16 de novembro de 2010

Muita Calma nessa hora

Feriado, nada para fazer, nenhum outro filme atrativo no cinema, decidi conferir a comédia nacional Muita calma nessa hora, dirigida por Felipe Joffily com roteiro de Bruno Mazzeo, João Avelino e Rosana Ferrão no Cinemark Metrô Santa Cruz, e não me arrependi. O filme é um apanhado de situações cômicas protagonizadas, em grande parte, por gente que entende de humor, e me rendeu boas horas de risada dentro do cinema. A pipoca e a Coca Cola nem fizeram falta.

Pegue uma linha tênue de roteiro, misture com um seleto time de humoristas da atualidade (alguns nem tanto), adicione lindíssimas modelos e atrizes da nova geração, bata tudo no liquidificador e você terá uma noção exata do que é o filme Muita calma nessa hora. Não há nada muito inovador na película, e imagino eu que essa nem tenha sido a ideia original dos roteiristas e do diretor Joffily, que até então não tinha feito nada muito relevante para o cinema. O filme se assume desde o início como uma comédia escrachada, e assim ela se trata até o fim, gerando boas gargalhadas mais com as situações e atuações particulares do que com a história em si, que é bem fraca.


No enredo três jovens amigas, Tita (Andréia Horta), Mari (Gianni Albertoni) e Aninha (Fernanda Souza), encontram-se diante de situações desafiadoras. Em busca de novos caminhos, decidem passar um fim de semana na praia. Na estrada, conhecem Estrella (Debora Lamm que é uma das produtoras do filme), uma hippie, que lhes pede carona para tentar achar o pai desconhecido. As quatro garotas vivem situações hilárias, absurdas e emocionantes. Mais que mudar de ares, mudam a si mesmas.


Como eu disse, nada muito novo. Exatamente pelo ritmo descompromissado, Muita calma é um filme divertido, do tipo que podemos assistir sem qualquer preocupação numa tarde de um dia comum. Apesar de alguns nomes desconhecidos e de algumas atuações econômicas, a maior parte do elenco está bem afiada e à vontade, como é o caso de Marcelo Adnet, impagável na pele de um geek paulistano cheio de sotaque que acaba tendo um caso com a personagem de Andréia Horta. Outros nomes como Leandro Hassum, Maria Clara Gueiros (ih, vem cá. te conheço?), Nelson Freitas, Lucio Mauro (pai) e Lucio Mauro Filho já são figurinhas carimbadas, e mesmo no "clima Zorra Total" ainda conseguem tirar boas risadas da plateia, cada um na sua linha de humor que lhe é mais característica. Sergio Mallandro (ié iéé!) e Marcos Mion também são boas surpresas no elenco, que aliás é o grande atrativo do filme. Quase como um daqueles filmes da Xuxa que aparece um cantor ou ator da Globo por minuto no meio da trama rasa, Muita calma também sofre disso, mas de uma forma bem mais divertida. As participações não são gratuitas, e acrescentam um ritmo à história. Ninguém aparece só pra cantar uma música que nada tem a ver com o filme e some depois disso. Tudo tem uma razão de ser, e todos os personagens tem seu papel no enredo.

Falando em música, a trilha sonora pop do filme é bem variada e vai de Jota Quest à Chiclete com Banana (propositalmente, é claro), passando por Gonzaguinha e Skank, mas não é um elemento importante para a trama, funcionando mais como um tapa-buraco de um corte de cena para outro. Destaque para a música Muita calma nessa hora da Pitty que abre a primeira cena.



As gags visuais, os palavrões bem inseridos (e não usados como vírgulas em cada frase) e as situações cômicas ditam o ritmo, mas isso não ocorre durante todo o filme. Fiquei um bom tempo preocupado em estar vendo mais uma daquelas comédias idiotas que causam poucos risos e que acabamos ficando com vergonha alheia de quem está em cena, mas essa impressão foi sumindo enquanto o filme e sua história foram se desenrolando. Ao sair da sala de exibição percebi que havia me divertido bastante, e isso é o que conta no final. Se essa era a intenção dos produtores, imagino que eles tenham conseguido atingir seu alvo.

