27 de março de 2020

Pássaro Noturno - A Corporação Bastidores


No ano em que o Blog do Rodman comemora 10 anos de existência, o Pássaro Noturno está comemorando 25 anos. Não foi por acaso que decidi dar vida aos contos do herói nacional somente agora nessa época de comemorações, mas claro que gostaria de tê-lo feito antes, para que todo mundo pudesse conhecer Henrique Harone e seus incríveis amigos há mais tempo. 

Pássaro Noturno - A Corporação fecha a primeira trilogia que imaginei lááááá em 1995 e coloca o protetor de São Francisco d'Oeste (enfim) frente a frente contra seu principal rival, o magnata Edmundo Bispo



Para os dias atuais eu precisei fazer diversas alterações no que imaginava ser esse confronto final, mas acabei gostando da versão moderna. Na minha cabeça era algo mais épico com batalhas longas e demoradas contra um exército, findando com o desmoronamento do prédio da Xeque Mate, mas conforme ia escrevendo, percebi que isso não ia caber no roteiro. O Edmundo Bispo atual é mais um empresário com muita grana pra gastar do que um super-vilão clássico que dá risadas sarcásticas e parte ele mesmo para cima do herói. Escrevi Bispo mais como alguém inalcançável, por trás de paredes e mais paredes de burocracia, advogados e dinheiro do que alguém que dá para pular em cima e cobrir de porrada, e achei que assim fiz mais justiça ao que são os verdadeiros inimigos da sociedade atual.



Quanto ao Henrique Harone, o que muda nele nesse novo conto?



Bem, ele ainda é só um moleque de 15 anos com recursos tecnológicos, que erra e acaba sendo obrigado a aprender com esses erros, mas há uma grande evolução no personagem que vimos lá no primeiro conto. Cuidei para que sua evolução não fosse só física, como ele pensava no segundo conto, e ao final de "A Corporação" temos vislumbres do que o Pássaro Noturno vai se tornar no futuro, quando então ele se une a Legião Nacional (a equipe de super-heróis brasileiros que já tenho desenvolvida, mas não publicada).



O treinamento físico pesado que Henrique, Ricardo e Antônio fazem com Sebá mostra resultados nesse novo capítulo e embora nenhum deles possa ser considerado um mestre em artes marciais - algo que seria forçado até mesmo dentro do universo de super-heróis - eles começam a se virar melhor contra adversários físicos. Pelo menos bem melhor do que no desastre que foi sua primeira missão em campo no penúltimo capítulo de "Ataque Triplo". 

A escolha pelo uso do Fei Hok Phai surgiu quando escrevi um conto que já mostrava o futuro do Pássaro Noturno, já ao lado da Legião Nacional, e assim, decidi manter a existência dessa arte marcial em sua origem. Pelo que estudei, essa variação de Kung Fu foi difundida pelo Mestre Lope e adaptada no Brasil - possui até hoje uma academia na região de Santo André - e fez ainda mais sentido ser algo que Sebá, um capoeirista baiano, também dominasse, além da arte marcial de origem africana. À princípio, parece uma mistureba louca, mas não vi qualquer problema em tornar isso um elemento importante da origem do herói noturno. 



O traje de Pássaro Noturno também passa por uma modificação em A Corporação, ainda em consonância com o que acabei falando antes sobre o poder de adaptação de Henrique ao que ele necessite em campo de batalha. O capuz fechado e o sistema de refrigeração interna no uniforme acabam atendendo uma necessidade que ele observou quando enfrentou a gangue de Gerônimo Falcão. A máscara aberta no queixo (estilo "Demolidor") além de deixar visível sua boca, o deixava vulnerável a fumaça e gases letais, o que o levou a vedar a entrada e ainda instalar um sistema de refrigeração e um respirador, tudo possível graças ao CAD (seu supercomputador) e os equipamentos que materializam seus projetos (no caso seu "Sarcófago" e sua Matriz de Impressão). 

