11 de outubro de 2011

AVANTE VINGADORES! [ATUALIZADO]

Falar que gosta dos Vingadores agora com o buzz que o filme está gerando e com o hype que a animação Vingadores: Os Maiores Heróis da Terra vem conquistando sendo exibida pelo canal da Disney é fácil. Porém não é de hoje que sou fã dos heróis criados por Stan Lee e Jack Kirby, e muito menos estou indo na "ondinha" atual.
A concretização do filme dos Vingadores é a realização do sonho de qualquer nerd que acompanha HQs há algum tempo (no meu caso muuuuuito tempo), e durante os últimos anos tivemos doses homeopáticas desse sonho com os filmes do Homem de Ferro, Hulk, Thor e Capitão América, a maioria deles, comentado no Blog do Rodman.


Agora é a junção de todos eles na mesma tela, e a menos que Joss Whedon (escritor de Surpreendentes X-Men e o diretor do filme) faça uma cagada grandiosa, Vingadores tem tudo para ser o maior sucesso da Marvel Studios até agora.

Será que tem alguém que ainda duvida que isso possa acontecer?
O primeiro trailer (até então só tínhamos o teaser lançado após os créditos do filme do Capitão América) finalmente foi lançado, e como era de se esperar, é de cair o queixo:



Vai pra puta que pariu!

Se eu já estava empolgado com esse filme só de acompanhar as fotos dos sets de filmagens e com as notícias acerca dele, agora então, depois desse trailer, a ansiedade para ver o filme munido de um bom combo de pipoca e Coca Cola está incontrolável.
As cenas no início do trailer mostram uma ameaça aérea, visto que o exército e a polícia estão atirando para o alto, e até então as informações andam um tanto quanto desencontradas sobre o roteiro do filme, o que é interessante, visto que é bom deixar a surpresa para o dia da estreia. Tenho visto muitos trailers que simplesmente entregam as principais cenas do filme.

Seja como for, embora saibamos que o vilão principal da equipe seja mesmo Loki, o deus da trapaça, fica bem claro que teremos outros inimigos no filme e que eles podem ser desde skrulls a criaturas asgardianas controladas pelo próprio Loki.
Os alienígenas verdes de queixo frisado estão praticamente descartados, uma vez que eles fazem parte do universo do Quarteto Fantástico personagens que pertencem à Fox (assim como os X-Men, Demolidor, Motoqueiro Fantasma, etc., etc.), exatamente por isso a ameaça que irá unir todos os heróis para enfrentar aquilo que nenhum deles poderia enfrentar sozinho deva ser outra que não os skrulls.

Claro que a simples união de todos esses ícones dos quadrinhos na tela grande já é algo memorável, mas pode se tornar inesquecível se todos os "the producers" e o próprio Whedon acertarem a mão na execução.
A Marvel encontrou uma fórmula de sucesso para seus filmes fazendo o mínimo para que todos fiquem entretidos e que tenham a sensação de que viram um filme com uma história coerente, mas talvez seja hora de dar um passo além e fazer algo realmente grandioso, ou em outras palavras do caralho! Quem sabe isso não aconteça com Vingadores?
O trailer tem todos os elementos que fazem qualquer fã pirar: Tem Tony Stark fazendo piadinhas com o Capitão e o Thor, tem a delícia da Viúva Negra mais uma vez em ação, tem o Capitão América mostrando pra que serve o soro do supersoldado e tem até um vislumbre do que será o Hulk de Mark Rufallo!

Aiie, Rodman! Ele vai ser um monstro digital! Não seja burro!”

Eu sei, caro padawan. Você entendeu o que eu quis dizer!

Pra quem é realmente fã dos personagens a expectativa para a estreia só aumenta, e esse trailer só não elevou mais a temperatura da moçada do que as fotos da Scarlet pelada!

O filme conta nos papeis principais com Robert Downey Jr. (Homem de Ferro/Tony Stark), Chris Evans (Capitão América/Steve Rogers), Scarlet Johansson (Viúva Negra), Chris Hemsworth (Thor), Jeremy Renner (Gavião Arqueiro/Clint Barton), Samuel L. Jackson como ele mesmo (heheheh!) e Tom Hiddleston como Loki.

A estreia está prevista para Maio de 2012 e eu nunca me vi tão ansioso para ficar mais velho!

AVANTE VINGADORES!

ATUALIZAÇÃO (29/02/2012)

E saiu o segundo trailer da bagaça.

O vídeo entrega uma porção de cenas de ação do filme, e algo de preocupante começa a incomodar: Teria Joss Whedon perdido a mão completamente na dosagem ao criar as sequências de ação??

A expectativa continua alta, mas esse 2º trailer me preocupou um pouco. Fica a torcida para que o filme tenha algo a mais do que simplesmente cenas a la Transformers!

