O POST A SEGUIR CONTÉM SPOILERS!
EPISÓDIO 5 - "COM JUROS"
Escrito
por Grainee Godfree (que já roteirizou alguns episódios do antigo Arrowverse da
CW) e dirigido por Jeffrey Nachmanoff (de Cópias – De Volta à vida com o
Keanu Reeves), o episódio “Com Juros” de Demolidor – Renascido pode ser considerado
o primeiro filler da temporada, já que progride bem pouco a história geral da
série e serve meio que como um respiro — ou barriga — para o andamento do enredo
sobre o prefeito Fisk e a aposentadoria do “Atrevido”.
Aqui,
Matt Murdock vai até um banco negociar um empréstimo para a expansão do seu
escritório com Kirsten McDuffie, uma vez que os casos em que a dupla de
advogados trabalha aumentam a cada dia e o seu espaço físico já não comporta todos os clientes. Como acontecia na época do escritório Nelson,
Murdock & Page, Matt decide atender às pequenas causas de pessoas que não
podem custear os serviços de grandes escritórios legais. O que demanda mais
tempo e, com certeza, mais dinheiro.
Sem
grandes surpresas para quem não viu a série da Miss Marvel ou que passou longe
de As Marvels nos cinemas, o gerente-assistente que atende a solicitação de empréstimo a
Murdock é ninguém menos que Yusuf Khan (Mohan Kapoor), o pai da Kamala Khan, a super-heroína
de origem paquistanesa que foi apresentada pela primeira vez em sua própria série,
em 2022 e que voltou às telas atuando ao lado da Capitã Marvel e da Fóton no longa de 2023.
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Yusuf Khan e sua filha, Kamala/Miss Marvel |
Khan
afirma que a solicitação do escritório de Matt não foi autorizada pelo banco e
que lamenta não poder ajudá-lo. Em uma atitude de pai-coruja, no entanto, o
homem menciona várias vezes a “super filha” e até tenta mostrar — a um cego — o
Funko Pop da Miss Marvel a ele.
Em
paralelo à visita de Matt ao banco, acompanhamos a movimentação de uma
quadrilha que está se preparando para um grande assalto. À frente deles está um
dos capangas do chefão do crime Luca (Patrick Murney), que controla uma das
famílias mafiosas à serviço do Rei do Crime e da sua esposa, Vanessa.
(Vou
admitir que não prestei muito a atenção nessa trama toda aí envolvendo as famílias
criminosas e meio que boiei sobre quem é quem. Foi mal!)
A
mando de Luca, que parece querer uma distração na cidade no dia de comemoração
a São Patrício — data muito festejada pelos imigrantes irlandeses de Nova York
— o Colin Farrell genérico e seu bando invadem o New York Mutual para assaltar
o lugar. Usando máscaras de esqui coloridas, os caras rendem os clientes e Yusuf,
dando o discurso de sempre que “se ninguém ficar de gracinha, ninguém morre” e
blá blá blá.
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O Colin Farrell genérico |
Nisso, Murdock está a poucas quadras dali em uma ligação telefônica com Kirsten, e é quando os seus super-sentidos captam a confusão no banco de onde ele acabou de sair.
Sabendo que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, é claro
que ele decide voltar para ajudar. Usando a porta que os bandidos trapalhões
não pensaram em trancar, Matt entra na moral dentro do banco, e logo também é
rendido junto aos demais clientes.
Enquanto
negocia por telefone uma fuga para ele e para seus homens com a detetive Angie Kim (Ruibo
Qian), o Colin Farrell genérico está no controle total da situação, mantendo os
reféns do banco sob a mira de suas armas e disposto a abrir o cofre para levar
o que há de mais precioso lá dentro.
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Angie Kim |
Por
meio de um dos reféns, logo descobrimos que não há nada necessariamente de
valor dentro do cofre e é quando Murdock saca que os bandidos não estão ali por
causa de dinheiro. Em uma conversa paralela entre o Colin Farrell genérico e
seus subordinados, ele menciona um “chefe” e algo como “esperar o momento certo”
enquanto a polícia cerca o local e o transporte solicitado por ele a Kim se
aproxima.
