Antes de começar meu texto propriamente dito, quero deixar aqui uma salva de palmas para a Marvel Studios pela ousadia de parir esse projeto chamado WandaVision!
Tendo homenageado a empresa devidamente, é hora de relembrar um pouco dos 10 momentos mais marcantes dessa série do Disney + que já entrou para a história da TV e dos serviços de streaming.
Sigam-me os bons!
Homenagens e referências
Criada inicialmente para parecer uma sitcom americana,
WandaVision nos apresenta um primeiro episódio carismático que remete aos anos
50, prestando homenagens a seriados como “I Love Lucy”, que entre outras coisas,
mostrava o cotidiano de um casal suburbano. O mistério sobre o que está
acontecendo e porque Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e o Visão (Paul Bettany) estão dentro de uma sitcom
permanece até o fim de “Gravado ao vivo com plateia”, quando então nos é
mostrado que existe vida fora da exibição em preto e branco.
Os episódios a seguir, mostram saltos temporais específicos e a cada nova
atração, o casal aparece referenciando uma década diferente, dos anos 60 (em
episódio inspirado em “A Feiticeira”), aos anos 2000 (com referência a “Modern
Family”). Os diversos penteados, as vestimentas e toda a ambientação da sempre
pacata cidadezinha de Westview são pontos muito importantes dentro de
WandaVision, uma vez que além de situar o espectador em suas diferentes épocas,
servem também para dar o tom de cada episódio, da comédia pastelão dos áureos
anos 50, passando pelo caos dos anos 80 e acabando mais deprimente
e dramática nos anos 2000.
Tenho dificuldade para escolher em qual dos visuais que a Elizabeth Olsen usou durante os 9 episódios ela ficou mais charmosa — já que essa mulher é maravilhosa de qualquer jeito — mas se fosse elencar meu top 5, a versão gravidinha anos 70 seria um forte candidato ao pódio!
Darcy e Woo em ação
A Dra. Darcy Lewis (Kat Dennings) foi uma das únicas coisas realmente engraçadas em Thor: Mundo Sombrio (2013) e trazê-la de volta em WandaVision foi um grande acerto da produção, já que ela serviu como a ponte entre o mundo criado por Wanda e a nossa "realidade". Contatada pela E.S.PA.D.A (Equipe de Supervisão, Pesquisa, Avaliação e Defesa Armada), a astrofísica mostra logo de cara todo seu talento em detectar anomalias — algo que ela já fazia como a anteriormente estagiária de Jane Foster em Thor 1 — e não demora a sacar o que realmente está acontecendo dentro do — batizado por ela — “Hex”.
Em parceria com
o gentil agente do FBI Jimmy Woo (Randall Park) que nos foi apresentado em
Homem Formiga e a Vespa (2018), Darcy é com certeza um dos grandes destaques da série,
dando o tom de comédia certo nos momentos necessários. Esperamos vê-la
novamente no futuro da Marvel, quem sabe agora num cargo mais importante dentro
da S.W.O.R.D?
Monica Rambeau ganha poderes
Eu já declarei aqui todo o meu amor pela personagem Monica
Rambeau e falei como a heroína acabou sendo injustiçada nos quadrinhos pela
Marvel após os anos 90, por isso, esse momento é meu!
Interpretada em sua infância pela fofíssima Akira Akbar em
Capitã Marvel (2019), a Monica já havia ganhado nossos corações em tela e
despertado aquele desejo de vê-la em uma possível continuação, quem sabe em
Capitã Marvel 2. Na época, ninguém imaginava que a Marvel a traria de volta já
adulta antes do cinema, e em WandaVision, ela fez sua estreia interpretada agora por Teyonah Parris. E foi em grande
estilo!
O episódio 4 “Interrompemos este programa” é o primeiro que nos mostra realmente o que está acontecendo fora da realidade da Wanda e tudo acontece quando Monica é atirada através das paredes do Hex, quando demonstra lá dentro ter ciência de que algo está errado. A série então mostra toda a trajetória da capitã Monica Rambeau desde seu retorno do “blip” — o estalar de dedos de Tony Stark em Vingadores – Ultimato — até ela se aventurar pelo campo vibracional criado pela Wanda ao redor de Westview. Uma vez dentro do Hex, Monica acaba “entrando para o elenco” da sitcom como a personagem Geraldine e faz descobertas importantes que são usadas mais tarde por Darcy e o General Hayward (Josh Stamberg), o diretor interino da E.S.P.A.D.A.
