24 de março de 2023

A sexta temporada de The Walking Dead

The Walking Dead sexta temporada


A sexta temporada de The Walking Dead começa quando Rick (Andrew Lincoln) assume de vez o posto de "xerife" de Alexandria e, sob a benção de Deanna (Tovah Feldshuh), começa a dar as ordens.

Enquanto procura um lugar para enterrar o falecido Pete — o marido corno de Jessie —, Rick acaba descobrindo uma pedreira nos arredores da cidade protegida infestada de zumbis. Sem terem para onde ir e atraídos uns pelos outros, os milhares de seres perambulantes acabaram se acumulando no vale, o que representa um perigo iminente à comunidade caso resolvam sair do lugar. 


The Walking Dead sexta temporada


Rick se vê obrigado a agir no intuito de afastar os zumbis dali o mais rápido possível, e junto dos fiéis amigos e dos ainda assustados — e despreparados — moradores de Alexandria, ele decide colocar um ousado plano em ação.


Desde o começo da série, desde que tenta liderar o grupo no intuito de mantê-lo a salvo, é muito comum ver Rick se excedendo e colocando o "carro na frente dos bois". Pra variar, apesar de a culpa não ser totalmente dele, não demora para que o seu plano de atrair os zumbis para longe — com Daryl (Norman Reedus), Abraham (Michael Cudlitz) e Sasha (Sonequa Martin-Green) liderando a comissão de frente da bateria de zumbis — dê errado.


The Walking Dead sexta temporada


Embora enfrente a desconfiança dos moradores mais antigos de Alexandria — afinal, ele matou Pete a sangue frio na frente de todo mundo —, tudo está correndo perfeitamente bem até que um som ensurdecedor vindo da região da cidade murada começa a atrair mais da metade dos zumbis justamente para o lugar de onde eles deviam se afastar. 


Sem que Rick saiba, Alexandria está sendo atacada e nesse desvio de percurso dos "walkers", vários membros da comunidade de Deanna perdem suas vidas.


O ataque da matilha


Em busca de novos moradores para a sua comunidade, Aaron (Ross Marquand) pede a ajuda de Daryl para rastrear possíveis adeptos, confiando no julgamento do cara quanto a separar os bons dos maus. 


Em uma de suas inspeções a lugares afastados, no entanto, a dupla acaba caindo na armadilha feita em uma parada de caminhões e, de repente, se vê cercada por centenas de zumbis presos em contêineres.


Sem alternativas e selados dentro de um carro, Daryl e Aaron acabam sendo salvos pela figura enigmática de Morgan (Lennie James), que já estava de olho naquele lugar há bastante tempo e que sabia sobre as armadilhas.

 

Em seu desespero, o pacato Aaron acaba largando a sua bolsa para trás e nela, posteriormente, são encontradas as fotos que ele usa para convencer as pessoas de que Alexandria é real e que o lugar é mesmo seguro de zumbis.


Essa aparente fortaleza acaba atraindo a atenção dos Lobos, uma gangue violenta que marca seus próprios membros com um "W" na testa (de Wolf) e que está determinada a "libertar" a sociedade dos muros que as prendem.


Não há muito significado nesse discursinho de Charles Manson dos líderes da gangue, mas a meu ver, o ataque brutal dos caras à cidade e a chacina que eles promovem nas ruas de Alexandria se assemelham e muito ao caso real da atriz Sharon Tate que foi brutalizada e morta junto dos seus amigos dentro de um condomínio em Los Angeles nos anos 60  apenas porque SIM.


The Walking Dead sexta temporada


Até em aparência os Lobos lembram bastante a "família" Manson – retratados mais recentemente em filmes como Era Uma Vez... em Hollywood do Tarantino e no terrível A Maldição de Sharon Tate —, mas se os Lobos são mesmo uma alusão aos hippies sanguinários de Manson, isso não ficou claro na série.


Desprovidos de seus maiores "guerreiros" e vulneráveis ao ataque violento dos Lobos, os moradores de Alexandria acabam tendo que se virar com quem ficou pra trás e é aí que surge o protagonismo de Carol (Melissa McBride).

O ataque inesperado acaba matando muitas pessoas inocentes e cabe a ela, a Carl (Chandler Riggs), Rosita (Christian Serratos) e Tara (Alanna Masterson) tentarem evitar o pior. 


Em sua nova versão "guru espiritual" Morgan se recusa a matar qualquer pessoa que se meta em seu caminho, imbuído agora dos ensinamentos do Aikidô — que ele aprendeu num treinamento intensivo de alguns dias com um queijeiro, durante as suas viagens atrás do rastro de Rick — e isso acaba gerando grandes conflitos entre ele e Carol.


The Walking Dead sexta temporada


Ao se decidir poupar a vida de um dos Lobos com quem ele já havia se encontrado na estrada anteriormente, Morgan permite que o cara sequestre a pacífica médica Denise (Merritt Wever) e quase causa uma tragédia ainda maior.


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Um dos questionamentos a que a série nos permite é: Mesmo em um Apocalipse zumbi onde todo mundo vivo pode ser um inimigo, vale a pena apelar para a sua própria consciência e apostar na reintegração social daqueles que um dia te feriram?


Plano desfeito


A buzina do caminhão com que os Lobos tentaram arrombar os muros de Alexandria atrai mais da metade dos zumbis da estrada, e quando os mortos começam a andar sem controle em direção à cidade, o grupo de Rick se dispersa e se perde no caminho. 


Michonne (Danai Gurira) e Glenn (Steven Yeun) acabam tendo que fazer a segurança de um grupo que se encontra ferido e cansado pela jornada percorrida, mas logo percebe que nem eles aguentariam mais alguns rounds contra os zumbis. Preso com os outros em um depósito e sem alternativas, o coreano decide aceitar a sugestão de Nicholas (Michael Traynor) de queimar um prédio a fim de atrair os mortos e os dois saem do local deixando a dona da katana como líder. 


O plano, óbvio, não vinga, e ao mesmo tempo que Glenn e Nicholas são apanhados por uma horda de mortos-vivos, Michonne e seus colegas são obrigados a deixar o depósito, apenas para encontrar mais morte no caminho.


The Walking Dead sexta temporada



Enquanto Daryl decide se desprender de Abraham e Sasha na estrada para ajudar os outros, Rick corre sozinho de volta ao trailer móvel, apenas para também ser emboscado por remanescentes do ataque dos Lobos à Alexandria.


Ele está chegando


Sozinho com sua moto, Daryl acaba numa trilha de mata onde encontra rastros recentes de um incêndio. Como sempre acontece, ele acaba sendo surpreendido por um trio de fugitivos que lhe rendem e lhe roubam a mochila, a besta e os seus mantimentos. 


Puto da cara por ter sido roubado, o Wolverine de The Walking Dead rastreia o sujeito junto das duas moças e recupera os seus bens. Daryl, então, descobre que uma das garotas é diabética e que precisa de doses de insulina pra se manter viva.

 

Quando um grupo armado surge na mata também seguindo a pista do trio, Daryl decide deixar o seu lado de bom-moço falar mais alto e oferece ajuda a Dwight (Austin Amelio), Tina (Liz E. Morgan) e Sherry (Christine Evangelista)

Num vacilo inacreditável, logo após receber a sua dosagem de insulina na veia, Tina é atacada por zumbis queimados — e, aparentemente, inertes no chão — e acaba sendo devorada. 


The Walking Dead sexta temporada



Quando Daryl consegue deter os perseguidores de Dwight, no entanto, ele é traído novamente e tem todos os objetos — e a moto — roubados desta vez. Para a sua sorte — e um "roteirismo" absurdo a seu favor —, ele encontra um caminhão-tanque camuflado em meio à mata e parte para se juntar novamente à Sasha e Abraham.


