12 de agosto de 2010

Batman contra o Capuz Vermelho


Há algum tempo atrás, uns três anos no máximo, comecei a ouvir boatos de que Jason Todd, o segundo Robin a assumir o cargo, iria retornar dos mortos de forma misteriosa. O que? Você não sabia que o Robin já havia morrido? Pois é. Aconteceu na saga “Morte em Família”, título que ainda falta na minha coleção, mas do qual já li vários artigos relacionados. O retorno de Todd que ocorreu num passado não muito longínquo é retratado de forma bem similar ao da HQ no longa animado Batman contra o Capuz Vermelho, onde o antigo menino prodígio (ou rodízio, como diria o Coringa) volta da tumba na pele do misterioso Capuz Vermelho, um bandidão que almeja controlar o crime organizado de Gotham City utilizando meios bem persuasivos.


Gostei muito do clima do filme e do enredo, só que dessa vez devo comentar que a animação deixou um pouco a desejar em relação a outros longas animados recentes como Crise nas Duas Terras (que eu já fiz o Review aqui), Mulher Maravilha e do Lanterna Verde: Primeiro voo. A movimentação dos desenhos acontece de forma meio apressada e desajeitada, o que prejudica um pouco durante as cenas de ação. Assim como vem acontecendo nos últimos filmes da DC como Superman/Batman Inimigos Públicos e no ainda inédito Superman/Batman Apocalypse, os desenhos de Batman contra o Capuz Vermelho são inspirados nos traços do desenhista da obra original, nesse caso os do artista Doug Mahnke, que rabiscou a HQ que mostrou a ascensão de Jason Todd. De qualquer forma, exceto esse pequeno probleminha técnico de movimentação, a animação é bem empolgante, sendo seu forte os diálogos afiados, em vez das cenas de ação.

Na versão original, Bruce Greenwood emprestou sua voz ao Batman, enquanto Jensen Ackles (um dos irmãos Winchester da série Supernatural) dubla Jason Todd. No Brasil, Mauro Ramos, conhecidíssimo por dublar o Pumba, o Shrek, o Sulley de Monstros SA e a maioria dos personagens grandalhões do cinema, recebeu a missão de dublar o Coringa, e se saiu muito bem, como sempre. Já o outro vilão da história, o Máscara Negra foi dublado pelo lendário Isaac Bardavid, que no passado já dublou o Esqueleto do He-Man e é mais conhecido por dublar o Wolverine tanto na primeira série animada dos X-Men quanto nos filmes. Sua interpretação pessoal deixou o Máscara Negra ainda mais engraçado, uma vez que ele apesar de mal, é um dos alívios cômicos do desenho. Por alguns momentos pude me lembrar daqueles chiliques que o Esqueleto dava sempre quando He-Man estragava seus planos, e a voz de Bardavid é inconfundível, combinando bem com a cara cadavérica do Máscara Negra. Nota 10 para a dublagem.



Para escrever esse post tive que dar uma revirada nas minhas HQs do Batman da época do retorno de Jason Todd e notei algumas diferenças em relação ao longa animado, o que sempre ocorre numa adaptação. Nunca essa transição do papel para a tela acontece de forma 100% fiel. As alterações amenizam um pouco a carga dramática que envolve o que o próprio Batman considera como sua maior falha, e quando ele se vê assombrado por fantasmas do passado ele começa a questionar sua verdadeira culpa em relação à morte do Robin pelas mãos do Coringa.


Nas HQs, sempre que um personagem volta da morte sem que isso seja tratado de forma competente pelo roteirista, é quase como se as editoras de quadrinhos estivessem carimbando “idiota” em nossas testas. Dificilmente eu vi uma ressurreição feita com tanto cuidado como Ed Brubaker fez com o Bucky, nas histórias do Capitão América. Ele trouxe de volta o personagem, que teoricamente teria morrido na época da 2 ª Guerra, de forma gradativa e adicionou uma porção de retcons (eventos inseridos posteriormente na cronologia) à história do Capitão para que isso fizesse sentido. E fez. No caso de Jason Todd, o trouxeram de volta quase que como num “passe de mágica” (mais ou menos como apagaram mais de 20 anos da história do Homem Aranha também). Jason foi trazido de volta à vida, seis meses após sua morte (na cronologia normal) quando o Superboy da Terra Prime (na teoria, a primeira Terra, onde os super-heróis não existem de verdade) golpeou as “paredes da realidade” para que ele pudesse escapar de sua prisão. Isso acarretou uma “onda” de acontecimentos em nosso mundo, o que acabou ocasionando a ressurreição de Todd.
Faz algum sentido pra você? Pra mim também não. Foi uma das desculpas mais fracas do qual já ouvi falar para trazer de volta um personagem, porém serviu para gerar ótimas histórias com um enredo bastante intrigante: O que o Batman faria se sua maior falha retornasse para tocar-lhe a ferida? Na animação, quem o traz de volta à vida é um dos Poços de Lázaro de Ra’s Al Ghul, que o vilão usa para rejuvenescer. Jason não só é trazido à vida como também se torna mais vigoroso, e após escapar começa sua peregrinação para se tornar o Capuz Vermelho. Desfecho digno para um início pífio.


Enquanto para o Batman a dor de sua perda é seu maior problema, para Jason a questão é mais profunda: Por que Batman jamais se vingou daquele que o matou? Por que ele deixou o Coringa vivo, permitindo que ele continuasse sua onda de crimes, escapando do Arkham a toda hora e manchando Gotham de sangue? Por que Batman jamais eliminou aquele que matou o Robin?

Esse questionamento torna Jason um adversário de seu mestre, levando o garoto a combater o crime da sua maneira. Por que destruir o crime se é mais fácil controlá-lo? Dessa forma, assumindo o manto do Capuz Vermelho, Todd passa a dominar o submundo tomando-lhe de assalto e deixando a maioria dos criminosos da cidade de olho em suas ações, e preocupados com elas. O Máscara Negra é o primeiro a ser atingido pessoalmente quando seu comando do crime começa a ser ameaçado, e ele tenta de tudo para se livrar de seu inimigo incluindo contratar vilões superpoderosos (na HQ ele usa o Mr. Freeze). No entanto, fica claro que só o Batman pode enfrentar o habilidoso Capuz Vermelho e é interessante notar que ele acaba se tornando uma versão mais jovem e melhorada de Bruce Wayne, tendo inclusive, treinado ao redor do mundo durante os anos em que esteve desaparecido, assim como seu mentor. Jason acaba por vezes superando Batman em combate, mas isso fica claro que é por causa do abalo emocional que o Homem Morcego sofre quando percebe que seu oponente é o Robin que ele deixou morrer.


