Minha vida social anda mais lenta do que o Windows 98, por isso só agora encontrei algo que valesse a pena compartilhar no meu já tão combalido Blog.
Em plena Segunda-Feira, véspera de feriado decidi encarar uma fila considerável no cinema para conferir a mais nova película de terror em cartaz, a tão aguardada sequencia do excelente REC, filme espanhol lançado em 2007.
Filme de terror só tem graça de se ver se for bem acompanhado, por isso levei minha namorada para pular na poltrona comigo com os sustos que eu esperava tomar durante a sessão. Estou esperando pelos sustos até agora.
Pra quem ainda não sabe, o primeiro filme conta a história de uma equipe de TV que acompanhando um dia ao lado do Corpo de Bombeiros da cidade acaba sendo levada até um prédio onde um estranho pedido de socorro é emitido. Enquanto atende a emergência, a equipe de TV se vê presa dentro do prédio junto aos Bombeiros sem entender exatamente que tipo de emergência ocorre por ali. Daí pra frente uma sequencia de fatos bizarros se sucedem levando os personagens e os espectadores a crerem que aquele pacato prédio está infestado de zumbis mortos-vivos.
De original (mas nem tanto assim) o filme trás principalmente a tomada em primeira pessoa. A câmera funciona como nossos olhos e isso faz com que os sustos tenham mais propriedade sempre que um zumbizão surge do nada diante da lente. Devo admitir que fui surpreendido várias vezes na sala de casa e que o suspense pela espera do que vai entrar por aqueles corredores escuros do prédio espanhol todas as vezes que a câmera se vira foi pra lá de interessante. Algo assim só tinha visto em A Bruxa de Blair, que também é um ótimo filme, mesmo que tenha um final em aberto que até hoje me intriga, e exatamente por isso criei uma expectativa alta para REC 2.
A história do segundo filme se passa 15 minutos após o fim do primeiro - é a sequencia mais imediata que já vi para um filme!- e as cenas iniciais só fazem sentido para quem assistiu ao primeiro filme. Quem estava na sala de projeção caído de paraquedas sem ter visto REC 1 provavelmente não entendeu nada, mas o desenrolar do enredo se torna até simplista demais posteriormente o que acaba descartando a necessidade de ter visto o anterior.
Nessa sequencia, de imediato, não vemos nenhum dos personagens já conhecidos na primeira parte da história e são inseridos novos elementos como um fiscal sanitário (que mais tarde descobrimos se tratar de um padre), três soldados de uma espécie de SWAT latina e o pai da pequena Jennifer (a menina que estava com amidalite), que nos é apresentada em REC 1. As câmeras que funcionam como nossos olhos agora, estão fixadas nos capacetes dos soldados que filmam tudo logo que entram no prédio a fim de descobrir porque perdeu-se o contato com os sobreviventes há quinze minutos (lembrando que no filme anterior já havia entrado no prédio um agente de saúde e que dizia-se que o isolamento do local havia sido pela desconfiança de uma contaminação que ocorria ali).
Não se passam nem 20 minutos de projeção e o mundo dos soldados vem abaixo quando eles descobrem que há naquele prédio muito mais do que contaram a eles antes de entrarem. Um deles é atacado e mordido por um "morto-vivo" e seguem-se cenas pra lá de entediantes com uma carga dramática bem falsa a nível novela mexicana por parte dos soldados canastrões. Os companheiros do infectado se desesperam e cobram o falso agente sanitário que enfim revela (de forma rápida e sem graça) qual é sua verdadeira missão ali: achar uma amostra de sangue original da primeira pessoa infectada para se criar um antivirus antes que ele (o vírus) saia daquele prédio.
Não há chance para que nos apeguemos a nenhum dos personagens principais, diferente do que acontece com a repórter vivida pela atriz Manuela Velasco em REC 1. O padre se mostra sensato em só sair dali com uma amostra de sangue do qual ele se incumbiu de apanhar, mas sua missão não o torna o mais simpático dos personagens. Na verdade em certo ponto a gente até torce para alguém matá-lo logo, já que sua presença ali é o que impede que os demais saiam do prédio cheio de zumbis possuídos. Os três soldados tampouco mostram qualquer carisma, o que igualmente nos faz desejar que alguém alivie logo seu sofrimento. Em certo momento eu mesmo proferi: "Esse filme não vai durar muito, eles vão morrer logo.", mas ele durou um pouco mais do que eu imaginei.
