". Eu não entendia na época que um simples desenho animado podia falar de questões tão importantes de maneira metafórica, mas vendo com os olhos de hoje, é possível traçar diversos paralelos com a realidade que enfrentamos atualmente, em que os mesmos caras que assistiam esse desenho na TV durante a infância e que se diziam fãs dos X-men, criam canais de Youtube ou contas em redes sociais para destilar seu ódio a tudo que é "diferente" ou "foge dos padrões sociais mais aceitos". A galera não aprendeu nada.    

Depois de reprisar muito os episódios — algo que era comum na época quando algum desenho ou série live-action fazia sucesso — eu lembro que assisti muito pouco da terceira temporada na TV Colosso e confesso que nem faço ideia se a quarta e a quinta chegaram a ser transmitidas no programa infantil. O sucesso de X-Men logo começou a dividir espaço com a chegada dos Power Rangers na grade de programação nessa mesma época — ambos sendo televisionados próximo ao horário do almoço — e só muito tempo depois é que a série animada do Homem Aranha chegou para suprir a falta que fazia os mutantes quando o desenho acabou.



Não tem como dizer que X-Men não foi um boom na vida das crianças e adolescentes da época e que serviu para fazer muita gente mergulhar de cabeça no mundo das drogas dos quadrinhos, que na época, estavam produzindo os quinhentos mil títulos dos mutantes e abarrotando os cofres da Marvel. Depois do desenho, eu comecei a correr atrás dos gibis dos X-Men publicados no Brasil pela Editora Abril e comecei a percorrer sebos da cidade para recuperar o tempo perdido. Logo vieram as edições com os roteiros de Chris Claremont e os desenhos do Jim Lee — que fizeram a febre X-Men aumentar em todo o mundo — e além da edição em formatinho e do formato americano lançado mensalmente, ainda tinham os especiais, naquelas versões mais "gordinhas" com 100 páginas. Era muito gibi pra pouco dinheiro, mas a gente tentava colecionar tudo e ler o que os amigos emprestavam. 

Adaptações levadas a sério

Um dos principais atrativos da série animada dos X-Men era a preocupação dos roteiristas em adaptar as várias sagas que os Filhos do Átomo tinham nos gibis para a TV, e até hoje, muitas das melhores transposições de mídias já feitas dos mutantes da Marvel constam nos episódios das cinco temporadas do desenho.



Como eu disse antes, meus conhecimentos de X-Men eram parcos naquele período e muitas das grandes e mais famosas sagas dos mutantes eu vi primeiro no desenho para só muito mais tarde poder ler nos gibis. Eu nunca tinha visto "A Saga da Fênix" escrita por Chris Claremont e desenhada por Dave Cockrum e John Byrne, e os episódios de 3 a 7 da terceira temporada resumem de maneira muito competente o que acontece nos gibis, com uma ou outra alteração para deixar tudo mais "clean" para as crianças entenderem. 



As participações especiais de personagens do mundo dos X-Men também eram muito comuns no desenho e caras como Cable, Bishop, Maverick, Sauron e Sr. Sinistro eu vi pela primeira vez na TV.



Outra coisa bacana que acontecia no desenho e que fazia o meu lado nerd vibrar eram as simples menções ou aparições-relâmpagos de personagens mais conhecidos dos quadrinhos como o Homem Aranha, o Doutor Estranho e o Thor. Nesse quesito, a Saga da Fênix e a Fênix Negra é um desbunde, já que mostra quase todos eles de relance enquanto Jean Grey dominada pelo espírito Ragatanga pela Fênix começa a usar seus poderes. 



Cara! Não havia replay, não tinha como congelar a imagem para ver com mais detalhes depois como os serviços de streaming permitem atualmente e eu lembro que eu só dava aquele salto no sofá enquanto a voz na minha mente gritava "OLHA LÁ O HOMEM ARANHA, CARA!" por um frame que não durava nem dois segundos.



Eu tinha uma lembrança muito vaga de ter visto o desenho do "Homem Aranha e seus Incríveis Amigos" na TV preto e branco de casa, por isso, ver o meu personagem favorito, mesmo que por um microssegundo na tela, era algo que me empolgava bastante!