Não poderia deixar de citar a plástica do filme. Se a fotografia em várias cenas deixou a desejar cortando a cabeça de alguns atores e atrizes no enquadramento da câmera dando a impressão de que a tela estava curta demais (e erro em enquadramento é seríssimo), esse problema deixava de existir quando Andréia Horta e Gianne Albertoni entravam em cena, sempre com pouca roupa ou com elas bem transparentes. O público masculino não teve do que reclamar nesse filme, e a distração para os erros cinematográficos funcionou bem nesse aspecto. Gianne ainda é mais modelo do que atriz, mas se saiu bem no papel a que se propôs fazer, que não é dos mais profundos. Desfilando o tempo todo de biquini, roupas folgadas ou curtas a apresentadora do Hoje em Dia da Record disfarça bem o talento ainda tímido de atriz. Nos demais quesitos nota 10!


Andréia Horta, que até então só tinha feito papeis pequenos na TV aberta e protagonizado uma série chamada Alice na HBO, rouba as cenas em que aparece com pouca roupa. Apesar da personagem meio destrambelhada (que é traída pelo noivo vivido por Bruno Mazzeo) que interpreta, Andréia esbanja sensualidade o filme todo e não é a toa que chama a atenção do personagem de Dudu Azevedo (provavelmente o colírio feminino do filme) no desenrolar da trama. Marcelo Adnet e Marcos Mion devem ter se divertido em cena com a bela Andréia. Safadinhos!


Em resumo Muita calma nessa hora não é um filme brilhante, não expõe problemas de segurança nacional como Tropa de Elite e nem é tão bem executado quanto a Mulher Invisível (protagonizado por Selton Melo e Luana Piovani), mas é sim bem divertido e vale o dinheiro do ingresso. Que venham novos projetos como esse para o cinema nacional e chega de tanta favela, drogas e palavrões gratuitos. O cinema nacional pode render muito mais do que esses simples plots, basta ter um pouco de criatividade e coragem de inovar.


NOTA: 7,5




NAMASTE!

3 de novembro de 2010

Do Fundo do Baú: O Casamento do Aranha


Publicado no ano de 1987 nos EUA, e nas edições de nº 100 de Homem Aranha e nº 74 de Teia do Aranha (ambas pela Editora Abril) no Brasil, O Casamento do Homem Aranha é lembrado até hoje como um dos grandes momentos na vida do Amigão da Vizinhança, mesmo considerando tudo pelo qual o pobre herói passou nas mãos dos roteiristas e editores-chefes posteriormente. A história original foi desenhada por Paul Ryan e roteirizada por David Michelinie e Jim Shooter, o manda-chuva da Marvel naquela época. Shooter foi o responsável direto pelas histórias mais memoráveis da editora entre 1978 e 1987, período em que esteve no cargo de editor-chefe da Casa das Idéias. Pela sua aprovação passaram as Guerras Secretas, O Demônio da garrafa (saga que apresentou o alcoolismo de Tony Stark), a morte do Capitão Marvel, a Queda de Murdock e a saga da Fênix Negra dos X-Men. Nessa última em especial, Shooter foi o responsável direto pela morte de Jean Grey, acontecimento que não estava previsto no roteiro original de Chris Claremont e John Byrne, autores da história. Pelas mãos da dupla, a heroína ruiva jamais teria perecido ao fim da saga, mas Shooter interveio e impôs sua vontade, alegando que uma pessoa que havia cometido os crimes que cometeu (sob a influência da Fênix Jean destruiu um planeta inteiro) não poderia sair impune. Shooter entre outras coisas também foi o responsável pelo cancelamento do primeiro crossover entre os Vingadores e a Liga da Justiça por não concordar com o roteiro, e surpreendeu o mundo com a história que mudaria a vida de Peter Parker para sempre; o seu casamento.


Os fatos que antecedem a união de Peter e Mary Jane no altar são muito mais importantes do que a história em si, que apresenta diversos pontos fracos se bem analisada. Para começar, Paul Ryan, o desenhista do título é um artista bem irregular sem uma arte-final adequada (mais tarde ele aperfeiçoaria seu traço), o que torna a história um tanto quanto “feiosa”. Uma história de tal gabarito merecia os traços de Romita Jr. (que ilustra as duas edições anteriores ao casamento) ou do Romita Pai (que ilustra a capa da edição).