Como Henrique destaca no texto, esse é seu quarto traje fabricado, sendo que o primeiro era apenas um protótipo nunca utilizado, o segundo foi o que ele utilizou ao cair do alto do prédio da Xeque Mate (em Origens) e o terceiro foi o que ele usou em Ataque Triplo



Em seu arsenal, Pássaro Noturno trocou as estrelas ninja que usou contra os capangas de "Belo" Falcão por boleadeiras e apresentou pela primeira vez seus discos metálicos de arremesso, armas que permitem que ele ataque seus adversários à distância. A Corporação marca também a estreia do Imã, sistema magnético capaz de disparar um campo que pode repelir um alvo de 80 kg pela distância de 10 metros com a força de até 7840 Joules (juro que fiz até um cálculo para chegar a esse valor, para tornar o equipamento mais verossímil! Desculpe se errei algo, professores de Física!). Como tinha destacado no primeiro post sobre meus contos, o Imã é a arma mais eficaz guardada no cinturão de Pássaro Noturno, e seu uso salva a vida do herói em mais de um caso nesse novo conto. 



Ferina

A adição da Ferina ao "Clube dos Otários" formada por Henrique, Ricardo e Antônio era só uma questão de tempo, já que ela vinha sendo rascunhada desde o primeiro conto e desde sempre em minha mente. Para quem achou uma surpresa que os perdedores do Ensino Fundamental conseguissem recrutar uma menina para seu clube de heróis, a meu ver, nunca foi algo distante de acontecer. Nos primórdios da criação do Pássaro Noturno sempre houve uma Ferina, o único ponto inédito foi sua origem, que desenvolvi inteira agora que tive essa chance. Como era costume naquela época - os anos 90 -, a Ferina era só uma parceirinha do herói forte e inteligente, e admito que ela era mais rasa que um prato. Eu nunca tinha pensado em aprofundar ela ou lhe dar uma origem, algo que senti necessidade agora.



Silmara Santoro foi apresentada logo no primeiro conto do Pássaro Noturno e ela foi o grande elemento de virada na vida de Henrique Harone, já que foi ela que deu algum propósito ao garoto. "Eu tenho um supercomputador embaixo da minha garagem e ele me dá vantagens técnicas. Vou me vestir de pássaro e sair por aí a noite". Esse era o Henrique Harone antes de se deparar com a realidade dura de Silmara e ver que as injustiças sociais estavam mais aprofundadas em sua cidade do que ele imaginava. Além dela inspirar seu codinome heroico, a garota serviu como um despertador da consciência de Henrique, que passou a ter um objetivo a cumprir depois disso. O problema de São Francisco d'Oeste não era somente um bando de aviõezinhos entregando drogas na calada da noite. A questão era imensamente maior e chegava aos altos escalões da cidade, passando pela prefeitura, fórum de justiça, delegacia e até mesmo a imprensa. Isso tudo enquanto a parcela mais pobre de São Francisco continuava sem acesso a serviços básicos de saneamento, saúde, informação e educação. Assim como no mundo real - e naquela música Bom Xibom Xibom Bombom - os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, sem esquecer que a imprensa continuava noticiando apenas a evolução tecnológica pela qual a cidade passava, oferecida pelo "ilibado" empresário Edmundo Bispo. 



Silmara era uma garota marcada pela violência que passou nas mãos de "Belo" Falcão e seus capangas em sua infância e diferente de Henrique, ela entendia como funcionava o submundo do crime por estar em meio a ele desde pequena. Quando ela se junta a Pássaro Noturno, Thunderwing e Espião Negro, ela dá uma vantagem imprescindível ao time dos heróis, voltando a torná-los necessários na batalha contra a Corporação, após a derrota sofrida ao final de Ataque Triplo