Algo muito semelhante acontece no episódio "Mojovisão" (o 11º da segunda temporada) em que durante a introdução do Longshot aparece a Psylocke num frame de milésimos de segundo sei lá porque! A ninja da adaga psíquica era figura importantíssima nas HQs na época e não tê-la regularmente no desenho era algo que muita gente questionava. Além desse frame de segundos, ela volta a aparecer só na quarta temporada, num dos episódios da saga "Acima do Bem e do Mal", e mesmo assim é sem qualquer destaque, apenas como mais uma participação especial. 



Quem prestou a atenção também deve ter visto o Deadpool de relance em uma das transformações do Morfo na segunda temporada (episódio 3, "O que for preciso") ou como uma memória residual do Wolverine, que estava sendo atacado psiquicamente pelo "Lado Sombrio" do Professor Xavier na terceira temporada (episódio 4, "A Saga da Fênix - Parte 2")



A fidelidade aos quadrinhos, as participações especiais e o ritmo intenso dos episódios, que apesar de não mostrar tanta violência quanto gostaríamos, fizeram de X-Men: The Animated Series um dos produtos mais felizes dos mutantes em outra mídia, e lembro com saudades dessa época. 



Até hoje o episódio "Uma História da Vampira" ("A Rogue's Tale", o 9º da segunda temporada) é o meu preferido de todos das cinco temporadas, em grande parte porque adaptava uma das minhas histórias preferidas entre X-Men e Vingadores — publicada nos EUA em Avengers Annual #10 escrita por Chris Claremont e desenhada por Michael Golden, mostrando a origem da Vampira — e por causa da aparição da Miss Marvel — que na dublagem chega a ser chamada de "Dona" Marvel —, que eu conhecia das histórias dos Vingadores. Sempre que reprisava, eu dava um jeito de ver e é bom até hoje.  

Problemas na animação

Como qualquer produto de época, é bom lembrar que a qualidade técnica de X-Men: The Animated Series dos anos 90 não deve ser questionada atualmente como se o desenho tivesse que ser perfeito em comparação aos padrões absurdos disponíveis hoje em dia. X-Men Evolution e Wolverine e os X-men, por exemplo, são muito superiores tecnicamente ao clássico desenho noventista, o que nem de longe desmerece o sucesso que a animação fez, trazendo aos espectadores tudo que foi comentado no tópico acima. 



O próprio Evolution tem sim seu charme, apesar de ignorar quase que completamente tudo que acontecia nos quadrinhos — criando um universo próprio para o desenho — e um pouco da fidelidade aos gibis tentou ser reproduzida em Wolverine e os X-Men, embora de maneira mais desastrada por tentar pegar o hype criado pelos filmes da Fox e colocar o Logan como o líder dos mutantes.

X-Men: The Animated Series apresentava problemas de colorização, animação e até de continuísmo que não eram percebidos facilmente pelo olhar de uma criança, mas que atualmente, com mais experiência, chegam a gritar aos olhos. Eu revi boa parte dos episódios antes de escrever esse post e coisas bobas como jaquetas e luvas que somem de uma cena para outra chegam a ser um exercício muito bom de observação. Cansei de contar quantas vezes as "costeletas" da máscara do Wolverine apareciam amarelas em vez de pretas, ou quantas vezes as luvas do Ciclope eram colorizadas com o tom de sua pele, mesmo quando ele estava com o uniforme completo. 

Outra coisa que saltava aos ouvidos, eram as traduções dos nomes de alguns personagens na versão dublada pelo — finado — estúdio Herbert Richards, que ora seguia a tradução literal e outras preferia manter como o original, em inglês. Ao longo das três primeiras temporadas vi o Justiceiro (Punisher) ser chamado de "o Assassino" — o personagem é mostrado na caixa de um jogo de videogame na primeira temporada —, o Mercúrio (Quicksilver) ser chamado de "Raio de Prata" e ao mesmo tempo — e no mesmo episódio — o Havok (que no Brasil é conhecido como Destrutor) e a Wolfsbane (a Lupina) do X-Factor não terem seus nomes traduzidos como nos quadrinhos, sendo chamados por seus títulos em inglês . 