Tendo atravessado o campo vibracional do Hex mais vezes do
que qualquer um — já que depois de ser jogada de lá, ela decide retornar depois
—, Monica apresenta uma anomalia em seu DNA, o que é detectado por Darcy. A capitã faz
relação com o câncer que vitimou a sua mãe Maria (Lashana Lynch) durante os cinco anos que durou o
“blip”. Para sorte dela, Rambeau acaba desenvolvendo habilidades especiais que
a tornam capaz de suportar a pressão causada pelo agora reforçado campo de
Wanda e até consegue peitar a protagonista.
O momento em que Monica desafia seus próprios limites
ouvindo as vozes de sua mãe e da Carol Danvers em sua mente é uma das grandes
cenas da personagem na série. Chega a dar aquele quentinho no coração só em
saber que agora, mais do que nunca, a Capitã Marvel DE VERDADE existe no MCU.
Como deixar de lado a referência ao uniforme branco e preto
usado por ela nos quadrinhos ou o codinome “Fóton” na foto de sua mãe na parede
da S.W.O.R.D? Já queremos Monica de volta pra ONTEM em Capitã Marvel 2 e na
série Invasão Secreta!
O aparecimento do "Fietro"
Fora trailers e algumas notícias esporádicas sobre roteiro,
eu procuro me manter afastado de histórias de bastidores de produções que pretendo assistir futuramente para evitar spoilers. Eu não fazia ideia que Evan Peters estava no
elenco de WandaVision e vê-lo aparecer à porta do casal título em Westview foi um dos
grandes momentos “que porra está acontecendo aqui? ” em minha cabeça.
Era muito natural que acabassem usando o ator Aaron
Taylor-Johnson no casting, uma vez que ele era o Pietro Maximoff — até então —
oficial do MCU. Trazer o Pietro do universo dos X-Men da finada FOX no lugar de
Taylor-Johnson, no entanto, foi uma sacada genial, mesmo que ele não estivesse
ali exatamente para conectar os universos cinematográficos, como quase todo
mundo especulou no lançamento do episódio.
Eu sempre tive o meu pé atrás quanto a overpowerização da
supervelocidade do Mercúrio usada em X-Men – Dias de um Futuro Esquecido e em
suas sequências, uma vez que ele não é tão rápido nas HQs — mimimi de véio
chato —, mas é inegável que o “Peter” de Evan Peters é imensamente mais
carismático que o de Taylor-Johnson, apresentado em Vingadores – A Era de
Ultron. As cenas da interação do “tio Pietro” com os gêmeos de Wanda talvez não
fossem tão engraçadas se ali em seu lugar tivesse o Mercúrio mais ranzinza de A
Era de Ultron, por isso, valeu e muito essa participação especial.
Quem diria que o tal marido “Ralph” que tanto Agatha citava
nos primeiros episódios era o tempo todo o fake Pietro!
Wanda dá à luz aos gêmeos
“Agora em cores” é um dos episódios mais engraçados da fase
sitcom de WandaVision e também um dos que melhor afloram a veia cômica de
Elizabeth Olsen, Paul Bettany e Teyonah Parris. Toda a situação em torno da
gravidez de Wanda, o desespero do Visão em ver que a barriga da esposa cresce
cada vez mais em questão de horas e o corre-corre para garantir um parto
saudável me tiraram risadas genuínas ao longo do capítulo.
As expressões de Olsen, seus trejeitos e entrega artística
às cenas de humor fazem a grande diferença desse terceiro episódio. O momento
de “escada” de Teyonah em que Geraldine conta sobre seu novo trabalho enquanto
Wanda tenta afugentar a pintura de uma cegonha que ganhou vida na sala é
hilária, assim como os efeitos drásticos nos móveis da casa quando os poderes
de Wanda escapam de seu controle com as dores do parto.
Wanda fazendo a respiração “cachorrinho” é um dos pontos
altos do episódio e a surpresa em seu rosto ao perceber que ela deu à luz a
gêmeos, causa aquele “ohhhh” nos espectadores. Como leitor velho de HQs, jamais
achei que um dia ia ver em tela o nascimento dos filhos imaginários da
Feiticeira Escarlate com o Visão... Ainda mais “Agora em Cores”! (Hein? Hein?)
Ver os moleques crescidos e usando trajes que remetem à sua personalidade heroica dos gibis também foi massa demais.
O surgimento do Visão... Branco!
A fase das HQs em que o Visão é desmantelado por um grupo
governamental que começa a enxergá-lo como uma ameaça após o sintozóide ter
tentado dominar os computadores mundiais é com certeza um dos grandes momentos
do personagem, criado por Roy Thomas em 1968. John Byrne, no final dos anos 80
era o grande cara das HQs, escrevendo e desenhando quase tudo que se podia
imaginar tanto para a Marvel quanto para a Divina Concorrente. Foi ele quem criou o arco “Busca
pelo Visão” que retirou completamente os traços mais emotivos do personagem —
os mesmos que fizeram a Wanda se apaixonar e casar com ele — o dando uma
aparência pálida e mais robótica.