 
Até por ser uma história da década de 80, O Casamento é uma história leve e direta que não apresenta grandes reviravoltas nem uma trama complexa. O roteiro flui de forma simplista e tudo está bem mastigado para o leitor. Após o pedido da mão de MJ, Peter começa a entrar em crise por não saber ao certo se é aquilo que ele quer para sua vida. Em vários momentos ele pensa em Gwen Stacy, o grande amor da sua vida que foi assassinada pelo seu arqui-rival Duende Verde, e revive o terror de ter perdido a menina por causa de seu alter-ego aracnídeo. Temendo que aquilo pudesse se repetir com sua atual companheira caso alguém descobrisse sua identidade secreta, o rapaz começa a reconsiderar a possível vida de casado em nome da segurança de sua amada. Por outro lado, Mary Jane que é uma modelo famosa, acostumada com o glamour e o luxo titubeia ante o fato de se casar com um pobretão como Peter, abdicando da vida agitada que leva, embora sinta-se segura a seu lado. Ambos encontram razões de sobra para desistir do casamento, mas apenas uma os convence a prosseguir com os planos: o amor incondicional que um sente pelo outro. Coisa de novela, né?

 
Só mesmo nos quadrinhos ou na ficção em geral algo como uma supermodelo se casar com um fotógrafo pobre que não tem nem onde cair morto poderia acontecer, mas se acompanharmos a história de amizade entre ambos desde os tempos de faculdade, passando pelos problemas familiares dela e da insegurança dele de se apaixonar de novo após a morte de Gwen, podemos entender perfeitamente o que levou um para os braços do outro. Essa relação entre eles acontece muito antes da história do casamento que nada mais é do que a definição do fato em si e por esse motivo, mesmo tendo um roteiro relativamente fraco, o casamento do Homem Aranha é um marco importante para a vida do personagem, algo que celebra o crescimento e o amadurecimento dele como pessoa.


Antes do casamento, quando Mary Jane se muda para o apartamento de solteiro de Peter (o mesmo onde ele vive desde que saiu do Queens, da casa da Tia May) ela já aceita melhor o fato dele ser o Homem Aranha, e convive bem com a vida heróica do namorado, algo que ela nem podia pensar anteriormente. Visando lucrar com as fotos tiradas dele mesmo em ação com sua câmera automática, o Aranha se lança em uma aventura atrás da outra para juntar dinheiro para o casório, enquanto MJ continua com seus trabalhos de modelo. O fato dela viver rodeada por pessoas ricas e famosas e acima de tudo por ela ser bem assediada por homens milionários incomodam o jovem Peter, e no decorrer da história nos é mostrado tudo que MJ troca para ficar com ele. Em certos momentos ela se mostra até mais empolgada com o casamento que o próprio rapaz, ganhando um vestido de noiva desenhado por Wili Smith (estilista na vida real que faleceu em 1990) e indo comemorar a despedida de solteira com os amigos, enquanto ele relembra Gwen o tempo todo.

Após uma conversa com Harry Osborn e Flash Thompson sobre casamento, todas as “minhocas” saem da cabeça de Peter e ele sobe ao altar com a moça, chegando mais atrasado que ela à igreja. A partir de então eles vivem felizes para sempre... até One More Day...


Após receber um par de passagens para Paris de um de seus admiradores, Mary Jane decide usá-las com o marido, e o casal Parker viaja para a sua tão aguardada lua de mel. Embora tudo transcorra bem no início, nem lá eles encontram paz, já que o misterioso Thomas Fireheart vulgo Puma vem no encalço do herói para lhe fazer uma proposta de emprego. Puma tem uma irritante dívida de honra com o Aranha que o impede de atacá-lo embora ele o odeie, e para que o emprego passe a ser do rapaz, Puma decide testá-lo em ação. Em uma história pra lá de clichê e chata, Puma coloca o Aranha em várias enrascadas longe de Nova York enquanto em sua vida social o casal Parker enfrenta o preconceito dos amigos milionários de Mary Jane que não a vêem como uma dona de casa e acabam esnobando Peter. Os desenhos de Lua de Mel ficam a cargo de Alan C. Kupperberg (que nunca ouvi falar), enquanto o argumento é feito por James C. Owsley (piorou).


Independente da força da história, o casamento do Homem Aranha marcou de vez a vida do personagem que amadureceu depois disso e passou a ter histórias mais divertidas com a “patroa” o aguardando em casa. Como casal Peter e Mary Jane sempre foram o símbolo de união e de cumplicidade o que dava um toque diferencial entre o Homem Aranha e outros heróis solteirões. O fato dele ser casado lhe dava maior responsabilidade, o que fazia jus ainda mais ao seu lema “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. MJ deixou de ser a modelo avoada e festeira para se tornar a Sra. Parker, a mulher forte por trás do super-herói mais querido da vizinhança, enquanto ele deixou de ser o adolescente azarado para se tornar um homem de verdade. O público cresceu com o Aranha, e nada mais natural que essa evolução do personagem acontecesse mais cedo ou mais tarde. Se a união dos dois aconteceu de forma apressada, esse problema foi consertado no decorrer das histórias, enquanto o casamento dos dois solidificava a relação entre os dois personagens, e ambos davam grandes voltas por cima das adversidades diárias. E olhe que um cara com tantos inimigos mortais tem isso de sobra!