Era muito comum também, às vezes, o adamantium ser chamado de "diamantino" ou "adamantino" na dublagem e dava a impressão que os dubladores não conversavam entre si ou com seu diretor de dublagem para definir como diabos se pronunciava certos nomes. Até o Ciclope eu ouvi ser chamado de "Cyclops", como a versão em inglês e essas nuances aconteciam muitas vezes durante o mesmo episódio, o que, é claro, não diminuía em nada a qualidade dos capítulos. 

Dublagem

Outra característica muito marcante da animação dos X-Men dos anos 90 foi sua dublagem, que sem querer, acabou imortalizando certas vozes a seus respectivos personagens. Todos os grandes dubladores brasileiros que escreveram sua história nos anos 80 — e até antes disso! — fizeram parte do elenco do desenho, e alguns foram tão icônicos, que posteriormente acabaram repetindo seus papeis nos filmes dos mutantes, a partir dos anos 2000. 



Como na época não tínhamos acesso à versão original dos episódios, a dublagem era nosso principal meio de ligação com os personagens e a mudança de algumas vozes de uma temporada para outra, às vezes, causava certo desconforto. Da primeira temporada para a segunda, por exemplo, as vozes do Ciclope e da Vampira foram alteradas e enquanto o dublador Dário de Castro assumia a voz do líder da equipe no lugar de Nilton Valério — ator falecido em 2007 que dublou o personagem na primeira temporada —, tivemos a Fernanda Baronne Fernandes substituindo a Taciana Fonseca como a Vampira. Fonseca, inclusive, se aposentou da dublagem pouco depois do sucesso dos X-Men e não a ouvimos mais por aí desde então.



Fernanda Baronne acabou conquistando seu lugar como a Vampira e hoje em dia a sua voz é a que mais ocupa o imaginário popular, já que ela também dublou a atriz Anna Paquin nos filmes dos X-Men e voltou à personagem na dublagem de X-Men Evolution. Parte da minha paixão pela personagem naquela época se dava por conta da voz rouca  e sensual da Fernanda, e eu comentei um pouco disso num post sobre meus dubladores favoritos



Feras da dublagem obrigatoriamente também fizeram participações no desenho dos X-Men e uma delas foi o mestre Orlando Drummond, que deu voz — entre outros personagens como o Black Tom Cassidy — ao Dentes-de-Sabre / Victor Creed. Além de apresentar o desenho como narrador — chamando o grupo de "xismen" até boa parte da terceira temporada, jeito aliás, que todo mundo no Brasil se referia aos heróis antes do desenho! — o icônico Márcio Seixas — antes do dossiê polêmico! — também deu voz aos personagens Anfíbio da Terra Selvagem e ao Eric, o Vermelho (ou Escarlate) da Guarda Imperial Shi'ar.       



O José Santa Cruz foi o Magneto tanto nas primeiras temporadas da animação quanto por trás do ator Ian McKellen nos filmes dos X-Men, e o saudoso Darcy Pedrosa — falecido em 1999 e que no Brasil ficou muito conhecido por dublar tanto o Coringa de Jack Nicholson no filme dos anos 80 quanto o da animação do Batman — foi a primeira voz do Gladiador da Guarda Imperial Shi'ar, quando ele chega à Terra para confrontar os X-Men e acaba jogando o Fanático** longe com uma facilidade impressionante no início da Saga da Fênix.



Três vozes além de Fernanda Baronne e José Santa Cruz foram mantidas nos filmes dos X-Men, para alegria dos fãs da animação. Isaac Schneider foi a voz do Professor Xavier em ambas as produções, Sylvia Salustti dublou tanto a Jean Grey do desenho quanto a atriz Famke Janssen no live-action e o icônico Isaac Bardavid foi a voz mais marcante do Wolverine nas animações, tendo a oportunidade de dublar também Hugh Jackman em todas as suas aparições como Logan nos filmes da Fox



Na terceira temporada, a partir do episódio 11, Bardavid é substituído pelo igualmente fantástico Francisco José, que por aqui, também foi a voz do Panthro de Thundercats — a primeira série animada — e do Lex Luthor em Liga da Justiça Sem Limites



O Gambit ficou bastante marcado pela voz de Eduardo Dascar, que de vez em quando tinha que arriscar alguns termos em francês ditos pelo personagem, e a jovem Jubileu tinha a mesma voz da Arlequina da animação do Batman, com a dubladora Iara Riça desempenhando um trabalho excelente com a caçula da equipe. Riça ainda voltou ao universo dos X-Men em X-Men Evolution, só que desta vez ela dava a voz da Jean Grey adolescente. 



