
Na mesma semana em que foram divulgados boatos de que o talentoso Wagner Moura (Capitão Nascimento para os não tão íntimos) havia sido contratado para viver o papel de um vilão de uma ficção-científica dirigida por Neill Bomkamp, o mesmo do simpático Distrito 9, José Padilha, o diretor dos dois Tropa de Elite agora é nome certo à frente do projeto que vai revitalizar o policial do futuro Robocop.
Já comentei por aqui as ótimas impressões que tive com a direção firme e corajosa de Padilha com Tropa de Elite, e como ambos os filmes mexem com assuntos polêmicos e de âmbito nacional de forma extremamente competente. Violência e corrupção nunca antes haviam sido mostradas de forma tão escancarada no Brasil, e o Capitão Nascimento virou herói nacional de forma instantânea, representando o policial incorruptível que combate traficantes no primeiro filme e inimigos muito mais poderosos no segundo.

Mas o que Padilha tem a ver com Robocop?
A meu ver, a forma realista com que encara a violencia urbana o transforma em um nome perfeito para o posto, visto que o primeiro filme Robocop de 1987 falava justamente disso: Uma cidade tomada pela corrupção em todas as suas vertentes e que a lei está reduzida quase a pó, na forma de pouquíssimos policiais que tentam combater a criminalidade da forma tradicional, enquanto forças maiores nos bastidores se movimentam para transformar a lei numa nova forma de lucro.
Essa é a parte realista do filme. O cenário da "nova" Detroit é muito semelhante ao que Padilha encenou na figura do Rio de Janeiro em Tropa, basta saber como o diretor brasileiro irá lidar com a parte fantástica da história, do policial que é brutalmente assassinado por uma gangue e se transforma num ciborgue quase indestrutível.
O orçamento inicial para o filme disponibilizado pela MGM (que achei que estivessa falida)é de 80 milhões de dólares, um valor bem significante para a realidade brasileira e que provavelmente indica que o remake de Robocop está bem valorizado em Hollywood. Acho que a torcida aqui em terras brasilis é muito grande para o sucesso de nosso compatriota lá fora, em especial pela forma como Tropa de Elite cativou o público brasileiro. Tomara que Padilha saiba aproveitar esse seu grande momento e que ele utilize todo seu talento para convencer o público americano assim como conseguiu por aqui.
Até então pouco se sabe sobre a linha geral do roteiro que será escrito por Joshua Zetumer, que nada de muito expressivo tem no currículo senão talvez uma participação na colcha de retalhos que foi o roteiro de Quantum of Solace (do 007), e tudo que foi veiculado até então é que o filme será mesmo um recomeço para a franquia, que teve um final melancólico com Robocop 3, o pior dos 3 filmes.

Espero que mantenham firmes as origens do personagem e que a linha violenta enaltecida por Paul Verhoeven, o diretor do clássico de 1987, seja mantida. Oremos!


Como bem mencionei aqui ao falar sobre os Mercenários do Stallone, eu fui criado assim, ao som de tiros e explosões, e a meu ver, Robocop é um ícone do cinema brucutú (não é a toa que ganhará uma estátua em Detroit) e merece um novo filme à altura do que foi o antigo.
Boa sorte a José Padilha e a Joshua Zetumer nessa nova empreitada.

Enquanto escrevia o post o tema do filme estava tocando em minha cabeça. Na torcida para que o Padilha use a trilha original que é tão clássica quanto a do Rocky ou a do Superman.
De arrepiar! Eu pago um dólar por isso!
NAMASTE!
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