A mim agrada muito a ideia de ver Batman enfrentando alguém que conhece seus truques e que ele mesmo ensinou, acabando um pouco com essa "pose de invencível" que ele tem. O que aconteceria se o Asa Noturna ou o Robin Tim Drake se voltassem contra ele? O Resultado seria parecido. De tempos em tempos surge uma versão “melhorada” de algum herói, mas no final, sempre o original prevalece, se mostrando com mais escrúpulos do que seu predecessor. No caso de Jason, ele mesmo admite que é um Batman melhor que Wayne por não ter tanto pudor em matar em nome do que ele acha certo, mas por fim, o heroísmo prevalece. O final da história na animação também é alterado e se torna menos dramático que o original. Batman é confrontado diretamente, é questionado de o porquê deixou o Coringa vivo mesmo depois de tudo que ele fez, e sempre aquele código de honra vem à tona: Se o Batman o matasse, ele se igualaria a seu inimigo, e isso não o tornaria melhor e sim pior. Matar o Coringa em vez de entregá-lo à justiça mancharia aquilo que o Batman representa, e ele jamais conseguiria conviver com isso. Para Jason, no entanto, essa atitude o torna fraco, e prova que o Batman não tem coragem de vencer seus limites para vingar nem mesmo um filho morto.


Tenso, não é mesmo?

No desenho vemos um resumão da história toda, temos a presença do ex-Robin Asa Noturna ajudando Batman contra o andróide Amazo (como na HQ), temos o envolvimento de Ra's Al Ghul no ressurgimento de Todd, temos o Coringa intermediando o momento de tensão entre Wayne e Todd e temos também o Alfred, com a mesma dublagem do desenho animado do Batman da década de 90. Tudo isso culmina no final que é alterado para se tornar menos chocante (eu mesmo discordei da atitude que Batman tem nas HQs ao ter que decidir entre Jason e o Coringa), mas nada que afete a animação. Judd Winick, o roteirista da HQ foi muito feliz ao criar essa narrativa envolvendo Jason Todd, mas a forma como ele foi trazido de volta e o que ele se tornou depois do confronto com o Batman deixou bastante a desejar. Foi mais ou menos o que aconteceu com o Bane no Batman e com o Apocalypse no Superman: Dois vilões que vieram com tudo, destruíram seus adversários, mas que atualmente não passam de figurantes sem brilho. Assim como os personagens citados, Jason Todd só funcionou com esse propósito, o de ser um desafio à altura para o protagonista, mas esticar sua participação na trama torna seu conceito inicial bastante desgastado. Pena que os produtores de quadrinhos não ligam muito para isso. Batman contra o Capuz Vermelho é uma ótima opção de divertimento, e pra quem não está muito ligado no que acontece na HQ tudo é bem mastigado durante uma hora e meia, só que como eu disse, de forma diferente à sua origem. Nota: 8


NAMASTE!

4 de agosto de 2010

Super Herói Preguiçoso

Sabem aqueles dias que você não está muito a fim de ter responsalidades?

Clique para ampliar



Grandes poderes trazem grandes responsabilidades... Que saco!!



NAMASTE!

31 de julho de 2010

Top Blog 2010

E não esqueçam de votar no Blog do Rodman para a categoria Blog Pessoal. É rápido e fácil, você só precisa clicar no link de votação no canto superior direito da tela (do próprio Blog) e votar. Logo que a mensagem de conclusão surgir, você deve confirmar seu voto em outro link que será enviado a seu e-mail de cadastro. Ah, e você não paga nada por isso!


Prometo uma bala de tamarindo a todos que votarem no meu Blog!!




NAMASTE!

28 de julho de 2010

Sangue Fresco

Imagine acordar em uma manhã, ligar a TV e entrar um plantão extraordinário, daqueles que gelam a espinha sempre que surgem, falando sobre a criação de um sangue sintético. Sua reação até então não seria das mais fortes, certo? Agora imagine que logo em seguida, surgissem vampiros por todas as partes do mundo que agora não tem mais porque se esconder, já que o tal sangue sintético (o Tru Blood) veio para resolver o seu "pequeno problema" de alimentação. Esse é o mote principal da série True Blood, que já está na sua 3ª Temporada no canal HBO, mas que eu descobri há menos de um mês.

O criador da série é Alan Ball, que já havia desenvolvido a série Six Feet Under, e ele se interessou pelo assunto vampiros depois que leu os livros de Charlaine Harris, fonte inspiradora para sua obra. Harris, diferente de uma tal de Meyer, trata os vampiros como eles realmente deveriam ser, e como eles sempre foram retratados, sem muitas frescuras. A maioria deles é má, é perversa e atendem facilmente a seus instintos de sobrevivência, mas precisam aprender a viver com os humanos que não deixaram de temê-los agora que sabem que eles existem de verdade.

Anna Paquin (a Vampira insossa dos 3 filmes dos X-Men) está perfeita no papel da garçonete telepata Sookie Stackhouse, e além dela, a série tem o foco principal no vampiro Bill Compton (Stephen Moyer), Jason Stackhouse o irmão de Sookie (Ryan Kwanten), Sam Merlotte (Sam Trammel) e Tara Thornton (Rutina Wesley). Todos eles vivem em Bon Temps, cidade ficctícia situada na Louisiana e que como todo o resto do país, passa agora pelos contratempos de ter vizinhos sugadores de sangue. A pequena população da cidade se divide entre aqueles que simpatizam com o fato de viver com vampiros e aqueles que abominam a ideia, e essa divisão de pensamentos e atitudes é que tornam a série interessante. Dá para se pensar em algo semelhante na vida real se os vampiros saíssem da escuridão e viessem à tona de verdade.

Não dá para assistir True Blood e não comparar com a série começada com Crepúsculo. Por mais que esteja claro que Stephanie Meyer tenha escrito seus livros pensando em adolescentes sentimentais e apaixonadas, e que os filmes tenham sido desenvolvidos para esse mesmo público, é vergonhoso lembrar como os vampiros são tratados pela escritora. É como se a verdadeira essência das criaturas não estivesse ali. Em True Blood, apesar de vermos também um vampiro todo apaixonadão pela protagonista, todo o restante continua sendo guiado pelos instintos primitivos, o que os tornam perigosos e nunca EMOs. Diferente de Crepúsculo, há muito mais elementos que atraem a atenção masculina para a série, há cenas violentas, há cenas de sexo, mulheres nuas e sangue, muito sangue. Vi os dois primeiros filmes da série de Meyer para acompanhar minha namorada e para tentar entender todo esse fascínio repentino por vampiros, e tive muito sono enquanto via. Não há nada ali que prenda a atenção, só romance insosso e interpretações mais insossas ainda.


