31 de maio de 2010

Dharma Day 3


No domingo (30/05) aconteceu na Livraria Da Vila do Shopping Cidade Jardim o terceiro Dharma Day, evento que reúne os fãs de LOST para discutir sobre a série. O evento começou às 14 horas, cheguei por lá meia hora depois e a discussão já estava acalorada entre os organizadores e o pessoal que estava participando. O assunto, claro, era o controverso final da sexta temporada, que dividiu os fãs. Muitos eram a favor do final religioso que a série recebeu, mas muitos eram contra, alegando que esperavam uma pegada mais científica, como eu mesmo já havia comentado por aqui.

Quando se reúne num mesmo lugar fãs ardorosos de algum gênero de ficção específico, a tendência é sair muita coisa interessante na discussão, e foi o que pude presenciar nas quase 5 horas que durou o evento. Alguns fãs ainda tinham dúvidas primárias como a função dos ursos polares na ilha (que eu mesmo já relacionei como sendo parte das pesquisas sobre teleporte para o exterior), sobre o fato de Vincent (o cão) ser uma das representações do MIB (Flocke, Black Smoke, Sem-Nome...) e sobre os passageiros estarem mortos desde o momento que o voo 815 caiu na ilha (o que acho forçado, uma vez que 6 deles chegaram a sair da ilha durante um período).

Saiu também muita coisa engraçada como "o que acontece com a mochila do Flocke quando ele vira fumaça?" ou mesmo que as aranhas que mataram Paulo e Nikki na 3ª temporada eram o próprio Flocke. Das teorias mais interessantes para se explicar a origem de Jacob e Sem-Nome, posso citar uma que diz que a mãe postiça dos dois (também conhecida como Rousseau 1.0) tinha dentro dela, como protetora da ilha os dois lados; o bom e o mau, e que ao morrer ela deixou com cada um de seus "filhos" uma dessas partes, que na verdade deveriam ter sido passadas para apenas uma só pessoa.

A surpresa de saber que a mãe verdadeira dos meninos estava grávida de gêmeos foi grande, e ao ver que poderia ter dois novos guardiões da ilha, a Rousseau 1.0 decidiu dar uma parte a cada um deles, tornando Jacob "bom" e o Sem Nome "mau".

O interessante dessa teoria é que explicaria muita coisa sobre LOST, principalmente a máxima de que não existe pessoa totalmente boa e nem totalmente má. Há um pouco de escuridão em todo ser humano, assim como há um pouco de luz, e a diferença é que você escolhe qual das duas vertentes você fará melhor uso. Assim como Jacob não era totalmente bom (no começo ele era mais ingênuo), o Sem Nome também não era totalmente mau e isso ficou bem claro no episódio "Across the sea", onde é mostrada a origem (ou quase isso) dos dois personagens.

Já que os criadores de LOST optaram por uma saída mais emocional pra história, o remédio foi procurar por si mesmo aquelas respostas que todos queriam da série, e várias pessoas pensando juntas renderam boas teorias para os mistérios que mais incomodavam, e valeu bastante a experiência de ter ido na reunião desse ano (que tende a ser a última).

LOST acabou, mas as discussões a respeito da série e o quebra-cabeça que ainda precisa ser montado para se entender a série como um todo ainda vai dar muito o que falar. Os fãs que estão se sentindo orfãos já estão pensando em rever toda a série (fiz isso quando a 5ª temporada acabou) e tentar encaixar aquelas peças que ficaram soltas. Duvido que outra série movimente tanto as pessoas ou cause tanto interesse quanto LOST o fez nesses 6 anos, e talvez o legado do seriado seja mesmo esse, continuarmos buscando respostas por muito tempo ainda.

Lembrando que o box da 6ª temporada chega em Outubro, recheado de extras. Será cofre na certa!

Abaixo o link da matéria sobre o Dharma Day de 2010 que saiu no portal R7 e entrevista com os organizadores:




I see you in another life, Brotha!

Aerosmith em São Paulo!


Agora eu posso morrer feliz!


Na noite de sábado, após muito tempo de espera (mais de 10 anos!!) eu tive o prazer de assistir ao vivo uma das melhores bandas de rock de todos os tempos, e os caras ainda estão em plena forma. O Aerosmith subiu ao palco do Palestra Itália por volta das 21:40 e levantou o público de quase 35 mil pessoas com "Eat the Rich" (sucesso de 1993) após surgirem de trás de uma bandeira enorme com o logo da banda. Nessa hora o coração foi a mil, e as palavras faltam para expressar a emoção de estar vendo a minha banda preferida detonando com tudo no palco.


Tive receio sim de que a banda estivesse num clima ruim após a quase separação do ano passado, mas essa impressão passou rapidamente quando Steven Tyler começou a interagir com o companheiro Joe Perry e os demais integrantes da banda no palco como se nada tivesse acontecido. Eles trocaram elogios rasgados durante a apresentação, o que prova que as mágoas ficaram para trás. Após o acidente em que Steven caiu do palco durante um show, o vocalista passou por problemas com o uso de analgésicos e chegou a ser expulso da banda. Para a alegria dos fãs, eles reataram e voltaram com tudo na turnê Cocked, locked, ready to rock que passou por diversos países da América do Sul antes de chegar ao Brasil.

Tyler por sua vez, continua mandando bem demais, para um senhor de 62 anos. Após entrar no palco com suas habituais roupas de travecão, ele provou para qualquer um que ainda tinha dúvidas que ele ainda tem uma das vozes mais poderosas do rock n' roll, e em nenhum momento ela falhou ou pareceu cansada demais nos agudos (os vários) que recheiam suas músicas.
Não havia também aquela famosa jogada, onde o vocalista empurra a responsabilidade de cantar um refrão para o público, e a única exceção foi na introdução de "What it takes" em que Steven deixou a plateia começar a música, propositalmente, claro. O resultado foi um coro emocionado cantando a balada para os ouvidos do líder da banda.

O playlist da noite continha músicas de várias épocas da banda, e as baladinhas ficaram de fora, o que reforça ainda mais o poder do Aerosmith, já que as músicas mais românticas são usadas no momento de "descanso" que toda banda ou ídolo pop utiliza durante seus shows. Descanso?? Não houve descanso!
A plateia quase veio abaixo ao som de "Livin' on the edge" e "Draw the line" que encerrou a primeira parte da apresentação antes do bis, e em nenhum momento o vocal de Steven pareceu fraquejar. A energia que a banda exala do palco é algo impressionante. Eles nem precisam de muita pirotecnia ou coisas do tipo. A banda faz todo o espetáculo por ela mesmo e faz muito bem diga-se de passagem.
Vi um show fenomenal com todos os elementos que devem ter um espetáculo de tamanha grandeza, e saí do Estádio com uma incrível sensação de "Valeu a pena a espera". Guardarei na memória para sempre a apresentação do Aerosmith em São Paulo e aguardo esperançoso um possível retorno dos sessentões ao país. Sonhar não custa nada. "Dream on"!