Impressionante como o combustível continua farto nesse mundo pós-apocalíptico de The Walking Dead mesmo passado anos do Dia Z e da quase extinção dos seres humanos pensantes!


Depois de nos distrair com uma quest inútil que serve apenas para que Abraham consiga um lança-foguetes numa parada militar com Sasha, Daryl e seus dois companheiros estão retornando para casa, quando são parados num bloqueio de estrada por um grupo fortemente armado.


Prontos a levar tudo que há com eles dentro do caminhão e a matá-los no processo, o tal grupo diz responder a um tal de Negan e alega que está ali para defender seu território.

Enquanto eu me perguntava como que o Abraham no comando do caminhão não viu o comboio parado no meio da rua antes e por que eles já não desceram da cabine atirando, é o Daryl que surge com o lança-foguetes nos braços e despacha os inimigos numa das cenas mais surpreendentes da série. 


É pra aplaudir de pé, igreja!


A paz volta a reinar… ou não!


Depois do ataque dos Lobos, mesmo cercados por todos os lados pelos zumbis da pedreira, Rick e seu grupo voltam a respirar um pouco mais aliviados, embora Glenn ainda esteja desaparecido. 


Enquanto Maggie (Lauren Cohan) e Aaron armam uma maneira de deixar Alexandria pelo subsolo a fim de resgatar o marido da moça, Rick arranja um tempo para trocar uns beijos com a viúva de Pete, Jessie (Alexandra Breckenridge).


No dia seguinte, no entanto, enquanto eles pensam no que fazer para reforçar a segurança do lugar e impedir a entrada dos mortos, uma velha torre da cidade acaba ruindo e despenca bem em cima de uma parte do muro. Quase como se tivesse um capacho no chão escrito "bem-vindos", os zumbis, então, começam a invadir Alexandria e aí é um verdadeiro "barata voa". 


Glenn é salvo


A morte de Nicholas acaba servindo para mascarar a fuga de Glenn que se salva ao se meter embaixo de um caminhão. Desarmado e prestes a morrer de sede — ou comido pelos zumbis —, o coreano acaba recebendo a ajuda de Enid (Katelyn Nacon), a garota rebelde amiga de Carl que estava para fora dos portões de Alexandria logo que se deu o ataque dos Lobos.


The Walking Dead sexta temporada



Os dois juntos decidem voltar para casa sem saber o que se passou por lá, mas quando chegam, se deparam com a invasão zumbi. Glenn avista Maggie encurralada em cima de uma coluna cercada por mortos e pede a ajuda de Enid para salvar a sua esposa. 


Além dos portões, Rick, Michonne e Carl tentam levar Jessie e seus filhos até o arsenal a fim de terem mais chances de expulsar os zumbis, mas o garoto mais novo, Sam, tem um ataque de pânico em meio aos monstros e acaba sendo devorado


The Walking Dead sexta temporada


Desesperada, Jessie se vê sem ação ao presenciar a morte do filho e é comida viva em seguida. Frustrado por todas as mortes em sua família que ele acha ser culpa de Rick — e de certa forma é mesmo! —, Ron, o filho mais velho de Jessie, decide eliminar o xerife com a sua arma, mas enquanto é empalado por Michonne, ele atira e acaba acertando o olho de Carl.


Adeus, Denise.


Em The Walking Dead, coadjuvante que conta a sua história num determinado episódio e ganha algum destaque acaba morrendo logo em seguida e é o que acontece com a pobre Denise em "Duas vezes mais longe" (o 14º da 6ª temporada).


Ao revelar para Daryl e Rosita que há uma loja de departamento com uma farmácia em seu interior num ponto da cidade, a médica loira decide acompanhá-los em sua jornada, apesar da pouca experiência em campo. 

Não dispostos a bancarem as babás e achando aquela uma péssima ideia, a dupla mais experiente, no entanto, aceita a companhia de Denise, que na volta, já com as suas mochilas abarrotadas dos remédios que eles encontraram, revela que, na verdade, deu a ideia do "passeio" porque Daryl a fazia se lembrar do seu irmão e porque Rosita estava se sentindo solitária após ser abandonada por Abraham.


Aliás, um parênteses aqui pra comentar a atitude babaca do Abraham em largar a Rosita após comentar que "eu só fiquei contigo porque eu achava que você era a última mulher do mundo, mas agora não é mais!". Tremendo pau no cu. Tudo isso porque ficou de fogo com a Sasha!


The Walking Dead sexta temporada



Voltando a Daryl, Denise e Rosita…


Durante o seu discurso, a pobre Denise é atingida por uma flecha e quando a câmera se volta para o seu agressor, o espectador descobre que é o mesmo sujeito que roubou as coisas de Daryl há algum tempo, Dwight, e ele está empunhando a sua besta.


O começo da merda toda


Salvos por Abraham que estava em outra quest com Eugene (Josh McDermitt), Daryl e Rosita lamentam a morte da única médica da cidade e, uma vez de volta à proteção dos muros, o arqueiro se vê inquieto por ter permitido que Dwight e seu bando escapassem.


Incapaz de deixar a morte de Denise sem punição, Daryl decide sair à caça do bando que os emboscou, o que obriga Glenn, Michonne e Rosita a irem atrás dele antes que ele faça uma cagada.


A essa altura, Rick já sabe que um grupo fortemente armado liderado por alguém chamado Negan os está espreitando e o xerife prevê as coisas terríveis que podem acontecer com os seus amigos. 


Nesse ínterim, é a vez de Carol ter uma crise de consciência pelas mortes causadas por ela durante a invasão dos Lobos à Alexandria e também durante a investida de Rick a um dos QGs dos autointitulados "Salvadores" — o grupo de Negan —, e ela decide ir embora para não ter mais que lidar com nenhum dos problemas causados por se preocupar com a segurança de alguém. 

 

The Walking Dead sexta temporada



Temeroso pela vida da "mãe de todos", Morgan decide sair em seu rastro e ele é acompanhado por Rick.


Hilltop


Depois de descobrirem por meio de Jesus (Tom Payne), um andarilho com quem Rick e Daryl toparam na estrada, sobre uma colônia farta em produtos de subsistência chamada Hilltop, Maggie decide assumir as negociações de troca mútua de benefícios com o chefão do lugar, o intransigente Gregory (Xander Berkeley)


The Walking Dead sexta temporada


Após conhecer o lugar que se assemelha a uma fazenda rica em alimentos agrícolas — afinal, o agro é pop! — e perceber que eles têm muito mais recursos que a já desgastada Alexandria, o grupo de Rick assume um compromisso com Gregory: metade da sua produção de comida em troca de livrar Hilltop das ameaças dos Salvadores, que como bons milicianos, ficam com quase tudo que a comunidade produz pela segurança do lugar. 


The Walking Dead sexta temporada



Em sua arrogância — e realmente pensando na subsistência do seu pessoal — Rick assume o compromisso de atacar os Salvadores em uma de duas bases achando que pode lidar facilmente com a coisa, e tudo está correndo bem até que Maggie e Carol são feitas de refém logo depois deles passarem geral dentro da instalação. 


Num episódio carregado de emoção com o foco nas mulheres dos dois grupos, as duas aliadas de Alexandria acabam tendo que se virar sozinhas enquanto Rick e Glenn procuram chegar até elas.


É após esses eventos — em que ela se vê obrigada a implorar pela vida de Maggie e do bebê em seu ventre — que Carol chega ao seu limite e decide abandonar o grupo. 


Negan


São muitos os altos e baixos que The Walking Dead sofre a partir da quarta temporada e confesso que o que mais me cansava na série era o fato de ela viver dos mesmos clichês de sempre em looping como "eles ficam cercados por zumbis"; "eles acham um lugar seguro"; "eles perdem o lugar seguro"; "eles caem na estrada"; "eles acham outro lugar seguro". Mas o que mais me incomodava mesmo era a questão de eles irem topando com "chefões" cada vez mais poderosos no caminho.

