31 de maio de 2010
Dharma Day 3
Aerosmith em São Paulo!
Agora eu posso morrer feliz!
Na noite de sábado, após muito tempo de espera (mais de 10 anos!!) eu tive o prazer de assistir ao vivo uma das melhores bandas de rock de todos os tempos, e os caras ainda estão em plena forma. O Aerosmith subiu ao palco do Palestra Itália por volta das 21:40 e levantou o público de quase 35 mil pessoas com "Eat the Rich" (sucesso de 1993) após surgirem de trás de uma bandeira enorme com o logo da banda. Nessa hora o coração foi a mil, e as palavras faltam para expressar a emoção de estar vendo a minha banda preferida detonando com tudo no palco.
Tive receio sim de que a banda estivesse num clima ruim após a quase separação do ano passado, mas essa impressão passou rapidamente quando Steven Tyler começou a interagir com o companheiro Joe Perry e os demais integrantes da banda no palco como se nada tivesse acontecido. Eles trocaram elogios rasgados durante a apresentação, o que prova que as mágoas ficaram para trás. Após o acidente
Tyler por sua vez, continua mandando bem demais, para um senhor de 62 anos. Após entrar no palco com suas habituais roupas de travecão, ele provou para qualquer um que ainda tinha dúvidas que ele ainda tem uma das vozes mais poderosas do rock n' roll, e em nenhum momento ela falhou ou pareceu cansada demais nos agudos (os vários) que recheiam suas músicas.
Não havia também aquela famosa jogada, onde o vocalista empurra a responsabilidade de cantar um refrão para o público, e a única exceção foi na introdução de "What it takes"
O playlist da noite continha músicas de várias épocas da banda, e as baladinhas ficaram de fora, o que reforça ainda mais o poder do Aerosmith, já que as músicas mais românticas são usadas no momento de "descanso" que toda banda ou ídolo pop utiliza durante seus shows. Descanso?? Não houve descanso!
A plateia quase veio abaixo ao som de "Livin' on the edge" e "Draw the line" que encerrou a primeira parte da apresentação antes do bis, e em nenhum momento o vocal de Steven pareceu fraquejar. A energia que a banda exala do palco é algo impressionante. Eles nem precisam de muita pirotecnia ou coisas do tipo. A banda faz todo o espetáculo por ela mesmo e faz muito bem diga-se de passagem.
Vi um show fenomenal com todos os elementos que devem ter um espetáculo de tamanha grandeza, e saí do Estádio com uma incrível sensação de "Valeu a pena a espera". Guardarei na memória para sempre a apresentação do Aerosmith
Antes do Show
A odisséia para ver o show começou por volta das 17 horas em frente ao estádio do Palmeiras. No caminho do Metrô até o estádio o clima de show já podia ser sentido enquanto eu encontrava com vendedores de camisetas, cambistas vendendo ingressos e muitos fãs, a maioria com o símbolo da banda no peito.
O ingresso do show não estava comigo, o que me deu um tremendo frio na espinha enquanto o público ia chegando e passando pelo corredor com acesso às cadeiras cobertas do estádio. Enquanto eu aguardava minha amiga com os ingressos, um pessoal a meu lado fazia muita bagunça oferecendo cerveja pra todo mundo que passava. Eles estavam com uma caixa de isopor lotada e não falavam de música um só momento, embora fossem fãs, todos na faixa dos trinta anos, creio eu.
Fora meus colegas beberrões, havia todo tipo de público presente. Os fãs comuns com camisetas da banda eram maioria, mas haviam também os mais "enfeitados" com chapéu de cowboy (!), coturnos até o joelho, meia-calça rasgada, maquiagem gótica e até sobretudo. Por um momento desconfiei se eles não estariam indo para um show errado, mas se gostam de Aerosmith, dou um desconto.
Quando minha amiga enfim chegou, bateu aquele alívio (não que eu tivesse desconfiando que ela não viria), e entramos após a passagem rotineira de revista, identificação e afins.
Lá dentro, nas cadeiras cobertas do lado direito do palco tive uma visão boa do restante do estádio e ele ainda não estava lotado. As cadeiras onde eu estava até tinham um bom público, mas a pista ainda se mantinha com vários espaços vazios, o que não era de se espantar, já que ainda faltava bastante tempo para o show começar. Enquanto o tempo passava a ansiedade só aumentava, e a adrenalina ia subindo.