NAMASTE!

5 de outubro de 2011

Rock in Rio: Eu não fui, mas eu vi!

A 4ª versão do maior festival de música do Brasil começou desacreditado e ridicularizado, anunciando atrações um tanto quanto fora de contexto (pra grande maioria que ouve “rock” no nome) e que não demoraram a desanimar os já tão esquecidos fãs do verdadeiro rock arte, rock moleque, rock de várzea. Artistas como Katy Perry, Rihanna, Cláudia Leite (tira o pé do chããão) e Ivete Sangalo pareciam destoar e muito do clima rock n’ roll que todos esperavam, porém, vale lembrar que nas edições anteriores essa mesma mistura de gêneros já era comum, e não há como esquecer que caras como Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Erasmo Carlos já subiram ao palco no mesmo dia que ícones da pauleira como AC/DC e o Ozzy Osbourne!

Sabe-se lá Deus que desejo insano é esse do organizador do espetáculo Roberto Medina tem em querer criar essa miscigenação musical em todas as versões do Rock in Rio, mas é certo que o público dessas atrações não é o mesmo, e o que costuma acontecer não é bem o clima paz e amor que, imagino eu, Medina deseja apregoar. Cláudia Leite e a banda emo/hardcore/heavy-metal Glória que o digam!

Apesar desses equívocos de “escalação” artística, que pelo menos desta vez foi bem solucionado separando os dias das atrações (imagina a merda que daria termos Metallica e Katy Perry na mesma noite!), o Rock in Rio, que voltou ao Rio de Janeiro depois de uma longa temporada longe de seu país de origem, teve bons momentos para o público rock n’ roll.



Não. Eu não fui a nenhum dos shows, caro padawan, se é o que está pensando. O meu Rock in Rio foi mais para Rock in home, o que não quer dizer necessariamente que eu não possa dar minha opinião de merda acerca do evento.

Obviamente descarto aqui comentários sobre os shows pops, em primeiro lugar porque não vi nenhum deles, e em segundo porque... Porque... Não vi nenhum deles! Isso basta.


Aliás, sobre Katy Perry não há nada a ser dito e sim mostrado:





Após uma primeira noite mais pop, apesar das apresentações dos veteranos dos Paralamas do Sucesso e Titãs, a galera começou a sentir um maior peso nas atrações internacionais no segundo dia com a presença de Snow Patrol (que convenhamos, né... Nhé!!) e do Stone Sour (banda paralela do vocal do Slipknot Corey Taylor), apesar dos nomes quase desconhecidos do grande público.


O show do Capital Inicial com certeza foi um dos mais surpreendentes e elogiados da noite. Dinho Ouro Preto, o vocalista da banda que vinha de uma longa recuperação após um acidente em 2009 em que caiu do palco durante um show, mostrou não só que estava totalmente recuperado, mas também que estava à todo vapor, empolgando pra valer os espectadores. O coro de mais de 100 mil pessoas entoando os versos de “Primeiros Erros” com as mãos pra cima com certeza já entrou para a história.



Coube aos californianos do Red Hot Chili Peppers a missão de encerrar a segunda noite do evento, botando pra quebrar com seus grandes hits e elevando a temperatura do público que em pelo menos 90% (e falo isso no olhômetro puro) estava ali principalmente para ver os caras. Com seu bigodinho estilo Capitão Fábio de Tropa de Elite, Anthony Kiedis liderou o Red Hot como de costume, afinado nos vocais, ensaiando uma dancinha durante uma música ou outra e dividindo as atenções do público com o baixista porra-louca Flea.


O show dos caras teve espaço para homenagens ao filho da atriz Cissa Guimarães, fã declarado da banda e falecido após um atropelamento, contou com algumas escorregadas do vocalista que errou o tempo ao entrar no refrão de uma música e apresentou ao público brasileiro o novo guitarrista após a saída de John Frusciante. O ex-guitarrista, por sua vez, faz falta não só nos solos, mas também no backing vocal, onde dava maior emoção às músicas “Under the Bridge” e “Californication”, por exemplo. Josh Klinghoffer, o substituto de Frusciante, não se arrisca nos vocais e não demonstrou grande personalidade na execução das canções. Apesar disso, a performance dos caras chegou ao seu ápice com a execução de “Give it Away”, hit de 1991 e que consta como música indispensável no setlist da banda desde então, e encerrou muito bem a primeira noite de rock.




Somente na terceira noite do evento é que o público pôde vestir suas camisetas pretas, balançar a cabeleira ensebada e ensaiar air guitar com os shows pela primeira vez. Fora do palco principal a galera do rock de verdade se acabou durante as apresentações do Matanza e do Sepultura, que conseguiram lotar o espaço menor reservado às atrações de, digamos, menor expressão. Sim, porque grande expressão é NXZero, né Roberto Medina!