 

Como em Dragon Ball ou em qualquer jogo de videogame, o próximo chefe é sempre o mais perigoso… E Negan (Jeffrey Dean Morgan) parece ser a personificação desse chefe mais cabuloso de fase. É aí que dá pra sentir um crescente no roteiro dos episódios.


The Walking Dead sexta temporada



Depois de Daryl explodir seus comparsas na estrada com um lança-foguetes, de Rick e seu grupo matarem seus amigos no QG dos Salvadores e de Maggie e Carol assassinaram as mulheres "salvadoras" num dos seus esconderijos, Negan, enfim, percebe que pode ter um problema com o xerife de Alexandria, e decide mostrar a ele porque é dono de metade das comunidades ainda existentes na Terra — diga-se o estado da Geórgia nos EUA.


The Walking Dead sexta temporada



Quando Maggie começa a passar mal por conta do bebê e eles se veem sem um médico a bordo, cabe a Rick e seus melhores "guerreiros" seguirem para Hilltop onde um obstetra — o doutor Carson — que já tratou da moça pode atendê-la.

Enquanto eles viajam no trailer pelas estradas que vão conduzi-los até a fazenda de Gregory e Jesus, o grupo se vê impedido de passar por comboios armados que falam em nome de Negan.


Por mais que tentem fugir, eles se veem cada vez mais sem saída e com Maggie cada vez pior de saúde na parte de trás do motorizado.

 

The Walking Dead sexta temporada



Não querendo arriscar um conflito armado e nem pôr a vida da esposa de Glenn em risco, Rick tenta uma última cartada que é seguir a pé pela mata levando Maggie em uma maca, enquanto Eugene atrai a atenção dos Salvadores com o caminhão pela estrada. 


Provando ser onipresente e deixando bem claro que conhece muito melhor a região do que o grupo de Rick, os homens de Negan empurram os moradores de Alexandria até uma clareira onde os cercam e os deixam à mercê de seu numeroso exército.

 

The Walking Dead sexta temporada



Eu voltei a acompanhar TWD na época apenas para assistir a esse episódio específico quando ele foi veiculado pela primeira vez na TV — e sim, também atraído pelo que já tinha de informação das HQs. Muita coisa tinha se apagado da minha mente, mas eu não me lembro de ter sentido tanta revolta e tanto ódio por um personagem como senti de Negan por tudo que ele faz em "O último dia na Terra" (16º da 6ª temporada).


Eu acompanhei Game of Thrones em seu ápice e nem os episódios do Casamento Vermelho e a morte do Ned Stark me deixaram tão abalado emocionalmente.


O joguinho de "uni dune tê", a crueldade com que o personagem abate um dos amigos de Rick e a maneira humilhante com que ele quebra o psicológico do xerife é de uma violência gráfica que eu nunca vi igual em uma série. 

Podem falar o que quiser de TWD, mas se tem algo que, muito provavelmente, The Last Of Us jamais vai chegar perto é desse poder de chocar o público que a série baseada nas HQs de Robert Kirkman é capaz. 


Eu não sei de onde vem esse desejo insano de acabar com o psicológico dos espectadores que estão torcendo pelos seus personagens mais queridos, mas nesse ponto esses caras estão de parabéns. Que filhos da puta! Passei mais da metade dos episódios quase que literalmente com o cu na mão de aflição.


Na sexta temporada, a máxima de que os zumbis nem de longe são a verdadeira ameaça do mundo pós-apocalíptico é elevada à décima potência com a chegada de Negan e seus asseclas. Que personagem desgraçado! 


Os demais reviews de The Walking Dead você pode ler através dos links abaixo:


Temporada 1

Temporada 2

Temporada 3

Temporada 4

Temporada 5


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NAMASTE!

11 de março de 2023

The Walking Dead temporada 5 feat. The Last Of Us

The Walking Dead 5 Temporada


Por conta do sucesso da série The Last Of Us na HBO e pela espera de uma semana entre um episódio e outro, eu decidi deixar o meu ranço de lado para VOLTAR a assistir The Walking Dead, aproveitando o hype da temática apocalipse zumbi. 

Olha só, vejam vocês!

Eu tinha largado de mão a série da finada Fox por conta da exaustão do tema em si. Quando chegou na quinta temporada, não dava mais para ver nos episódios aquela chama que me fazia assistir com grande interesse todos os domingos a série baseada nos quadrinhos de Robert Kirkman e, por conta disso, parei de acompanhar.

Ironicamente, agora que voltei a assistir religiosamente aos episódios do ponto de onde parei, não é raro me pegar comparando as duas produções — TWD e TLOU — e apontando aquilo que me deixa mais satisfeito — como espectador — em cada uma delas.

As semelhanças, aliás, são várias, mas a disparidade de qualidade entre uma e outra é gritante.

Enquanto falo da quinta temporada de The Walking Dead, farei alguns paralelos entre ela e The Last Of Us.

Sigam-me os bons!

O Terminal

O primeiro episódio da quinta temporada começa exatamente de onde a anterior acabou com os sobreviventes do grupo de Rick Grimes (Andrew Lincoln) se reencontrando no Terminal, lugar que é alardeado como um oásis de salvação no mundo agora povoado pelos “walkers”.

nua pelada bucetinha gostosa delícia xoxota


Tendo aprendido a lição com a falsa receptividade e acolhimento de Woodbury — a cidade criada e dominada pelo Governador (David Morrissey) —, Rick, Michonne (Danai Gurira), Carl (Chandler Riggs) e Daryl (Norman Reedus) decidem inspecionar o local envolto em muros antes de aceitar fazer parte da tal comunidade “paz e amor”.

Ao darem a volta no conjunto de residências e surpreender alguns de seus moradores, Rick logo percebe que há algo de errado com aquelas pessoas e que, além disso, os seus amigos estão correndo risco de morte.

Separados após a debandagem causada pelo ataque brutal do Governador à prisão que eles vinham usando como lar há bastante tempo, os sobreviventes seguem caminhos distintos ao longo da estrada e chegam em momentos diferentes ao Terminal. 

Assim, quando Rick e seu grupo alcançam o local, Glenn (Steven Yeun), Maggie (Lauren Cohan) e Sasha (Sonequa Martin-Green) já foram capturados e estão presos em um contêiner junto dos novos personagens com quem toparam no caminho: Abraham (Michael Cudlitz), Rosita (Christian Serratos) e Eugene (Josh McDermitt).

The Walking Dead 5 Temporada
Os novos integrantes da série, Abraham, Rosita e Eugene


Desarmados e à mercê dos soldados de Gareth (Andrew J. West), o comandante local, Rick e seus amigos não demoram a perceber que a tal comunidade pacífica não passa de uma armadilha para atrair mais pessoas a fim de alimentar os moradores locais.

Pois é.

Gareth e seus colegas são canibais e se alimentam das pessoas que chegam ao Terminal à procura de abrigo e proteção contra os zumbis.

O episódio “When We Are in Need” de The Last Of Us nos apresenta a uma comunidade muito parecida a essa do Terminal de The Walking Dead que também é formada por caçadores que atraem outras pessoas a fim de usá-las como alimento. Na escassez de comida e de recursos mais básicos, os dois grupos se veem tendo que avançar a última linha que os separam da barbárie e passam a comer — literalmente — outras pessoas.

The Walking Dead e The Last of us
Canibais nos dois universos das séries


Num mundo pós-apocalíptico em que os recursos para subsistência são escassos — para não dizer quase inexistentes —, o que nós, como seres humanos, seríamos capazes de fazer para sobreviver?

É um questionamento que ambas as produções levantam e, cada uma com seus argumentos, nos convence a refletir sobre o assunto.