Antes do Show

A odisséia para ver o show começou por volta das 17 horas em frente ao estádio do Palmeiras. No caminho do Metrô até o estádio o clima de show já podia ser sentido enquanto eu encontrava com vendedores de camisetas, cambistas vendendo ingressos e muitos fãs, a maioria com o símbolo da banda no peito.


O ingresso do show não estava comigo, o que me deu um tremendo frio na espinha enquanto o público ia chegando e passando pelo corredor com acesso às cadeiras cobertas do estádio. Enquanto eu aguardava minha amiga com os ingressos, um pessoal a meu lado fazia muita bagunça oferecendo cerveja pra todo mundo que passava. Eles estavam com uma caixa de isopor lotada e não falavam de música um só momento, embora fossem fãs, todos na faixa dos trinta anos, creio eu.

Fora meus colegas beberrões, havia todo tipo de público presente. Os fãs comuns com camisetas da banda eram maioria, mas haviam também os mais "enfeitados" com chapéu de cowboy (!), coturnos até o joelho, meia-calça rasgada, maquiagem gótica e até sobretudo. Por um momento desconfiei se eles não estariam indo para um show errado, mas se gostam de Aerosmith, dou um desconto.

Quando minha amiga enfim chegou, bateu aquele alívio (não que eu tivesse desconfiando que ela não viria), e entramos após a passagem rotineira de revista, identificação e afins.

Lá dentro, nas cadeiras cobertas do lado direito do palco tive uma visão boa do restante do estádio e ele ainda não estava lotado. As cadeiras onde eu estava até tinham um bom público, mas a pista ainda se mantinha com vários espaços vazios, o que não era de se espantar, já que ainda faltava bastante tempo para o show começar. Enquanto o tempo passava a ansiedade só aumentava, e a adrenalina ia subindo.

A presença da banda de abertura Cachorro Grande foi interessante, e os gaúchos apresentaram durante quase meia hora seus maiores sucessos. O som estava perfeito e embora a acústica em espaço aberto não seja das melhores, deu pra curtir bem o show dos caras. O público não levantou muito com a presença da banda, o que deixou claro que todos estavam ali mesmo pra ver o Aerosmith.

Em suma, aquela foi uma noite perfeita e até mesmo o clima ajudou, já que nem fez muito calor e nem muito frio. As previsões de chuva para o horário do evento estavam erradas, e o show pode ser curtido em sua totalidade.



NAMASTE!

27 de maio de 2010

Os Mercenários: Novo Vídeo

Não parece o símbolo da Shadaloo?


Eu sempre gostei de um bom filme de ação, daqueles bem violentos mesmo com tiroteio, explosões, facas voando, voadoras nas costas e chutes no esôfago, e um dos meus sonhos de infância é que fossem reunidos num mesmo filme os três maiores ídolos do cinema pancadaria da época: Schwarzenegger, Stallone e Van Damme. Bem, em Agosto, esse sonho será realizado, ou quase, já que o karateca belga pulou fora quando o próprio Stallone o convidou para participar de seu projeto, o filme os Mercenários, que ganhou um novo comercial.

Os Mercenários junta a maior quantidade de brucutús por metro quadrado já visto na história do cinema, e se o filme virar uma franquia (se Deus existe vai virar), temos a chance de num segundo longa ter a presença de Chuck Norris, Steven Seagal (que não faz falta, nunca gostei de seus filmes) e quem sabe o próprio Van Damme, que deve ter se arrependido muito de não ter aceitado o papel, já que essa seria sua chance de voltar aos cinemas, coisa que ele não faz há muito tempo (seus filmes saem direto para DVD).

Além dos velhões que vem dando pancada a vários anos, temos os novos expoentes do cinema porrada Jet Li e Jason Statham, além do Terry "Pai do Chris" Crews, que deve ser o alívio cômico do filme. Somando com Mickey Rourke (curiosamente com o mesmo visual que em Homem de Ferro) que já era figurinha carimbada em diversos filmes de porradaria (com o próprio Stallone e com Van Damme), temos um filme recheado de grosseirões para nos entreter durante duas horas, algo que vai render uma boa quantidade de sangue e balas voando para todo lado! Como diriam os caras do MDM, vai ser Mássa, véio!

Claro que Scharzenegger não se arriscará em cenas de ação, e tanto ele quanto Bruce Willis farão apenas pontas no filme, o que já é bem mais do que podíamos esperar de um projeto dessa magnitude. Stallone, o vovô muito louco, no entanto, não quer saber de parar com os filmes de ação, e paga o preço da idade, já que se machucou bastante durante as gravações de seus últimos filmes (Rambo 4 e o próprio Mercenários).

Estarei esperando ansioso a estreia desse filme, e como grande fã farei o review aqui logo depois. Claro, não espere nenhuma análise fílmica, é apenas um filme de porradaria!



NAMASTE!

26 de maio de 2010

LOST: The End


Terminei de ver o último episódio de LOST às 3 horas da madrugada de segunda para terça. A imagem final congelou e eu me mantive ali ainda uns cinco minutos olhando para a tela do computador, tentando digerir tudo que havia me atingido nas últimas duas horas. Foram 3 anos em que virei fã incondicional, fiel seguidor fanático, e após aqueles 5 minutos depois do término do último episódio, enfim a ficha caiu: semana que vem não terá mais nenhum capítulo!

LOST acabou deixando ainda uma infinidade de perguntas sem respostas, mas a forma comovente como os personagens se despediram de seus espectadores nos deixa uma única verdade: A trama era apenas um pano de fundo e as respostas não são tão importantes. Será?

Se hoje alguém que nunca viu a série me perguntasse “sobre o que fala essa tal de LOST?” eu responderia de bate-pronto: Sobre pessoas encontrando seu caminho.

Foi sobre isso que LOST sempre tratou, e eu me lembrei que muito antes de querer saber o que raios a Iniciativa Dharma fazia com ursos polares na ilha, o que mais me atraía na série sempre fora o relacionamento entre os personagens, a forma como cada um conduzia sua vida e os erros que cada um cometia ou havia cometido até chegar à ilha. Com o passar do tempo a série começou a jogar vários elementos interessantes sobre ciência, experiências secretas, viagens no tempo e afins, e como um bom apreciador de ficção que sou comecei a querer respostas para aqueles mistérios que a cada fim de temporada surgiam aos montes, levando a imaginação e os “achismos” ao nível mais elevado. Fui um dos muitos seguidores da série que ficou sim decepcionado com o final que não explicou tudo que queríamos saber, mas fiquei feliz com o fim de cada personagem em particular, o que rendeu uma despedida bem emocionante.

Fé e Ciência

O que realmente é a ilha?