A presença da banda de abertura Cachorro Grande foi interessante, e os gaúchos apresentaram durante quase meia hora seus maiores sucessos. O som estava perfeito e embora a acústica em espaço aberto não seja das melhores, deu pra curtir bem o show dos caras. O público não levantou muito com a presença da banda, o que deixou claro que todos estavam ali mesmo pra ver o Aerosmith.
Em suma, aquela foi uma noite perfeita e até mesmo o clima ajudou, já que nem fez muito calor e nem muito frio. As previsões de chuva para o horário do evento estavam erradas, e o show pode ser curtido em sua totalidade.
NAMASTE!
27 de maio de 2010
Os Mercenários: Novo Vídeo
Os Mercenários junta a maior quantidade de brucutús por metro quadrado já visto na história do cinema, e se o filme virar uma franquia (se Deus existe vai virar), temos a chance de num segundo longa ter a presença de Chuck Norris, Steven Seagal (que não faz falta, nunca gostei de seus filmes) e quem sabe o próprio Van Damme, que deve ter se arrependido muito de não ter aceitado o papel, já que essa seria sua chance de voltar aos cinemas, coisa que ele não faz há muito tempo (seus filmes saem direto para DVD).
Além dos velhões que vem dando pancada a vários anos, temos os novos expoentes do cinema porrada Jet Li e Jason Statham, além do Terry "Pai do Chris" Crews, que deve ser o alívio cômico do filme. Somando com Mickey Rourke (curiosamente com o mesmo visual que em Homem de Ferro) que já era figurinha carimbada em diversos filmes de porradaria (com o próprio Stallone e com Van Damme), temos um filme recheado de grosseirões para nos entreter durante duas horas, algo que vai render uma boa quantidade de sangue e balas voando para todo lado! Como diriam os caras do MDM, vai ser Mássa, véio!
Claro que Scharzenegger não se arriscará em cenas de ação, e tanto ele quanto Bruce Willis farão apenas pontas no filme, o que já é bem mais do que podíamos esperar de um projeto dessa magnitude. Stallone, o vovô muito louco, no entanto, não quer saber de parar com os filmes de ação, e paga o preço da idade, já que se machucou bastante durante as gravações de seus últimos filmes (Rambo 4 e o próprio Mercenários).
Estarei esperando ansioso a estreia desse filme, e como grande fã farei o review aqui logo depois. Claro, não espere nenhuma análise fílmica, é apenas um filme de porradaria!
26 de maio de 2010
LOST: The End
Abaixo um Stand-Up de Bruno Motta sobre como o público médio encara LOST:
NAMASTE!
24 de maio de 2010
Análise: Os filmes do Justiceiro
20 de maio de 2010
A Última Temporada de LOST
Agora falta só o episódio final duplo. LOST está na reta final e as dúvidas ainda pairam na cabeça dos fãs após os 42 minutos do episódio “What They Died for”.
O universo paralelo de LOST começa a ruir à medida que cada um dos losties passa a se recordar de “outra vida” que eles não se lembram de ter vivido. Desmond está cada vez mais disposto a fazê-los se lembrar dessa outra vida aparentemente criada com a explosão da bomba no final da 5ª temporada (onde Juliet morreu), e para isso toma medidas extremas como bater em Ben Linus (o saco-de-pancadas oficial da série) para ele se lembrar do dia em que tentou matar Penny, a esposa de Desmond.
Sabendo que deixou dúvidas suficientes na cabeça de Locke após atropelá-lo (numa cena pra lá de estúpida e surpreendente), Desmond então vai até a delegacia onde James (o então oficial de Polícia) aprisionou Sayid e Kate. Com a ajuda de Ana Lucia (bem mais mercenária do que o habitual) e Hurley, o escocês liberta os prisioneiros de James, e demonstra que irá atrás de Jack logo em seguida e sua misteriosa esposa (que aposto ser a Juliet) num concerto beneficente.
Os planos de Desmond são muito claros: Fazer com que todos os losties se lembrem de seu passado, e que o presente em que estão não passa de uma realidade alternativa. A única coisa que ainda não está claro é o que vai acontecer quando todos se lembrarem de quem realmente são. Seria possível que essa realidade se chocasse com a atual, acontecendo o que muitos já especularam nos fóruns de discussão? É difícil imaginar que essa realidade alternativa seja apenas uma demonstração do que aconteceria com os losties sem a intervenção de Jacob em suas vidas. Agora está mais claro que aquilo não é real, e que eles vão acordar do sonho onde estão à 16 episódios.