Logo que acabou LOST meio que me senti orfão de uma boa série que desse vontade de seguir. Tentei Fringe, tentei Flashforward (já finada), ainda tento ver V, mas nenhuma conseguiu me deixar curioso para ver o capítulo seguinte, como LOST sempre fez. Acompanhei a primeira temporada inteira de True Blood (12 episódios) quase sem pausas, mais de um episódio às vezes por dia, e ainda me sinto interessado e curioso para ver o próximo da 2ª temporada. Os elementos instigantes que a série tem estimulam alguns questionamentos simplistas como "o que eu faria se os vampiros surgissem mesmo?" ou outros mais complexos como "mas não é exatamente isso que vemos hoje em dia? Preconceito com pessoas diferentes?". Claro que não se trata de ninguém que pudesse saltar no seu pescoço e te dar uma dentada, é lógico, por isso esses questionamentos ficam só na base das especulações.
A série começou mostrando um ambiente bem reduzido, poucos personagens principais, com uma trama bem desenvolvida e simples de entender. As altas dosagens de sexo são mostradas desde o 1º capítulo e envolve o relacionamento de mulheres (na série, tratadas como fode-presas)da pacata Bon Temps com vampiros. Sabemos desde sempre que vampiros tem uma lascívia acima do normal e que eles podem induzir suas "vítimas" a fazerem o que eles querem, dessa forma não é difícil imaginar um certo fascínio que isso causa em algumas pessoas. Na série, é dito mais de uma vez que a forma meio "animalesca" com que os vampiros agem na "hora H" é um atrativo à parte para esse tal fascínio e aí entra a busca por esse "algo mais" que os vampiros tem. Humanos normais começam a matar vampiros e traficar seu sangue, que passa a ser conhecido como V ou V Juice. Surgem então viciados na nova droga que querem beber da fonte e ter para si todas as propriedades curativas e afrodisíacas de um bom e fresco sangue de vampiro. Bizarro, e acredito eu, inédito até então.

A série conta ainda com outros personagens secundários, porém igualmente interessantes como Lafayette (Nelsan Ellis) que faz de tudo um pouco para sobreviver em Bon Temps, desde cozinhar para o Bar de Sam Merlotte à traficar V. Gay assumido, arruma briga com qualquer um que o trata com preconceito, e não vê nenhum problema em se relacionar com vampiros, fazendo até programas com eles. Ellis manda muito bem no papel, e em alguns momentos ele é bem divertido, principalmente por seus diálogos afiados com a prima Tara. Apesar de coadjuvante, Lafayette tem grande destaque na trama.

Até vampiros tem chefes, e Eric Nothman (Alexander Skarsgard) é o chamado Xerife da Área 5, onde vive Bill Compton. Bill é subordinado a Eric, e tem que proteger Sookie do desejo do chefe, que se interessa pelos poderes paranormais da garota. Na época de escolha do elenco para o filme do Thor, Skarsgard (até o nome se assemelha com a cidade de Thor) foi um dos cotados para viver o Deus do Trovão, papel que ficou mesmo com Chris Hemsworth.

Arlene (Carrie Preston) também é uma das garçonetes do Bar Merlotte, é mãe de um casal de filhos pequenos e acaba tendo um caso com o misterioso Rene Lenier (Michael Raymond James), um sujeito que esconde um passado terrível e se aproveita da amizade com Jason, irmão de Sookie, para obter informações preciosas sobre pessoas próximas ao rapaz.

Além dos coadjuvantes e fora os problemas de Tara com a mãe alcóolatra Lettie Mae Thornton (Adina Porter), os mistérios também envolvem o passado de Sam Merlotte, o dono do bar onde fatos importantes se desenrolam. Ninguém sabe de onde ele veio ou se tem família, e quando ele começa a se comportar de maneira estranha, começamos a descobrir qual sua real natureza, e ela é assustadora.

A abertura da série é uma das melhores que já vi em todos os tempos, possui imagens fortes além do tema empolgante "Bad things" cantada por Jace Everett . Quando assistimos aquelas cenas bizzaras cortadas secamente sem conseguirmos nos prender nos detalhes, entendemos quase que completamente do que a série trata. Não só vampiros, vemos imagens de religião, pessoas simples de interior, animais, fanatismo e possessões, além claro, de muitas cenas sensuais o que lembra que o sexo as vezes pode despertar a animalidade que existe em cada um. Nota 10.





Não tente ver True Blood no sofá da sala com a mamãe e o papai, ela não é uma série família. Ela não trata de assuntos fáceis de se digerir, fala de drogas, sexo e muito sangue, e por isso tudo mesmo é boa, ganhando um enfoque muito intimista. Allan Ball cuidou para que os elementos certos fossem inseridos em cada capítulo e não é qualquer um que tem estômago para assisti-la. Conheço umas duas ou três pessoas que diriam "ai, que série nojenta", mas a meu gosto, até então, tem agradado bastante. Os mistérios que são criados dão um toque a mais, sem falar no interessante triângulo amoroso que acaba acontecendo entre Sookie, Bill e Sam. Receita para mais umas três temporadas. Seria True Blood um "Crepúsculo" com cenas de sexo e violência? Não mesmo. Vai muito além disso.


Postarei mais detalhes sobre a série logo que terminar de ver a 2ª Temporada.



Acho que enfim encontrei a substituta de LOST.




NAMASTE ou I Wanna do bad things with you.

23 de julho de 2010

Top 10 - Melhores Desenhistas

Até mesmo eu me perguntava por que ainda não havia feito um post dedicado ao Homem-Aranha, já que ele é meu personagem preferido dos quadrinhos e isso há muitos e muitos anos. Eu não sei a resposta, mas sem mais delongas aqui está o novo Top 10, após o 1º que dediquei aos carros da ficção.