Em “Ab Aeterno” o episódio que explica a imortalidade de Richard, a ilha é citada como o inferno onde cada pessoa chega para expiar os próprios pecados. Por um bom tempo cheguei a considerar essa teoria, o que seria uma forma razoável de explicar certas coisas que aconteciam aos sobreviventes do vôo 815 da Oceanic, como o julgamento feito pela Black Smoke antes de matar as vítimas, entre outros. Até então não sabíamos a ligação entre o Sem-Nome com a fumaça, e também não sabíamos o que exatamente eram ele e Jacob. Semideuses numa disputa de vida e morte? Dois homens dotados de poderes místicos e com muito tempo livre para usar pessoas em seu jogo? Quem sabe um pouco dos dois. O fato é que tudo levava a crer que haveria uma explicação plausível para cada um desses fenômenos sobrenaturais que presenciamos junto com “nossos heróis” (como diria o Bial), mas alguns deles passaram totalmente batido, e nos fizeram acreditar no fim, que isso não era tão importante.

O que é possível presumir, é que a ilha era sim um lugar místico que atraía o interesse de pesquisadores e curiosos devido suas atividades anormais. Quando se descobriu o potencial eletromagnético do lugar(gerada imagino eu, pela gruta da luz) a cobiça sobre o pedaço de terra aumentou e os problemas de Jacob também, uma vez que quanto mais pessoas chegavam à ilha, mais vítimas seu irmão Sem-Nome podia fazer. A Iniciativa Dharma descobriu bem depois dos Outros (os liderados por Charles Widmore) o que as propriedades físicas da ilha eram capazes de fazer, mas seus membros não sobreviveram o bastante para desfrutar dela. Essa é a parte científica da coisa.

A parte espiritual da coisa é que a ilha era dotada de uma fonte de energia que em comunhão com certos visitantes causava até mesmo a cura (Locke e Rose que o digam), e todos os desafios de sobrevivência nela implícitos (além dos joguinhos do desocupado do Jacob) levavam os sobreviventes a um forçado auto-conhecimento, fato que levou muitos losties a se sentirem renovados como pessoas (Locke de novo e James são casos bem específicos) e os conduziram a novos rumos, como bem acreditava o próprio Jacob. Para ele, todo ser humano era capaz de evoluir e crescer como pessoa, e pudemos ver vários casos de redenção durante as seis temporadas.

De acordo com o próprio Damon Lindelof, o criador, roteirista e produtor-executivo de LOST “não é possível fazer um final que agrade a todos. E essa também não é a intenção”. Em entrevist a a Vanity Fair, Lindelof afirma ainda sobre a mitologia Lost “ela é 10 ou 15 por cento da série, e que o principal são os personagens”. De acordo com ele, "os personagens sabem quais são seus problemas, e que a ilha é uma oportunidade que todo ser humano procura de mudar algo em si mesmo", o que coincide com o que eu disse mais a cima, mas deixa muito vaga a essência da série ou a sua premissa que sempre fora algo científico.

OK, se devemos deixar de lado toda aquela busca pela verdade e a solução dos mistérios, o que resta a nós fãs órfãos dessa série que nos prendeu por tanto tempo agora que ela acabou? “Arrume uma vida”, diria Willian Shatner aos fãs de Jornada nas Estrelas quando perguntado sobre o fim da série, curto e grosso. Sim, e se mesmo assim, alguns de nós ainda quisermos respostas? E se não for o bastante aquilo que nos foi dado no último episódio de LOST?
Fé e ciência foram dois elementos que sempre conduziram LOST. A fé de que havia algo sobrenatural na ilha de Locke e a certeza cética de Jack de que não havia, e que sua queda ali não havia passado de um acidente, sempre nos levaram a imaginar em quem deveríamos acreditar. Quando a fé acabou levando Locke à ruína e deu um novo sentido a Jack (e também um novo rumo ao personagem) começamos a entender qual era o significado desses dois elementos aparecerem tanto em conflito desde os primórdios da série e porque alguns personagens eram movidos por ela.

Como bem disse Carol Almeida no portal Terra em seu artigo sobre LOST quem venceu com Lost foram os autores e produtores J. J. Abrams, Damon Lindelof, Carlton Cuse e todos aqueles que se dedicaram todos esses anos a manter jovens ansiosos com um roteiro que partia de lugar algum para lugar nenhum. E eles foram simplesmente geniais nessa missão, porque souberam usar suas próprias armadilhas narrativas para capturar corações e mentes de expectadores* (com x mesmo) que, assim como Locke no começo e Jack no final, acreditavam que havia um motivo.” Segundo ela, esse motivo só existia na nossa cabeça, e ele não foi importante no fim de tudo, quando a única coisa que nos foi dada exceto o destino dos personagens, foi a verdade de que estávamos nos preocupando a troco de nada. E ela prossegue “Não, não há motivos. A ilha foi tão somente uma memória dos expectadores. Memória daquilo que vivemos durante tanto tempo por pura projeção. Fomos nós, os fãs, que queríamos achar a saída, que acreditávamos na equação física de Daniel Faraday para explicar o que raios é a verdade e onde ela está”. Quem mandou termos fé?
O final de LOST foi sim comovente. Uma forma bem digna de nos despedirmos desses personagens tão queridos que nos levaram a várias reflexões e aprendizado, mas ele teria sido muito melhor, se uns dois episódios antes tivessem ao menos esclarecido as principais dúvidas, aquelas que povoaram nossa mente sedenta por tanto tempo. Sinto que se morrer agora, não vou descansar em paz de tanta coisa que ainda está vagando na cachola. Ô Damon Lindelof! Ô Carlton Cuse! Dá essa colher de chá aí, vai! Conta pelo menos quem era aquele dentro da cabana do Jacob! Hehehehe!


* Carol Almeida se refere a “expectadores” com x posto que estamos falando daqueles que por tanto tempo esperaram uma resposta. Ex... de não é mais.



Abaixo um Stand-Up de Bruno Motta sobre como o público médio encara LOST:




NAMASTE!

24 de maio de 2010

Análise: Os filmes do Justiceiro


O Justiceiro foi criado em 1974 por Gerry Conway, Ross Andru e John Romita (Pai), inserido numa história do Homem Aranha (no Brasil, uma das publicações foi em Teia do Aranha nº 25 da Editora Abril), e o motivo de sua cruzada contra o crime é o assassinato de sua família, esposa e dois filhos (uma menina e um menino) em pleno Central Park. Na ocasião, Frank Castle (o alter-ego do Justiceiro) e sua família presenciaram uma execução feita pela máfia e pagaram o preço ao serem baleados a fim de que não houvessem testemunhas do crime. Sendo o único a sobreviver, Frank decidiu utilizar seus conhecimentos adquiridos no exército para declarar guerra aos homens que mataram sua família, vingando-a dessa forma. Mais tarde ele resolveu estender sua vingança a todo tipo de criminoso que ousasse dar as caras nas ruas, tornando-se ele próprio o juiz e o carrasco.

No cinema o personagem já teve três encarnações, uma de 1989 onde ele era vivido pelo eterno Ivan Drago de Rocky 4 Dolph Lundgren (The Punisher), outra de 2004 vivido por Thomas Jane (The Punisher) e a versão mais recente de 2008 onde o personagem é interpretado por Ray Stevenson (The Punisher - War Zone).