Dinastia M
Sou viciado em quadrinhos, e isso não é nenhuma novidade para quem me conhece ou visita esse blog mesmo que esporadicamente. É comum eu assistir a filmes, séries ou desenhos e achar semelhanças do roteiro com algumas histórias em quadrinhos.
Não tem como não encontrar um paralelo entre essa temporada de LOST e a mini-série da Marvel chamada de Dinastia M.
Nessa saga a Feiticeira Escarlate cujos dons mutantes a permitem distorcer a realidade a seu redor, pira de vez, e influenciada pelo irmão Mercúrio decide criar um universo paralelo onde os mutantes são a raça predominante e os homo sapiens não passam de uma escória submissa aos homo superiores.
Nessa série, mesmo os heróis que não possuem a mutação benigna nos genes acabam encontrando a felicidade que tanto almejam (o Homem Aranha é tão popular quanto um artista de cinema), e é curioso saber que Wanda tentou dar a todos eles tudo o que eles mais queriam na vida, incluindo seu pai Magneto, que se torna o soberano desse mundo dominado por mutantes. Em LOST, também vemos Jack, Sawyer, Sun e Jin numa vida muito mais tranqüila do que levavam anteriormente, antes do voo 815 cair na ilha.
Ao criar essa realidade paralela, Wanda acabou fazendo com que Wolverine se recordasse de toda sua vida, desde que ele era um garoto frágil no Canadá, e o baixinho mutante acaba se tornando o único elo entre os dois mundos, o real e o criado pela Feiticeira Escarlate. Assim como Desmond em LOST, ele parte em busca daqueles que ele mais confia, e começa a acordar um por um, começando com Ciclope e Emma Frost, seus parceiros de X-Men com a ajuda de uma criança mutante que possui poderes hipnóticos.
No final da saga, como sempre, rola a maior pancadaria e Wanda é forçada a voltar tudo como era antes não antes de eliminar os poderes mutantes da maioria dos homo superiores existentes na Terra.
Para LOST espero algo semelhante, levando em consideração que a realidade alternativa irá se chocar com a atual no último episódio causando quem sabe, o retorno de alguns personagens que faleceram no decorrer dessa última temporada. Mas uma coisa é certa, isso não passa de suposição.
A realidade atual
Sabe-se lá como, Jacob aparece para os candidatos sobreviventes, e Sawyer, Jack e Kate (o Hurley não conta porque ele já via Jacob) tem a sua primeira audiência com o ex-Todo Poderoso da ilha. Ele explica aos candidatos, enquanto suas cinzas queimam numa fogueira, que a ilha deve ser protegida da influência de seu irmão Sem-Nome, e que um deles deve substituí-lo nessa tarefa agora que ele próprio está morto. Interessante quando Jacob durante a sessão espírita (heheheh!) joga na cara de todos eles o quanto suas vidas eram vazias antes deles caírem na ilha, e que não havia nada para eles do lado de fora, que seu destino sempre fora proteger a ilha. Isso encoraja Jack a assumir a vaga deixada em aberto, e o médico se diz pronto para proteger a ilha no lugar de Jacob. Detalhe para a frase de Sawyer: “e eu achando que aquele cara tinha complexo de Deus.”
Enquanto isso, o Sem-Nome recruta Ben Linus para apagar aqueles que aparentemente ele não pode tocar (se bem entendi), e o maníaco (não encontrei definição melhor para ele) decide ajudar o irmão de Jacob a barbarizar geral antes de se mandar da ilha. Para Linus, ficar contra o Sem-Nome não lhe garante tanta segurança quanto se aliar a ele, e Richard é o primeiro a provar das intenções nada pacíficas do Sem-Nome, embora eu não ache que esse tenha sido o fim do personagem, que continuou imortal mesmo após a passagem de Jacob dessa para uma melhor. Mas será que Ben está mesmo do lado do Sem-Nome?
Na sanha de “Flocke” em destruir todos aqueles que podem impedi-lo de sair da ilha, com a ajuda de Ben, ele chega até Charles Widmore e o faz confessar quais são seus planos na ilha. Widmore diz, pouco antes de ser fulminado por Ben, que sua arma-secreta é Desmond que se mostrou resistente a altas cargas de eletromagnetismo, mas não chega a dizer o que ele pretendia fazer para deter o próprio Flocke. Flocke e Ben então descobrem que Sayid não matara o escocês como lhe foi incumbido e que ele recebera ajuda para escapar do poço onde o Sem-Nome o jogou. Cabe agora ao vilão caçar Desmond e os responsáveis por sua fuga, chegar até a fonte de luz da ilha e explodi-la para enfim se libertar.