O massacre na igreja

Após serem salvos por Carol (Melissa McBride), Rick e seus amigos voltam a cair na estrada — depois de queimar quase que completamente o Terminal — e se deparam com Gabriel (Seth Gilliam), um padre solitário sem seu rebanho que os vinha espreitando pelo caminho.

The Walking Dead 5 Temporada
O Padre Gabriel na série e nas HQs


Apesar de toda a desconfiança que a figura do religioso acaba inspirando no grupo, eles aceitam segui-lo até a igreja, onde o homem ainda retém um pouco de comida e um teto onde eles podem se abrigar sob.

Ainda com a ideia fixa de seguir viagem rumo a Washington, onde, segundo o problemático Eugene, o Governo americano ainda mantém uma base de onde se pode fazer pesquisas para a cura do Z-Vírus, o esquentado ex-militar Abraham causa uma cisão no grupo, forçando Rick a tomar uma decisão a respeito do destino deles agora que a farsa do Terminal foi desmantelada.

Nesse ínterim, Daryl encontra uma pista que pode conduzi-lo à Beth (Emily Kinney) — que foi sequestrada enquanto os dois lutavam contra zumbis isolados do restante do grupo — e o arqueiro parte com Carol em busca da irmã de Maggie.

Sempre deixando rastros atrás de si e, aparentemente, não tendo aprendido nada com a retaliação do Governador à prisão, Rick é encurralado pelos homens que ele deixou para trás ao queimar o Terminal e que ressurgem em busca de vingança.

Após armar uma situação a fim de atrair o grupo de Gareth para dentro da igreja onde Carl, Gabriel, Bob (Lawrence Gilliard Jr.) e a pequena Judith — a filha de Rick e Lori —estão escondidos, Rick é quem acaba emboscando os sobreviventes do Terminal e dá cabo dos homens de maneira um tanto quanto violenta desta vez.

O hospital

Depois de se livrar do perigo representado por Gareth, Glenn, Maggie e Tara (Alanna Masterson) decidem acompanhar Abraham e Rosita até Washington em busca da cura que, aparentemente, apenas Eugene sabe da existência.

Enquanto isso, Rick, Michonne e os outros decidem ficar na igreja a fim de esperar pelo retorno de Daryl e Carol, que ainda estão na pista de Beth.

Sem que o grupo na igreja soubesse, a filha mais nova do velho Hershel Greene acabou sendo levada para um hospital onde, após se recuperar dos seus ferimentos, passou a trabalhar como enfermeira, sob o comando firme de uma policial chamada Dawn (Christine Woods) e de um cirurgião chamado Steven (Erik Jensen) que salva pessoas em situação crítica que são levadas para o local pelos demais policiais recrutados por Dawn em patrulha pela cidade (entre eles Bob Lamson, interpretado por Maximiliano Hernández, o agente da Hidra Sitwell de Capitão América - O Soldado Invernal).

Apesar de parecer um local seguro, Beth logo descobre que está presa junto daquelas pessoas perigosas e que toda a comida que come é paga pelos seus serviços. Em meio aos corredores do hospital, ela acaba conhecendo o garoto Noah (Tyler James Williams, o Chris, de Todo Mundo Odeia o Chris) e juntos eles começam a arquitetar um plano de fuga.

The Walking Dead 5 Temporada
O Chris, deixado pra trás pela Rochelle e pelo Julius


Sendo ameaçada por um dos policiais e sofrendo os maus-tratos da policial no cargo de chefia, Beth consegue fugir com Noah, mas logo é recapturada. Enquanto o garoto escapa e acaba se encontrando com Daryl e Carol do lado de fora, Beth se vê cada vez mais ameaçada dentro do hospital e as coisas só pioram quando a própria Carol é levada para um dos leitos após ter sido atropelada.

Quando Daryl aciona Rick, eles decidem capturar dois dos soldados de Dawn a fim de barganhar pelas vidas de Beth e Carol, porém, na hora da troca, um acidente acaba ceifando a vida da jovem irmã de Maggie e temos aí um dos episódios mais chocantes e tristes da quinta temporada.

Mano, eu achei que TWD não podia me emocionar mais desse jeito, mas quando o Daryl sai do hospital carregando o corpo da Beth, foi difícil segurar as lágrimas!

The Walking Dead 5 Temporada
O triste destino de Beth


Eugene e a farsa

Enquanto isso, o ônibus da igreja que conduz o grupo de Abraham pela estrada rumo a Washington capota e logo nós somos apresentados à informação — que não surpreende ninguém — de que Eugene NÃO TEM informação privilegiada alguma a respeito de cura e que ele nem mesmo é um cientista de verdade.

Largados no meio do caminho e agora sem rumo, Maggie, Rosita e Glenn são forçados a enfrentar um enraivecido Abraham que não só nocauteia Eugene como também entra em um acesso de fúria por ser agora um homem sem uma missão a cumprir.

Em flashback, é mostrado o passado violento do ex-militar no início da “pandemia”, e nos é revelado que foi em um de seus acessos de raiva que ele acabou ocasionando a morte da sua esposa e dos próprios filhos. Logo depois disso, antes que ele cometesse suicídio, Abraham encontra o Eugene que, com o papo de “cientista salvador”, acaba convencendo o ruivo a ajudá-lo a chegar até Washington.

Adeus, Tyreese

Outro dos episódios mais pesados da temporada ocorre logo após a morte de Beth e é quando aprendemos um pouco mais sobre a máxima “Peter Parkiana” de que “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”.

Em uma missão para levar Noah de volta para casa, honrando um último desejo de Beth, Rick, Michonne e Tyreese (Chad Coleman) aceitam escoltar o garoto até um bairro antes tranquilo onde ele espera reencontrar a mãe e os dois irmãos mais novos.

The Walking Dead 5 Temporada
Tyreese


Quando chegam ao local, no entanto, assim como boa parte do mundo, o condomínio está tomado pelos zumbis e a família de Noah está morta.

Enquanto inspeciona a casa que era do Chris Noah, Tyreese começa a ser infernizado por “fantasmas” das pessoas que morreram recentemente perto dele e que parecem, de alguma forma, estarem ali para lhe passar um recado.

São as figuras do Governador e de um dos capangas de Gareth, no entanto, que mais mexem com a sua mente, já que ambos o fazem lembrar das consequências geradas pela sua clemência para com os inimigos. O capanga havia ameaçado matar a bebê Judith ainda durante os eventos do Terminal e, apesar disso, Tyreese se recusou a matá-lo. Dias depois, esse mesmo capanga retornou com Gareth na emboscada dentro da igreja e isso custou a vida de Bob, de quem os canibais já haviam arrancado uma perna.

Em meio a esses devaneios, Tyreese acaba sendo atacado por um dos irmãos de Noah e tem o braço mordido. Apesar da rápida ação de Rick e Michonne em lhe amputar o membro superior, o grandalhão acaba não resistindo aos ferimentos e parte enxergando as figuras de Beth, Bob e das meninas Lizzie (Brighton Sharbino) e Mika (Kyla Kenedy) — a quem ele e Carol tiveram que sacrificar pela segurança de Judith anteriormente — prontos para conduzi-lo ao infinito e além.

Dois episódios carregados de emoção logo na sequência provando que, apesar do início de temporada fraco e dos argumentos ruins, a série ainda tem a força emocional de antes.   

De volta à estrada

Com o fim da ilusão de que há um lugar seguro em Washington e que é possível encontrar a cura, os sobreviventes voltam a cair na estrada. Porém, agora sem recursos para se manter em pé e sem um teto sobre suas cabeças, eles improvisam um antigo estábulo como esconderijo, quando então são obrigados a enfrentar uma tempestade.