Esse artigo se propõe a analisar as duas versões do século XXI onde o Justiceiro recebeu um tratamento mais, digamos, fiel aos quadrinhos, e a discussão gira em torno justamente disso: qual das duas versões cinematográficas chegou mais perto das histórias em quadrinhos e qual delas é uma opção de entretenimento mais palpável.






Para melhor entendimento durante o post, tratarei o filme de 2004 de Justiceiro 1 e o de 2008 como Justiceiro 2, embora um não seja exatamente a continuação do outro.
O Justiceiro 1 foi dirigido pelo estreante no ramo Jonathan Hensleigh, que até então só havia colaborado em roteiros de filmes como Armageddon e Duro de Matar 3 - A Vingança, ambos com Bruce Willis nos papeis principais. Considerados filmes “pipocas” dos anos 90 (ou Blockbusters) ambos possuem boa dosagem de ação e convencem naquilo que se propõem a fazer, embora no caso de Duro de Matar 3, os dois longas anteriores da série sejam mais originais. Armageddon foi dirigido pelo controverso Michael Bay, hoje em dia tão criticado por seus filmes descerebrados (Transformers, cof! Cof!), mas naquela época fora um filme de sucesso, já que o tema fim do mundo parecia ser novidade.
Jonathan Hensleigh jamais havia estado atrás das câmeras antes de Justiceiro 1 (e pela estréia, pelo jeito nunca mais estará!) e embora tenha acertado no tom de ação de algumas cenas errou na maioria delas, deixando Frank Castle menos sanguinário e mais sentimental. Como Hensleigh também colabora no roteiro ao lado de Michael Tolkin e Michael France, ele é culpado não só pela direção desastrosa, mas também pela história que vem do nada e segue para lugar nenhum.
Muitas coisas fazem de Justiceiro 1 um filme aquém do que os fãs esperavam, mas o ritmo com que a história é ditada é a pior delas. A trilha sonora é fraca, e não ajuda nas cenas mais trágicas (como na morte da família de Castle). Hensleigh opta por criar um mundo diferente pra Castle, onde ele só possui um menino como filho e onde toda a família (incluindo pai, mãe, parentes, amigos) é chacinada em retaliação a uma das ações policiais do soldado. Bem longe da fonte de onde o roteiro foi “inspirado”.



Justiceiro 2 é dirigido por Lexi Alexander que antes disso havia estado por trás das câmeras do bom e violento Hooligans, de 2005, protagonizado por Elijah Wood (sim, e eu disse violento mesmo). Com a missão de apagar o fraco desempenho do 1º filme e deixar uma marca mais sanguinolenta no personagem, que era o que todos esperavam de um filme intitulado “Justiceiro”, Alexander chutou o balde, e botou Castle para estourar miolos desenfreadamente em cenas pra lá de estúpidas, como bem estávamos acostumados nos filmes dos anos 80. O resultado? Justiceiro 2 é um filme bem mais sombrio que seu antecessor, mas a história mostra claramente que o Frank Castle desse, não é o mesmo que torturava informantes com picolés no 1º. Em um flashback rápido vemos os corpos de duas crianças no dia em que sua família foi morta, e Castle chega a citar que teve uma filha, fazendo com que o espectador desassocie os dois filmes.
Justiceiro 2 não chega a ter um roteiro impecável. A linha da história é bem tênue e mostra Castle como um alvo tanto da Polícia quanto da máfia, fazendo com que ele entre em conflito com as duas frentes. O erro desse longa é colocar alguns policiais como “amiguinhos” de Castle no fim, além de deixar o vilão Retalho meio abobalhado, se assemelhando em personalidade ao horrível Duas Caras do filme Batman Eternamente. Nada contra Tommy Lee Jones, que é um ótimo ator interpretando principalmente personagens cascas-grossas, mas o seu Duas Caras mais parecia um palhaço, graças ao “genial” Joel Schumacher que dirige o filme. Onde Hensleigh tirou o pé do acelerador para limitar seu filme ao PG-13 americano (limite de idade que acho um erro para um filme com esse tema), Lexi Alexander pisou até o limite e atropelou tudo pela frente, incluindo coerência no roteiro.


Em Justiceiro 1 temos um vilão que não existe nas HQs chamado Howard Saint (John Travolta). Em busca de vingança pela morte do filho (que ocorre durante uma falsa transação envolvendo drogas), Saint descobre que Frank Castle era um agente da Polícia infiltrado na negociação e resolve acabar com sua vida e a de sua família, a pedido da esposa Lívia (Laura Harring).
Na história do filme, o símbolo da caveira utilizado pelo anti-herói é na verdade de uma camiseta dada de presente por seu filho e ele a decide usar como símbolo após o massacre. Toda a família comemora a união em Porto Rico, num clima de sol e praia, diferente da escuridão característica de Nova York, representada como ambiente do personagem nas HQs, e logo são executados pelos capangas de Saint que são liderados por Quentin Glass (Will Patton), o braço direito do chefão da máfia.
Como alívio cômico do filme são usados dois vizinhos do apartamento onde Castle vai morar após a morte da família, Dave (Ben Foster) e Bumbo (John Pinette), e a belíssima Rebecca Romjin Stamos (A Mística de X-Men) faz as vezes da vizinha doce, que acaba tendo uma queda pelo soturno Frank ao longo do filme.

Em Justiceiro 2 é inserido (em pouquíssimas cenas) o ajudante de Frank nos quadrinhos Microchip (Wayne Knight), que é também seu fornecedor de armas e aparatos tecnológicos. O vilão da vez é Billy “o Belo” Russoti (Dominic West), um gangster que se aproveita da execução do chefão da máfia da cidade pelas mãos do Justiceiro para dominar o submundo e que tem o rosto desfigurado após enfrentar o anti-herói. Voltando pouco depois com a face costurada, ele se torna então o Retalho (que é um dos vilões clássicos do Justiceiro nas HQs) ao lado do irmão Billy Maluco (Doug Hutchison o Percy de À espera de um Milagre e o Horace da 5ª Temporada de LOST).

Após matar acidentalmente um agente do FBI, Castle tenta se aproximar de sua viúva Angela (Julie Benz) e a filha dele Grace (Stephanie Janusauskas), cheio de culpa, e mais tarde tem que salvá-las das garras de Retalho e sua gangue. Aliás, essa culpa ele carrega durante todo o filme, o que o torna as vezes sentimental demais.