Pra resolver essa falta de personagens carismáticos, eis que surgem os elementos que nunca faltam em um filme de terror: adolescentes. Repentinamente começamos a ver um outro lado da história, o de fora para dentro, e três jovens curiosos entram no prédio por um local nada peculiar: o escoamento de esgoto. Munidos de uma câmera (REC ² não nos deixa de fora da ação nunca) eles adentram o prédio sem a menor noção do que se passa ali e são jogados imediatamente no fogo cruzado entre um bombeiro e os zumbis. Quando eles percebem no que se meteram já é tarde demais e eles assim como os demais "visitantes" começam a lutar por sobrevivência, tentando impedir que dentes infectados se cravem em seus pescoços.
As reviravoltas no roteiro são pequenas, mas a missão do filme que é causar medo não se cumpre mais como seu antecessor. Em nenhum momento me assustei com os possuídos e as únicas cenas impactantes do qual me lembro são os infanticídios cometidos pelo padre (amém!) no decorrer da fita. Algumas cenas são bem previsíveis até, os sustos quase podem ser antecipados um ou dois minutos antes e nem mesmo o efeito "câmera na mão" parece mais tão inovador. O filme se desenrola quase como um grande mais do mesmo, e fora a cena final, quase todo o resto já parece que foi visto anteriormente. Não chega a se tornar enfadonho, mas também não nos apresenta grandes novidades, exceto talvez, a morte de uma das antigas moradoras (a mãe da Jennifer, agora zumbi) com fogos de artifício e a própria origem dos zumbis, que na verdade não são zumbis, nem mortos-vivos. As pessoas "desestabilizadas emocionalmente e fora de si" (para não ofender) são na verdade possuídos, como o subtítulo do filme entrega. Por outro lado essa premissa é intrigante já que os criadores do filme, Jaume Balagueró (que também assina a direção) e Paco Plaza tentam nos passar de que não há infecção virótica. Se aquelas pessoas não estão infectadas por um vírus propriamente dito e sim "endemoniadas", como o padre diz precisar de uma amostra de sangue para criar um... antídoto? Eu diria que isso é um furo de roteiro.
Em plena Segunda-Feira, véspera de feriado decidi encarar uma fila considerável no cinema para conferir a mais nova película de terror em cartaz, a tão aguardada sequencia do excelente REC, filme espanhol lançado em 2007.
Filme de terror só tem graça de se ver se for bem acompanhado, por isso levei minha namorada para pular na poltrona comigo com os sustos que eu esperava tomar durante a sessão. Estou esperando pelos sustos até agora.
Pra quem ainda não sabe, o primeiro filme conta a história de uma equipe de TV que acompanhando um dia ao lado do Corpo de Bombeiros da cidade acaba sendo levada até um prédio onde um estranho pedido de socorro é emitido. Enquanto atende a emergência, a equipe de TV se vê presa dentro do prédio junto aos Bombeiros sem entender exatamente que tipo de emergência ocorre por ali. Daí pra frente uma sequencia de fatos bizarros se sucedem levando os personagens e os espectadores a crerem que aquele pacato prédio está infestado de zumbis mortos-vivos.
De original (mas nem tanto assim) o filme trás principalmente a tomada em primeira pessoa. A câmera funciona como nossos olhos e isso faz com que os sustos tenham mais propriedade sempre que um zumbizão surge do nada diante da lente. Devo admitir que fui surpreendido várias vezes na sala de casa e que o suspense pela espera do que vai entrar por aqueles corredores escuros do prédio espanhol todas as vezes que a câmera se vira foi pra lá de interessante. Algo assim só tinha visto em A Bruxa de Blair, que também é um ótimo filme, mesmo que tenha um final em aberto que até hoje me intriga, e exatamente por isso criei uma expectativa alta para REC 2.
A história do segundo filme se passa 15 minutos após o fim do primeiro - é a sequencia mais imediata que já vi para um filme!- e as cenas iniciais só fazem sentido para quem assistiu ao primeiro filme. Quem estava na sala de projeção caído de paraquedas sem ter visto REC 1 provavelmente não entendeu nada, mas o desenrolar do enredo se torna até simplista demais posteriormente o que acaba descartando a necessidade de ter visto o anterior.
Nessa sequencia, de imediato, não vemos nenhum dos personagens já conhecidos na primeira parte da história e são inseridos novos elementos como um fiscal sanitário (que mais tarde descobrimos se tratar de um padre), três soldados de uma espécie de SWAT latina e o pai da pequena Jennifer (a menina que estava com amidalite), que nos é apresentada em REC 1. As câmeras que funcionam como nossos olhos agora, estão fixadas nos capacetes dos soldados que filmam tudo logo que entram no prédio a fim de descobrir porque perdeu-se o contato com os sobreviventes há quinze minutos (lembrando que no filme anterior já havia entrado no prédio um agente de saúde e que dizia-se que o isolamento do local havia sido pela desconfiança de uma contaminação que ocorria ali).