Após sobreviveram a mais esse percalço, Rick e o seu agora ainda maior grupo são abordados por Aaron (Ross Marquand), um rapaz, aparentemente, inofensivo que lhes oferece uma chance de se salvar. Segundo ele, há uma nova comunidade formada a alguns quilômetros de onde eles se encontram e que está aceitando novos membros.

The Walking Dead 5 Temporada
Ross Marquand como Aaron


Enquanto interroga o cara e o força a dar mais informações, Rick descobre que Aaron e o seu parceiro os estiveram vigiando desde a estrada e que esse método faz parte do recrutamento da tal comunidade para novos membros. Afinal, não é qualquer um que merece ser convidado para além dos muros da sua “cidade feliz”.

Bem-vindos a Alexandria

Rick e seu bando são aceitos por Deanna Monroe (Tovah Feldshuh), a mulher que comanda a comunidade conhecida como "Alexandria". Arisco e ainda sofrendo dos traumas causados pelo Terminal — onde ele e seus amigos quase foram servidos num banquete de canibais —, Rick aceita a estadia por ora, enquanto coloca aquilo que agora chama de sua família para espreitar a tal comunidade.

The Walking Dead 5 Temporada


Numa dessas inspeções, Deanna acaba comparando aquilo que eles organizaram por ali como “Comunismo” e é aí que encontramos outro paralelo com The Last Of Us.

No episódio 6, chamado “Kin”, Joel (Pedro Pascal) na companhia de Ellie (Bella Ramsey), enfim, consegue encontrar o seu irmão desaparecido e ele está estabelecido em uma comunidade muito parecida com a que vimos em Alexandria de TWD. Num certo momento do episódio, a personagem Maria (Rutina Wesley) compara a organização que eles têm por ali como um sistema “Comunista” e, para quem estava acompanhando as duas séries ao mesmo tempo, é impossível não fazer esses paralelos de diálogos entre ambas.

The Last Of Us Comunismo

The Last Of Us comunismo
"Vai pra Cuba, comunista!"


É preciso então um apocalipse zumbi para que tenhamos a certeza de que o capitalismo, afinal, não funciona? Ora só, vejam vocês!

The Walking Dead 5 Temporada


Em TWD, apesar de agora terem casa, água quente, eletricidade, muros altos que rechaçam os zumbis e uma aparente segurança que há muito tempo eles não encontravam, Rick e a sua família não parecem satisfeitos com aquela tranquilidade e começam a planejar tomar o lugar, julgando que Deanna não merece o que foi construído ali.

Os entreveros entre os dois grupos não demoram a acontecer e, enquanto Glenn acaba sendo vítima de uma emboscada armada pelo irmão mais velho do Rafael Portugal, Nicholas (Michael Traynor), é Noah quem acaba pagando com a própria vida.

The Walking Dead 5 Temporada


Além dos muros de Alexandria, Rick acaba ficando atraído pela prestatividade de Jessie (Alexandra Breckenridge) e, enquanto começamos a duvidar da idoneidade do nosso “herói” achando que ele vai começar a dar em cima de uma mulher casada, é Carol quem descobre a cruel realidade oculta dentro da casa da loira: Ela é agredida pelo marido Pete (Corey Brill) quase que diariamente e isso causa uma instabilidade emocional em seu filho mais jovem, Sam, que acaba se apegando a Carol no processo.

The Walking Dead 5 Temporada
Rick e Jessie se aproximam


Vale lembrar que esse tema é bastante sensível para Carol, que desde o começo da série era vítima de um marido violento que ameaçava, inclusive, abusar da própria filha Sophia. Quando ela vê a mesma coisa acontecendo com Jessie, rapidamente ela aciona Rick e o manda tomar uma providência quanto ao médico Pete.

Com o pavio aceso, não demora para a casa cair dentro de Alexandria. Enquanto os planos de tomada de Rick são descobertos, Deanna fica entre a cruz e a espada ao se ver forçada a tomar uma atitude quanto ao grupo de Grimes: Expulsá-los para garantir a paz de seus moradores e perder a expertise militar que eles conferem à comunidade ou aceitá-los e ver ruir a civilização que ela tão bem conseguiu construir ao longo de todo aquele tempo?

The Walking Dead 5 Temporada
Deanna peitando Rick


Assim como em The Last Of Us, nós aprendemos em The Walking Dead, em sua quinta temporada, que em um mundo infestado por zumbis as maiores ameaças aos sobreviventes vêm das próprias pessoas e não dos infectados. Nas duas séries os zumbis passam a ser apenas o pano de fundo de uma busca por sobrevivência que depende muito mais de saber se proteger dos seres humanos pensantes do que daqueles que já foram dessa para uma melhor e que andam por aí a esmo em busca de carne fresca.

The Last Of Us está disponível na HBO Max (enquanto ainda tem esse nome) e as 11 temporadas de The Walking Dead podem ser maratonadas pela Netflix.


Review da Primeira Temporada de The Walkind Dead

Review da Segunda Temporada de The Walking Dead 

Review da Terceira Temporada de The Walking Dead (PARTE 1)

Review da Terceira Temporada de The Walking Dead (PARTE 2)

Review da Quarta Temporada de The Walking Dead

Review extra


NAMASTE!

15 de fevereiro de 2023

Conheça as origens de Kang, o Conquistador, vilão dos Vingadores

Conheça as origens de Kang, o Conquistador

Kang, o Conquistador, é um personagem fictício das histórias em quadrinhos da Marvel Comics. Sua primeira aparição foi na revista "Vingadores #8", lançada em 1964. Ele é um vilão que viaja pelo tempo com o objetivo de conquistar e dominar diferentes épocas.

As origens de Kang são um pouco complexas, mas resumidamente, aquela que é considerada a sua primeira versão é Nathaniel Richards, um viajante do tempo  descendente distante de Reed Richards, o Senhor Fantástico do Quarteto Fantástico. Ele nasceu em um futuro distante, onde se tornou um dos governantes do mundo. Para saciar sua sede de poder, já transformado em Kang, usou tecnologia avançada para viajar para o passado e governar outras épocas.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Kang já inspirou muitos heróis da Marvel, incluindo os Vingadores, com quem ele tem uma relação conturbada. Em uma de suas histórias mais memoráveis, "Vingadores Para Sempre", escrita por Kurt Busiek e ilustrada por Carlos Pacheco, Kang tenta mudar o curso da história para que sua versão do futuro seja a única possível.

A história apresenta uma trama complexa e cheia de reviravoltas, mas que é recompensadora para os fãs dos Vingadores e do universo da Marvel Comics. "Vingadores Para Sempre" é uma recomendação para quem quer conhecer sobre Kang, o Conquistador, e mergulhar em uma história épica dos maiores heróis da Terra.

HQs importantes para entender o Kang

"Vingadores: A Cruzada das Crianças" - Kang (em uma de suas versões alternativas, personificado como o "Rapaz-de-Ferro" dos Jovens Vingadores é um dos vilões manipulando os jovens amigos para que eles fiquem contra os Vingadores.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
O Rapaz-de-Ferro e os Jovens Vingadores


"Vingadores: O Ataque dos Zumbis" - Nessa história alternativa, Kang é um dos sobreviventes da invasão zumbi e usa sua tecnologia para tentar salvar a humanidade.

"Vingadores Para Sempre" - Já mencionado anteriormente, essa história épica de Kurt Busiek e Carlos Pacheco apresenta Kang tentando mudar o curso da história para dominar o futuro.

As diferentes versões do Kang

Kang, o Conquistador, é um personagem complexo das histórias em quadrinhos da Marvel Comics, e sua relação com outras figuras importantes do universo Marvel pode ser um pouco confusa para os leitores. Aqui estão algumas informações para ajudar a entender melhor essa relação:

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Kang, o Conquistador, é o alter ego do viajante do tempo Nathaniel Richards, um descendente distante de Reed Richards, o Senhor Fantástico. Nathaniel nasceu em um futuro distante e usou tecnologia avançada para viajar para o passado, onde se tornou Kang, um conquistador que busca governar diferentes épocas.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
Nathaniel Richards


A revelação de que Kang, o Conquistador, é na verdade Nathaniel Richards é um elemento importante do enredo das histórias em quadrinhos da Marvel Comics. Essa revelação é feita pela primeira vez na edição 129 da revista "Os Vingadores", publicada em 1974.