Thomas Jane nunca fez filmes de muita expressão, o que torna difícil analisá-lo como ator só por esse trabalho. Ele interpreta Frank Castle de forma econômica e chega a beirar a canastrisse em algumas cenas. Em poucas cenas ele parece ameaçador ou um cara que está sofrendo pela morte da esposa e do filho, mas se por um lado ele deixa a desejar em cenas dramáticas ele se dá melhor em cenas de ação, e seu físico o deixa levemente semelhante ao personagem nos quadrinhos. Destaque para sua luta contra o russo (que se assemelha muito ao personagem Lápide dos quadrinhos) em sua casa:


Em muitos casos no cinema vemos os bandidos roubando a cena do herói como em Batman de Tim Burton onde Jack Nicholson como o Coringa consegue apagar o Bruce Wayne de Michael Keaton, mas no caso de Justiceiro 1, o vilão é tão sem graça quanto o herói.
John Travolta não convence como um cara mal nesse filme, diferente do show de interpretação que ele dá um Pulp Fiction de Quentin Tarantino, filme que o tirou do ostracismo. Se Thomas Jane é canastrão, Travolta consegue ser duas vezes mais, e o final de seu personagem é tão patético quanto muitas de suas cenas no decorrer do filme. No quesito maldade o personagem de Travolta até mostra serviço quando joga a própria esposa na linha do trem, demonstrando total desprezo a ela e nenhum remorso, mas novamente o ator parece mais constipado do que maldoso.
Will Patton consegue passar mais seriedade em seu papel, o braço direito de Saint, e a cena onde ele tortura o personagem de Ben Foster arrancando-lhe seus piercings é de causar aflição dado o sadismo que o ator consegue transmitir.

Se compararmos Ray Stevenson com Thomas Jane, incrivelmente Jane ainda leva uma certa vantagem dramaticamente falando, o que não faz seu Justiceiro melhor do que o de Stevenson. O ator inglês de 46 anos é a carranca de Frank Castle sem tirar e nem por, e sua caracterização ficou muito semelhante a das ilustrações de capa da revista Punisher feitas por Tim Bradstreet. O sotaque britânico do ator incomoda em algumas cenas (Castle é nova-iorquino), mas isso não é um problema nos 20 minutos iniciais, já que o personagem nem abre a boca. A falta de falas é substituída por uma chuva de balas que o Justiceiro despeja sobre a família da máfia e logo depois nas cenas em que Russoti se torna o Retalho. Diferente de Justiceiro 1, o 2º filme tem poucos combates físicos e as coisas são resolvidas mais nos tiros e facadas (como deve ser), portanto, não podemos ver muito do desempenho de Stevenson em lutas corporais, exceto quando o agente do FBI tenta prendê-lo e quando ele dá uma surra em Billy o Maluco. De qualquer forma, o inglês é sim um bom ator, e consegue convencer na pele de Castle mais do que Thomas Jane pelo menos.


Como disse anteriormente, o personagem Retalho me deixou incomodado (e não foi pela maquiagem muito bem feita em seu rosto), e seu ar “sou mal, mas sou engraçadinho” tirou o terror que alguém cujo rosto fora desfigurado poderia exercer sobre seus adversários. No início, quando ele ainda é “o Belo” seu personagem incomoda pela arrogância, mas depois cai na chacota deixando para seu irmão o papel do vilão malvado, coisa que Doug Hutchison sabe fazer muito bem por sinal. Agora o que dizer de um vilão maldoso e extremamente habilidoso na luta corporal? O dublê de Hutchison (claro, porque ninguém acredita que é ele ali saltando e dando aqueles golpes) deu show.





Como bem disse, Justiceiro 1 não possui trilha sonora (exceto a música do Seether e da Amy Lee do Evanescence). As cenas que deveriam causar comoção causam no máximo uma dobra na sobrancelha do expectador, e as de ação são totalmente abafadas pelos tiros e gritos. No caso de Justiceiro 2, até hoje rolam boatos que Lexi Alexander (a diretora) foi expulsa da produção muito antes dela ser concluída exatamente pela escolha da trilha sonora, que não estava muito de acordo com o clima do filme. Ela queria uma coisa, os produtores queriam outra. A solução foi encher todas as cenas com New Metal e deixar a gritaria ser o pano de fundo do tiroteio, o que no meu caso, agradou muito mais do que aquelas cenas silenciosas do 1º filme. Esse fato me fez lembrar do filme Mandando Bala (com Clive Owen), cujas cenas de tiroteio também são ao som de rock n’ roll, dois elementos que casam muito bem.




Desde que o velho Frank usava o colante azul com botas e luvas brancas, uniforme que o originou nas HQs, o elemento central de seu visual sempre fora a caveira no peito. Desenhada de forma padrão ou estilizada ela sempre foi a marca do personagem e era o que mais os fãs reclamavam do filme de Dolph Lundgren, que até tinha um ritmo legal, embora tenha sido feito (e tratado) como uma produção de fundo de quintal.



Se Thomas Jane usava sua camiseta suja com o símbolo de vez em quando no filme (depois ele adota um colete de kevlar com a marca), o Justiceiro de Stevenson a mantém no peito quase esmaecida, o que de certa forma a descaracteriza um pouco, já que ela é usada (assim como o símbolo do Batman no peito) como um chamariz para que os bandidos atirem nessa área (reforçada) ao em vez de na sua cabeça.




Qual dos dois filmes representa melhor a alma do personagem dos quadrinhos?
Embora tenha tido diversos problemas de produção e de ter sido tratado desde o início como um filme B da Marvel, diferente dos medalhões Homem Aranha e Homem de Ferro, Zona de Guerra faz muito mais jus ao nome Justiceiro do que seu antecessor, que quase chega a ser um filme pra se ver na Sessão da Tarde. Claro que a estupidez das cenas de tiroteio, as cabeças explodindo em meio à violência gratuita colaboraram para afastar o público médio dos cinemas (no Brasil nem no cinema ele foi lançado), e esse tipo de exagero costuma agradar mais os fãs do que o público em geral. Como disse no review do Homem de Ferro, na sessão em que assisti havia todo tipo de gente, desde os fãs aos completamente ignorantes sobre quadrinhos, e no caso do Justiceiro Zona de Guerra, quem mais deu público foram os fãs.

Nenhum dos filmes chega a uma nota 7 sequer, mas o 2º tem mais a cara de Justiceiro, enquanto o primeiro poderia ser sobre qualquer cara em busca de vingança, o que tem aos montes em Hollywood.

O filme Código de Conduta estrelado por Gerard Butler (o Rei Leônidas de 300) tem muito de Justiceiro, e é um filme de extrema qualidade que poderia muito bem ilustrar um Frank Castle se a Marvel apostasse no personagem tanto quanto aposta no já saturado Homem Aranha e na franquia X-Men, mas isso já é outra história...


NAMASTE!

20 de maio de 2010

A Última Temporada de LOST

Esse post pode conter SPOILERS ocasionais!