Completando o time do elenco principal, Leonel Abrantes — ator que faleceu em fevereiro de 2020 — deu voz ao Fera / Hank McCoy até o episódio 10 da terceira temporada — e também ao ator Kelsey Grammer em X-Men - The Last Stand —, quando foi substituído por Jorge Vasconcellos a partir de então. A Tempestade / Ororo foi dublada — até onde eu me lembro — pela mesma dubladora até o fim da série, a incrível Jane Kelly, que também voltou à personagem na trilogia dos X-Men dos cinemas, dando voz a atriz Halle Berry. Kelly nos deixou em 2011 aos 62 anos. 



Essa fidelidade de vozes transportadas dos desenhos para o cinema foi um ponto muito importante na dublagem brasileira quando os primeiros filmes da Marvel começaram a surgir, e os fãs tiveram a chance de ser agraciados por algo que, assim como o próprio desenho, fez parte da nossa infância. As vozes dos dubladores da animação estavam em nossa mente há muito tempo e até mesmo quando a Fox começou a ferrar com tudo na telona, ainda assim valia a pena ver os filmes por conta deles. 

Além de matar as saudades dessa animação que foi a base de muita gente para o universo dos X-Men nos anos 90, esse post também é uma homenagem aos grandes dubladores que fizeram parte desse sucesso. É bem certo que sem eles, o desenho jamais teria tido o mesmo encanto que teve e se mantido em nossas memórias por tanto tempo.

A primeira temporada da série animada está no catálogo do serviço de streaming Disney + e para quem nunca viu, vale a pena a conferida. Apesar dos defeitos, X-Men mantém uma aura muito boa de uma época em que os mutantes da Marvel eram os personagens mais importantes dos quadrinhos.

P.S. -  *Vale lembrar que na edição nacional de Guerras Secretas lançada no Brasil pela Editora Abril, alguns personagens foram limados tanto da capa quanto de seu conteúdo por, na época, ainda não terem sido apresentados nas histórias mensais, o que causaria confusão nos leitores. A Vampira foi uma dessas personagens que foram tiradas da capa, e por isso, eu não a conhecia nem de vista quando o desenho dos X-Men foi lançado. Na capa, ainda aparecem a Tempestade — com seu visual moicano, portanto irreconhecível para mim — e o Noturno, que não é um personagem regular do desenho, só aparecendo pela primeira vez na terceira temporada. 

A capa brasileira de Guerras Secretas eliminou alguns personagens mutantes como a Vampira, o Noturno e a Tempestade


P.S. 2 - **Nunca houve um consenso quanto aos nomes originais dos personagens em inglês e suas traduções para o português no Brasil, o que tornou confuso o entendimento de alguns diálogos ao longo dos mais de 70 episódios da série dos X-Men. Muitos dos nomes nacionais dos personagens Marvel e DC nos quadrinhos surgiram nas redações das editoras Ebal e Abril nas republicações brasileiras, portanto, o estúdio Herbert Richers não parecia ter a obrigação de seguir o que era usado nos gibis em português. Mesmo assim, às vezes, os nomes coincidiam, como foi o caso do Juggernaut, que na dublagem da primeira temporada foi chamado de "Fanático" como era nos gibis da Abril. A partir da segunda temporada, seu nome em inglês volta a ser usado e é difícil saber o que realmente determinava algumas alterações, enquanto outras eram ignoradas. 

Que bom que pelo menos ele não foi chamado de "O Jaganata", não é mesmo?

Jaganata, forma como o nome do personagem Juggernaut foi traduzido pela editora Bloch no Brasil

P.S. 3 - E fã que era fã de verdade tinha que ter o álbum de figurinhas do desenho! O meu está incompleto até hoje, mas gastei uns bons trocados colecionando figurinhas da primeira temporada! 


 
NAMASTE!