Um pouco mais da metade das HQs que mantenho em minha coleção que já ultrapassa as 550 são do Homem-Aranha, por isso me sinto muito à vontade para falar sobre o assunto, já que tenho um certo conhecimento sobre ele.
Assim como qualquer personagem de quadrinhos, o Aranha já passou pelas mãos de uma porção de artistas diferentes ao longo dos seus 50 anos, alguns bastante talentosos, outros nem tanto, e dentre todos esses profissionais eu destaquei os meus preferidos e aqueles que merecem estar no Top dos maiores que já tiveram a honra de rabiscar o Cabeça-de-Teia.
A numeração que cada um recebeu talvez não esteja justa o suficiente, mas isso não quer dizer que um seja melhor do que o outro. Todos tem seus méritos e seus defeitos. Vamos à lista:


Todd McFarlane nasceu em 1961, em Calgary, Canadá, e após rápidas passagens pelos títulos do Incrível Hulk e da minissérie Batman Ano 2 escrita por Frank Miller, seu sucesso só começou mesmo quando ele assumiu a revista do aracnídeo a partir do nº 298 de Amazing Spider-Man.
McFarlane causou uma verdadeira revolução no visual do Homem-Aranha com seu traço um tanto quanto caricato e exagerado, e definiu uma linha que seria seguida pelas próximas gerações de desenhistas.

As posições em que ele desenhava o Aranha, todo encurvado, sombrio e por vezes em perspectivas inimagináveis até então, levou o artista à fama rapidamente e caiu no gosto do público, fazendo com que a Marvel criasse um segundo título para o personagem cujo nº1 figura até hoje, como uma das HQs mais rentáveis da história.

Além do fluido de teia trançado cujo design é sua marca e que nunca mais deixou de ser usado, os olhos da máscara do Aranha imensamente grandes (até então o personagem nunca havia sido retratado assim) e da curvatura que o assemelhava mais a uma aranha de verdade, McFarlane é também responsável pelo desenvolvimento do personagem Venom e de toda a onda de violência que se seguiu nos quadrinhos dos anos 90 por causa desse sucesso estrondoso.

Eu particularmente fui um desses fãs "babões" da arte de McFarlane, e houve uma época em que se as revistas não fossem desenhadas por ele não atraíam tanto a minha atenção. A enxurrada de capas desenhadas pelo cara naquela época em que eu comprava revistas nos sebos era impressionante, e muitas delas eu adquiri apenas por isso, pela capa. Ah, a doce inocência! Atualmente eu prefiro artistas mais realistas como Steve Epting, Gabrielle Dell' Otto e por aí vai.

 

Rich Buckler nasceu em 06 de Fevereiro de 1949, e é um veterano na arte dos quadrinhos, já tendo trabalhado com praticamente todos os personagens da Marvel e da DC, criando inclusive muitas capas. Sua passagem pela revista do Homem-Aranha foi breve, porém intensa.

Ao lado do roteirista Peter David, ele desenhou uma das mais memoráveis histórias do personagem conhecida apenas como "A Morte de Jean DeWolff". Tenho as duas edições brasileiras em que esse arco foi publicado e a história é um fantástico thriller policial com muito suspense e um desfecho estrondoso em que o Aranha é obrigado a enfrentar o Demolidor. Os desenhos de Buckler criam o cenário perfeito para a trama, e seu Aranha é esguio e ágil, diferente do Demolidor, que apesar de ser um acrobata, aparece mais truculento nos traços do artista.

Gosto muito da arte de Buckler, e desenhistas como ele deveriam ser usados como referência para as novas gerações. Eu tinha um pôster com uma capa do Aranha de uniforme negro desenhado por ele, e era meu xodó.
 
 

A molecada que acompanha o Homem-Aranha hoje em dia (em especial a versão Ultimate) está acostumada com esse visual do personagem criado por Mark Bagley, esse alemão naturalizado americano que nasceu em 07 de Agosto de 1957. Praticamente todos os produtos que foram lançados nos anos 90, após a era McFarlane tinham a aparência do Homem-Aranha magrelo estilizado por ele, e que na minha opinião é um dos melhores já desenvolvidos. Os jogos lançados pela Marvel em parceria com a Capcom usavam os desenhos de Bagley como referência, e por muito tempo era assim que ele ocupava o imaginário dos fãs.

Bagley começou sua carreira desenhando os Novos Guerreiros que eram roteirizados por Fabian Nicieza. Após sua saída do título, ele ocupou a vaga deixada por Erik Larsen (na época, um aprendiz de McFarlane) nas revistas do Aranha, e ali ficou um bom período, na companhia de David Michelinie, que escrevia a maioria das histórias. Tenho quase todas essas edições, e por um bom tempo ele foi meu artista favorito do personagem, pois ele criava um Aranha extremamente ágil e forte, além de cenários empolgantes recheando as páginas. A maioria dos vilões da imensa galeria do Aranha ficava bem nos traços de Bagley, exceto os mais truculentos como o Rino e o Rei do Crime. Todo mundo ficava meio "desnutrido" nos desenhos dele e infelizmente, com o tempo essa característica começou a se tornar uma constante. Já na fase do Clone (a polêmica Saga do Clone do Aranha) a arte de Bagley começou a se tornar intragável para mim, e comecei a preferir outros artistas que mantinham mais ou menos seu estilo anterior, como o Steven Butler.

Guardo na memória aquela fase inicial de Bagley nas histórias do Aranha, e mesmo quando eu desenhava o personagem eu sempre tentava copiar aqueles tornozelos finos que ele fazia. Sua arte tem sim um dinamismo incrível, ele é detalhista e sabe cumprir prazos (algo elogiável no meio profissional das HQs) e é considerado um desenhista rápido. Quebrou o recorde de permanência à frente de um título que antes era de Stan Lee e Jack Kirby com o Quarteto Fantástico, e ao lado de Brian Michael Bendis fez história no título do Homem-Aranha Ultimate, onde ele refinou seu traço e alterou algumas características de Peter Parker, que deveria parecer um adolescente.

 
Mike Zeck nasceu em 06 Setembro de 1949 na Pensilvânia, e sua passagem pela revista do Homem-Aranha foi ainda mais meteórica do que a de Rich Buckler. Os dois artistas, inclusive, se revezaram nos títulos do personagem por um período e quando eu ainda nem sabia distinguir muito bem desenhistas, achava que se tratava da mesma pessoa, pelo estilo parecido de ambos.

A importância de Zeck para o Aranha é grande, porque ele não só desenhou a excelente minissérie A Última Caçada de Kraven, escrita por J.M. DeMatteis como também é o autor dos primeiros rascunhos do uniforme negro do Aranha, que surgiu pela primeira vez em Guerras Secretas (a 1ª das grandes sagas dos Quadrinhos), evento que envolvia todos os heróis Marvel . Ao lado de Rick Leonardi (que desenhou o Homem-Aranha 2099), Zeck criou o uniforme preto e branco, que até hoje é meu preferido e que mais tarde foi imortalizado por McFarlane, que criou seu Venom com base nele.