Agora falta só o episódio final duplo. LOST está na reta final e as dúvidas ainda pairam na cabeça dos fãs após os 42 minutos do episódio “What They Died for”.
O universo paralelo de LOST começa a ruir à medida que cada um dos losties passa a se recordar de “outra vida” que eles não se lembram de ter vivido. Desmond está cada vez mais disposto a fazê-los se lembrar dessa outra vida aparentemente criada com a explosão da bomba no final da 5ª temporada (onde Juliet morreu), e para isso toma medidas extremas como bater em Ben Linus (o saco-de-pancadas oficial da série) para ele se lembrar do dia em que tentou matar Penny, a esposa de Desmond.
Sabendo que deixou dúvidas suficientes na cabeça de Locke após atropelá-lo (numa cena pra lá de estúpida e surpreendente), Desmond então vai até a delegacia onde James (o então oficial de Polícia) aprisionou Sayid e Kate. Com a ajuda de Ana Lucia (bem mais mercenária do que o habitual) e Hurley, o escocês liberta os prisioneiros de James, e demonstra que irá atrás de Jack logo em seguida e sua misteriosa esposa (que aposto ser a Juliet) num concerto beneficente.
Os planos de Desmond são muito claros: Fazer com que todos os losties se lembrem de seu passado, e que o presente em que estão não passa de uma realidade alternativa. A única coisa que ainda não está claro é o que vai acontecer quando todos se lembrarem de quem realmente são. Seria possível que essa realidade se chocasse com a atual, acontecendo o que muitos já especularam nos fóruns de discussão? É difícil imaginar que essa realidade alternativa seja apenas uma demonstração do que aconteceria com os losties sem a intervenção de Jacob em suas vidas. Agora está mais claro que aquilo não é real, e que eles vão acordar do sonho onde estão à 16 episódios.

Dinastia M

Sou viciado em quadrinhos, e isso não é nenhuma novidade para quem me conhece ou visita esse blog mesmo que esporadicamente. É comum eu assistir a filmes, séries ou desenhos e achar semelhanças do roteiro com algumas histórias em quadrinhos.
Não tem como não encontrar um paralelo entre essa temporada de LOST e a mini-série da Marvel chamada de Dinastia M.
Nessa saga a Feiticeira Escarlate cujos dons mutantes a permitem distorcer a realidade a seu redor, pira de vez, e influenciada pelo irmão Mercúrio decide criar um universo paralelo onde os mutantes são a raça predominante e os homo sapiens não passam de uma escória submissa aos homo superiores.
Nessa série, mesmo os heróis que não possuem a mutação benigna nos genes acabam encontrando a felicidade que tanto almejam (o Homem Aranha é tão popular quanto um artista de cinema), e é curioso saber que Wanda tentou dar a todos eles tudo o que eles mais queriam na vida, incluindo seu pai Magneto, que se torna o soberano desse mundo dominado por mutantes. Em LOST, também vemos Jack, Sawyer, Sun e Jin numa vida muito mais tranqüila do que levavam anteriormente, antes do voo 815 cair na ilha.
Ao criar essa realidade paralela, Wanda acabou fazendo com que Wolverine se recordasse de toda sua vida, desde que ele era um garoto frágil no Canadá, e o baixinho mutante acaba se tornando o único elo entre os dois mundos, o real e o criado pela Feiticeira Escarlate. Assim como Desmond em LOST, ele parte em busca daqueles que ele mais confia, e começa a acordar um por um, começando com Ciclope e Emma Frost, seus parceiros de X-Men com a ajuda de uma criança mutante que possui poderes hipnóticos.
No final da saga, como sempre, rola a maior pancadaria e Wanda é forçada a voltar tudo como era antes não antes de eliminar os poderes mutantes da maioria dos homo superiores existentes na Terra.
Para LOST espero algo semelhante, levando em consideração que a realidade alternativa irá se chocar com a atual no último episódio causando quem sabe, o retorno de alguns personagens que faleceram no decorrer dessa última temporada. Mas uma coisa é certa, isso não passa de suposição.

A realidade atual

Sabe-se lá como, Jacob aparece para os candidatos sobreviventes, e Sawyer, Jack e Kate (o Hurley não conta porque ele já via Jacob) tem a sua primeira audiência com o ex-Todo Poderoso da ilha. Ele explica aos candidatos, enquanto suas cinzas queimam numa fogueira, que a ilha deve ser protegida da influência de seu irmão Sem-Nome, e que um deles deve substituí-lo nessa tarefa agora que ele próprio está morto. Interessante quando Jacob durante a sessão espírita (heheheh!) joga na cara de todos eles o quanto suas vidas eram vazias antes deles caírem na ilha, e que não havia nada para eles do lado de fora, que seu destino sempre fora proteger a ilha. Isso encoraja Jack a assumir a vaga deixada em aberto, e o médico se diz pronto para proteger a ilha no lugar de Jacob. Detalhe para a frase de Sawyer: “e eu achando que aquele cara tinha complexo de Deus.”
Enquanto isso, o Sem-Nome recruta Ben Linus para apagar aqueles que aparentemente ele não pode tocar (se bem entendi), e o maníaco (não encontrei definição melhor para ele) decide ajudar o irmão de Jacob a barbarizar geral antes de se mandar da ilha. Para Linus, ficar contra o Sem-Nome não lhe garante tanta segurança quanto se aliar a ele, e Richard é o primeiro a provar das intenções nada pacíficas do Sem-Nome, embora eu não ache que esse tenha sido o fim do personagem, que continuou imortal mesmo após a passagem de Jacob dessa para uma melhor. Mas será que Ben está mesmo do lado do Sem-Nome?
Na sanha de “Flocke” em destruir todos aqueles que podem impedi-lo de sair da ilha, com a ajuda de Ben, ele chega até Charles Widmore e o faz confessar quais são seus planos na ilha. Widmore diz, pouco antes de ser fulminado por Ben, que sua arma-secreta é Desmond que se mostrou resistente a altas cargas de eletromagnetismo, mas não chega a dizer o que ele pretendia fazer para deter o próprio Flocke. Flocke e Ben então descobrem que Sayid não matara o escocês como lhe foi incumbido e que ele recebera ajuda para escapar do poço onde o Sem-Nome o jogou. Cabe agora ao vilão caçar Desmond e os responsáveis por sua fuga, chegar até a fonte de luz da ilha e explodi-la para enfim se libertar.

As dúvidas

Por que o Sem-Nome não matou logo todos os candidatos assim que eles pisaram na ilha?

Por que ele se deu ao trabalho de esperar tanto tempo para só então resolver matar todo mundo e sair da ilha? Submarinos iam e vinham o tempo todo, por que ele simplesmente não embarcou em um pegando algum piloto como refém? Precisou esperar um avião cair inteirinho na ilha?


Se o Sem-Nome não pode matar diretamente aqueles que receberam o toque de Jacob, como ele conseguiu atingir Richard?

Como exatamente ele dominou Sayid? Aquilo me pareceu muito mais do que simples influência psicológica como foi no caso de Claire.


Se os protegidos de Jacob não podiam morrer necessariamente, como a bomba explodiu com o Sayid? Se bem que acho que o único protegido era o Jack, uma vez que a dinamite não explodiu mesmo chegando até o fim do pavio dentro do Black Rock, onde Richard tentava se matar.


Há ainda alguma chance de sabermos o que exatamente a Iniciativa Dharma fazia com ursos polares na ilha? Meu palpite era que eles faziam experiências de teletransporte, lembrando daquele urso polar encontrado por Charlotte em pleno deserto na 4ª Temporada.