A decepção do dia, no entanto, ficou por conta do vocalista do Angra Edu Falaschi que num dia pouco inspirado, acabou destoando e muito ao dividir os vocais com a diva Tarja Turunen, ex-cantora do Nightwish. Nunca fui lá um grande fã de Falaschi, que recebeu a ingrata missão de substituir o fodástico André Matos na banda de metal brasileira, e ao lado de Tarja ele provou que não está nem nunca esteve à altura de substituir o cantor de voz fina que dava a cara e a personalidade do Angra.

Se faltou empolgação nos shows dos desconhecidos do Coheed and Cambria (aquele do cabelo de samambaia) e do Glória , o mesmo não pode ser dito da trinca formada por Motörhead, Slipknot e Metallica, que juntos fizeram deste o melhor dia do Rock in Rio.



O lendário vocalista do Motörhead, Lemmy Kilmister de 66 anos provou que idade não é empecilho para fazer uma boa apresentação (viu, senhor Axl Rose??) e a banda pavimentou a estrada que seria usada e abusada na sequencia da noite por Slipknot e Metallica.

Slipknot, aliás, fez uma exibição assustadora e memorável no Palco Mundo do Rock in Rio. A banda de Iowa já havia estado presente na versão portuguesa do festival no Rock in Rio Lisboa de 2004, e como de costume levantou o público, que vibrou com as músicas eletrizantes dos caras.




Com um setlist recheado de porradas como “Spit it out”, “Psychosocial”, “Before I forget” e “Duality”, o show de horror comandado por Corey Taylor marcou positivamente o festival, dando um significado maior ao termo “rock” de seu título.

Em meu Rock in Home, varando a madrugada do dia 26 (e tendo que acordar às 6 horas pro trabalho! SIC!), curti feito um louco o show. Com os efeitos pirotécnicos, as máscaras de terror, o som pesado, e a perícia vocal de Taylor, dá pra dar nota 10 fácil para a apresentação do Slipknot.


O dia não podia ser fechado em melhor estilo e os caras do Metallica vieram com tudo como a banda mais esperada do fim de semana. Com um playlist muito variado e sem qualquer espaço para as já costumeiras baladas, James Hetfield e companhia mostraram porque ainda hoje são considerados o grande nome do cenário do rock, levando o público ao delírio com sons como “One”, “Seek and destroy” e “Master of Puppets”.
PUTA QUE O PARIU!

Foi o que eu expressei quando o arranjo de “Master of Puppets” começou a ser ensaiado, e não há como dizer que os caras envelheceram e que perderam o jeito de fazer boa música (Ok, St. Anger não vai desaparecer por causa dessa apresentação, mas a gente finge que esqueceu). Qualquer outra banda deveria se preocupar em tocar após a apresentação apoteótica do Slipknot (banda preferida de 11 entre 10 adolescentes ditos rebeldes e que não ouvem Restart ou funk), mas a longa carreira do Metallica e a competência de seus integrantes garantiram um espetáculo igualmente interessante. Pra ser sincero, o Slipknot ainda precisa comer muito feijão com arroz na estrada para chegar ao cume onde o Metallica descansa feliz.




O festival teve uma pausa de alguns dias (afinal é Rock in Rio e não Carnaval na Bahia, apesar das presenças de Ivete e Claudia Leite), e no fim de semana seguinte foi a vez de Janelle Monaé (quem??) Jamiroquai, a tresloucada Kesha e do lendário Stevie Wonder se apresentarem. Ivete trouxe um pouco do axé para a pegada maluca do Rock in Rio e Lenny Kravitz e Jota Quest ensaiaram algo parecido com rock antes do sábado chegar.


No sábado, o rock nacional mostrou ao que veio, e o Frejat com seus hits de carreira solo e dos tempos do Barão Vermelho (bons tempos, aliás) mais o Skank, azeitaram a salada para a apresentação do Maroon Five e do Coldplay, que fez a melhor e mais bem produzida apresentação do dia. Segundo uma pesquisa do Portal Terra com os leitores que assistiram ao show, a banda fez a melhor apresentação do festival.
Eu assisti boa parte da exibição competente de Chris Martin e seus companheiros, e realmente fiquei impressionado com a energia que o cara passa no palco, além da disposição para correr por todo o palco e de cantar enquanto toca piano. Minhas músicas preferidas dos caras “Clock” e “Yellow” fizeram parte do setlist, mas foi com “Viva la vita” que os caras levaram a plateia ao êxtase. Decididamente foi uma bela apresentação dos ingleses.