26 de novembro de 2020

A última temporada de Demolidor e Justiceiro



Para fazer e mente aquietar um pouco durante a pandemia — que para muita gente já até acabou! — eu tenho assistido muitos filmes e séries, mas se engana quem acha que é só coisa nova. Porra nenhuma! Eu tenho revisto muita coisa velha e até tenho aproveitado para consumir material que já foi lançado há algum tempo, mas que eu nunca tinha sentado para ver.

Nesse Combo Breaker nostálgico, vou falar minhas impressões sobre a terceira (e última) temporada do Demolidor da Netflix e a segunda temporada do Justiceiro.

SIGAM-ME OS BONS! 

DEMOLIDOR (Terceira Temporada)

Eu já tinha assistido a última temporada do Demolidor na época em que ela foi lançada, em 2018, mas foi como se o impacto do cancelamento da série só tivesse me atingido agora. Eu sou um grande fã do Demônio Audacioso de longa data — looonga mesmo! — e fiquei bastante empolgado quando surgiram os boatos que o personagem ia ganhar um seriado próprio lá por 2015. Escrevi alguns posts de expectativa, falei sobre as outras temporadas, mas acabei não tendo saco para falar sobre a última, que não deixa NADA a dever para as anteriores. 



O grande problema das séries Marvel/Netflix foi a quantidade exagerada de episódios que as tornou, em muitos casos, excessivamente arrastadas, e isso era uma questão grave para uma história que em seu cerne, deveria conter mais ação do que falação — dando mais uma vez o exemplo de Punho de Ferro, que com segurança é a pior da safra! No caso de Demolidor, no entanto, seja por ele ser meu personagem preferido de todos os que ganharam vida pela Netflix ou seja porque sua série era realmente melhor, eu veria tranquilamente mais 13 episódios, mesmo que Matt Murdock (Charlie Cox) aparecesse mais do que o Demolidor, como já acontece nessa season finale

Nessa terceira temporada, após os acontecimentos de Os Defensores (que eu resenhei aqui), Matt vai parar de volta ao orfanato onde cresceu depois do assassinato de seu pai, e lá, sob os cuidados da Irmã Maggie Grace e do Padre Paul Lantom (Peter McRobbie), ele enfrenta o peso das escolhas que fez em vida, começando a renegar sua antiga identidade do advogado cego Matthew Murdock.



Em doses excessivas de sua própria autopiedade e sendo alvo do sarcasmo da Irmã Maggie (Joanne Whalley em ótima atuação), que já havia cuidado dele quando criança, Matt vagarosamente tenta retomar sua vida de vigilante mascarado — desta vez sem usar o traje reforçado criado para ele por Melvin Potter — saindo à ruas noturnas de Hell's Kitchen e descobrindo que as coisas por ali não melhoraram em nada após o sumiço do Demolidor. 



Em paralelo à tentativa da retomada de "carreira" de Matt, nós acompanhamos a recuperação de Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio) a seu posto de o grande chefão do crime organizado, e mesmo preso — desde a primeira temporada — ele continua manipulando a tudo e a todos para alcançar seus objetivos, inclusive conseguir uma prisão domiciliar no topo de um dos prédios mais luxuosos das cidade — que é de sua propriedade. Longe das grades da penitenciária e com um sistema de vigilância próprio em sua nova "prisão", Fisk busca eliminar todos que o impedem de ascender ao topo do submundo como o Rei do Crime e isso inclui, óbvio, o herói da Cozinha do Inferno a quem ele dedica uma atenção especial — desta vez já sabendo que o advogado cego e o vigilante mascarado são a mesma pessoa. 



Um dos que são manipulados por ele é o agente do FBI Ray Nadeem (Jay Ali), que mesmo sem saber do quão está sendo manipulado por Fisk, acaba fazendo tudo que o chefão precisa para tornar sua vida melhor, caçando o Demolidor — que acaba se tornando o inimigo público nº 1 — e prendendo os demais chefes de gangue da cidade numa "delação premiada" que deixaria a Lava Jato brasileira com inveja! 