É uma pena que o fato do personagem ter se tornado adulto incomodou o editor-chefe atual da Marvel que não via possibilidades de se criar novas e boas histórias com o herói casado e pôs um ponto final na relação bacana que havia sido construída entre Peter e MJ com a polêmica saga One More Day, mas esse assunto já fica para um próximo post.
Fica um pouco da tristeza de ver tantos anos de história serem jogadas no lixo e bate uma saudade dos velhos tempos em que o Homem Aranha tinha uma razão mais do que forte para voltar para casa, para os braços da sua ruiva favorita.


NAMASTE!

2 de novembro de 2010

A morte pede carona



Já há algum tempo eu venho fazendo uma pesquisa para embasar um post sobre a morte nas HQs, e revirando meu acervo, acabei encontrando a edição nº 132 do Capitão América ainda da Editora Abril (1990) onde consta uma entrevista dada por Marv Wolfman e o Casal Walt e Louise Simonson publicada originalmente na revista Comics Scene nº 9.

Na entrevista feita por Daniel Dickholtz, David McDonnel, Patrick Daniel O’Neill, Drew Bittner e Kim Howard Johnson, o trio fala da repercussão ocorrida com as mortes dos personagens que eles escreviam na época (fim da década de 80 e começo da 90), e é incrível como muito do que eles falam continua atual 20 anos depois, tendo em vista o mercado de HQ atual. Abaixo segue-se alguns fragmentos que retirei da entrevista:

Na vida real heróis morrem o tempo todo, mas nos quadrinhos, isso raramente acontecia – pelo menos até pouco tempo. Claro, nos antigos gibis, heróis, vilões e personagens de apoio frequentemente “pareciam morrer”, mas dificilmente essas mortes eram reais. Um pouco de clonagem, uma dose de remédio ou magia, uma gota de criação imaginativa na continuidade – e tudo estava como antes. Hoje, as coisas mudaram. Realidade é a palavra de ordem, e morte “permanente” impera nas HQs. Personagens não se levantam e saem andando do apocalipse, e há muitas razões para que isso aconteça.

Marv Wolfman falando sobre as mortes que escreveu em Crise nas Infinitas Terras:

"A morte da Fênix fez isso (fala ele se referindo à personagem da Marvel). É só olhar as vendas da revista dos X-Men. Foram aquelas edições (as da morte de Jean Grey) que levaram a equipe pro alto. Pela primeira vez, tinham assassinado um personagem de tal quilate... Foi polêmico. E esse evento é que aprovou a matança em grande escala. Crise (nas Infinitas Terras) não tem toda a influência de que falam por aí".

Mas mesmo que Crise não tenha tido efeito na maré aparentemente crescente de assassinatos de heróis mascarados, com certeza teve sobre seu autor.

"Colocando a morte numa escala tão grande em Crise, só depois eu percebi onde ela causa ou não um bom efeito", observa. "Pelo menos, na minha cabeça, a morte da Supermoça funcionou porque a gente se esforçou pra fazer a história funcionar. Acho que a morte do Flash realmente enriqueceu a saga, mas não sei bem se foi uma boa ideia matá-lo. A história ficou ótima. Contudo, isso não justifica se Barry Allen deveria ir pro Além ou não. Não estou certo a respeito dele; só me sinto seguro quanto à Supermoça."
Já na época, Wolfman parecia incomodado com a banalização da morte nas HQs, e comenta:
Hoje, porém, muitos personagens são mortos nas HQs, e você não tem nem mesmo um sentimento de perda por eles. Com frequencia, vejo que as mortes não são usadas pra fazer uma mudança nas revistas.”