No último dia do festival, mais nomes brasileiros encararam o Palco Mundo e foi a vez do Detonautas e da baiana Pitty tocarem para o povo amontoado, que mais uma vez lotou as paragens da Cidade do Rock. Tico Santa Cruz sempre foi um vocalista de mediano pra fraco, mas é sua atitude “marrenta” que mais conta em suas exibições. Nada além disso.

Pitty, por sua vez, esbanjou charme com as pernocas de fora e as tatuagens (muitas tatuagens) visíveis, e mostrou poder vocal, além de fazer a plateia cantar com ela os versos de suas já conhecidas músicas. Eu particularmente gosto muito do som dessa baiana porreta, sua banda está entre as minhas preferidas do cenário nacional, mas há de se convir que em alguns momentos o som de sua voz foi abafado pelo metal das guitarras e da bateria. Nada que tenha estragado o show, no entanto.

Comprovando que as mulheres também podem comandar boas bandas de rock, em seguida subiu ao palco a belíssima Amy Lee e seu Evanescence, que tocou seus já conhecidíssimos hits intercalados com as músicas novas do álbum que leva o mesmo nome da banda. Ainda um tanto quanto rechonchuda, a moça demonstrou muita simpatia com o público, que devolveu o carinho cantando com vontade as músicas que marcaram a banda ao longo de quase dez anos de estrada. Não dá pra negar, no entanto, que Amy Lee alterna bons momentos de potência vocal com desafinadas homéricas, que a gente só costuma relevar porque a moça, afinal, é uma graça, e também porque o som que a banda faz é bom.



O System of a Down chegou ao palco mundo quase de madrugada, mas eletrizou a cidade do rock com um som tradicionalmente pesado que arrebatou os fãs que estavam ali pra ver os caras. Vestido como quem vai à missa de domingo, Serj, o vocalista do SOAD, provou que não é preciso fazer malabarismos, pular ou correr no palco para agitar a plateia. Apenas com sua voz poderosa ele levou a galera para o bate-cabeça e assim o fez durante quase toda a apresentação em que ele foi muito bem ancorado pelo maluco Daron Malakian (guitarra), Shavo Odadjian (baixo) e de John Dolmayan (bateria).

Houve uma época em que eu, assim como todo adolescente, estava numa fase meio hardcore, por isso as músicas nervosas do SOAD me serviram muito bem para descontar essa raiva interna sem propósito. O álbum Toxicity consta na minha lista como um dos melhores de todos os tempos, e não dá pra dizer que não vibrei madrugada adentro ouvindo “Shop Suey”, “Aerials” e a própria “Toxicity” durante o show da banda no Rock in Rio.







OK, OK. O System of a Down só serviu para esquentar o caldeirão e deixar a galera em polvorosa para o final apoteótico que o Gun N’ Roses iria conceder ao Rock in Rio, certo?

ERRADO!!

Foi mais de uma hora de espera para que o gorducho Axl Rose com seu bigode de Leôncio pusesse as patas no palco encharcado do show, e devo admitir que me diverti mais com a enxurrada de piadas que isso gerou na galera ansiosa do Twitter que também aguardava pelo show, do que com a apresentação em si. A chuva impiedosa que caía no Rio de Janeiro servia como desculpa para o atraso da banda (uma das marcas registradas de Rose e sua trupe), mas não o justificava. A espera pelo aguardado retorno do Guns “Frankeinsten” N’ Roses acabou frustrando muita gente, e confirmou o que outro tanto de pessoas já sabia, mas que demorava para admitir: Axl Rose não tem mais pique para segurar um show ao vivo de mais de duas horas.

Welcome to the jungle - Rock in Rio 1991






Welcome to the jungle - Rock in Rio 2001




Welcome to the jungle - Rock in Rio 2011




Único “sobrevivente” da formação original da banda que reinou praticamente sozinha no começo dos anos 90, Axl, além de estar fora de forma (há muito tempo, diga-se de passagem) não possui mais a potencialidade vocálica que o transformara em um ícone da música na mesma década. Digam o que quiser, mas o Guns foi uma das bandas mais fodas de todos os tempos, e eu poderia citar aqui pelo menos uns 20 hits que estouram cabeças até hoje se executados. Com tanto sucesso e com pouca habilidade para lidar com o mesmo, Axl se afundou na própria arrogância, além de possibilitar um sem número de exageros físicos e psicológicos que resultaram no que sobrou dele atualmente.