Khan
está ali substituindo o gerente oficial do banco, logo, não tem acesso ao
cofre. Ao perceber que o homem mentiu para os bandidos, Matt decide ajudá-lo. Para
isso, ele finge que precisa ir ao banheiro, surra dois dos bandidos e vai até o
cofre, onde descobre que o que os bandidos queriam lá dentro era uma pedra
preciosa guardada numa das gavetas.
Na boa… eu não entendi nada de qual era a dessa pedra!
O que
deu para perceber era que o Colin Farrell genérico queria pegar a pedra
para entregar ao chefão Luca, mas por fim, ele engana uma das suas aliadas — que
estava infiltrada entre os reféns — entregando a ela um saco com uma bala no
lugar da pedra preciosa, foge do banco vestido de policial e tenta sumir na
multidão.
Pra
que o Luca ia querer aquela pedra? E qual foi a razão de toda aquela distração
dentro do banco?
Apesar
de divertido e de ter um enredo de suspense muito parecido com o do filme “O Plano
Perfeito” (de 2006), “Com Juros” tem uma condução problemática e sofre
muito com o ritmo lento e sem surpresas em que a situação toda do banco se apresenta e se desenvolve.
Para
começar, em nenhum momento Matt Murdock parece estar preocupado com o que os
bandidos mascarados podem fazer às pessoas dentro do banco, sempre levando as suas ameaças de modo descompromissado. Como se não temesse que
um filho da puta daquele pudesse atirar em alguém a qualquer momento.
Ele é
o Demolidor! Não é um Superman que pode se mover em supervelocidade para deter
uma bala!
A
atitude do Colin Farrell genérico também me incomodou bastante. Para alguém que
estava cercado por dezenas de policiais, ele estava calmo demais. No final do
episódio, fica óbvio que ele tinha um plano de contingência, que era sair do
banco vestido de policial, mas a solução da bala no lugar da pedra e a sua fuga
enquanto a polícia invadia o local e o tiroteio comia solto, soou muito
inverossímil.
Faltou tensão no episódio. Eu não temi pela vida de Khan ou dos demais reféns em praticamente nenhum momento. Acho que seria legal mostrar mais nervosismo por parte do vilão ou preocupação nas ações do herói. O assalto a banco pareceu mais uma terça-feira qualquer na vida de Matt Murdock do que algo realmente arriscado.
Por fim, a luta entre esse capanga e o Matt disfarçado no final foi muito boa — o que só
prova o meu ponto de como o Demolidor não é um SUPER-herói no sentido amplo da
palavra, já que sofre pra vencer de um cara só —, mas achei beeeem desnecessário
ele simplesmente quebrar o joelho do cara ao meio para encerrar a briga.
EPISÓDIO 6 - FORÇA EXCESSIVA
Dirigido
por David Boyd (que já trabalhou como diretor de fotografia na primeira
temporada de The Walking Dead) e escrito por Thomas Wong (que participou dos
roteiros de Minority Report, a série de TV de 2015 que eu nem sabia que
existia!), “Força Excessiva” mostra os desdobramentos do caso do serial killer
que aterroriza a cidade de Nova York matando as suas vítimas e usando o seu
sangue como tinta para pintar painéis difamando o prefeito Fisk.
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Um dos painéis do Muso detratando O Rei do Crime |
O
Muso (Hunter Doohan), apresentado brevemente no episódio 4, se torna um problema grande tanto
para Wilson Fisk quanto para Matt Murdock, no momento em que mais de cinquenta
pessoas desaparecem misteriosamente perto dos túneis do metrô da cidade, sendo
encontradas totalmente exsanguinadas em lixões locais dias mais tarde.
A situação
chega ao conhecimento de Fisk em seu gabinete no dia em que um funcionário
sanitário tenta apagar uma das “artes” feitas pelo Muso de um paredão, e
descobre que a tinta usada no processo era feita de sangue, fixada na parede
pelo que eles designam como “epóxi”.
Preocupado
com a escalada de histeria que as ações do assassino serial podem tomar junto à população,
Fisk decide exigir um posicionamento do comissário Gallo (Michael Gaston), que se diz de mãos atadas por ter pouco
efetivo em sua força policial, e por não conseguir impedir que o Muso faça mais
vítimas.