Sobre o mesmo assunto e com mais humor, Walt Simonson, que esteve à frente das mais emblemáticas Sagas do Poderoso Thor brinca:
Há boas e más maneiras de se matar personagens importantes. Assim que suas vendas começarem a cair, mate alguém!”.
Após confessar que estava sendo jocoso, ele continua:
Certamente não é tão simples. É verdade que o público que compra gibis reage bem à morte – comercialmente, pelo menos. Não é uma linha narrativa que se pode usar frequentemente e, em alguns casos, todos sabem muito bem que o cara não vai ficar morto pra sempre. Logo, vão fazer histórias flashback ou criar outro personagem com o mesmo nome, pois a editora tem que proteger a marca registrada. A morte é uma ferramenta dramática e pode levar ao sucesso uma história dramática.”
São monstros sagrados das Histórias em Quadrinhos comentando há mais de 20 anos sobre um assunto que está cada vez mais atual e infelizmente, cada vez mais banal também.
No próximo post eu farei meus comentários sobre o "morre e desmorre" nas HQs, passando por Crise nas Infinitas Terras (cujos efeitos bombásticos já foram desfeitos em sua maioria), a morte do Superman e as recentes ressurreições de Barry Allen e do próprio Capitão América (que morreu não tem nem dois anos).
Até lá!

NAMASTE!

29 de outubro de 2010

Salão do Automóvel 2010

É como dizem: A primeira vez a gente nunca esquece. Visitei pela primeira vez logo na estreia o Salão do Automóvel que acontece entre os dias 27 de outubro e 7 de Novembro no Anhembi (São Paulo) e poder prestigiar o evento que mescla luxo, tecnologia e beleza foi uma experiência incrível para esse que vos escreve.

Por todo o salão estão em exposição em estandes individuais as mais belas e caras máquinas sobre rodas que o seu dinheiro (não) pode comprar. As novidades e surpresas são tantas que é difícil manter-se concentrado em um alvo específico. Tudo é digno de ser apreciado, analisado, mas a sede por mais nos leva a ir andando de um estande a outro quase que a esmo, levado pela lataria que brilha mais sob a luz dos refletores.

Independente do show visual que é apresentado no Salão, vale a pena destacar o quão esmerada é a produção do evento. A organização do Anhembi e dos realizadores é digna de nota. Desde que chegamos até o momento que partimos temos a sensação de estar participando de algo planejado muito minuciosamente, o tipo de coisa que no Brasil nunca é valorizado. O acesso ao local é simplificado pois um ônibus executivo faz o trajeto do terminal Rodoviário Tietê até lá levando os visitantes gratuitamente, e na saída, os mais bem afortunados podem sair comodamente com seus veículos do estacionamento amplo. Dentro do Anhembi são distribuídos brindes em alguns estandes e todos os carros possuem próximo do local de exibição um painel (touch screen) com detalhes do veículo, além das célebres modelos que, por mais que se pense o contrário, não estão ali só para “enfeitar” o ambiente (bem, algumas estão). A maioria delas está preparada para passar informações precisas sobre os veículos, e tudo isso com muito charme e estilo.

Foram cerca de 3 horas de “degustação visual” em que me vi perdido num País das Maravilhas. E que maravilhas! Tinha carro na exposição para todos os gostos, estilos e preferências, cada um mais rico em detalhes do que o anterior, cada um mais sofisticado do que o outro e todos, simplesmente todos, espetacularmente lindos. Tenho minhas preferências pessoais (quem leu o post Top 10 Melhores Carros da Ficção sabe do que estou falando), e vi quase todos eles materializados bem na minha frente ao alcance de um click.
“Design Graficamente” falando o salão é uma generosa demonstração do que esses profissionais tem a oferecer ao mundo.


Não são só os carros esportes que possuem um design arrojado e aerodinâmico, até mesmo os carros ditos “naturebas”, voltados para a "antipoluição ambiental" e coisas do gênero possuem um visual muito agradável de se ver atualmente, deixando de ser aquelas enormes caixas sobre rodas. Veículos híbridos, que poluem menos por utilizar-se de certas características dos carros movidos a eletricidade foram as grandes novidades do Salão, e praticamente todas as grandes montadoras apresentaram os seus protótipos. A combinação da velocidade do motor movido a gasolina com a menor emissão de poluentes fez com que as empresas automobilísticas apostassem nessa nova tecnologia, e entre outras marcas que apresentaram seus híbridos está a empresa alemã BMW com seu BMW Série 7 ActiveHybrid, a Honda com o Honda CR-Z , A Mercedes-Benz com o S400, O Porsche Cayenne e até mesmo a marca chinesa JAC (novidade por essas bandas)com seu J5. É a preocupação ambiental rendendo frutos ($) para as empresas automobilísticas.