Nessa história em quadrinhos, os Vingadores viajam no tempo até o século 30 para enfrentar Kang. Durante a batalha, descobrem que Kang é, na verdade, Nathaniel Richards, um descendente distante de Reed Richards, o Senhor Fantástico. 

Immortus é uma contraparte de Kang, mas em um estágio mais avançado de sua vida. Ele é uma versão mais velha de Nathaniel Richards, que se tornou o governante do Limbo, uma dimensão temporal. Immortus tem um relacionamento complicado com Kang, que muitas vezes acaba sendo uma ameaça para ele.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
Immortus


Há quem confunda Kang com o Doutor Destino pela leve semelhança das armaduras dos dois. No entanto, eles são personagens diferentes, com motivações e origens distintas. Em uma das suas inúmeras versões, é dito que o visual de Kang foi criado em uma história do Quarteto Fantástico, quando então o viajante do tempo acabou topando com o próprio Victor Von Doom.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Embora todos esses personagens tenham em comum a habilidade de manipular o tempo e o espaço, cada um deles tem sua própria personalidade e motivações. A relação entre eles é muitas vezes complicada e pode envolver alianças temporárias ou conflitos diretos. Compreender a diferença entre esses personagens é fundamental para entender as histórias em que eles aparecem.

A revelação de que Kang é Nathaniel Richards é um elemento importante na construção da história do personagem, e tem sido explorada em diversas histórias desde então. Ela permite que os roteiristas explorem a relação de Kang com os personagens do Universo Marvel de maneiras mais profundas, ao mesmo tempo em que adiciona uma camada de mistério à sua personalidade.

Versão para o cinema

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Embora o personagem esteja fazendo a sua primeira aparição nas telas do cinema em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, uma das versões de Kang já deu as caras na primeira temporada de Loki, a série da Disney +.

Vivido pelo ator Jonathan Majors (de Lovecraft Country e que também estará em Creed III), Kang promete ser O grande vilão da quinta fase do MCU, algo que o Thanos desempenhou muito bem nas três primeiras fases do estúdio. 

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
Jonathan Majors


Cheio de camadas a serem exploradas — em especial, a manipulação do multiverso —, o personagem criado nos anos 60 pela dupla Stan Lee e Jack Kirby tem tudo para ser o principal adversário dos heróis Marvel nas fases vindouras do estúdio. A questão é se vão saber trabalhar com ele. 

Fica a nossa torcida.

Vingadores Para Sempre pode ser adquirida através do link abaixo (CLICA NA IMAGEM). Em termos de detalhamento do personagem Kang, é uma das mais completas obras produzidas ao longo dos seus quase 60 anos de existência!


Vingadores para Sempre


NAMASTE!

3 de dezembro de 2022

O Casamento de Alice Dreame Review

 
O casamento de Alice

Resenha - O Casamento de Alice

Luciano Lauder é um charmoso e poderoso empresário acostumado a ter tudo aos seus pés na hora que ele quer. Experiente em gerenciar pessoas, é o diretor do Grupo Lauder que lida com diversas áreas de construção — sobretudo a de hotelaria.

Apesar da óbvia facilidade em arranjar companhia feminina para passar o tempo após o trabalho, o bon vivant acaba se vendo num dilema quando é convidado para o casamento da própria irmã, a Alice do título.

Após ser chantageado pela filha de um parceiro comercial que o quer conduzir ao altar forçadamente, ele se recusa a aparecer sozinho na cerimônia a fim de evitar maiores constrangimentos — e para afastar de vez a moça com quem não quer qualquer ligação. É aí que começam os seus problemas.

Sem opções disponíveis de alguém suficientemente apresentável com quem possa comparecer ao matrimônio, quem poderia atender a todos os pré-requisitos do exigente CEO e servir como a sua acompanhante ideal na tão esperada data?

A resposta para essa pergunta nos é dada logo nos primeiros capítulos de “O Casamento de Alice” quando somos apresentados, então, à simpática e pragmática Juliana, a segunda secretária administrativa do “Todo Poderoso” senhor Luciano.  

Além de assistente da veterana dona Marlene — a secretária principal do escritório —, Juliana é também uma aplicada e competente estudante carioca de Direito que está em busca de constante qualificação para que possa exercer com competência a profissão para a qual está se preparando há anos.

Logo de cara, o leitor é envolvido pelo carisma da personagem que reveza a narrativa com Luciano — ambos conduzindo a história em primeira pessoa — e é impossível não se encantar pela moça com as suas observações sempre sagazes e bem-humoradas durante os capítulos detalhados por ela.

Em paralelo à toda a segurança demonstrada por Luciano em seu “Olimpo particular”, nós somos trazidos para o “mundo dos mortais” pelo cotidiano simples da secretária que, tal qual uma trabalhadora provinciana — ou proletária, como ela mesma se define a certo ponto —, enfrenta os perrengues do dia-a-dia como filas, atrasos, falta de transporte nos momentos mais improváveis e etc.

Apesar de todo o clima “proletariado” em que vive, Juliana é uma mulher muito decidida e aplicada no campo profissional, o que a engrandece como figura humana — e como personagem —, mas que acaba criando todos os empecilhos nunca antes imaginados para o sempre confiante senhor Luciano.

Quando o empresário aceita a sugestão da dona Marlene de convidar a jovem funcionária para ser a sua acompanhante no casamento — onde a moça vai fingir ser a sua namorada — com base em um contrato jurídico muito bem embasado — com cláusulas que evitam contatos físicos desnecessários durante os quatro dias da cerimônia —, Luciano enfrenta bastante resistência de Juliana que, em defesa dos próprios princípios, não quer ser vista como um “produto numa prateleira” e nem ser encarada como um objeto que pode ser usado e descartado pelo chefe.

Desta forma, o que parece um simples contrato especial de trabalho para ele acaba se tornando um empecilho aos seus planos, e é esse impasse que torna as coisas indubitavelmente interessantes ao longo dos primeiros vinte capítulos do livro.

A escrita

O Casamento de Alice é todo escrito pelo ponto de vista dos dois personagens centrais — Luciano e Juliana — e é interessante frisar que essa dualidade entre eles é a grande cereja do bolo do livro uma vez que o contraste preciso entre os dois mundos retratados — o do chefe e o da empregada — faz com que o leitor se torne cada vez mais interessado em continuar acompanhando a narrativa.

“Será que ela vai aceitar o contrato?”

“Como vai ser o relacionamento dos dois na hora da cerimônia?”

“A Juliana vai cometer alguma gafe?”

“O Matheus vai estragar tudo querendo ir cedo demais ao pote?”

São algumas das questões levantadas enquanto lemos ansiosamente o texto.

Permeada por uma escrita muito refinada com um sem-número de jargões próprios da área jurídica e empresarial inseridos na narrativa — e para quem não manja muito de “juridiquês” vale algumas pausas para consultar o Google! — O Casamento de Alice mostra grande preparo da autora a respeito do assunto proposto e dá um delicioso tom de realidade ao que está sendo lido.

Mesmo superficialmente, o leitor é capaz de perceber que há uma base para o que é apresentado a respeito do campo profissional tratado nas páginas, e isso causa uma imersão ainda maior no texto.