Em meio a uma brincadeira ou outra sobre o peso do cara, no fundo eu estava é torcendo para que o cara voltasse com tudo nesse show, e que me fizesse lembrar dos bons tempos de outrora em que o lazarento corria pelo palco sem perder o fôlego enquanto desafiava os agudos da guitarra do Slash com a própria voz. Não chegou nem perto disso.
A esperança acabou quando de uma vez só ele gastou todo o fôlego (e as cordas vocais que lhe restaram) com “Welcome to the jungle”, a primeira música das antigas que ele cantou no show (antes disso houve “Chinese Democracy”, já da fase decadente), e depois disso foi ladeira abaixo. Houve uma tentativa de recuperação em “Sweet Child O’ mine”, um esboço de reação em “Mr. Browstone” e uma total decepção em “You Could be mine”. Depois dessa eu fui dormir, porque afinal meu sono era mais importante.
Não dá pra dizer que os acompanhantes de Axl são ruins. Os caras até que se esforçam para substituir os antigos parceiros do loiro de bandana, mas fica sempre aquele gosto amargo de “podia ser melhor”, “o cara não é o Slash”, “que falta faz o Steven Adler”. Como disseram alguns, o GNR hoje é uma banda cover do GNR da década de 90, só que com um vocalista muito menos talentoso. O que é uma pena.


Extravagâncias à parte, o Rock in Rio conseguiu aquilo que se propôs a oferecer: Entretenimento. Salvo a falta de cuidado com a organização, a falta de respeito com o público que enfrentou bravamente filas quilométricas para comer, beber ou ir ao banheiro e que aceitou com até certa diplomacia as atrações “nada a ver” do evento, quem foi aos shows deve ter hoje muita história para contar, afinal, um show de rock é sempre um show de rock, mesmo que quem esteja tocando no palco seja a Cláudia Leite!

Faltou o Chiclete com Banana e o Asa de Águia, né, poxa vida!

Quem sabe em 2013?


NAMASTE!

22 de setembro de 2011

A morte pede carona - PARTE 2

Como mostrado no post anterior sobre mortes nos quadrinhos, já no final da década de 80, mesmo entre autores consagrados como Walt Simonson e Marv Wolfman não era nenhuma novidade que jogar personagens importantes para a terra dos pés-juntos conseguia movimentar as vendas das HQs, e hoje, muitos anos depois, isso se tornou algo comum aos editores e artistas, o que vem saturando o mercado com o morre e “desmorre” dos ícones das revistas de linha.
Qual será o destino das HQs se o tema morte continuar banalizado como está atualmente? 

AS MORTES NA DÉCADA DE 80
Após o impacto causado pela morte do Flash/Barry Allen e da SuperGirl em Crise nas Infinitas Terras, considerado este um dos primeiros mega-eventos desse tipo nas revistas em quadrinhos, as duas principais editoras, Marvel e DC, começaram a apostar alto no homicídio de seus personagens principais, aquecendo as vendas de certo modo e procurando revitalizar as histórias com heróis que viessem a substituir os falecidos posteriormente. 
Ainda nos anos 80, podemos citar a saga Morte em família, escrita por Jim Starlin e desenhada por Jim Aparo, como uma das que embarcou na onda das mortes banais.
No roteiro, o intempestivo Robin/Jason Todd (o segundo a usar a cuequinha verde) é afastado de suas funções “heroizísticas” pelo Batman, que começa a perceber certo comportamento auto-destrutivo no garoto.
Desafiando as ordens de seu mestre e colocando-se em risco desnecessariamente durante as missões da dupla dinâmica, Jason resolve sair da asa do morcego e passa a seguir uma pista do paradeiro da sua verdadeira mãe no Oriente Médio, o que o leva diretamente para um plano maligno do Coringa.

Na época a DC deixou seus telefones à disposição dos leitores que optaram pela morte do Robin boladinho, e então, seguindo o desejo dos fãs, Jim Starlin escreveu uma história bem aquém de suas capacidades (comparando, por exemplo, a Morte do Capitão Marvel, escrita anos antes pelo mesmo autor na Marvel), que só serviu única e exclusivamente para matar o sidekick do Batman de forma bem violenta, como já mostrei aqui no post sobre as maiores surras das HQs.
Ei, a morte do Robin funcionou para alavancar as vendas na Distinta Concorrente, por que não matamos mais heróis famosos aqui também na Casa das Ideias?”, pensou Jim Shooter, que na época era o manda-chuva da Marvel.
Sobre seu comando, Chris Claremont e John Byrne já haviam matado a Fênix Negra numa das decisões editorias mais polêmicas da história dos quadrinhos (Byrne nunca concordou com a morte de Jean Grey) e foi a ideia de Shooter que praticamente deu o pontapé inicial nas mortes desenfreadas dos quadrinhos.
Se levarmos em consideração o número de mortes de heróis para cada editora e sua importância dentro de seu universo, temos praticamente um empate técnico.
Analisemos:
No início da década de 80 a Marvel matou dois importantes personagens em uma só tacada.
Em 1980 foi a Fênix Jean Grey quem cantou pra subir no desfecho da Saga da Fênix Negra. Até então, nunca uma das protagonistas de uma HQ havia sido morta definitivamente (na época parecia definitivo!) e seu fim fora um marco nos quadrinhos.