Mike Zeck também trabalhou à frente do Justiceiro por muito tempo, e nos anos 90 ele desenhou uma minissérie em que ele aparecia ao lado do Homem Aranha. No Brasil, a primeira edição da publicação vinha com um disco holográfico que fazia o Aranha "se mover" pelas paredes.


 


Ron Frenz nasceu dia 1 de Fevereiro de 1960, em Pittsburgh, e assumiu a prancheta deixada por John Romita Jr. à frente do Escalador de Paredes em 1984. Seu traço remetia aos primórdios do personagem, quando ele ainda era desenhado por Steve Ditko. Com o passar dos anos ele aprimorou sua técnica, e ele é considerado um dos grandes desenhistas do Homem-Aranha, tendo várias histórias clássicas do herói no currículo, como a primeira aventura com o uniforme negro (que ainda era um simbionte) e a emocionante "O Garoto que colecionava Homem-Aranha", título que falta na minha galeria, mas no qual já dei uma olhada na Internet. Pra ver como Frenz esteve à frente do Aranha em uma das suas melhores fases, ele também desenhou quase todos os primeiros combates do aracnídeo com o Duende Macabro e a surpreendente batalha contra o Senhor-do-Fogo (não, não estou falando do Syd de a Era do Gelo), ex-arauto de ninguém menos que Galactus. Se Mike Zeck foi o primeiro a desenhar o Homem-Aranha em seu traje negro simbiótico, Ron Frenz é o criador do uniforme, ao lado de Tom DeFalco, que na época era a mente criativa da revista.

Por mais que tenha sido emblemática a primeira aparição do Aranha usando a fantástica roupa negra (no Brasil saiu na edição #71 no formatinho da Abril), e eu me lembro bem como achei aquele visual em preto e branco espetacular quando o vi pela primeira vez, a história que me lembro com maior carinho desenhada por Frenz é uma toda protagonizada apenas por Peter e Mary Jane, que conversam sobre o passado de ambos enquanto andam pelo Central Park. Não há qualquer ação nessa história, nenhum vilão dá as caras e é engraçado como ela surge sempre em minha mente quando penso nos desenhos de Ron Frenz. Nessa época Peter havia acabado de se livrar do traje simbiótico, e ao fim da conversa com MJ ele retorna pra casa e volta a vestir o uniforme vermelho e azul clássico após 6 edições com o negro.



Alex Saviuk nasceu dia 17 de Agosto de 1953, chegou na Marvel em 1986 onde ficou pelos próximos 7 anos desenhando o Homem-Aranha em seu título principal The Amazing Spider-Man e de 1994 a 1997 assumiu o título The adventures of Spider-Man.

Certamente Saviuk não está no hall dos maiores desenhistas do Aranha e até passa despercebido pelo grande público (eu mesmo nem sei pronunciar seu sobrenome!), mas pra mim, ele fez parte de uma fase muito legal pelo qual o personagem passou, e achava a Mary Jane que ele desenhava muito linda, quase parecida com a de John romita Sr.
O seu Peter Parker usava mullets e essa característica é o que mais o distinguia dos outros artistas, além dele também inserir o olho grande na máscara do Amigão da Vizinhança e desenhá-lo curvado, quase ao estilo McFarlane. O dinamismo que ele inseria nas cenas de ação e as expressões nos rostos de seus personagens eram excelentes, e o seu Homem-Aranha era menos forte do que o de McFarlane e bem mais robusto do que o de Mark Bagley, o que funcionava como um equilíbrio bacana. Sempre preferi ele do que os horríveis Sal Buscema e Steve Skroce, tecnicamente falando. Entre as fases mais interessantes que Saviuk desenhou está a infame saga do Aranha de Ferro (que ilustra esse box), onde o Aranha desenvolve um agente solidificador (!) com as mesma propriedades de sua teia e recobre seu uniforme, tornando-se então o Aranha de Ferro (!). Parece absurdo, e na verdade é. Na ocasião ele enfrentava terríveis inimigos (!) que podiam disparar esporos venenosos e dardos, e essa proteção extra lhe vinha bem a calhar. Por sorte, a tal "roupa de ferro" só durou algumas páginas, sendo destroçada logo em seguida.
Aqui no Brasil, a edição de nº 150, ainda no formatinho, vinha numa capa especial ilustrada por Saviuk e mostra o herói lado a lado com o Rosa (filho do Rei do Crime), algo que nunca acontece no interior da revista. Heheheh!


 

Não foi a toa que coloquei Gil Kane entre os quatro primeiros, pois pra mim a imagem que ele ajudou a iconizar do Homem-Aranha é uma das mais perfeitas de todos os tempos, e só comprova o que esse grande artista representou para o mundo dos quadrinhos.

Eli Katz, seu verdadeiro nome, nasceu em 06 de Abril de 1926 e esteve presente nos momentos áureos da história das HQs. Kane ajudou a modelar a Era de Prata dos Quadrinhos, e renovou conceitos de personagens da década de 40 como o Lanterna Verde e o Eléktron da DC. Na Marvel, durante a década de 60, trabalhou nas histórias clássicas do Homem-Aranha e de outros super-heróis da editora, e seu estilo de traço que misturava figuras detalhadas com movimentos exagerados era o seu ponto forte. Seus personagens pareciam saltar de dentro dos quadros, e foi com ele que comecei a ver as primeiras imagens de quadros inteiros ou de meia página no ambiente que sempre fora todo "certinho" como era o das HQs americanas, seguindo quadro-por-quadro.

Kane desenhou a história que revolucionou não só a vida do personagem Homem-Aranha como também todos os Quadrinhos, colocando a morte de uma personagem importante como foco (hoje em dia, qualquer um que morre nas HQs volta daqui a seis meses no máximo!). "A noite em que Gwen Stacy morreu" é pra mim a melhor história que já li do Homem-Aranha. Nenhuma outra me ofereceu uma carga dramática tão grande ou uma violência tão desenfreada protagonizada por Peter Parker quanto essa, e a tenho na memória quase que quadro a quadro, em especial os momentos decisivos. A expressão fria de Peter em busca de Norman Osborn, a ternura com que ele protege a pobre Gwen Stacy depois de morta, a cólera com que ele espanta um policial que tenta prendê-lo e a fúria com que ele ataca o responsável pela morte de sua amada chega a ser cinematográfico. Gil Kane nunca fora tão feliz em criar uma obra de arte quanto o fez nessa HQ e sinceramente duvido que eu volte a ver desenhos como aqueles em meio a uma história tão bem narrada e impactante.

