19 de janeiro de 2012

Review de Quadrinhos - Os Poderosos Vingadores

Antes do anúncio do aguardado filme dos Maiores Heróis da Terra, os Vingadores já tinham mais equipes espalhadas pelo mundo nos quadrinhos do que eu podia contar, agora então, com o filme estreando ainda esse ano, assim como aconteceu com os mutantes na época de lançamento dos filmes dos X-Men, está quase impossível contabilizar o número de vingadores oficiais, não-oficiais, reservas ou em treinamento existentes no universo Marvel.
Curiosamente, a maioria das equipes está sob a batuta do inoxidável Brian Michael Bendis. O careca escreve também aquela que é chamada de a equipe principal, e após o Reinado Sombrio e começo da Era Heroica, quem assumiu o lápis foi ninguém menos do que o polivalente John Romita Jr.

Após a dissolução dos Vingadores Sombrios e da prisão de Norman Osborn, Steve Rogers, a pedido do Presidente, passou a dirigir tanto a SHIELD quanto os Vingadores, e o cara dividiu a equipe em três principais: A comandada por ele (que eu comentei aqui), Os Novos Vingadores do Luke Cage (com a formação clássica de antes da Era Heroica, com ele, Miss Marvel, Punho de Ferro, Harpia, Homem Aranha, Wolverine, Jessica Jones e o reforço do Coisa) e a equipe mais cascuda, composta por Homem de Ferro, Thor, Mulher Aranha, Homem Aranha (ué, mas ele não está na equipe do Cage?), Gavião Arqueiro (De volta a seu uniforme tradicional depois de sua temporada como Ronin), Wolverine (ué, mas ele não está nos X-Men, na X-Force, no Quarteto Fantástico, no Quarteto Futuro, Agentes de Atlas e nos Vingadores do Cage??) e mais o ex-Marvel Boy Noh-Varr.
As novas aventuras dos novos Vingadores da última semana começam com um ligeiro vislumbre de um futuro alternativo, onde os filhos dos Vingadores (aqueles mesmos mostrados na animação Next Avengers) dão cabo do vilão temporal Immortus, também conhecido como Kang, sem maiores explicações.

Oh, Deus! Teriam os heroizinhos passado para o lado do mal?
Será mais um plano diabólico do próprio Kang?

Nada fica claro de início, e então eis que o próprio Kang surge do futuro diante dos Vingadores bem na hora da reunião em que Steve Rogers anuncia as novas equipes.

Sem pestanejar, o Deus do Trovão dispara uma rajada mística do Mjolnir, mandando o vilão para fora da torre dos Vingadores, e quando os heróis estão prontos a interrogá-lo sobre sua presença surpresa naquela realidade, ele os surpreende mostrando uma espécie de ovo que faz o Homem de Ferro se borrar de medo:
Pra trás! Eu tenho uma arma do juízo final e não tenho medo de usá-la!”
O dispositivo é uma invenção que Tony Stark nem chegou a construir no presente, mas que ele já havia planejado. Sabendo o poder que aquela arma possui (um tipo de gerador de matéria escura), ele pede que seus amigos recuem.

O vilão alerta os Vingadores que o tecido do tempo foi rompido e que somente eles podem deter os causadores de uma grande catástrofe no continuum espaço/tempo: Seus próprios filhos.
Pra quem não viu a animação Next Avengers, que é bem bacaninha por sinal, vale a pena mencionar que ela conta a história dos filhos dos Vingadores em um futuro não tão distante. Nele, os Vingadores foram dizimados pela Inteligência artificial conhecida como Ultron e o mundo caiu em desgraça depois disso, subjugado pela criatura metálica.

Na tentativa de salvar seus filhos, vendo que não havia qualquer chance de vencer Ultron, os Vingadores pedem que Tony Stark leve as crianças para longe dali, para um local onde nem mesmo Ultron as pudesse detectar. Dessa forma, James Rogers (filho do Capitão América com a Viúva Negra), Torunn (filha do Thor), Azari (filho do Pantera Negra com a Tempestade) e Henry Pym (filho do Gigante com a Vespa) são criados em uma espécie de “Show de Truman” (ou como no Mágico de Oz, presos num mundo que eles não criaram), onde eles são treinados para um dia substituírem seus pais, mortos em combate.