Qual é exatamente a nacionalidade da mãe de Jacob e seu irmão?


Vão nos dar alguma explicação decente do que realmente aconteceu com o Sem-Nome dentro da gruta da luz?


Tomara que o último episódio aplaque essa sede por respostas.


Em breve post especial sobre o último episódio de LOST.



NAMASTE!

12 de maio de 2010

Do Fundo do Baú: Máquina Mortífera

Com todo o respeito às outras séries de ação como Duro de Matar, Exterminador do Futuro, Rambo e Robocop, Máquina Mortífera é pra mim, sem sombra de dúvidas, a melhor série de filmes de todos os tempos, e até hoje ainda tenho a mania de assistir a qualquer uma das quatro películas na maior empolgação, como se fosse a primeira vez.

Os elementos que fazem de Lethal Weapon diferente das demais séries que proliferaram aos montes desde os anos 80 são vários, e tentarei relatar todos enquanto homenageio e descrevo cada um dos capítulos dessa história dirigida por Richard Donner (o mesmo dos inesquecíveis Superman 1 e 2).


O filme de estréia da série é de 1987 e tanto Mel Gibson quanto Danny Glover, os protagonistas, vinham de uma carreira já bem movimentada, com vários outros filmes de vários outros gêneros no currículo cinematográfico. Gibson já era conhecido por Mad Max, enquanto Glover havia feito A cor Púrpura, um de seus trabalhos de maior expressão até então. Foi com Máquina Mortífera, no entanto, que a popularidade de ambos aumentou, deixando um legado de 4 filmes inesquecíveis para o público.

O enredo é bem enxuto e mostra a história de dois detetives, um famoso por sua ousadia e sangue frio além de uma perigosa tendência suicida e o outro um pacato e tranqüilo policial que está a espera da aposentadoria que se juntam em uma missão para desbaratar uma quadrilha internacional de traficantes de drogas, composta por ex-militares da guerra do Vietnã.


A cena inicial mostra um suposto suicídio de uma garota de programa, que visualmente drogada acaba caindo da sacada para a morte. Depois somos lançados em dois mundos completamente opostos o de Roger Murtaugh, um pai de família dedicado e com uma carreira policial estável e a de Martin Riggs, um cara solitário que mora num trailer à beira-mar. Enquanto Murtaugh conta o os meses para a aposentadoria com o apoio da esposa e dos três filhos, Riggs não consegue esquecer a morte da esposa, o que o leva ao desespero de arrumar todos os dias um motivo para ir para o trabalho sem que tenha que meter uma bala na própria cabeça.


Os destinos de ambos se cruzam quando Riggs é indicado para trabalhar no mesmo distrito que Roger, e em meio a conflitos de relacionamento entre eles começamos a desvendar os dois personagens em diálogos afiados e bem humorados.


O Martin Riggs do primeiro filme é mais sério, e sua principal marca é seu olhar obsessivo de quem não tem nada a perder. Ele guarda uma bala especial no bolso que ele diz estar ali para a ocasião em que ele não terá mais motivos para viver, e todo seu sofrimento fica estampado no rosto na cena em que ele tenta, mas não consegue se suicidar enquanto um programa de Natal do Pernalonga ecoa pelo trailer. Não dá pra negar o talento dramático de Gibson, então com 31 anos na época.


Quando um antigo amigo de Murtaugh o procura em casa, a investigação sobre o suicídio da jovem prostituta começa a ganhar novos rumos, e os dois policiais descobrem um envolvimento de ex militares do Vietnã (onde tanto Riggs quanto Murtaugh serviram) com perigosos traficantes, o que coloca em risco os parentes de Roger logo que eles começam a se aproximar do real motivo da prostituta ter “caído” do prédio.

A moça, na verdade, é filha de Michael Hunsaker, o homem que procurou Roger antes dela morrer, e ele buscava por proteção policial, uma vez que, comprometido demais, estava sendo perseguido pelo General Peter McAllister (vivido por Mitch Ryan) e por seu capanga Joshua (Gary Busey), os cabeças da organização de tráfico de drogas.

Depois que a família de Murtaugh é ameaçada, Riggs é dado como morto após um atentado e Rianne (Traci Wolfe), a filha mais velha de Roger é sequestrada, os dois detetives bolam uma emboscada para acabar de vez com o cartel de McAllister, o que acaba não dando muito certo. Riggs e Murtaugh também são aprisionados e são submetidos à tortura física para delatarem o que sabem sobre o envolvimento dos militares com o tráfico.


Quando Riggs se liberta derrotando um homem oriental que lhe aplica choques elétricos, o apelido Máquina Mortífera pela qual é conhecido finalmente lhe faz jus, ele mata todos os capangas que aparecem pela frente, libertando posteriormente Roger e Rienne. McAllister e Joshua fogem no calor do tiroteio, mas o primeiro não vai muito longe quando Roger o encontra num beco e atira na cabeça de seu motorista. O carro desgovernado vai para a estrada, e após colidir com um ônibus ele explode, dando um fim ao General. Após escapar de Riggs, Joshua volta para a casa de Murtaugh, a fim de se vingar de sua família, mas os dois detetives o surpreendem e sem o envolvimento da polícia, Riggs o confronta no mano-a-mano, derrotando-o. Mel Gibson teve que aprender Jiu Jitsu para compor Riggs, e nessa luta em que ele vence Joshua, ele aplica um pouco da modalidade.

Abaixo uma das mais divertidas cenas do filme. Como resolver uma tentativa de suicídio com Martin Riggs:



Na minha opinião esse é o melhor filme da franquia. Nenhum deles tem tanta carga dramática e tantas cenas de ação de tirar o fôlego quanto esse.
Agora que Riggs não tem mais tendências suicidas e que encontrou na casa de Murtaugh e na sua amizade um lar, as feridas estão se fechando, e a dupla de detetives precisa proteger uma testemunha que tem informações sobre o envolvimento de diplomatas sul-africanos com o tráfico de drogas e que usam a imunidade diplomática para cometer os crimes.
O filme tem um clima mais tenso justamente pelas questões étnicas e o Apartheid (que no país sul-africano ainda era algo questionável), e mostra o que aconteceria se um político corrupto utilizasse de sua imunidade diplomática para escapar ileso de seus crimes em outro país, deixando a polícia de mãos atadas.
O clima de tensão cresce quando Riggs se envolve amorosamente com Rika Van Den Haas (Patsy Kensit), a secretária pessoal de Arjen Rudd (Joss Ackland), o diplomata sul-africano, e quando ela é morta por estar envolvida com ele após escapar de uma emboscada ao trailer de Riggs, o ódio volta ao coração do Máquina Mortífera que descobre também que o acidente de carro que matou sua primeira esposa não foi exatamente um acidente.