A vinda do Visão Branco no MCU já era comentada desde a época de
Vingadores – Guerra Infinita, quando um cadáver acinzentado do Visão é deixado
aos pés do vilão Thanos, que consegue na testa do sintozóide a última gema do
infinito que faltava em sua coleção. Muito se especulou que ele acabaria
voltando no futuro sem seus traços de personalidade mais comuns, e até que
faria sentido, já que aquilo que lhe dava vida era a joia da mente. A própria
Shuri, a irmã do Pantera Negra, havia dito que era possível SIM remover a joia
sem matá-lo e se tivesse mais tempo, a garota teria separado o Visão do
poderoso artefato. Quem poderia saber que tipo de personalidade ele iria
adquirir depois disso?
Nos instantes finais de “Nos capítulos anteriores...”, o
episódio 8 da série, o general Hayward enfim consegue reativar o Visão, cujo
corpo ele recuperou após os eventos de Guerra Infinita, e ele é… Branco!
Explosões cerebrais, urros, gritos de “eu te amo John Byrne”
foram ouvidos numa certa casa em São Paulo. Não vou dizer em qual foi!
É tudo culpa da Agatha
Nas HQs, Agatha Harkness é uma bruxa muito antiga que aceita
ser a tutora de Wanda Maximoff quando enfim a menina decide abraçar as tradições
ciganas de seu povo em Wundagore e aprender a feitiçaria, a magia de camponês.
Wanda é uma mutante cujo dom a permite alterar as probabilidades a seu bel
prazer, mas sua alcunha “feiticeira” não é por acaso. É a Agatha quem ensina os
principais truques e feitiços à moça, algo que mais tarde, a torna a vingadora
mais poderosa — e perigosa — de todas.
Na série, Agatha se infiltra no Hex como Agnes para entender
melhor quem é a Wanda e como pode existir um ser tão poderoso capaz de manipular
a realidade a seu redor.
A personagem vivida por Kathryn Hahn dá as caras em praticamente todos os
episódios, agindo sempre como a vizinha enxerida que aparece em todos
os momentos de necessidade, como que prevendo o que está acontecendo dentro da
casa de Wanda e Visão.
O final de “Derrubando a quarta parede” é catártico, já que
nos mostra que, afinal, a vizinha safada e Zé-Povinho é na verdade Agatha
Harkness, uma bruxa ambiciosa que esteve por trás de todos os eventos que
desestabilizaram a família Maximoff, e que estava ali o tempo todo para vigiar
Wanda. Agatha All Along!
O momento flashback de “Nos capítulos anteriores...” que mostra Agatha absorvendo a magia de todo seu Coven na Salem de 1693 começa a nos preparar para o que vem pela frente e o tamanho da encrenca que espera nossa mocinha Wanda.
Em tempo, Kathryn Hahn é com certeza uma das principais novidades de WandaVision e entrega ótimos momentos de atuação com Elizabeth Olsen, seja no drama ou na comédia. Esperamos também vê-la mais vezes no futuro do MCU.
Wanda constrói o Hex
Chegamos ao pódio dos grandes momentos de WandaVision e não
há como não citar uma das cenas mais emblemáticas da série, que é quando Wanda
em todo seu sofrimento, usa a Magia do Caos para criar o seu próprio universo
particular.
“Nos capítulos anteriores...” nos faz voltar no tempo para entendermos o que, afinal, motivou Wanda a criar o Hex, sequestrando mais de 3 mil pessoas que moravam naquela cidade e as usando como fantoches de sua narrativa. Enquanto Agatha a força a reviver suas tragédias, nós mergulhamos de cabeça no mundo de Wanda, assistindo de camarote tudo que foi tirado dela desde a infância humilde em Sokovia, passando pelo afloramento de seus dons místicos — potencializados pela joia da mente — e chegando até seu envolvimento com o Visão.
Wanda ficou órfã num atentado terrorista, perdeu o irmão gêmeo durante a batalha contra
Ultron e foi obrigada a ver seu amado Visão morrer DUAS vezes diante de seus olhos na Guerra Infinita.
Não é como se justificássemos o sequestro de milhares de pessoas inocentes, mas
a gente consegue entender o desespero que a levou a criar todo um mundo de
fantasia a partir do terreno em que ela e o Visão pretendiam levar uma vida
tranquila em Westview — provavelmente após a viagem que eles fazem juntos para a
Europa, no começo de Vingadores 3 — e ainda trazer seu marido de volta à vida. Wanda perdeu tudo e ela tem os poderes
para mudar isso.