Nesse ínterim, um dos agentes do FBI que trabalha com Nadeem, chamado Benjamin Poindexter (Wilson Bethel), acaba sendo usado como bode expiatório depois que recorre à violência excessiva para abater os criminosos que tentaram matar Fisk durante seu transporte da penitenciária. O agente vê sua carreira ir para o buraco enquanto o Rei do Crime ganha cada vez mais regalias em sua prisão domiciliar fajuta, o que o desestabiliza emocionalmente. Fisk descobre que o homem que o salvou possui diversos problemas psiquiátricos originados ainda em sua infância, além de transtornos de ansiedade e problemas para controlar sua raiva. De maneira muito arguciosa, o chefão manipula esses fatos a seu favor e transforma o habilidoso Poindexter — que tem uma mira infalível! — em seu maior aliado, colocando-o contra seu pior adversário, o Demônio de Hell's Kitchen. 



A forma como toda essa trama é conectada desde o primeiro episódio é fantástica e o roteirista Drew Goddard nos coloca a roer as unhas enquanto o Demolidor vai se enrolando cada vez mais numa teia de intrigas e traições à medida que o Rei vai se aproximando para lhe dar o bote final. Eu assisti essa temporada duas vezes, com o intervalo que comentei no início do texto de dois anos, e nessa segunda vez foi como se eu estivesse vendo a primeira vez. Embora eu já soubesse o que acontecia nos pontos-chave da história, muito sobre a trama política que Wilson Fisk usa para se safar da justiça eu tinha esquecido completamente. A maneira como ele manipula Dex para que ele se torne seu parceiro é incrível e não soa como algo forçado, já que o personagem sofre de diversos problemas psiquiátricos graves que o tornam vulnerável a essa manipulação. Aliás, palmas para como o Mercenário foi trazido à vida na série. Além da ótima atuação do ator Wilson Bethel, seus traumas de infância, seu descontrole emocional — ao mesmo tempo contraposto com seu TOC — e a maneira como ele se treinou para ser fisicamente imbatível dão ao Ben Poindexter de Demolidor todas as condições para que ele seja o rival perfeito do personagem-título. Destaque para o primeiro embate entre os dois no prédio de O Boletim em que, trajado como o Demolidor, Dex usa artigos de papelaria para acertar Matt, transformando tesouras, clipes de papel e até um grampeador em armas mortais de arremesso! 



Ao final dos 13 episódios, com o combate final entre Murdock, Fisk e Poindexter e com a restituição da firma de advocacia de Nelson e Murdock — e Page! — fica aquela sensação que cabia ali uma quarta temporada, além de um sentimento meio que de abandono. Por mais que se critique a forma meio covarde que a Marvel lidou com os personagens nas séries em parceria com a Netflix, falando que eles pertenciam ao MCU, mas ao mesmo tempo escondendo seus ovos de ouro, sem deixá-los ao menos serem citados nos episódios, é fato que mesmo isoladamente, Matt Murdock e todo o elenco de Demolidor funcionam muito bem e mereciam um melhor tratamento futuro. 

A parceria entre Marvel e Netflix foi encerrada por conta da criação do serviço de streaming próprio da Disney — o Disney+, que estreou recententemente no Brasil — e embora ainda possamos assistir Demolidor, Jessica Jones, Justiceiro, Punho de Ferro, Luke Cage e Os Defensores na locadora vermelha, é fato que nada mais acerca desses personagens vai ser criado para a marca. Gostaríamos muito que a própria Marvel ressuscitasse todos eles desta vez em sua própria casa — o Disney+ —, usando, quem sabe, até o mesmo elenco, mas é difícil dizer o quanto disso seria possível, já que envolve direitos de imagem, contratos vigentes e uma caralhada de coisas que entendemos tão pouco. Assim como aconteceu no período em que tanto o Demolidor quanto o Justiceiro estavam licenciados para a FOX — e sofreram com aqueles filmes merdas na era pré-MCU —, é necessário que se espere um tempo até que os personagens possam ser usados novamente em outras mídias e temo que nesse meio-tempo, os atores talvez não estejam mais disponíveis ou interessados em participar de um vindouro projeto de ressuscitação. 

Vincent D'Onofrio foi um dos que se posicionou sobre o fim da série e mencionou que gostaria de voltar ao papel de Wilson Fisk. Duvido que Charlie Cox, Deborah Ann Woll e Elden Henson não topassem voltar também, já que não fizeram nada de muito relevante depois de 2018.     