Enquanto o amarra para se livrar dele jogando-o num rio, Pieter Vorstedt (Derrick O'Connor), o braço direito de Rudd (chamado de “Adolph” por Riggs) conta a Riggs que na noite em que sua esposa morreu, eles estavam atrás do próprio Riggs e que ela fora assassinada por acaso. O que acontece em seguida não dá pra se descrever:


O urro animalesco de Gibson quando ele parte para cima dos capangas de Rudd em sua interpretação é de arrepiar, e a cena em que ele coloca o ombro de volta ao lugar também é tensa.
Após destruir a casa onde os negócios de Rudd acontecem sem que a justiça possa fazer nada, a dupla de detetives vai atrás do próprio diplomata e de seu comparsa Adolph. Ambos destroem um carregamento de dinheiro antes de mandarem bala para cima dos capangas.
Destaque para a luta entre Riggs e Adolph que lhe atravessa a perna com uma faca e o deixa no chão com uma sequencia de golpes de karatê:



E para o desfecho da história:




A cena em que Riggs é baleado várias vezes deveria ter marcado o fim da série que não se extenderia para mais um filme, com a morte do personagem. Ao som de knocking on heavens door ao fundo, a cena é uma das mais tocantes da série, e enquanto Roger se aproxima do amigo baleado temos a clara impressão que Riggs encontrou sua redenção logo após descobrir que a esposa e a namorada foram assassinadas pelo mesmo homem, mas o “filho da mãe” escapa e retorna posteriormente em Máquina Mortífera 3.

O terceiro filme (e que seria o último) da série tem um tom muito mais leve que seu antecessor, embora possua tantas cenas de ação empolgantes quanto os outros, e insere a detetive Lorna Cole, vivida por Rene Russo. Se na película anterior a dupla havia ganho o reforço de Leo Getz (Joe Pesci) como o informante tagarela na mira da máfia sul-africana, agora eles formavam um quarteto, onde sacadas bem humoradas e sarcásticas são um prato cheio para a trama policial.
Dessa vez os detetives tem que descobrir como armas ilegais apreendidas pela Polícia estão voltando para as ruas nas mãos de gangues, e a personagem de Russo é a especialista indicada pela corregedoria para investigar se há ou não um vazamento interno possibilitando que as armas voltem as ruas.
Quando Murtaugh acaba matando sem outra opção o amigo adolescente de seu filho, que estava numa das gangues de rua, ele entra em depressão e cabe ao seu amigo mais próximo tentar resolver a situação. Enquanto isso, Lorna chega ao ex-policial Jack Travis (Stuart Wilson) e descobre que ele é o elo entre a Polícia e as gangues, começando uma caçada ao responsável que durante o filme escapa várias vezes de Riggs e Murtaugh em cenas de arrepiar. Destaque para o envolvimento amoroso entre Riggs e Lorna da metade do filme pra frente.

Quando todos achavam que a série estava sepultada para sempre, em 1998 para a surpresa e alegria dos fãs da série, eis que surge o 4º capítulo da quadrilogia, para encerrar com chave de ouro a história.
Os anos se passaram, e Riggs já não é mais tão vigoroso quanto costumava ser (nem Mel Gibson então com 42 anos, que utiliza dublês em muito mais cenas do que anteriormente), e acaba sofrendo ao encarar adversários muito mais habilidosos.
Dessa vez os dois detetives investigam uma quadrilha que promove a entrada ilegal de chineses nos Estados Unidos, os quais são vendidos como escravos. Por trás desta operação está "tio Benny" (Kim Chan), o chefão de uma grande quadrilha em Chinatown, e os problemas só aumentam quando Murtaugh resolve acolher uma família inteira de chineses em sua própria casa.
Por trás de tudo isso se esconde um homem chamado Wah Sing Fu que está nos Estados Unidos para negociar a libertação de seu irmão, e que se utiliza para isso de dinheiro falsificado por artistas chineses. O homem é vivido por Jet Li, em sua estreia no cinema americano, e as cenas de luta protagonizadas por ele, despontam entre as melhores já realizadas em seus filmes. Destaque para a luta entre Sing Fu e Riggs na casa de Murtaugh e no desfecho do filme:



Dessa vez quem é integrado ao elenco é Chris Rock, que vive Lee Butters o agente da Polícia que está tendo um caso com Rienne, a filha de Murtaugh e da qual ela espera um filho. O tom de comédia só aumenta com a presença de Rock, famoso por seus personagens cômicos e o narrador da série "Todo Mundo odeia o Chris", baseado na própria vida do ator.

O tema família sempre presente em todos os outros filmes da série volta ainda mais forte nessa sequência, e o mais interessante é que todo o elenco, o mesmo desde o primeiro filme, realmente forma uma grande família. Ao fim do filme são mostradas fotos de bastidores das gravações de todos os filmes e dizem que Mel Gibson e Danny Glover se tornaram grandes amigos fora das gravações, e que a filmagem do 4º longa metragem teria sido um pedido de Glover a Gibson, que estaria passando por necessidades financeiras.
De qualquer forma a relação entre os dois personagens principais, a questão da idade de ambos, a passagem de tempo que fica explícita com o crescimento dos filhos de Murtaugh, a união de Riggs com Lorna, que está esperando o primeiro filho do casal e até mesmo a aproximação do irritante Leo Getz de todos eles fazem de Máquina Mortífera 4 um filme família, apesar de toda a ação e explosões que dão o toque final a produção. Esse é o grande diferencial da série como um todo, e o motivo pelo qual sou um grande fã de todos os 4 filmes. O roteiro é muito bem escrito, os diálogos são inteligentes e as atuações são fieis aos personagens que não são descaracterizados em nenhum momento. Até dá uma vontade de ver uma sequência, mas se Máquina Mortífera terminou aqui, ficamos satisfeitos por tudo que foi feito graças a direção do competente Richard Donner e de toda a equipe que o acompanhou.

Dublagem

Passei a minha infância toda e boa parte da adolescência só assistindo filmes dublados na TV e da locadora de vídeo, e meio que me acostumei a ter os atores de hollywood com as vozes brasileiras. Alguns personagens são muito marcantes por suas vozes dubladas pelos talentosos atores do Brasil, e com Máquina Mortífera não foi diferente.
Assim como a voz de Bruce Willis, que aqui foi por anos dublado por Newton da Matta (falecido em 2006), as inconfundíveis vozes de Júlio Chaves e de Márcio Simões ficaram eternizadas para sempre como as de Martin Riggs e Roger Murtaugh respectivamente.

Difícil ver o filme sem relacionar os personagens com suas vozes em português, e o bordão “Riggs, seu filho da mãe!” dito repetidadas vezes ao longo dos filmes por Murtaugh, ou por Márcio Simões é inesquecível assim como tantos outros.
O trabalho de dublagem no Brasil é hoje em dia subestimado com a quantidade de seriados e enlatados com som original e legendas, mas sempre foi algo de se admirar. Dou grande valor a esses profissionais cujas vozes constam em nosso imaginário há vários anos e aos que com certeza seguirão o exemplo desses monstros sagrados da comunicação daqui pra frente. Vida longa à dublagem brasileira e aos estúdios que fazem dessa profissão o que ela é hoje em dia: uma referência mundial.

NAMASTE, seus filhos da mãe!

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