Dois anos depois, foi a vez do Capitão Mar-Vell, que morreu vítima de câncer numa das mais emblemáticas graphic novels de todos os tempos, assinada, como eu já havia observado, por Jim Starlin, o pai praticamente de todas as sagas cósmicas da Casa das Ideias. 
Pela DC, as mortes significativas só vieram a acontecer mais perto do fim da década de 80, e nem bem a Crise nas Infinitas Terras se findou levando o Flash e a Supergirl para o lado do mistério, veio a decisão de se matar o Robin, que embora não fosse o original Dick Grayson, ainda assim era um personagem importante para as histórias do qual participava. 


Todas as HQs aqui citadas, independentemente de sua qualidade, surgiram em momentos chaves para ambas as editoras, e fizeram sucesso dentro do público que esperavam atingir. Seja pelo desejo do mórbido, ou pela simples curiosidade, a morte atrai as pessoas, e nas HQs, onde personagens tão fantásticos com poderes inimagináveis também podem se deparar com esse mal irremediável, não é diferente.
A fórmula havia sido experimentada várias vezes e aprovada. Matar personagens rendia boas histórias, mas acima disso atraía público. Um monstro havia sido criado.
A MORTE DO SUPER-HOMEM


Falem o que quiser dessa história.
Mal contata. Forçada. Massa véio. Estúpida. Caça-Niquel.
A verdade é apenas uma:
A morte do Super-Homem foi um dos mais bem sucedidos e polêmicos acontecimentos das HQs dos últimos 20 anos, e eu, todo esse tempo depois, devo confessar que caí direitinho nos planos dos grandões da DC que autorizaram a criação dessa história. Eu me senti tocado pelo enredo e embarquei na onda que tomou o Brasil e o mundo.
Acham que eu estou brincando? 

Se você não era vivo na época, jovem padawan, saiba que A Morte do Super-Homem não foi um evento que só atingiu nerds esculhambados que curtem HQ. A notícia apareceu nos meios de comunicação como se tivesse acontecido de verdade, como se uma figura célebre e mundialmente conhecida tivesse mesmo morrido, e eu me lembro do grau de importância que até o Fantástico da Rede Globo deu ao acontecimento.

Você saía nas ruas e a primeira coisa que você via nas bancas eram cartazes com o logo ensanguentado do personagem (um dos símbolos mais impactantes que já vi na vida) e a HQ pendurada à venda. Na escola só se falava dessa porra, e embora eu tenha tido a oportunidade de pegar a dita cuja em mãos e sofrido com suas páginas (eu tinha uns 11 anos na época e o Super-Homem era o representante máximo do herói, um cara que, na teoria, não podia morrer), demorei longos anos para ter meu próprio exemplar.
O começo dos anos 90 não foram gentis para o velho Homem de Aço. Personagens cada vez mais violentos e obscuros estavam ganhando cada vez mais espaço no universo das HQs. Caras como Wolverine, Justiceiro e Guy Gardner ganhavam cada vez mais público devido seu modus operandi abrutalhado, e os leitores começavam a não querer mais saber dos velhos escoteiros que salvavam gatinhos em perigo de cima da árvore. A década mais massa véio de todas estava começando, e o Super-Homem já não era mais um personagem querido. Ele estava datado, e a menos que a DC concordasse em parar de publicar suas histórias por causa das baixas vendas, algo precisava ser feito.
Foi aí que um verdadeiro time de grandes roteiristas e artistas foi escalado para construir aquela que seria uma das histórias mais lembradas do Homem de Aço em muitos anos, e a estratégia deu tão certo que os spin-offs da morte se espalharam por praticamente todas as revistas da DC da época, conseguindo erguer o título que há anos vinha cambaleante e moribundo próximo de seu fim. 