As dúvidas
Por que o Sem-Nome não matou logo todos os candidatos assim que eles pisaram na ilha?
Por que ele se deu ao trabalho de esperar tanto tempo para só então resolver matar todo mundo e sair da ilha? Submarinos iam e vinham o tempo todo, por que ele simplesmente não embarcou em um pegando algum piloto como refém? Precisou esperar um avião cair inteirinho na ilha?
Se o Sem-Nome não pode matar diretamente aqueles que receberam o toque de Jacob, como ele conseguiu atingir Richard?
Como exatamente ele dominou Sayid? Aquilo me pareceu muito mais do que simples influência psicológica como foi no caso de Claire.
Se os protegidos de Jacob não podiam morrer necessariamente, como a bomba explodiu com o Sayid? Se bem que acho que o único protegido era o Jack, uma vez que a dinamite não explodiu mesmo chegando até o fim do pavio dentro do Black Rock, onde Richard tentava se matar.
Há ainda alguma chance de sabermos o que exatamente a Iniciativa Dharma fazia com ursos polares na ilha? Meu palpite era que eles faziam experiências de teletransporte, lembrando daquele urso polar encontrado por Charlotte em pleno deserto na 4ª Temporada.
Qual é exatamente a nacionalidade da mãe de Jacob e seu irmão?
Vão nos dar alguma explicação decente do que realmente aconteceu com o Sem-Nome dentro da gruta da luz?
Tomara que o último episódio aplaque essa sede por respostas.
12 de maio de 2010
Do Fundo do Baú: Máquina Mortífera
Os elementos que fazem de Lethal Weapon diferente das demais séries que proliferaram aos montes desde os anos 80 são vários, e tentarei relatar todos enquanto homenageio e descrevo cada um dos capítulos dessa história dirigida por Richard Donner (o mesmo dos inesquecíveis Superman 1 e 2).
O filme de estréia da série é de 1987 e tanto Mel Gibson quanto Danny Glover, os protagonistas, vinham de uma carreira já bem movimentada, com vários outros filmes de vários outros gêneros no currículo cinematográfico. Gibson já era conhecido por Mad Max, enquanto Glover havia feito A cor Púrpura, um de seus trabalhos de maior expressão até então. Foi com Máquina Mortífera, no entanto, que a popularidade de ambos aumentou, deixando um legado de 4 filmes inesquecíveis para o público.
O enredo é bem enxuto e mostra a história de dois detetives, um famoso por sua ousadia e sangue frio além de uma perigosa tendência suicida e o outro um pacato e tranqüilo policial que está a espera da aposentadoria que se juntam em uma missão para desbaratar uma quadrilha internacional de traficantes de drogas, composta por ex-militares da guerra do Vietnã.
A cena inicial mostra um suposto suicídio de uma garota de programa, que visualmente drogada acaba caindo da sacada para a morte. Depois somos lançados em dois mundos completamente opostos o de Roger Murtaugh, um pai de família dedicado e com uma carreira policial estável e a de Martin Riggs, um cara solitário que mora num trailer à beira-mar. Enquanto Murtaugh conta o os meses para a aposentadoria com o apoio da esposa e dos três filhos, Riggs não consegue esquecer a morte da esposa, o que o leva ao desespero de arrumar todos os dias um motivo para ir para o trabalho sem que tenha que meter uma bala na própria cabeça.
Os destinos de ambos se cruzam quando Riggs é indicado para trabalhar no mesmo distrito que Roger, e em meio a conflitos de relacionamento entre eles começamos a desvendar os dois personagens em diálogos afiados e bem humorados.
O Martin Riggs do primeiro filme é mais sério, e sua principal marca é seu olhar obsessivo de quem não tem nada a perder. Ele guarda uma bala especial no bolso que ele diz estar ali para a ocasião em que ele não terá mais motivos para viver, e todo seu sofrimento fica estampado no rosto na cena em que ele tenta, mas não consegue se suicidar enquanto um programa de Natal do Pernalonga ecoa pelo trailer. Não dá pra negar o talento dramático de Gibson, então com 31 anos na época.