NOTA: 9

O JUSTICEIRO (segunda temporada)

Eu fui um daqueles caras que simplesmente largou as séries da Marvel/Netflix assim que foi anunciado que todas elas tinham sido canceladas, e confesso que não tinha visto a segunda temporada de O Justiceiro até esses dias. 

Eu tinha detestado a primeira temporada e fui um dos que critiquei fervorosamente o ritmo cansativo que a série própria do personagem tinha ganhado após sua excelente apresentação ainda na segunda temporada de Demolidor. Todo fã de quadrinho sabia o potencial que o Justiceiro tinha para ganhar um live-action decente e após três adaptações lamentáveis para os cinemas — duas dos quais eu destrinchei lá no início do Blog do Rodman — precisávamos de uma adaptação decente do personagem, e ela surgiu na pele do ótimo ator Jon Bernthal, que convenhamos, nasceu para ser Frank Castle!



A primeira temporada foi uma bosta, mas construiu todos os elementos que conduziram a segunda temporada, bem como também criou o principal adversário de Castle — seu ex-companheiro fuzileiro Billy Russo —, deu a ele um suporte importante dentro das forças da lei — a agente Dinah Madani (Amber Rose Revah) — e carta branca para começar uma vida nova, sob a identidade de Pete Castiglioni



Vagando pelos EUA de bar em bar, vemos agora Castle tentando levar uma vida pacata, longe dos problemas que o transformaram no Justiceiro. De passagem pela cidade, ele encontra a companhia da atendente de bar Beth Quinn (a maravilhosa Alexa Davalos) após defendê-la de uma tentativa de assédio, e essa é a primeira vez em muito tempo que vemos Frank tentando dar continuidade à sua vida, após o trauma de perder a esposa e os filhos — e com a alma lavada por acreditar que fez todos os culpados por seus assassinatos pagarem caro. 



Mas essa é uma série do Justiceiro, amigo, e como devia ter sido desde a primeira temporada, é claro que Frank Castle não encontra a paz que precisa e acaba se envolvendo até o pescoço numa trama política de chantagem, assassinatos e perseguições implacáveis que o fazem querer salvar a pele da jovem Amy (Giorgia Whigham) — que é atacada por combatentes fortemente armados — e fugir com ela não só do bar de Beth como também através do estado.  



Sem entender à princípio onde se meteu, Frank faz de tudo para manter a garota viva, enquanto um misterioso e habilidoso perseguidor contratado para matar Amy e recuperar as fotos comprometedoras de um senador que estão em sua posse, segue a dupla. O homem conhecido apenas como John (Josh Stewart) lidera uma equipe especial de agentes impiedosos e (quase) tão habilidosos quanto Frank e conforme os dois fogem do homem vestido feito um pastor de igreja, Castle vai descobrindo aos poucos os segredos de sua jovem parceira e o que, afinal, ela tem que tanto interessa aos criminosos, que não se importam de deixar um rastro de sangue por onde passam.

Em paralelo a essa fuga desesperada de Frank e Amy, vemos que Billy Russo (Ben Barnes) não só sobreviveu a seu último encontro com Castle, como tem se recuperado lentamente no hospital, onde está sendo atendido pela psiquiatra Krista Dumont (Floriana Lima, a Maggie Sawyer de Supergirl). Enquanto a agente Dinah Madani — que foi atingida por um tiro disparado por Russo — faz marcação cerrada ao ex-amante no hospital, ela faz de tudo para desmascarar — não literalmente, é claro! — seu agressor, dizendo que ele está mentindo sobre sua condição de amnésico, e que ele se lembra SIM, de tudo que fez, tanto a ela quanto a Castle e sua família. 



Os destinos de Castle, Russo e Madani voltam a se cruzar mais pra frente na temporada, e a certo ponto da trama vai dando aquele cagaço de que os roteiristas da série (dentre eles o showrunner Steve Lightfoot) não saibam como amarrar todos os nós que vão sendo deixados soltos pela temporada. Eu cheguei a pensar que não teria como resolver as tramas isoladas de Billy Russo com a da perseguição de John Pilgrim a Frank numa mesma temporada, mas a maneira como tudo é amarrado em um conflito até bem direto me deixou descansado. 