O que você faria em seu lugar?
Eu não sofri perdas como as de Wanda na série, mas se eu pudesse alterar a realidade a meu redor para tornar minha vida um pouco mais aceitável — e porque não dizer, fugir da realidade? —, é bem certo que eu também ia criar o meu próprio mundinho e nunca mais ia querer sair lá de dentro.
Wanda reencontra o Visão
O episódio 8 de WandaVision me fez chorar em várias oportunidades e não foi pouco.
Um dos momentos mais tocantes desse capítulo, é quando Wanda invade a sede da S.W.O.R.D a fim de recuperar o corpo do Visão e acaba o encontrando inteiramente desmontado sobre uma mesa. É claro que nem preciso dizer que o pequeno Rodman de 10 anos gritou aprisionado lá dentro do meu atual corpo velho e putrefato com a referência icônica dos quadrinhos, mas a cena vai muito além disso. Elizabeth Olsen entrega uma interpretação comovente quando sua personagem se depara com os restos do sintozóide e percebe que não sobrou nada do Visão que ela amava naquele corpo destruído. A frase “Eu não consigo sentir você” é de partir o coração. Chorei e não foi pouco.
Elizabeth Olsen mostra toda a sua versatilidade como atriz ao longo dos 9 episódios. Ela vai do tom cômico — que prova dominar bem — ao drama com o mesmo talento e não seria de se espantar se ela levasse um Emmy em 2021 por sua atuação primorosa. Depois de WandaVision, é certeza que sua personagem vai se tornar o ponto central do MCU, além do que o status de atriz de Olsen vai receber uma elevação muito merecida por sinal.
Wanda se torna a Feiticeira Escarlate
Nunca houve em minha cabeça uma dissociação dos nomes “Wanda
Maximoff” e “Feiticeira Escarlate” por conta da minha relação com os quadrinhos
dos Vingadores, mas no MCU, a personagem de Elizabeth Olsen ainda não tinha sido chamada
por sua alcunha heroica e havia uma razão para isso.
A batalha entre Wanda e Agatha de “O Grande Final” serve
para mostrar ao espectador que a personagem título sempre esteve predestinada a
ocupar o posto avançado da Feiticeira Escarlate, que segundo Harkness, é alguém
de extremo poder natural destinado a destruir o mundo. Disposta a absorver para si toda
a Magia do Caos controlada por Wanda, Agatha leva a moça a seu limite durante o
combate e é quando a verdadeira personalidade de Maximoff assume o controle,
transformando-a na lendária Feiticeira Escarlate!
Explosões cerebrais, urros, gritos de “eu te amo John Byrne”
foram ouvidos numa certa casa em São Paulo outra vez nessa hora... Eu sei, eu tava lá!
É de aplaudir de pé todo o esmero que a Marvel teve em escrever a saga dessa personagem que já era tão querida nas HQs agora também
nas telas. WandaVision não é apenas um “TV Show” raso de entretenimento barato,
mas sim um produto raro que soube lidar com temas como depressão, luto e fuga
da realidade com uma sensibilidade muito apurada, isso envolto em um enlatado
americano fabricado para ser sim, “apenas” entretenimento.
O que será do Visão Branco? O que aconteceu com Agatha? Como
será o desenvolvimento da capitã Monica Rambeau? O que Wanda está buscando na
cena pós-crédito do último episódio? Como o Doutor Estranho vai se envolver
nessa história toda?
Não sabemos e isso é ótimo, já que nos mantem com esperanças
de vivermos um novo dia e aguardar os próximos capítulos dessa maravilha que é
o MCU. Bora curtir então o luto pelo fim da série.
“E o que é o luto senão o amor que perdura? ”
(VISÃO)
P.S. – Eu fui até o balcão do Boteco do Infinito Podcast bater um
papo com o Antonio Pereira sobre as HQs “Visão” de Tom King e “Dia das Bruxas”
de Bill Mantlo, ainda no hype da série. No final do programa, falamos de
WandaVision (com spoilers) até o episódio 7, depois especulamos como seria o
final da série... erramos TODAS as teorias, mas ainda assim vale ouvir o
episódio que está massa demais. Clica aí no banner e vai ouvir, jovem padawan!
P.S. 2 – O Blog do Rodman também é um universo particular
criado por mim e aqui eu vivo numa bolha perdida na internet, como se milhões de pessoas estivessem lendo meus posts e rindo das minhas piadas ruins ad eternum, quando na realidade estou falando sozinho... É pena que
não posso controlar essas pessoas de verdade...
HA HA HA HA HA!
NAMASTE!
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