Depois da morte veio Funeral para um amigo, Super-Homem além da Morte e O Retorno do Super-Homem, e as vendas permaneceram aquecidas por mais alguns anos, provando acima de tudo que poucos elementos são mais rentáveis no mundo das HQs do que a morte, motivo pelo qual certo argumento se tornou tão popular de lá pra cá.
HERÓI BOM É HERÓI MORTO
A morte do Super-Homem foi um marco tão profundo e algo que funcionou tão bem para revitalização de uma franquia, que a partir de então, virou praticamente regra assassinar alguém nas HQs. Depois do Super-Homem, o Lanterna Verde (Hal Jordan) morreu, a Mulher Maravilha bateu as botas, o Arqueiro Verde cantou pra subir e até o Lex Luthor foi dado como morto. Pela Marvel, a Elektra abotoou o paletó de madeira (umas cinco vezes pelo menos), o Ciclope apitou na curva, o Magneto comeu capim pela raiz (umas dez vezes também), o Colossus entregou a rapadura e até o Homem Aranha passou uma temporada no túmulo, embora não tivesse morto definitivamente. Kraven o caçador não era competente o suficiente.
Eu citei apenas alguns personagens que passaram pela experiência do além-túmulo, mas a lista é muito mais extensa e alguns nomes dessa lista até mesmo se repetem tal é o grau da banalidade que o assunto morte atingiu na época moderna.
O fato é que, diferente de alguns personagens que permaneceram mortos por muito tempo após fazerem parte de histórias brilhantes que povoam a memória dos fãs até hoje, como Gwen Stacy e o já citado Capitão Mar-Vell, a maioria dos personagens que batem as botas hoje o fazem para voltar daqui a dois meses no máximo, e isso causa um ciclo vicioso do qual ninguém mais espera nada, soltando aquela máxima: “Ah, morreu? Tudo bem. Daqui a dois meses ele volta”. Na Marvel e na DC os túmulos não são invioláveis, e volta e meia temos algum profanador, trazendo um coitado de volta pra Terra depois de uma temporada no descanso “eterno”.
Pra encurtar o assunto, é importante citar algumas mortes desnecessárias que houve nas HQs e as formas ainda mais desnecessárias que elas foram desfeitas.
Jason Todd morreu após ser espancado pelo Coringa e ter sido apanhado em uma explosão, certo? O personagem ficou por anos longe das histórias de seu mentor Batman literalmente morto e enterrado, mas eis que num dia de diarreia cerebral, o escritor Judd Winick fora induzido a trazer o personagem de volta durante os eventos da Crise Infinita (não confundir com Crise nas Infinitas Terras, Crise de Identidade ou Crise Final).
A desculpa?
Oras, o SuperBoy-prime andou dando umas porradas na realidade e isso criou uma onda de merda choque que perturbou o continuum-espaço-tempo e... Ah, vai pro inferno com essa lenga-lenga!


O fato é que queriam trazer o segundo menino-prodígio de volta do inferno para causar mais estragos na já abalada psiquê do Homem Morcego, e como não queriam apelar para clones, irmãos gêmeos malvados ou qualquer outra dessas já manjadas safadezas de roteiro, inventaram a “brilhante” solução das porradas na realidade.

Na mesma época, na Marvel, resolveram trazer de volta um dos defuntos mais respeitados de todos os tempos, o Bucky, parceiro mirim do Capitão América. Este, ao lado do Tio Ben e de Gwen Stacy figurava como um dos mortos sagrados das HQs, aquele que poucos roteiristas ousavam mexer, em memória do bom andamento das histórias.

Eis que num dia mais inspiradodo que o de Judd Winick, Ed Brubaker resolveu criar uma história em que Bucky, assim como seu parceiro bandeiroso, jamais havia morrido em missão após a explosão do avião do Barão Zemo.
Congelado no Ártico ele foi encontrado por militares renegados soviéticos que o transformaram num Soldado Invernal, e assim foi criado um roteiro muito melhor elaborado e até coerente se pensarmos que o Capitão América permanecera vivo da mesma forma.

Brubaker fez um excelente trabalho com o Bucky e a forma como ele foi trazido de volta à vida foi uma das mais competentes que já li até hoje, apesar de todo o visual anos 90 do personagem, com direito a braço mecânico, cabelo comprido e muitos trabucões nas mãos!!
O arco todo desde o ressurgimento do Bucky, o mistério em torno da verdadeira identidade do personagem (que havia perdido sua memória) e o envolvimento de personagens quase esquecidos do universo do Capitão América como Jack Monroe, o Nômade, por exemplo, foi muito bem desenvolvido, o que a meu ver, transformou as histórias do Bandeiroso, que na época estavam sendo publicadas por aqui no mix dos Novos Vingadores, em uma das mais aguardadas mensalmente.
Pena que, pelo visto, mesmo depois de todo esse elaborado plano para trazer o personagem de
volta, ele vai voltar pra vala na Saga Fear Itself da Marvel que está rolando na gringa.
Sem falar que tudo estava perfeitamente bem nas histórias do Capitão América, até o retorno farofa do velho Steve Rogers, com o papinho de que ele não havia morrido e sim estava perdido no tempo e no espaço. EEEEE, Joe Quesada

Na época eu não acompanhava quadrinhos regularmente nas bancas, adquirindo mais exemplares em sebos, mas fiquei curioso em saber como é que trariam Jean Grey do túmulo após o fantástico desfecho da Fênix Negra.
Como?
Ora, dizendo que aquela Jean Grey que morrera, na verdade era um clone, óbvio!