A moça, na verdade, é filha de Michael Hunsaker, o homem que procurou Roger antes dela morrer, e ele buscava por proteção policial, uma vez que, comprometido demais, estava sendo perseguido pelo General Peter McAllister (vivido por Mitch Ryan) e por seu capanga Joshua (Gary Busey), os cabeças da organização de tráfico de drogas.
Depois que a família de Murtaugh é ameaçada, Riggs é dado como morto após um atentado e Rianne (Traci Wolfe), a filha mais velha de Roger é sequestrada, os dois detetives bolam uma emboscada para acabar de vez com o cartel de McAllister, o que acaba não dando muito certo. Riggs e Murtaugh também são aprisionados e são submetidos à tortura física para delatarem o que sabem sobre o envolvimento dos militares com o tráfico.
Quando Riggs se liberta derrotando um homem oriental que lhe aplica choques elétricos, o apelido Máquina Mortífera pela qual é conhecido finalmente lhe faz jus, ele mata todos os capangas que aparecem pela frente, libertando posteriormente Roger e Rienne. McAllister e Joshua fogem no calor do tiroteio, mas o primeiro não vai muito longe quando Roger o encontra num beco e atira na cabeça de seu motorista. O carro desgovernado vai para a estrada, e após colidir com um ônibus ele explode, dando um fim ao General. Após escapar de Riggs, Joshua volta para a casa de Murtaugh, a fim de se vingar de sua família, mas os dois detetives o surpreendem e sem o envolvimento da polícia, Riggs o confronta no mano-a-mano, derrotando-o. Mel Gibson teve que aprender Jiu Jitsu para compor Riggs, e nessa luta em que ele vence Joshua, ele aplica um pouco da modalidade.
Abaixo uma das mais divertidas cenas do filme. Como resolver uma tentativa de suicídio com Martin Riggs:
Na minha opinião esse é o melhor filme da franquia. Nenhum deles tem tanta carga dramática e tantas cenas de ação de tirar o fôlego quanto esse.
Agora que Riggs não tem mais tendências suicidas e que encontrou na casa de Murtaugh e na sua amizade um lar, as feridas estão se fechando, e a dupla de detetives precisa proteger uma testemunha que tem informações sobre o envolvimento de diplomatas sul-africanos com o tráfico de drogas e que usam a imunidade diplomática para cometer os crimes.
O filme tem um clima mais tenso justamente pelas questões étnicas e o Apartheid (que no país sul-africano ainda era algo questionável), e mostra o que aconteceria se um político corrupto utilizasse de sua imunidade diplomática para escapar ileso de seus crimes em outro país, deixando a polícia de mãos atadas.
O clima de tensão cresce quando Riggs se envolve amorosamente com Rika Van Den Haas (Patsy Kensit), a secretária pessoal de Arjen Rudd (Joss Ackland), o diplomata sul-africano, e quando ela é morta por estar envolvida com ele após escapar de uma emboscada ao trailer de Riggs, o ódio volta ao coração do Máquina Mortífera que descobre também que o acidente de carro que matou sua primeira esposa não foi exatamente um acidente.
Enquanto o amarra para se livrar dele jogando-o num rio, Pieter Vorstedt (Derrick O'Connor), o braço direito de Rudd (chamado de “Adolph” por Riggs) conta a Riggs que na noite em que sua esposa morreu, eles estavam atrás do próprio Riggs e que ela fora assassinada por acaso. O que acontece em seguida não dá pra se descrever:
E para o desfecho da história:
O terceiro filme (e que seria o último) da série tem um tom muito mais leve que seu antecessor, embora possua tantas cenas de ação empolgantes quanto os outros, e insere a detetive Lorna Cole, vivida por Rene Russo. Se na película anterior a dupla havia ganho o reforço de Leo Getz (Joe Pesci) como o informante tagarela na mira da máfia sul-africana, agora eles formavam um quarteto, onde sacadas bem humoradas e sarcásticas são um prato cheio para a trama policial.
Dessa vez os detetives tem que descobrir como armas ilegais apreendidas pela Polícia estão voltando para as ruas nas mãos de gangues, e a personagem de Russo é a especialista indicada pela corregedoria para investigar se há ou não um vazamento interno possibilitando que as armas voltem as ruas.