Em minha mente, a Ferina (antes "Felina") era só uma cópia sem graça da Mulher Gato (ou da Gata Negra, com a qual eu tinha mais familiaridade), mas as mudanças a que me propus fazer com aquela que seria uma das personagens mais importantes de A Corporação exigia um pouco mais de esmero da minha parte. Para evitar novos problemas com direitos autorais (uma vez que já existe uma Felina na Marvel), modifiquei seu nome para Ferina e decidi deixar de lado seu visual de "gatinha" para algo que remetesse não só ao felinos como também a aves de rapina (nada a ver com o grupo da DC, estou falando de pássaros). Assim, a persona heroica de Silmara deixou de ser uma espécie de Hello Kitty das trevas para algo mais perto de uma coruja, ou pássaro noturno. 


Visual anterior de Hello Kitty das trevas e o atual

Seja como for, Silmara não queria sair voando por aí como seus colegas de equipe. Sua ideia era mais possuir uma identidade que a permitisse agir na encolha e usar força física somente  quando fosse necessário. O traje camuflado que a torna invisível por alguns minutos foi uma ideia que criei direto para A Corporação e que eu nunca tinha pensado antes. Como funcionava para sua primeira missão em campo, decidi incrementar, embora não fosse uma ideia sua e sim um projeto que já existia nos bancos de dados do CAD. O soco inglês elétrico era uma escolha óbvia como sua arma primária, já que ela não tinha qualquer treinamento em arte marcial e precisava sair na porrada de vez em quando. 



A parte mais divertida em escrever Pássaro Noturno - A Corporação foi a possibilidade de desenvolver melhor os personagens que antes eram só ecos em minha mente e que nunca antes tinham sido usados de verdade. Não tem como dizer que isso não foi satisfatório. Toda a construção ao redor dos personagens centrais também foi um grande desafio e me levou a fazer uso do Evernote para anotações diversas, ligações entre cenários, personagens coadjuvantes, pesquisas e a subdivisão de capítulos desde Ataque Triplo. Sem essas anotações prévias, eu teria me perdido feio no meio da narrativa e o Evernote me ajudou a manter tudo minimamente organizado para contar a história. 



Realmente não dá mais vontade de parar de expandir esse universo a cada nova ideia que vai surgindo, mas assim como todo filho, chega uma hora que somos obrigados a deixá-lo partir e ganhar suas próprias asas.

Nesse período difícil que o mundo vem vivendo devido a pandemia da Covid-19, é quase egoísta falar de criações e personagens fictícios, esperando que as pessoas se divirtam lendo algo assim, mas se você não tiver nada mais importante para fazer, eu gostaria que pudesse ler e curtir o novo conto que já está DE GRAÇA lá no Wattpad. Não é financiamento coletivo, não é Kindle, Amazon nem nada disso, você só precisa ter um navegador da internet para ler.

Mas Rodman, eu nem sei do que você está falando. Eu não li os outros capítulos!

Tudo bem, jovem padawan perdido. Os dois capítulos anteriores também estão disponíveis DE GRAÇA na plataforma Wattpad. Comece por Pássaro Noturno - Origens:



Depois leia Pássaro Noturno - Ataque Triplo



E finalize a trilogia com Pássaro Noturno - A Corporação.



Eu queria poder preparar um projeto gráfico mais elaborado e mais bem cuidado com ilustrações e imagens, mas o Wattpad não permite esse tipo de tratamento. Por isso, deixo disponível para download a versão em PDF que pode ser lida com alguns extras em tablet, celular ou qualquer outro sistema tecnológico do século XXI.          

Para download, Clique aqui!

Espero que gostem e não esqueçam de dar aquele incentivo seguindo o autor lá no Wattpad, curtindo as postagens e claro, votando nos capítulos. Se cuidem! Lavem bem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias e 

NAMASTE! 

2 comentários:

  1. Bom dia tudo bem? Estou te seguindo no seu blogspot. Vc pode me seguir no meu Blog? https://viagenspelobrasilerio.blogspot.com/?m=1

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