John Byrne, o mesmo que não concordara com a morte da personagem durante a gestão de Jim Shooter na Marvel trouxera a personagem de volta anos depois para compor a equipe X-Factor, que continha a formação original da equipe de mutantes mais famosa dos quadrinhos (Ciclope, Fera, Anjo, Homem de Gelo e Jean Grey).
A desculpa da vez era que a entidade Fênix havia clonado o corpo hospedeiro da Garota Marvel durante a queda do ônibus espacial que trouxera os X-Men de volta pra Terra após uma rápida “excursão” pelo o espaço (local onde Jean fora “infectada” pela Fênix), e que o corpo da garota permanecera no fundo do mar em uma câmara, em animação suspensa desde então.
Genial, não?
Em uma tacada só, livraram Jean de toda a culpa de ter destruído um planeta inteiro em seus tempos de Fênix Negra (que na verdade não era ela...) e trouxeram a personagem de volta para o convívio de seu namorado caolho como se nada tivesse acontecido. Pelo menos para ela, né, porque durante “sua morte” o Ciclope até casou com outra, mas isso é outra história.
O que aconteceu então? Anos mais tarde, como toda boa fênix, Jean morreu de novo pelas mãos de um Magneto que na verdade não era O Magneto, e esperamos ansiosos até que ela dê as caras mais uma vez, como já é de praxe no Universo Marvel. 

Ainda no mundo mutante da Marvel, é muito comum as mortes passageiras dos membros de sua várias equipes (X-Men, X-Factor, X-Force, Novos Mutantes...) e praticamente todos os membros (talvez com exceção do baixinho canadense que é praticamente imortal hoje em dia) já morreram ou foram dados como mortos durante um tempo.
Põe na lista: Ciclope, Banshee, Noturno (esse morreu recentemente), Colossus, Psyloque, Cifra, Warlock, Magia (a irmã do Colossus), Kitty Pryde (bem, ela estava presa numa bala metálica, mas acho que conta), Magneto com a confusa história do tal Xorn, o Magneto de mentirinha que acabou sendo decaptado por Wolverine, e até mesmo o Profº Xavier.
Todo esse pessoal já passou para o outro lado, e isso nem é mais garantia de que ficaremos sem ver esses personagens por muito tempo, pois as sagas Caça-Niquel estão aí a todo o momento para ressuscitar personagens sem precisar se preocupar com grandes explicações.

Um exemplo clássico desse tipo de Saga foi A Noite mais Densa da DC, que só serviu para trazer o Caçador de Marte, o Nuclear original, o Aquaman e mais um monte de bucha da morte sem precisar se esforçar muito para ser coerente. Sem falar que essa história serviu como demarcação de território para que o Flash/Barry Allen voltasse de vez do túmulo, apagando completamente a existência do melhor Flash de todos os tempos, o Wally West



O que? Você não sabia que o Barry Allen voltou da morte após a espetacular conclusão de Crise nas Infinitas Terras??


Pois é. Mas quem se importa com o que você acha, não é mesmo, fã?
Segundo Geoff Johns (o todo poderoso da DC) explicou no fim do arco de a Noite mais Densa, todos os personagens trazidos de volta a vida após a destruição de Nekron, retornaram porque a “luz branca” assim o quis. Ponto. É isso. Mais limpo que a mágica do Joe Quesada!


Pensando bem, até as porradas na realidade são mais tragáveis. Pelo menos eram mais originais!
Fazendo um paralelo com o futebol brasileiro, essa decisão me pareceu com aquela tal Copa João Havelange que substituiu o Campeonato Brasileiro por apenas um ano para trazer de volta o Fluminense e mais alguns times do limbo da Terceira Divisão, de onde muito provavelmente, por mérito próprio eles jamais sairiam. Em matéria de safadeza Joe Quesada e Dan Didio não estão sozinhos no mundo. O Brasil também é páreo duro nesse quesito!
Quer fiquem os fãs putos da vida com essas decisões editoriais claramente mercenárias ou não, a verdade é que enquanto houver um público (burro) que compra essa ideia, os manda-chuva das editoras não pararão com esse morre e “desmorre” de personagens, isso é fato. Enquanto esperamos histórias de qualidade e que nossa inteligência não seja insultada a cada nova saga que surge no mercado “HQzístico”, os caras que mandam nessa porra toda estão mais a fim de contar dinheiro, e isso está cada vez mais óbvio. Por sorte, mesmo com a qualidade das histórias decaindo a olhos vistos diariamente, ainda tem um ou outro título que se salva, e para certos “momentos marcantes” das histórias em quadrinhos é melhor fechar os olhos, ou deixar que algum reboot, pacto com o Mephisto ou porradas na realidade dêem cabo.
Em vez de nos preocupar, que tal lançarmos um bolão nerd de apostas pra ver quem é o próximo a se levantar do túmulo?
Comecem as apostas!!

NAMASTE!

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