Kane faleceu em Janeiro de 2000, deixando um legado inesquecível.



Ainda mais que seu pai, "Romitinha", como é conhecido por aqui, com certeza é o desenhista que mais vezes e por mais tempo esteve à frente do Homem-Aranha, e um dos mais talentosos também. Meu primeiro gibi do Homem-Aranha (a edição 23 da Abril) já tinha desenhos dele, e de lá pra cá seu nome se tornou uma constante nas páginas de abertura das revistas do aracnídeo.

Em seu começo, sendo arte-finalizado por seu pai, Romitinha que nasceu em 17 Agosto de 1956, tinha praticamente o mesmo traço que ele, seus desenhos eram arredondados e seu Peter Parker era bem semelhante ao do "Romitão". Com o tempo, o artista refinou seu estilo e o tornou mais quadradão e é assim que o conhecemos hoje em dia.

Devo confessar que me desagradava antigamente aqueles desenhos muito quadrados que Romitinha fazia, e as histórias ficavam menos interessantes para o meu gosto "Markbaglyano". Quase nunca folheava as edições 98 e 99 que no Brasil anteviam o casamento do Aranha com Mary Jane por serem desenhadas por ele, e torci o nariz quando ele ressurgiu em meio à Saga do Clone... É incrível como nosso gosto sofre mudanças com o passar do tempo. Antes um Romitinha do que um Rob Liefeld da vida!

Quando enfim a Saga do Clone passou, a Tia May voltou da morte (muito antes do pacto com o Mephisto), Norman Osborn voltou a ficar maluco e a Mary Jane sumiu do mapa num acidente de avião (!) foi John Romita Jr. quem desenhou todas essas sagas, passando o bastão lá na frente para o brazuca Mike Deodato, que teve um certo brilho rabiscando o Cabeça de Teia. Mas isso já é outra história.

John Romita Jr. já passou por títulos como Demolidor, X-Men, Hulk, Wolverine e até mesmo desenhou o encontro do Batman com o Justiceiro, mas é com seu trabalho em Homem-Aranha que ele é mais reconhecido, e onde seus fãs querem que ele fique ainda por um bom tempo.


 
Eu passei algumas semanas pensando em cada artista que havia sido importante para o mundo do Homem-Aranha para modelar esse post, mas acima de tudo, sabia que o traço do caboclo deveria me agradar para que eu pudesse colocá-lo na lista, o que não era o caso de Steve Ditko.

Veja só! Eu ia cometer o sacrilégio, a heresia de deixar de fora do meu Top 10 simplesmente o cara que desenvolveu todo o visual que hoje conhecemos não só do Homem- Aranha, mas também de toda sua galeria de vilões e personagens coadjuvantes como a Tia May, Flash Thompson, JJ Jameson e todos aqueles que já fizeram parte dessa história. Quando pensei nisso, me arrependi de meus pecados e o posicionei logo abaixo daquele que considero o melhor desenhista do Homem-Aranha de todos os tempos.

Stephen J. Ditko ou Steve Ditko nasceu em 2 de Novembro de 1927 em Johnston, e ao lado do próprio Stan "the Man" Lee é uma das figuras mais importantes no que diz respeito a Homem-Aranha. Diz a lenda, que no princípio, quando teve a ideia para sua criação, Stan Lee imaginava o Homem-Aranha um sujeito magrelo e aparentemente frágil, como todo adolescente (Nerd) deveria ser, e entregou a responsabilidade da arte para o amigo Jack Kirby - juntos, esses dois caras praticamente criaram todo o panteão de heróis e vilões da Marvel e DC - que não conseguiu dar asas ao que Lee queria. Kirby já havia criado a concepção original do Aranha (uniforme com teias, olhos em preto e branco, teias embaixo do braço, etc., etc.) e coube a Ditko dar o toque final, já que Kirby não conseguia desenhar personagens muito magros, acostumado aos mais parrudos (Kirby inventou o Darkseid!). Estava criado o Amigão da Vizinhança, que teve sua estreia na revista Amazing Fantasy #15, hoje uma raridade na mão de algum colecionador.

Tive a oportunidade de ler a primeira história do Aranha na edição de aniversário da revista do Capitão América nº 100, também publicada pela Abril. Hoje os desenhos podem parecer estranhos, mas aquela história tem uma magia única e não é só por sua importância.

A arte de Ditko chegou à mim pela primeira vez numa coletânea de histórias que mostrava todos os combates do Homem-Aranha com seu pior inimigo, o Duende Verde que saiu em duas publicações de mais de 100 páginas cada pela Abril. Me lembro que na infância e na pré-adolescência, a nº 1 das coletâneas era minha revista preferida do pequeno acervo de pouco mais de 20 revistas que meu irmão tinha de super-heróis. Li e reli aquele gibi sem dúvida umas 20 vezes e daí surgiu o motivo pelo qual eu não poderia deixar Ditko de fora do meu Top 10. Tenho um carinho muito grande por aquele passado, e pelas histórias do Aranha que fizeram parte do começo de meu interesse por HQs, e muito disso se deve a arte de Ditko.




John Romita nasceu em 24 de Janeiro de 1930 em Nova York e começou na Marvel desenhando o Demolidor. A pedido de Stan Lee, ele fez um teste inserindo o Homem-Aranha numa história do Demônio Audacioso, e o teste deu tão certo que Romita assumiu o título pouco depois da saída do icônico Steve Ditko. O artista impôs todo seu estilo de desenho ao escalador de paredes, tirando um pouco de sua aparente fragilidade, e deixando Peter Parker um pouco mais robusto. Era uma nova era começando e o Aranha estava em boas mãos.

Lembra daquele gibi que mencionei acima? Das histórias do Aranha contra o Duende Verde? Adivinha quem desenha a última história do primeiro volume?? Sim, ele, John Romita em sua estreia na revista do escalador de paredes. De primeira o talentoso artista já foi incumbido de mostrar a verdadeira face do Duende Verde e fomos apresentados a Norman Osborn e a seu filho Harry, que aparecem pela primeira vez inseridos no universo de Peter Parker. Nessa mesma história, Osborn descobre que Peter e o Aranha são a mesma pessoa, e começa aí toda a trama entre os dois inimigos mortais que com o passar do tempo teve várias reviravoltas.