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Gallo e Kim se reúnem com o prefeito Fisk |
Como
medida efetiva contra as barbaridades causadas pelo vigilante mascarado
grafiteiro, Fisk decide formar a sua própria Força-Tarefa Anti-Vigilantes. Ele
escolhe a dedo todos os policiais corruptos a serviço da polícia nova-iorquina
— entre eles, o já conhecido Powell — e os coloca a seu serviço na intenção de
caçar e deter o Muso, para usar o assassino como um exemplo de que a prática do
vigilantismo está proibida na sua gestão.
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Os membros da nova Força-Tarefa de Fisk |
Cara… eu vejo tanto potencial para esse plot! Em especial pela quantidade de super-heróis urbanos que poderiam ser usados pela Marvel na série do Demolidor ao serem caçados pela milícia do Rei do Crime.
Além do Justiceiro, os próprios “Defensores”
da Netflix, o Manto e a Adaga — que já tiveram até uma série mequetrefe só deles! —, o Cavaleiro da Lua e a Elektra bem que podiam dar as caras… Bicho, eu topava ver até os Novos
Guerreiros nesse enredo.
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O Justiceiro, Os Defensores, Manto e Adaga |
Ah,
se a Marvel tivesse coragem — e grana pra gastar —, não é mesmo?
Para Matt
Murdock, o peso na consciência pela sua letargia diante dos crimes cometidos
em sua cidade só aumenta quando mais uma vez Angela del Toro (Camila Rodriguez), a sobrinha de
Hector, decide visitá-lo e cobrá-lo pelas ações do Muso.
Segundo
a menina, o seu tio estava investigando o caso das pessoas desaparecidas no
metrô da cidade antes de ser covardemente morto pelos “justiceiros”. Ainda
aposentado e sem coragem de retomar a sua carreira como vigilante, Murdock
sugere que a menina procure a polícia para solucionar os tais sequestros, é
quando Angela joga na sua cara que ela ficaria feliz se ele se mexesse para
fazer qualquer coisa na intenção de ajudar. Nem que fosse legalmente.
Algum
tempo depois, é o faz-tudo Cherry (Clark Johnson) quem o informa sobre as mais de cinquenta
pessoas desaparecidas e como as ações do Muso estão agitando a cidade
inteira, que se vê sob a ameaça do mascarado grafiteiro.
Em
casa, Murdock se vê confrontado pela namorada Heather, que faz planos de
escrever um livro sobre os mascarados de Nova York e a sua influência sobre as
pessoas que eles dizem defender. Ela sugere que ele lhe apresente alguns desses vigilantes para entrevistar
e cita os nomes de Frank Castle e do próprio Demolidor, com quem, segundo ela,
Matt já trabalhou.
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Heather e Matt |
A
crise de identidade de Murdock sobre voltar ou não a ser o Demolidor só cresce quando Soledad, a viúva de
Hector, informa por telefone sobre o desaparecimento de Angela. Segundo a
mulher, a sua sobrinha saiu de casa cedo e não retornou mais até a noite. Na
intenção de investigar por conta própria o desaparecimento das pessoas, ela
decide ir sozinha até o metrô, e é quando acaba sequestrada pelo Muso.
Ao
saber que garota que lhe pediu ajuda pode ter sido raptada pelo assassino serial
que está aterrorizando a cidade, Matt ainda pensa em ligar para a polícia e
pedir ajuda, mas pensa melhor e percebe que só há uma pessoa que pode deter o mascarado
e salvar Angela: o Demolidor!
Depois
de cinco episódios, finalmente vemos o traje vermelho e preto sendo usado pelo
nosso protagonista outra vez! E ele parte para o salvamento — pulando de prédio em prédio
em um CGI porco… MAIS UMA VEZ — no intuito de voltar a ser o nosso velho e
amado Demônio Audacioso de sempre.
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A volta do Demônio Audacioso |
O
paralelo entre a luta — muito bem coreografada — entre o Demolidor e o Muso, ao
mesmo tempo que Wilson Fisk decide polir os chifres entregando um machado nas
mãos de Adam — o cara que visitou as partes da sua amada Vanessa — para que ele lute "de igual para igual" é de tirar o
fôlego.