Quando Murtaugh acaba matando sem outra opção o amigo adolescente de seu filho, que estava numa das gangues de rua, ele entra em depressão e cabe ao seu amigo mais próximo tentar resolver a situação. Enquanto isso, Lorna chega ao ex-policial Jack Travis (Stuart Wilson) e descobre que ele é o elo entre a Polícia e as gangues, começando uma caçada ao responsável que durante o filme escapa várias vezes de Riggs e Murtaugh em cenas de arrepiar. Destaque para o envolvimento amoroso entre Riggs e Lorna da metade do filme pra frente.
Quando todos achavam que a série estava sepultada para sempre, em 1998 para a surpresa e alegria dos fãs da série, eis que surge o 4º capítulo da quadrilogia, para encerrar com chave de ouro a história.
Os anos se passaram, e Riggs já não é mais tão vigoroso quanto costumava ser (nem Mel Gibson então com 42 anos, que utiliza dublês em muito mais cenas do que anteriormente), e acaba sofrendo ao encarar adversários muito mais habilidosos.
Dessa vez os dois detetives investigam uma quadrilha que promove a entrada ilegal de chineses nos Estados Unidos, os quais são vendidos como escravos. Por trás desta operação está "tio Benny" (Kim Chan), o chefão de uma grande quadrilha em Chinatown, e os problemas só aumentam quando Murtaugh resolve acolher uma família inteira de chineses em sua própria casa.
Por trás de tudo isso se esconde um homem chamado Wah Sing Fu que está nos Estados Unidos para negociar a libertação de seu irmão, e que se utiliza para isso de dinheiro falsificado por artistas chineses. O homem é vivido por Jet Li, em sua estreia no cinema americano, e as cenas de luta protagonizadas por ele, despontam entre as melhores já realizadas em seus filmes. Destaque para a luta entre Sing Fu e Riggs na casa de Murtaugh e no desfecho do filme:
O tema família sempre presente em todos os outros filmes da série volta ainda mais forte nessa sequência, e o mais interessante é que todo o elenco, o mesmo desde o primeiro filme, realmente forma uma grande família. Ao fim do filme são mostradas fotos de bastidores das gravações de todos os filmes e dizem que Mel Gibson e Danny Glover se tornaram grandes amigos fora das gravações, e que a filmagem do 4º longa metragem teria sido um pedido de Glover a Gibson, que estaria passando por necessidades financeiras.
De qualquer forma a relação entre os dois personagens principais, a questão da idade de ambos, a passagem de tempo que fica explícita com o crescimento dos filhos de Murtaugh, a união de Riggs com Lorna, que está esperando o primeiro filho do casal e até mesmo a aproximação do irritante Leo Getz de todos eles fazem de Máquina Mortífera 4 um filme família, apesar de toda a ação e explosões que dão o toque final a produção. Esse é o grande diferencial da série como um todo, e o motivo pelo qual sou um grande fã de todos os 4 filmes. O roteiro é muito bem escrito, os diálogos são inteligentes e as atuações são fieis aos personagens que não são descaracterizados em nenhum momento. Até dá uma vontade de ver uma sequência, mas se Máquina Mortífera terminou aqui, ficamos satisfeitos por tudo que foi feito graças a direção do competente Richard Donner e de toda a equipe que o acompanhou.
Dublagem
Passei a minha infância toda e boa parte da adolescência só assistindo filmes dublados na TV e da locadora de vídeo, e meio que me acostumei a ter os atores de hollywood com as vozes brasileiras. Alguns personagens são muito marcantes por suas vozes dubladas pelos talentosos atores do Brasil, e com Máquina Mortífera não foi diferente.
Assim como a voz de Bruce Willis, que aqui foi por anos dublado por Newton da Matta (falecido em 2006), as inconfundíveis vozes de Júlio Chaves e de Márcio Simões ficaram eternizadas para sempre como as de Martin Riggs e Roger Murtaugh respectivamente.
Difícil ver o filme sem relacionar os personagens com suas vozes em português, e o bordão “Riggs, seu filho da mãe!” dito repetidadas vezes ao longo dos filmes por Murtaugh, ou por Márcio Simões é inesquecível assim como tantos outros.
O trabalho de dublagem no Brasil é hoje em dia subestimado com a quantidade de seriados e enlatados com som original e legendas, mas sempre foi algo de se admirar. Dou grande valor a esses profissionais cujas vozes constam em nosso imaginário há vários anos e aos que com certeza seguirão o exemplo desses monstros sagrados da comunicação daqui pra frente. Vida longa à dublagem brasileira e aos estúdios que fazem dessa profissão o que ela é hoje em dia: uma referência mundial.
NAMASTE, seus filhos da mãe!