Romita também teve a honra de nos mostrar quem afinal era a sobrinha misteriosa da amiga da Tia May que apenas era citada na fase desenhada por Ditko, ninguém mais ninguém menos do que a estonteante Mary Jane Watson. Ele também ilustrou a capa da revista do celebrado casamento entre os dois alguns anos mais tarde, e que por aqui saiu na edição de nº 100 da revista do Homem-Aranha.

Embora Mary Jane tenha sido apresentada oficialmente apenas na fase de Romita, e de sua concorrente pelo amor de Peter, Gwen Stacy já ter aparecido na fase Ditko, foi o prestigiado autor que deu seu toque no visual da loirinha, inserindo o famoso "arquinho" que ela usava quase sempre nos cabelos. Devo adimitir que eu era apaixonado pela Gwen de Romita e entraria fácil na disputa pelo coração da filha do Capitão Stacy! Hehehe!

John Romita é pra mim o melhor de todos os desenhistas que já passaram pelo Homem-Aranha pela fluidez de seu traço, pela ação dinâmica que ele conseguia inserir nos quadrinhos e principalmente pela humanidade que ele conseguia imprimir nas expressões faciais de seus personagens. Pra mim, o seu Peter Parker é o rosto oficial do personagem, e sempre quando vem esse nome na mente penso logo nos desenhos de John Romita, mesmo com aquelas costeletas ridículas que o Peter tinha nos anos 60! Vida longa ao mestre!

 
Para fechar ao post, gostaria de citar alguns desenhistas que não entraram na lista, mas que já tiveram a sua importância no universo do Aranha e cujos desenhos também fazem parte de minha coleção: os Brazucas Luke Ross (gosto muito de seus desenhos quase cartunescos e atualmente mais realistas, emulando Steve Epting no Capitão América) e Mike Deodato, que desenhou a horrível Saga O Outro, mas cujos tons sombrios caíram muito bem, em especial na surra que o Aranha leva do vilão Morlun. O falecido Mike Wieringo que participou da divertida fase Crise de Identidade em que Peter assumia novas 4 identidades enquanto o Homem-Aranha estava sendo acusado de assassinato, Alex Ross, que nos fez acreditar que poderia mesmo existir um homem de verdade por trás daquela máscara vermelha com sua pinturas ultra-relistas de Marvels e Mark Beachum por razões óbvias:

Não ficaram óbvias as razões de Mark Beachum ser citado??


Sei lá, pra mim ficaram bem óbvias as razões!

NAMASTE!

21 de julho de 2010

Um Encontro Explosivo no Cinema!


Domingo passado resolvi deixar a preguiça de lado e fui ao cinema conferir Encontro Explosivo, estrelado por Tom Cruise e Cameron Diaz. Era um dia perfeito para ver um bom filme, clima agradável, ótima companhia e acima de tudo, poucas adolescentes desesperadas na fila, até porque a onda Eclipse já passou um pouco.
O filme, dirigido pelo quase desconhecido (pelo menos para mim) James Mangold, que dando uma olhada no Wikipedia descobri que também dirigiu outros filmes com duplas famosas como Johnny & June, Kate & Leopold e o clássico Garota Interrompida, é um misto muito saboroso de ação com comédia, ambas muito bem dosadas, diga-se de passagem. O fato de ter me divertido bastante assistindo ao filme, e mais ainda de ter aprovado a direção de Mangold só me deixa ainda mais envergonhado de não o tê-lo conhecido antes, uma vez que exceto ter visto duas ou três cenas de Kate & Leopold (com Meg Ryan e Hugh Jackman), não vi nenhum dos outros filmes citados, e muito menos os outros da lista "filmográfica" do diretor (Os Indomáveis, Identidade...). Preciso rever meus conceitos cinematográficos ou voltar a frequentar a locadora!
Durante um bom tempo do filme me senti como se assistisse a um novo capítulo da saga de Ethan Hunt, de Missão Impossível, porque o personagem de Cruise é exatamente o mesmo: um espião destemido e cheio de habilidade. Se não fosse a presença sempre cativante e tesloucada de Cameron Diaz, daria pra dizer com certeza que Encontro Explosivo era mais um filme da série MI.
A história do filme não apresenta nada muito inovador, mas isso não empobrece o roteiro de forma alguma. Não é um filme para se levar a sério (Embora o Missão Impossível 2 não parecesse também querer ser levado a sério) e exatamente por isso se torna uma ótima opção de lazer despreocupado. Não chega a ser descerebrado como Transformers ou As Panteras e nem agride a inteligência alheia, mas não é nada mais do que uma fonte de risos em alguns momentos.
Como bem vociferou em todas as entrevistas (e provavelmente será exibido nos extras do DVD) Tom Cruise filmou ele mesmo as cenas mais perigosas do filme (assim como ele vem fazendo há muito tempo) sem a ajuda de dublês, mas algo que dá para se notar, e nem chega a causar tanta estranheza em um filme de ação, é que muitas das cenas são gravadas diante do recurso do Chroma Key, o que tira bastante aquela sensação de "perigo" pelo qual Cruise alega ter passado durante as filmagens.
Cientologia à parte, eu gosto dos filmes de Cruise, e não me lembro de ter visto algum que fosse verdadeiramente ruim (embora eu ainda esteja enrolando para ver o DVD de Operação Valquíria que tem lá em casa e não possa dizer com certeza), e a beleza plástica de Cameron Diaz e seu bom humor criam um ambiente muito animador à Encontro Explosivo. Embora seu rosto já não seja mais tão bonito quanto o era em sua estreia em o Maskara, Cameron ainda apresenta um corpo exuberante (detalhe na cena em que ela aparece de biquini vermelho) e seu charme nos faz esquecer que a idade chegou.

June Havens (Cameron): "Como eu vim parar dentro desse biquini?" (após acordar de um desmaio)
Roy Miller (Cruise) : "Eu fui treinado para desarmar uma bomba no escuro com um clipe e uma bala de menta, acho que consigo vestir um biquini em você sem ter que te olhar... E eu não estou afirmando que fiz isso."

Esse diálogo é sensacional.


Nota 8 para o filme. Ótimo divertimento.


P.S.


