11 de março de 2011

Robocop de Elite


Na mesma semana em que foram divulgados boatos de que o talentoso Wagner Moura (Capitão Nascimento para os não tão íntimos) havia sido contratado para viver o papel de um vilão de uma ficção-científica dirigida por Neill Bomkamp, o mesmo do simpático Distrito 9, José Padilha, o diretor dos dois Tropa de Elite agora é nome certo à frente do projeto que vai revitalizar o policial do futuro Robocop.
Já comentei por aqui as ótimas impressões que tive com a direção firme e corajosa de Padilha com Tropa de Elite, e como ambos os filmes mexem com assuntos polêmicos e de âmbito nacional de forma extremamente competente. Violência e corrupção nunca antes haviam sido mostradas de forma tão escancarada no Brasil, e o Capitão Nascimento virou herói nacional de forma instantânea, representando o policial incorruptível que combate traficantes no primeiro filme e inimigos muito mais poderosos no segundo.




Mas o que Padilha tem a ver com Robocop?


A meu ver, a forma realista com que encara a violencia urbana o transforma em um nome perfeito para o posto, visto que o primeiro filme Robocop de 1987 falava justamente disso: Uma cidade tomada pela corrupção em todas as suas vertentes e que a lei está reduzida quase a pó, na forma de pouquíssimos policiais que tentam combater a criminalidade da forma tradicional, enquanto forças maiores nos bastidores se movimentam para transformar a lei numa nova forma de lucro.
Essa é a parte realista do filme. O cenário da "nova" Detroit é muito semelhante ao que Padilha encenou na figura do Rio de Janeiro em Tropa, basta saber como o diretor brasileiro irá lidar com a parte fantástica da história, do policial que é brutalmente assassinado por uma gangue e se transforma num ciborgue quase indestrutível.

O orçamento inicial para o filme disponibilizado pela MGM (que achei que estivessa falida)é de 80 milhões de dólares, um valor bem significante para a realidade brasileira e que provavelmente indica que o remake de Robocop está bem valorizado em Hollywood. Acho que a torcida aqui em terras brasilis é muito grande para o sucesso de nosso compatriota lá fora, em especial pela forma como Tropa de Elite cativou o público brasileiro. Tomara que Padilha saiba aproveitar esse seu grande momento e que ele utilize todo seu talento para convencer o público americano assim como conseguiu por aqui.

Até então pouco se sabe sobre a linha geral do roteiro que será escrito por Joshua Zetumer, que nada de muito expressivo tem no currículo senão talvez uma participação na colcha de retalhos que foi o roteiro de Quantum of Solace (do 007), e tudo que foi veiculado até então é que o filme será mesmo um recomeço para a franquia, que teve um final melancólico com Robocop 3, o pior dos 3 filmes.

Espero que mantenham firmes as origens do personagem e que a linha violenta enaltecida por Paul Verhoeven, o diretor do clássico de 1987, seja mantida. Oremos!


Impossível não lembrar de Robocop quando vasculho meus registros de memória da infância. Eu cresci praticamente vendo e revendo, e revendo e revendo os 3 filmes da série e até hoje acho a cena da morte do policial Alex Murphy uma das mais brutais e angustiantes da história do cinema. Tudo no filme de 1987, em especial, se mantém como algo mágico para mim na memória, desde as mortes fantásticas, as sequências de violência pura, os diálogos e até mesmo aquelas propagandas de TV absurdas mostradas ao longo do filme, criticando os exageros cometidos pela publicidade.


Como bem mencionei aqui ao falar sobre os Mercenários do Stallone, eu fui criado assim, ao som de tiros e explosões, e a meu ver, Robocop é um ícone do cinema brucutú (não é a toa que ganhará uma estátua em Detroit) e merece um novo filme à altura do que foi o antigo.
Boa sorte a José Padilha e a Joshua Zetumer nessa nova empreitada.


Enquanto escrevia o post o tema do filme estava tocando em minha cabeça. Na torcida para que o Padilha use a trilha original que é tão clássica quanto a do Rocky ou a do Superman.




De arrepiar! Eu pago um dólar por isso!

NAMASTE!

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