Na animação, após descobrirem toda a verdade sobre seus pais e encontrarem o filho perdido do Gavião Arqueiro, da mesma idade que eles, os pequenos Vingadores enfrentam corajosamente o robô Ultron com a ajuda do velho Homem de Ferro e do Hulk, que ainda está vivo nessa época.

Por que eu contei isso?
Porque o roteiro de Brian Bendis tem muito a ver com a animação, inclusive os personagens que aparecem nela. Fica bem claro, no entanto, que essa linha temporal onde vivem os pequenos Vingadores é apenas mais uma delas, e não a definitiva. Ao vislumbrarem esses possíveis futuros através de um equipamento criado por Noh-Varr com sua tecnologia Kree, é interessante notar que aparecem de relance vários futuros já retratados pela Marvel, incluindo a Era do Apocalipse, o futuro do Cable, o futuro da Garota Aranha (May Parker, a filha do Aranha) e até a era 2099.

Ao ler sobre viagens no tempo, paradoxos, possíveis rompimentos no espaço/tempo e modificações no fluxo temporal é bem comum ficar confuso, e apesar de conter uma narrativa simples, eu me perdi às vezes no texto de Bendis. O legal é que ele mesmo brinca com isso, colocando sempre os personagens menos cultos da equipe para falarem alguma merda que, sei lá, se eu ou você estivéssemos lá falaríamos. Nesse quesito, o Gavião Arqueiro e o Homem Aranha se saem muito bem, fazendo o papel do leitor (perdido) enquanto o Thor reage com grosseria e o Homem de Ferro e o Wolverine (quem diria) agem de forma mais cerebral.

No final do arco, descobrimos, afinal, que a ação dos Vingadores que viajam para a linha temporal dos pequenos Vingadores serve apenas para consertar o fluxo do tempo, que começava a apresentar instabilidades, misturando seres de várias épocas diferentes como dinossauros, neandertais, soldados da guerra civil e até o Galactus!

OK. Não há nada de novo nisso. Kurt Busiek, por exemplo, trabalhou isso magistralmente na junção dos Vingadores com a Liga da Justiça, fazendo os universos Marvel e DC se misturarem em várias épocas diferentes. Os desenhos de John Romita Jr., desenhista do qual sou fã, como já falei aqui, estão bem irregulares ao longo do primeiro arco. Seus desenhos nas duas primeiras edições (do arco de 4) lembram muito o relaxo característico de Frank Miller em Cavaleiro das Trevas 2. Claro que não chega àquele desastre, mas ao observar bem me parecem que foram feitos nas coxas às pressas, o que causa um certo desinteresse na leitura, apesar do texto muito divertido de Bendis, como de costume.

Pendenga temporal resolvida, os Vingadores voltam para casa após um acordo com Ultron, que se deixa ser derrotado por Kang para que as linhas temporais sobrevivam (uma vez que a derrota contínua de Kang para o robô é que estava acarretando a destruição do fluxo temporal).

Mostrando-se realmente um homem em quem não se pode confiar, Kang, mesmo aparentemente sob o jugo do Maestro (o velho Hulk) e do velho Tony Stark, dá cabo da dupla e acaba sendo morto pelos pequenos Vingadores, criando um novo paradoxo que nem mesmo a presença passageira dos Vingadores consegue impedir.

É importante lembrar a conversa que o velho Tony Stark do futuro tem com sua versão mais jovem. Nela o velho fala que, apesar da presença deles ali e sua vitória momentânea, o Holocausto Ultron irá acontecer de qualquer jeito (será isso que causará o fim do mundo em 2012??) e que cabe a Tony (o mais novo) impedir que isso aconteça. O Stark velho então lhe dá “de presente” a arma conhecida como dispositivo do juízo final e pede que ele faça qualquer coisa para impedir que Ultron vença a guerra.

Tenso.
Dou nota 7 para essa aventura. Apesar da união do universo 616 da Marvel com o da animação Next Avengers e da interação sempre carismática entre os Vingadores do Bendis, o resultado ficou meio aquém da capacidade do escritor, e os desenhos do Romitinha também podiam ter ficado melhores. Esse papo de fluxo temporal, viagens no tempo e afins já foi bastante abordado, e meio que já cansou. Eu esperava mais desse arco.

NAMASTE!

2 comentários:

  1. Excelente blog!

    Abraço.

    regthorpe.blogspot.com

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  2. agora tá tendo um arco dos vingadores vs x-men
    não leia isso rodman é muito ruim

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