Lostimaníaco que sou, não poderia deixar de citar a participação de Maggie Grace (A Shannon da 1ª, 2ª e 6ª Temporada) como April, a irmã caçula de June Havens.
Além disso, no elenco também aparece Peter Sarsgaard como um agente traíra que quer passar a mão num artefato criado por um jovem Nerd cujas propriedades podem revolucionar o que se conhece como fonte de energia. Sarsgaard será o vilão Hector Hammond do filme Lanterna Verde, película que tem estreia prevista para o ano que vem, se os deuses Nerds assim o permitirem.
Nos traillers, pude conferir pela primeira vez em tela grande "Os Mercenários", o filme que não vai deixar pedra sobre pedra, além do novíssimo "Predadores", que estreia essa semana.


Aqui a sinopse completa de Encontro Explosivo para quem ainda não viu, e abaixo o trailler do filme.





NAMASTE!

2 de julho de 2010

De volta para casa

É, eu até pensei nesse momento, em como ele seria e o que eu escreveria se o Brasil fosse eliminado da Copa, e agora chegou a hora. A Seleção do Dunga está fora!

Eu vi dois jogos diferentes, o do primeiro tempo e o do segundo. No primeiro, a Seleção teve um dos melhores desempenhos até agora, articulando bem, atacando com qualidade e deixando a toda poderosa Holanda totalmente acuada. A Laranja Mecânica não perde há vários jogos e na Copa vinha tendo um belíssimo desempenho, embora o foco estivesse todo nas seleções da Alemanha e da Argentina. Invicta desde o começo da Copa, a Seleção Laranja viu seus espaços tirados pelos marcadores brasileiros, enquanto o Brasil dominava o jogo, perdendo muitos gols. Robben, o craque holandês cavava muitas faltas se jogando na maioria, e quando o gol saiu pelos pés de Robinho após toque magistral de Felipe Melo (algo de se espantar), eu cheguei a achar que seria mais um passeio, assim como havia sido contra o Chile. Ledo engano.

Então veio o 2º tempo...

No tempo complementar a seleção brasileira mudou completamente assim que tomou um gol após cruzamento na área. Tudo começou quando Robben caiu numa falta feita por Michel Bastos. O atacante cobrou a falta que levantada na área causou confusão generalizada na defesa brasileira. Júlio César saiu mal e Felipe Melo (como eu profetizei aqui, o nome da Copa) mandou contra a rede.
Visivelmente abalado, o time brasileiro decaiu totalmente de rendimento, e desestabilizado emocionalmente começou a ceder espaço pra Holanda, que aproveitava os erros da seleção para crescer em campo. Quando infantilmente Felipe Melo (ele de novo!) cometeu falta e ainda pisou no adversário, sendo expulso na sequencia a vaca começou a se atolar. Quem era mesmo o jogador mais criticado da seleção? Hein? Hein? Então, só pra confirmar que não era picuinha nossa.

Quando o segundo gol holandês saiu, em mais uma cochilada da zaga e em outro cruzamento pra área, o Brasil mostrou fragilidade e um completo desequilíbrio. Daí pra frente até o fim do jogo foram só tentativas mal sucedidas de se chegar ao gol, muitos erros e jogadas muito bem neutralizadas pela Holanda, que mostrou a todo mundo que eles não estavam ali por acaso, e que era sim, superiores a nosso time.

A verdade é que nosso time ainda não havia enfrentado um time de força na competição, e caiu contra o primeiro que enfrentou. Nenhum deles havia dado à seleção a pressão que distingue os campeões dos que se abalam fácil com o perigo, e o time inteiro veio abaixo sem controle emocional quando tomou o gol de virada. Com o jogo corrido, cheio de erros, lá pelos 30 minutos falei que não dava pra fazer gol naquele clima, o que acabou acontecendo. Àquela altura, um golzinho de mão, de nariz, de bunda que fosse nos levaria para a prorrogação e quem sabe o time conseguisse colocar a cabeça no lugar e vencer. Ficou na vontade.
Não é que eu estava torcendo contra. O time não tinha personalidade, não passava confiança. No Twitter, o craque Romário até chegou a comentar que essa seleção não havia sido formada para jogar bonito mesmo, e assim como muitas seleções do mundo estava ali para criar resultados, mesmo que isso significasse jogar feio. Foi o que aconteceu, jogou feio e não teve personalidade no 2º tempo para superar uma dificuldade. Não tinha pinta de campeã.
A derrota é algo comum no mundo do esporte, a vida não acaba só porque a Seleção apanhou da Holanda, mas que é triste é. Terceira Copa que vejo a vaca indo apra o brejo, mas até que o saldo é bom, porque já vi dois títulos, o de 94 e o de 2002.

Amanhã a vida volta ao normal e o chefe não dá folga.


Bora torcer para os Hermanos, já que serão eles que levarão essa copa!!


NAMASTE e boa viagem de volta, Dunga!


Clique para ampliar

28 de junho de 2010

Brasil 3 X 0 Chile - Passeio!

E foi um passeio! A Seleção encontrou um bom futebol e encarou um Chile muito diferente do time que vinha sendo no começo da Copa, em especial pelos desfalques.

Kaká voltou a jogar bem, Robinho esteve meio apagado no primeiro tempo, errando alguns lances e meio desatento, mas chegou na frente no 2º tempo após receber um belo passe de Ramirez e mandar para a rede.

Juan após escanteio e Luis Fabiano (agora com 3 gols na competição) com mais um belíssimo gol, fizeram os outros dois, fechando uma competente participação da Seleção do Dunga na África (Eu tô falando bem, calma, Dunga!).

Destaque para Lúcio que ainda tem se aventurado no meio de campo (e ataque), mas que continua fazendo um bom trabalho na zaga e para Nilmar, que mais uma vez entrou bem na partida, participando de lances importantes.

Agora vem a Holanda pela frente nas quartas de finais. O time fez uma bom jogo contra a Eslováquia hoje de manhã e passou com 2X1, um gol de Robben, um dos craques da seleção deles, e um dos que podem dar trabalho para o Brasil na próxima sexta.

Por enquanto é comemorar feito loucos, porque o trabalho é só amanhã e a noite ainda é uma criança!
Arrebente a vuvuzela na cabeça do primeiro lazarento que aparecer tocando! Vai Brasil!

Palpites

Até agora só errei o de Gana X EUA.
Ontem acertei que a Alemanha passava pela Inglaterra e que a Argentina passava pelo México.
Hoje deu a lógica, Holanda passou pela Eslováquia e no confronro Brasil X Chile disse que daria Chile se (e somente SE) o Brasil jogasse como jogou contra Portugal. Como não jogou mal, considero um palpite neutro.

Amanhã vai dar Paraguai no confronto com o Japão e Portugal na luta contra Espanha, e tenho dito!

NAMASTE!

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