2 de março de 2011

Eu vi: A 1ª Temporada de Misfits

A primeira vez que ouvi falar sobre Misfits foi num fórum de discussão de um certo site sobre quadrinhos e outras nerdices, e o que me chamou a atenção para a série foi justamente o tema super-heróis, embora eu não esperasse grandes coisas por não se tratar de um enlatado popular.
Misfits (que quer dizer "desajustados") é uma série britânica de humor negro que relata a rotina de 6 jovens (mais tarde eles se tornam 5) delinquentes que prestam serviço comunitário por seus atos, quando são atingidos por uma misteriosa tempestade (não explicada até o fim da 1ª temporada), o que muda suas vidas radicalmente a partir de então. Algum tempo depois, quatro deles descobrem que a tal tempestade lhes concedeu certos dons especiais, enquanto os verdadeiros poderes do quinto só é descoberto no último episódio da primeira temporada.
A série foca bastante na personalidade de cada um dos jovens, dando ênfase na parte humana de ser um super-herói e no que seus dons podem fazer para ajudá-los (ou atrapalhá-los) com seus problemas pessoais.
É interessante notar que o poder que cada um recebe tem a ver com o maior desejo de cada um deles. Logo, Curtis (Nathan Stewart Jarrett), que é um ex-atleta cuja carreira é interrompida quando ele e a namorada são pegos portando drogas, recebe o poder de voltar no tempo (com relação a seu desejo de voltar no tempo e consertar as coisas), Kelly (Lauren Socha), que foi detida por ter batido numa garota que a chamou de lixo, ganha o dom de ler os pensamentos dos outros, Alisha (Antonia Thomas) que é uma garota atraente e que foi presa por dirigir bêbada passa a ter o poder de atrair as pessoas sexualmente falando e o retraído Simon (Iwan Rheon), preso por ter tentado incendiar a casa de um ex-amigo ganha o poder de se tornar invisível. Para o porra-louca Nathan (Robert Sheeran) resta apenas a dúvida de com qual dom ele foi agraciado, mas seu poder é algo surpreendente.
Assisti o episódio piloto com um pouco de pé atrás, embora já possuísse algumas informações básicas de o que encontraria ao longo da série. Ao término ainda não tinha uma opinião formada e decidi ver o 2º episódio apenas para ver onde daria tudo aquilo. Qual não foi a minha surpresa? Eu comecei a me interessar pela história e mais tarde fui cativado pelos personagens principais, que embora pareçam simples em personalidade, nos fazem pensar bastante ao longo da série levantando alguns assuntos como preconceito, bullyng e mesmo a intransigência quanto à algumas infrações cometidas por jovens.
Dirigida e produzida por Gordon Anderson, Ben Palmer e Christopher Young, a série foi transmitida em 2009 (!!) pelo canal inglês E4, deve ter episódios da 2ª temporada disponíveis em breve (cagando regra) e será sucesso, isso é, se não cometer os mesmos erros de Heroes, que começou muito bem cheia de fôlego e entrou com uma 2ª temporada pra lá de caída que espantou a maioria dos espectadores. Uma vantagem Misfits tem em relação a Heroes, uma vez que não trata o assunto heróis de forma espalhafatosa usando como muleta efeitos especiais, roteiro que se perde fácil com viagens no tempo e personagens fora de contexto. Por tratar mais da relação humana e da vida dura de jovens comuns (que podem espelhar muita gente em qualquer lugar do mundo) que se metem com drogas, que são rechaçados por amigos de forma preconceituosa, que bebem, que fazem sexo além da conta ou que se metem em brigas, dificilmente a série se perca nas armadilhas em que caem a maioria das produções americanas para TV, por exemplo.
A primeira temporada teve apenas 6 episódios iniciais bem amarrados que conseguiram prender minha atenção e que a partir do 2º capítulo me deram vontade de ver até o fim, por isso, acho que cumpre a sua missão. O grau de satisfação foi tão maior do que o esperado que até o personagem que eu mais odiava no começo da série (Nathan, o desmiolado, típico moleque do fundão da sala de aula que zoa todo mundo) se tornou um dos meus favoritos no final, e a forma como ele descobre seus poderes é no mínimo inusitada.
Até aqui me mantenho interessado por Misfits e espero que a 2ª temporada mantenha o padrão criado até então.

Nota: 9

Vale nota o tema de abertura "Echoes" cantado pela banda Rapture no maior estilo Sex Pistols.

"Misfits" também é um nome de uma banda de punk rock americana cuja logomarca eu já conhecia, embora não soubesse que se tratava necessariamente de uma banda.


NAMASTE!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...