Estão expostos no Anhembi cerca de 450 modelos de 42 fabricantes (muitos dos quais nunca havia ouvido falar). Entre os veículos, 180 são lançamentos (incluindo aí os já citados modelos híbridos) e entre os destaques estão o carro mais rápido da mostra Veyron exibido no estande da Bugatti (belíssimo por sinal), o Pagani Zonda R que é o carro mais caro do evento (estimado em R$ 10 milhões) apresentado pela importadora Platinuss e a Ferrari 599 GTO edição limitada, a mais potente já feita pela marca.



Um dos estandes em que mais me senti à vontade foi no da Chevrolet, em especial pela presença do Bumblebee em suas duas versões: carro e robô. Estou falando, claro, do Camaro, veículo utilizado no filme Transformers e que foi exibido em pelo menos 3 versões: em preto, amarelo (o melhor de todos) e em branco. No estande próprio do carro estavam telões ao fundo exibindo imagens do esportivo em ação no filme e uma versão gigantesca do autobot Bumblebee também figurava em destaque. Não curto o que foi feito dos robôs “transformistas” nos filmes de Michael Bay, mas foi bem interessante ver o Bumblebee bem de perto, além claro de prestigiar a beleza do Camaro, carro clássico totalmente renovado em exposição.



Outro ponto de destaque da exposição com certeza é o estande do Instituto Ayrton Senna, piloto que também faria 50 anos em 2010. No estande, além de réplicas do famoso capacete do ídolo, miniaturas, camisetas e outros souvenires, dois carros da Lótus em que ele correu estão em exibição. O tema da vitória arrepia enquanto visitamos o estande, e não dá pra pensar o quanto Senna representou e ainda representa para o esporte nacional.


Fórmula 1 também é destaque em outros estandes como nos da Renault e no da Honda, que mostram carros da temporada atual. Além disso, lojas especializadas no próprio evento comercializam camisetas e acessórios das escuderias McLaren, Ferrari, Brawn e Red Bull todos a preços “módicos” de olho no público de renda alta em visita ao Salão. Até mesmo por não ser fã exclusivamente de nenhuma das escuderias atualmente, não torcer especificamente para nenhum dos pilotos (Felipe Massa talvez) e por não ser um grande entusiasta da Fórmula 1, saí de lá sem nenhuma lembrança física, embora tenha achado bem interessante ver os carros de F1 de tão perto.


Embora Mitsubishi (com um estande belíssimo cujo tema era o “verde”), Honda, Citröen (um dos estandes mais animados de todos), Peugeot (com carros bem luxuosos) e as mais tradicionais Ford, Volkswagen e FIAT tenham se equiparado em organização e caprichado em seus destaques, a cena foi mesmo roubada pelos superesportivos. Como não citar a fúria sobre rodas chamada Lamborghini ou a Ferrari com toda sua imponência? Ambas vieram esse ano com estandes até bem modestos se comparados aos demais, porém mais uma vez roubaram todos os olhares pelo Salão. Eu tenho predileção especial pelo Lamborghini e uma das máquinas que estavam expostas era o Gallardo, perfeito num tom de chumbo. O branco também não era nada mau, e esse carro chega a dar medo se você o encarar por muito tempo, tal é a imponência que ele exala. O jeito foi mesmo dar uma disfarçada olhando as três modelos sorridentes no estande da marca italiana e imaginar que eu poderia estar tomando uma cotovelada da minha namorada por conta disso.





Vale a pena dar uma conferida no Salão do Automóvel pelo passeio e para sentir de perto a evolução da tecnologia. Não é algo que vai mudar a sua vida para sempre, mas é um bom divertimento, em especial para quem curte carros e quer estar ligado nas novidades do mercado.











26º Salão Internacional do Automóvel
De 27 de outubro a 7 de novembro de 2010
LOCAL:

Anhembi - São Paulo/SP Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana

HORÁRIOS:

28/10 a 06/11 das 13h às 22h (entrada até 21h)07/11 das 11h às 19h (entrada até 17h)

INGRESSOS:

ADULTO: R$ 40,00 Ingressos válidos para qualquer dia e para maiores de 12 anos

INFANTIL: R$ 30,00 Ingressos válidos para qualquer dia para quem tem de 5 a 12 anos

LIVRE: Menores de 5 anos e maiores de 60 anos

Site oficial do evento: http://www.salaodoautomovel.com.br/



Mais fotos do evento:

ou aqui
Salão do Automóvel 2010


NAMASTE!

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