Não se passam nem 20 minutos de projeção e o mundo dos soldados vem abaixo quando eles descobrem que há naquele prédio muito mais do que contaram a eles antes de entrarem. Um deles é atacado e mordido por um "morto-vivo" e seguem-se cenas pra lá de entediantes com uma carga dramática bem falsa a nível novela mexicana por parte dos soldados canastrões. Os companheiros do infectado se desesperam e cobram o falso agente sanitário que enfim revela (de forma rápida e sem graça) qual é sua verdadeira missão ali: achar uma amostra de sangue original da primeira pessoa infectada para se criar um antivirus antes que ele (o vírus) saia daquele prédio.
Não há chance para que nos apeguemos a nenhum dos personagens principais, diferente do que acontece com a repórter vivida pela atriz Manuela Velasco em REC 1. O padre se mostra sensato em só sair dali com uma amostra de sangue do qual ele se incumbiu de apanhar, mas sua missão não o torna o mais simpático dos personagens. Na verdade em certo ponto a gente até torce para alguém matá-lo logo, já que sua presença ali é o que impede que os demais saiam do prédio cheio de zumbis possuídos. Os três soldados tampouco mostram qualquer carisma, o que igualmente nos faz desejar que alguém alivie logo seu sofrimento. Em certo momento eu mesmo proferi: "Esse filme não vai durar muito, eles vão morrer logo.", mas ele durou um pouco mais do que eu imaginei.
Pra resolver essa falta de personagens carismáticos, eis que surgem os elementos que nunca faltam em um filme de terror: adolescentes. Repentinamente começamos a ver um outro lado da história, o de fora para dentro, e três jovens curiosos entram no prédio por um local nada peculiar: o escoamento de esgoto. Munidos de uma câmera (REC ² não nos deixa de fora da ação nunca) eles adentram o prédio sem a menor noção do que se passa ali e são jogados imediatamente no fogo cruzado entre um bombeiro e os zumbis. Quando eles percebem no que se meteram já é tarde demais e eles assim como os demais "visitantes" começam a lutar por sobrevivência, tentando impedir que dentes infectados se cravem em seus pescoços.
As reviravoltas no roteiro são pequenas, mas a missão do filme que é causar medo não se cumpre mais como seu antecessor. Em nenhum momento me assustei com os possuídos e as únicas cenas impactantes do qual me lembro são os infanticídios cometidos pelo padre (amém!) no decorrer da fita. Algumas cenas são bem previsíveis até, os sustos quase podem ser antecipados um ou dois minutos antes e nem mesmo o efeito "câmera na mão" parece mais tão inovador. O filme se desenrola quase como um grande mais do mesmo, e fora a cena final, quase todo o resto já parece que foi visto anteriormente. Não chega a se tornar enfadonho, mas também não nos apresenta grandes novidades, exceto talvez, a morte de uma das antigas moradoras (a mãe da Jennifer, agora zumbi) com fogos de artifício e a própria origem dos zumbis, que na verdade não são zumbis, nem mortos-vivos. As pessoas "desestabilizadas emocionalmente e fora de si" (para não ofender) são na verdade possuídos, como o subtítulo do filme entrega. Por outro lado essa premissa é intrigante já que os criadores do filme, Jaume Balagueró (que também assina a direção) e Paco Plaza tentam nos passar de que não há infecção virótica. Se aquelas pessoas não estão infectadas por um vírus propriamente dito e sim "endemoniadas", como o padre diz precisar de uma amostra de sangue para criar um... antídoto? Eu diria que isso é um furo de roteiro.
De impressionante tanto nesse filme quanto em seu precursor eu acho a maquiagem da "menina" Medeiros, a primeira hospedeira do "vírus". Procurei por notícias de bastidores para saber se ela é gerada por computador, se é alguma animação ou se ela (ou ele, sei lá!) é mesmo daquela forma tão... magra! De repente pode ser também um efeito visual muito bem feito, mas se for o caso, acho que REC ² - Possuídos deve ser indicado e vencer o Oscar de melhor maquiagem ou o de efeitos visuais.
Fico no aguardo dos filmes que virão na sequencia (REC 3 - Genesis e REC 4 - Apocalipse), mesmo que esse já não tenha me empolgado tanto assim e espero que os roteiristas caprichem dessa vez para que a série REC não se perca pelo caminho como tantas outras séries de filme de terror que não nos mostram mais nada de novo. O cinema como um todo carece de novas ideias, remakes e requentamento de conceitos antigos já não nos satisfazem mais.
Nota: 7
Confiram o trailler de REC 2 - Possuídos.
NAMASTE!
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