A ambientação do Rio de Janeiro, as locações visitadas por Juliana e a amiga Renata no entorno do prédio da Lauder e os lugares em que Luciano e o irmão Matheus passeiam também são bastantes críveis para a construção de cenário — assim como para o imaginário do leitor — e, mesmo quem é de fora do estado e nunca o visitou na vida se sente familiarizado por conta da segurança da descrição desses ambientes.

Além do conhecimento de causa de quem escreve pelo campo profissional da coisa — a Administração e o Direito —, uma das questões que mais chama a atenção durante a narrativa é a maturidade em lidar com certos temas que é transmitida pela autora através dos seus personagens.

É muito comum vermos em livros que retratam relacionamentos pessoais aquela superficialidade que faz com que tudo se resuma muito rapidamente a sexo, mas em O Casamento de Alice — embora nele também haja espaço para questões que envolvem sexo — o que realmente conta é o envolvimento desses personagens ao longo de toda a jornada do seu desenvolvimento.

Diferente de outros livros em que esse tema é retratado de maneira escrachada e, por vezes, superficial, em O Casamento de Alice a espera pelo desenrolar do ato em si é que faz valer a pena a leitura de cada capítulo. O texto é escrito para ser digerido com parcimônia e sem qualquer pressa. Assim, é extremamente prazeroso acompanhar os caminhos que conduzem a um fatídico relacionamento futuro entre Luciano e Juliana, dando a quem está do lado de cá uma experiência semelhante a quem acompanha de perto uma novela ou uma série esperando que o casal de protagonistas fique, enfim, juntinhos.

Se é que vão…

(Espera… Eles vão, né?)

As referências pessoais da autora Valéria Férris com relação a Cultura Pop também são um caso à parte, uma vez que são citadas de maneira muito casual, em geral, pelos pensamentos da personagem Juliana. Muitas delas têm a ver com o ambiente de advocacia a que ela está inserida e, outras, são apenas para embasar a personalidade das criações de Férris — destaque para a citação de o “Auto da Compadecida”, o filme dirigido por Guel Arraes baseado no texto de Ariano Suassuna.

O grande diferencial de Juliana para as demais mocinhas sempre virginais e inocentes de outros livros é a sua segurança quanto ao seu papel como mulher. Ela se autodeclara feminista durante o texto e deixa claro com a sua postura firme que não quer servir de troféu para homem nenhum, nem tampouco ser usada como estepe ou acabar descartada na manhã seguinte por algum machista idiota.

Ainda em comparação às outras personagens de livros com gêneros semelhantes ao de O Casamento de Alice, é importante pontuar que a Juliana de Valéria Férris é uma mulher objetiva que não está disposta a ficar com qualquer cara que lhe tenta ganhar na conversa — o que fica claro quando ela se sente ofendida pela cantada do amigo de Luciano, Jonas, pouco depois de ela se destacar como assistente jurídica do empresário, entendendo aquilo como um empobrecimento da sua competência profissional — e que ela se mantém firme mesmo quando as tentações a cercam.

Ao longo da narrativa, é dito que ela tem um certo fraco com bebida alcoólica, mas mesmo quando é quase embebedada pelos irmãos Lauder após uma comemoração da empresa, Juliana resiste firmemente aos encantos de Matheus — que fica de olho na moça desde o primeiro instante —, mesmo depois de ficar interessada fisicamente por ele. Isso também prova a sua firmeza de caráter.

Há no texto um passado não explorado da vida da moça a respeito de um ex-namorado (Noivo? Marido? Peguete?) que torna a sua dedicação à profissão maior do que qualquer envolvimento amoroso que ela possa ter depois disso e, apesar de ela o achar atraente — não tanto, talvez, quanto a sua amiga Renata o acha! —, até antes do casamento de Alice, fica bem explícito que a nossa “Ju” não pretende ter qualquer ligação amorosa com o senhor Lauder. A cláusula contratual a respeito da “não troca de fluidos corporais” imposta por ela mesma é bem específica e prevê multa em caso de descumprimento.

Aqui também vale a nota da comparação que Juliana faz do seu “contrato especial de trabalho” para ser a acompanhante do chefe com o contrato lido e assinado — no escuro — pelos personagens centrais de “Cinquenta Tons de Cinza” e todo o absurdo da situação retratada no livro/filme.

O casamento de Alice


Data Venia

O Casamento de Alice” é um delicioso romance de situação que não entrega de bandeja aquilo que o leitor ávido por eventuais relacionamentos carnais está esperando, mas que o presenteia, em vez disso, com uma narrativa madura e coesa recheada de diálogos apaixonantes que dão todo o clima proposto desde o início por sua autora.

É impossível ficar indiferente a qualquer um dos personagens, e até mesmo os coadjuvantes têm o seu destaque em um ou outro capítulo.

A Juliana construída pela narrativa não só conquista o leitor já na sua apresentação — quando ela gela só em pensar que vai ser demitida sem qualquer razão — como também o mantém na torcida por ela até o fim. Nós nos tornamos paternais querendo que o insistente Ricardo fique longe da nossa heroína — um “não” é sempre um “não”, amigo! —; nós torcemos para que o Jonas tome logo um fora para largar a mão de ser ousado; nós rezamos para que o Matheus não avance o sinal e não estrague o plano do irmão — embora tenha um lado nosso que torce para que a nossa mocinha continue encantando a todos por onde passa — e, claro, nós esperamos que o coração frio do “Todo Poderoso homem-de-gelo” se derreta não só pelo calor de Angra dos Reis, mas também pelo charme indiscutível da bela Juliana.

P.S. Este quem vos escreve leu até o capítulo XXI e está morrendo de curiosidade para saber o que vai acontecer no tão falado casamento!


NAMASTE!

31 de outubro de 2022

O Crime da Rapieira | Book Trailer [ATUALIZADO]

O Crime da Rapieira | Book Trailer

O Crime da Rapieira


Para comemorar a vindoura chegada às prateleiras do romance físico que é a sequência do título em questão, foi lançado um book trailer exclusivo de "O Crime da Rapieira", o thriller escrito por Rod Rodman em 2019 e que ganhou as plataformas digitais em 2020 (primeiro no Wattpad).




O ebook está disponível nas plataformas Kindle. O link está logo abaixo:

Kindle:



Sinopse:

"Sara Jane e Cássia Mendes são duas estudantes universitárias de jornalismo jovens e extrovertidas que estão aproveitando um dia de folga para dançar e se divertir em uma comemoração entre amigos.
 
A mansão da rica família Telles de Mendonça é o palco de uma festa à fantasia ciceroneada por sua filha Regiane, colega de turma das duas belas visitantes, e tudo está correndo bem, até que um crime nas dependências da residência abala todos os convidados.
O aluno de publicidade Jonathan Braga é encontrado morto dentro da despensa da casa e agora todos são suspeitos.

Assoladas pelo crime brutal, Sara e Cássia decidem usar os seus recém-adquiridos conhecimentos jornalísticos para investigar aquele caso por conta própria e assim, ajudar a polícia a levar o assassino à justiça. Mas em meio a vários convidados que transitavam livremente nas dependências da mansão, quem teria motivo para dar cabo do estudante de maneira tão perversa?

'O Crime da Rapieira' é um thriller romanceado que homenageia grandes autores brasileiros do gênero como Rubem Fonseca e Marcos Rey, além de beber bastante na fonte de filmes policiais e de investigação jornalística. Mergulhe de cabeça no enredo cativante do livro e descubra também a resposta para a pergunta que não quer calar, afinal, quem matou Jonathan Braga?" 

NAMASTE!

29 de março de 2022

O adeus a Taylor Hawkins

Homenagem do Rodman Taylor Hawkins


A primeira vez que soube da existência do Foo Fighters foi em uma matéria da revista Placar, lá no final dos anos 90, e eu nunca tinha ouvido falar dos caras.

A tal matéria era sobre jogadores de futebol que curtiam Rock e que tiravam um som de vez em quando nos vestiários de seus respectivos times. Cada um era entrevistado pela revista e sugeria uma banda ou uma música que estivesse curtindo naquele momento. 