Os
dois personagens vinham brigando com a sua consciência desde o começo da série para não se renderem à
sua natureza mais agressiva, mas caem em tentação praticamente ao mesmo tempo. Um,
fazendo justiça contra um assassino cruel. O Outro, moendo no soco o sujeito
que ousou lhe botar uma galhada.
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Fisk confronta Adam |
As
duas lutas são muito bem ensaiadas e me fizeram lembrar dos bons tempos de
Daredevil, com as suas infindáveis lutas de corredor e escadas, e até o
quebra-pau final entre o Demolidor, o Rei e o Mercenário na terceira temporada.
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Vaaaai um enforca-gato aí? |
Embora
o episódio 5 tenha servido para pouca coisa em termos de evolução de enredo, o
6 avançou bastante na história, nos fazendo criar expectativas para a batalha
vindoura entre o Demolidor e a Força-Tarefa Anti-Vigilantes de Fisk.
O Homem-Aranha do Tom Holland é um bosta, vai! Mas fala aí que você também não
gostaria de vê-lo fazendo uma participação em Demolidor - Renascido, pulando de prédio em prédio — num CGI bom, é claro! — e
vindo ajudar o Matt quando tudo parecesse perdido, relembrando a velha parceria que os dois personagens têm nos quadrinhos! Fala que você não gostaria
que isso acontecesse, seu marvete safado! Fala!
Maldita
Sony que não permite que esse sonho se realize !
P.S. –
O Muso foi criado nos quadrinhos pelo escritor Charles Soule e pelo desenhista
Ron Garney, em 2016. A sua história de origem nas HQs se confunde bastante com
a da série, já que ele surgiu num arco do Demolidor em que Wilson Fisk também
era o prefeito de Nova York e foram os crimes do grafiteiro que motivaram a caçada
anti-vigilante do gordão na cidade.
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O Muso nas HQs |
Nas
HQs, o Muso possui superpoderes que o tornam um adversário muito difícil para
o Demolidor, já que além do pacote básico de super-força e agilidade
sobre-humana, o cara também é capaz de se manter imperceptível aos sentidos ampliados de Matt, além de absorver qualquer
tipo de informação sensorial que o cerca.
Na
série, foi mostrado que ele era capaz de encarar o Demônio Audacioso no
mano-a-mano, mas nenhum dos seus superpoderes foram mostrados por enquanto.
Quem sabe mais pra frente?
P.S. 2 - Em "Força Excessiva" quem também resolve dar as caras DO NEIDA é o personagem Jacques Duquesne (Tony Dalton, o Lalo Salamanca de Better Call Saul), o padrasto de Kate Bishop (Hailee Steinfeld) na série do Gavião Arqueiro.
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Duquesne, o Espadachim |
Lá, o cara possuía uma personalidade ambígua fazendo com que a sua enteada super-heroína desconfiasse das suas reais intenções para com a sua mãe. Porém, no final da série, é revelado que Duquesne era inocente e que quem estava de conluio com Wilson Fisk era a sua esposa, Eleonor (Vera Farmiga).
Em Demolidor - Renascido, Duquesne — que nos quadrinhos é o herói Espadachim — aparece numa festa de arrecadação de fundos para a prefeitura e confronta Fisk abertamente contra a sua lei anti-vigilantes.
No começo do episódio, é mostrado que o Espadachim tem agido na cidade defendendo os fracos e oprimidos usando um traje escuro, mas não fica claro se o personagem vai voltar a aparecer na série ou se foi só uma participação especial.
Quem liga pro Espadachim????
P.S.
3 – Sou só eu ou mais alguém fica extremamente incomodado com a barba do
Charlie Cox? Sei lá. Na minha cabeça o Demolidor não pode ter barba. Fica muito esquisito ver aquele queixo por baixo da máscara sem a
ação de uma Gillette há mais de duas semanas! Como alguém que usa esse tipo de
máscara mantém a identidade secreta?
Tudo
bem que a barba é a maquiagem do homem, mas no ramo de super-heróis isso tem o
seu limite!
🧔
Vale lembrar que fiz os reviews dos episódios anteriores de Demolidor - Renascido no Blog do Rodman:
NAMASTÊ!
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