19 de abril de 2010

Review: Crise nas Duas Terras

Uma coisa nem o marvete mais xiita pode negar: A DC comanda o universo das animações!

Por mais fraco que seja o roteiro das histórias (e isso acontece raramente) a qualidade das animações da DC é inegavelmente excelente. Em pleno século XXI, onde as animações digitais e os filmes em 3D parecem ser o futuro do entretenimento visual, os bons e velhos desenhos em 2D ainda possuem seu charme.

Liga da Justiça: Crise nas Duas Terras não é a melhor das animações da DC, mas possui um ritmo alucinante, além de ótimos diálogos e boas lutas, que aliás, é o carro-chefe do longa.

Na história, um Lex Luthor de uma das Terras Paralelas (no Universo DC existem várias Terras além da nossa) vem para nosso universo pedir a ajuda da Liga da Justiça para deter o Sindicato do Crime, uma espécie de versão maligna da própria Liga. Dotado de uma armadura dourada cheia de surpresas e um aparelho que o torna capaz de viajar entre as Terras Paralelas chamado gatilho quântico, Luthor não é só mais um careca inteligente nessa versão. Muitas vezes ele sai para a briga e possui seu próprio campo de força, o que explicaria como ninguém pensou em atingi-lo na cabeça, o único local onde ele não tem proteção.

Todas as características principais dos personagens da Liga que já conhecemos no excelente desenho da Liga da Justiça Sem Limites e também nos quadrinhos estão presentes. O Batman sisudo e desconfiado, o Superman escoteiro, a Mulher Maravilha corajosa e o Flash engraçadinho.

No elenco há apenas uma alteração: Hal Jordan no lugar de John Stewart como o Lanterna Verde. Essa mudança não muda em nada o tom da ação da Liga que continua focada na Trindade da DC, Superman, Batman e Mulher Maravilha, mas deixa o detentor do anél meio de escanteio. O Caçador de Marte (o eterno Ajax) até ganha um mote romântico no meio da história, mas dos seis membros, o com menos destaque é mesmo o Lanterna Verde, o que é curioso, já que Jordan nunca foi um mero coadjuvante da Liga. Menos poderoso do que de costume, ele chega a levar uma surra de um "Homem-Feito" (pseudônimo ridículo), um dos capangas da "família" da Super-Mulher.

No universo paralelo de Luthor ele próprio é o herói, enquanto a função de querer dominar o mundo fica por conta do Sindicato do Crime. Cada um dos membros encabeça uma espécie de família formada por supervilões, como na máfia, e logo que a Liga da Justiça chega a esse universo, auxiliados por Luthor, os heróis são obrigados a enfrentar a “família” do Coruja, a contraparte do Batman. A velha máxima de que quando dois ou mais heróis se encontram eles devem brigar sem motivo aparente funciona muito bem no desenho. A porradaria come solta em várias cenas, e descobrimos cedo o que aconteceria se o Superman enfrentasse a Mulher Maravilha (a Super-Mulher do Sindicato) ou o Batman (Coruja).

O enredo segue uma linha tênue: o Sindicato liderado pelo Ultraman (o Superman malvadão) quer expandir seus domínios e conquistar outras Terras utilizando o gatilho quântico de Luthor, enquanto o Coruja secretamente, com ajuda da Super-Mulher tem seus próprios planos: Encontrar a Terra-Prime (na teoria a primeira Terra que existiu a que originou todas as outras), plantar nela uma bomba e destruir todos os universos (!).
Pois é, esse é o momento em que a animação se enfraquece com esse enredo meia-boca, mas até chegar ao confronto definitivo entre a Liga e o Sindicato, somos presenteados por belíssimos momentos como a briga da Mulher Maravilha e a Super-Mulher, com direito a golpes de UFC por parte de Diana, a luta entre Batman e Coruja, onde vemos o morcego levando uma surra (e essa não é a única que ele leva) e a disputa super veloz entre Flash e Johnny Quick. Como sempre acontece nas animações da DC, as cenas de ação são os pontos altos, e dá pra sentir no queixo cada porrada desferida.

A Marvel bem que podia aprender com a DC como fazer desenhos, pois a Casa das Idéias sofre com essa dificuldade de emplacar um longa animado que seja.

Crise nas Duas Terras não é fenomenal, mas é uma ótima fonte de diversão durante uma hora e treze minutos.


Nota: 8



NAMASTE!

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