O então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, foi quem mencionou o Foo Fighters e se disse um grande fã de Dave Grohl desde a época do Nirvana.  

Eu não tinha acompanhado a carreira do Nirvana ou sequer sabia que seu vocalista tinha se suicidado há poucos anos, por isso, ignorei o fato de que Grohl era um dos remanescentes daquela que tinha sido uma das bandas grunges de maior influência no mundo naquela década.

Como são-paulino, é óbvio que dei o maior valor à sugestão do cara que era um dos jogadores mais importantes do clube para a qual eu torcia, e passei a prestar mais a atenção no Foo Fighters quando tocava nas rádios, seja na Transamérica, a Jovem Klan Pan ou a 89 FM, que eu estava começando a gostar de ouvir. 

"Learn To Fly" foi um dos primeiros sucessos da banda que curti e depois disso, não parei mais de acompanhar a carreira dos caras liderados pelo Dave Grohl.

O meu segundo momento com o Foo Fighters aconteceu já nos primeiros anos da década de 2000. O acesso à internet era bastante escasso, a gente não tinha celular, o Spotify nem sonhava em existir, mas um amigo meu do curso técnico — alô, Rafa! — me mostrou um vídeo em que Dave Grohl e um sujeito loiro e magrelo tocavam bateria simultaneamente na introdução da música "My Hero". 

O baterista loiro magrelo era, obviamente, Taylor Hawkins e aquela foi a primeira vez que assisti ao cara detonando em seu instrumento, ao lado de um dos maiores instrumentistas do mundo, o senhor Dave Grohl. 



Eu esqueço de coisas que fiz há menos de duas horas, tenho dificuldade de me lembrar nomes de pessoas que acabei de conhecer, mas existem momentos da juventude — em sua maioria banais — que jamais saem da memória.

Eu lá na casa do meu colega de curso, acompanhado de mais uns dois ou três moleques, assistindo pelo computador a apresentação de Dave e Taylor dividindo a bateria ao som de "My Hero" é um desses momentos fixados eternamente na minha mente. 


Homenagem do Rodman Taylor Hawkins


No último dia 25, Taylor Hawkins foi encontrado sem vida em seu quarto de hotel em Bogotá, na Colômbia, apenas um dia antes da apresentação do Foo Fighters em um festival local. 

Recentemente, o laudo médico apontou várias substâncias em seu corpo como antidepressivos e opioides, o que, provavelmente, deve ter causado a sua morte por uma possível overdose. 

O Foo Fighters estava em uma turnê pela América Latina, ia se apresentar no Brasil em poucos dias e por conta do falecimento de seu baterista, precisou cancelar todos os shows.

Ainda é cedo para afirmar qualquer coisa, mas com a passagem de Hawkins, é bem possível que o fim prematuro do Foo Fighters também tenha sido declarado. 

Como disse anteriormente, o líder da banda, Dave Grohl, já tinha sido obrigado a encarar a morte de um amigo de trabalho com o suicídio de Kurt Cobain em 1994. A criação do Foo Fighters era uma espécie de "precisamos seguir em frente" e nas mais de duas décadas desde a sua formação, é bem óbvio que Grohl ainda tinha muito a mostrar para o público. Ele não era nem de longe "apenas" o baterista carismático do Nirvana. O cara é, em essência, um showman e no palco, dividiu por anos esse "peso" com Hawkins, que era o seu "escada".

Para o meu azar, apesar do Foo Fighters ser a minha banda favorita, eu jamais consegui ir a um show dos caras, mas mesmo pelas apresentações deles disponíveis na internet, era impressionante notar a sinergia que existia entre o cara mais à frente do palco e o que ficava mais ao fundo. 

Em todos os shows, Grohl dava espaço para que Hawkins assumisse os vocais, trocando de lugar com o amigo. Em geral, ele cantava músicas do Queen, do Kiss ou qualquer banda que quisesse homenagear. 

A troca que havia entre os dois — mais até que os demais componentes da banda — era algo difícil de ver em outros conjuntos. Hawkins tinha assumido a bateria de um grupo em que o, agora vocalista, tinha sido simplesmente O MELHOR naquela categoria e não parecia nem um pouco receoso com isso. Pelo contrário. O poder que Hawkins exalava segurando as suas baquetas era algo de mágico.

Aos 50 anos, Taylor Hawkins se junta a mais uma porção de estrelas do Rock que vimos partir cedo demais nos últimos anos. Chester Bennington. Chris Cornell. Scott Weiland. Chorão.

Assim como Hawkins, todos eles ainda tinham muito para nos presentear, mas agora tudo que nos resta é homenageá-los sem parar, ouvindo suas músicas, prestigiando seu enorme talento e agradecendo por eles um dia terem existido. 

Nas últimas apresentações do Foo Fighters, incluindo a que eles fizeram no Lollapalooza do Chile, Taylor Hawkins vinha sempre apresentando músicas do Queen em seu momento solo diante da plateia, mas o meu som preferido com ele nos vocais é "Cold Day In The Sun" do álbum Skin And Bones de 2006. Sempre adorei a energia que essa versão quase acústica apresenta e a voz rouca de Hawkins combina com todo o conjunto instrumental à sua volta.

No vídeo da música, a gente consegue ver um pouco da parceria que havia entre Dave e Taylor. 



E esse conjunto de cordas maravilhoso que acompanha? Muito bom.

Perdi as contas de quantas vezes cantei essa música no banheiro durante o banho. Foda demais!

Numa madrugada melancólica dessas de começo de ano — que têm sido mais comuns do que eu gostaria — parei para assistir a um show do Foo Fighters na íntegra disponível no Youtube e me peguei cantando TODAS as músicas que eles apresentaram. Mesmo o Aerosmith, que foi a banda que me ensinou a curtir Rock — e que assisti ao vivo num show de arena em 2010 — tem um repertório 100% conhecido por mim, mas com o Foo Fighters é outra história.

Essa apresentação em Los Angeles marca o retorno aos palcos após a pandemia de Covid-19 e os caras estão em polvorosa durante todo o show. Hawkins canta "Somebody To Love" do Queen em seu momento solo e como era de praxe, levantou a plateia em sua homenagem a Freddie Mercury. Começa aos 1:32:37 do vídeo abaixo.



Têm sido anos muito difíceis para mim e poucas coisas ainda me sustentam. Eu diria que a música é um ponto de equilíbrio em minha vida e eu gosto de usar o Rock para me tirar um pouco da tristeza. O som do Foo Fighters faz parte dos melhores momentos que já vivi nesses trinta anos e blau, e com certeza, a morte de Taylor Hawkins vai sepultar também algumas dessas boas lembranças. 

Se existe uma Criatura Superior a olhar para esse mundo caótico, que Ela conforte os entes queridos do baterista e também os seus companheiros de banda. Os últimos dias não devem ter sido fáceis a nenhum deles, assim como não têm sido para os fãs.

Descanse em paz, Taylor Hawkins. Você ERA FODA!


P.S - Difícil se concentrar só na banda com aquela backing vocal loira lá atrás, mas esse show que inseri no post é espetacular e para quem é fã como eu, vale as duas horas e blau que dura. Tem os sons clássicos do grupo e todas as novas músicas que a banda lançou nos últimos meses, incluindo os covers do Bee Gees que ficaram do caralho na versão Foo Fighters.


P.S. 2 - Difícil saber o que realmente aconteceu na noite que Taylor morreu ou a razão de haver tantas drogas em seu organismo, mas é perfeitamente compreensível o fato de que famosos ou não, ricos ou não, estamos todos vulneráveis às nossas dores e suscetíveis a nossos demônios internos, seja em maior ou menor intensidade.

NAMASTE!  

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