Tudo que reclamei de The Punisher Season 1 virou passado com a excelente segunda temporada que soube equilibrar muito bem os momentos de diálogo com os de ação. Mesmo a trama meio chata do personagem John Pilgrim — que tem um passado envolvendo grupos supremacistas brancos — e sua devoção à religião enquanto mata pessoas a mando de Anderson Schultz — a quem ele está ligado por conta de uma dívida — é muito bem diluída na trama principal e não chega a comprometer o seu ritmo como um todo. Schultz (Corbin Bernsen) é o pai do senador a quem as fotos em posse de Amy comprometem — mostrando um caso homossexual do político — e sua esposa, vivida por Annette O'Toole (a mãe de Clark Kent em Smallville) está em posse da mulher doente — com câncer terminal —  e dos filhos de Pilgrim, fazendo assim com que o matador de aluguel fique à mercê dos criminosos em pele de cordeiro. 



A grande surpresa do elenco é mesmo a Amy de Giorgia Whigham (de 13 Reasons Why) que não só funciona muito bem como a parceira mirim do Justiceiro — e quem diria que um dia íamos dizer isso! — como também puxa nossa torcida inteira por ela, já que a garota é extremamente carismática. É inegável que depois que a salva das mãos da gangue de Pilgrim no bar de Beth, Castle acaba criando um laço paternal com a menina e isso se desenrola numa das mais bonitas relações de pai e filha que já vi nas séries da Marvel. Quando Castle diz a John que faria tudo por Amy enquanto ela está na mira de seu revólver, as lágrimas rolam nos olhos de Amy, nos de Castle e também em quem está assistindo. Porra! Que momento foda! 



Se alguém me dissesse de antemão que o Justiceiro ia ter a sua "Robin" nessa temporada, eu teria desacreditado completamente, mas essa parceria acabou sendo um dos pontos mais positivos da temporada toda, que contou também com ótimas atuações de Jason R. Moore como Curtis Hoyle — que é a consciência moral de Frank — e do próprio Ben Barnes, que deu a seu Billy Russo / Retalho um ar de psicopatia bastante interessante, já que ele realmente não sabia o que tinha feito à família do amigo Frank Castle, embora fosse atormentado noite após noite com a caveira símbolo do Justiceiro em seus pesadelos.



A caracterização da série só pecou em uma coisa: As cicatrizes de Russo!

Caralho! Como alguém que teve a cara esfregada em cacos de vidro fica tão bem apresentável assim depois de tudo? Olhando para sua cara, dá a impressão que Billy Russo só teve um entrevero sério com um gatinho de estimação, saindo um pouco arranhado, e não que teve o rosto moído em um espelho quebrado! 

Os cirurgiões plásticos que cuidaram do cara são bons demais! Séloko! 



Eu adorei essa segunda temporada e ela mal acabou e eu quase dei play no primeiro episódio de novo só para rever tudo com mais calma. Por um lado, até foi bom ter visto com esse intervalo entre o cancelamento da parceria Marvel/Netflix e a estreia da Disney+, assim pelo menos, eu me afastei do hate em que estava após ter detestado a primeira temporada. Agora eu até apoio uma terceira temporada e o próprio Jon Bernthal — o melhor Justiceiro EVER! — chegou a se pronunciar nas redes que não seria impossível uma continuação da saga de seu Frank Castle, agora pela Marvel. Vamos ver no que vai dar. 

NOTA: 9

Leiam também quais eram as minhas expectativas para a primeira temporada de Demolidor lá em 2015:



Minha crítica às modorrentas temporadas de Punho de Ferro e Luke Cage:



E o que achei sobre a primeira temporada de Justiceiro, a segunda temporada de Jessica Jones e o crossover entre eles, Os Defensores:



P.S.: E quando a gente achava que o assunto já estava morto e enterrado, às vésperas dos direitos de uso do Demolidor retornarem exclusivamente para a Marvel, começou a rolar uma petição para salvar a série e ninguém menos que o próprio Vincent D'Onofrio está participando, pedindo aos fãs que assinem. Uma hashtag também foi criada para mostrar aos executivos da Marvel o interesse das pessoas num possível retorno da série. Basta tweetar #SaveDaredevil e assinar a petição online aqui!  



NAMASTE! 

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