6 de fevereiro de 2012

A Arte do Insulto dos Politicamente Incorretos

Passaram-se somente alguns meses desde que escrevi aqui no Blog do Rodman sobre o processo hipócrita de bundamolização pelo qual o Brasil vinha passando, e algum tempo depois, eis que esse processo continua em vias de concretização, condenando qualquer um que se sente no direito de falar o que quiser, não importando as consequências. Mas afinal, não estamos em um país democrático?

Desde Setembro de 2011 fora do ar por causa de uma piada infeliz sobre a cantora Wanessa Camargo e seu, na ocasião, vindouro filho, o comediante (humorista, “estandaper”) Rafinha Bastos, que na época aparecia duas vezes por semana na Band, na bancada do CQC e em uma pegada mais jornalística às terças-feiras no comando de A Liga, parece ainda estar vivendo seu inferno astral; Alvo de vários processos e ainda tendo seu DVD A Arte do Insulto, proibido de ser vendido em lojas em decorrência de uma piada (outra vez infeliz) sobre seu pênis e a APAE.


Sempre achei de mau gosto piadas ou brincadeirinhas sobre pessoas que apresentam algum tipo de doença genética ou deformidades físicas e/ou mentais, e acho que devo isso ao tipo de educação que tive na infância, ou o medo que me botavam quando ameaçava sacanear alguém visto como excepcional. “Não fala assim de quem tem Síndrome de Down. Deus castiga!” ou então a célebre “Um dia você vai ter filho. Vai que ele nasce assim também!”. Seja como for, isso se tornou uma verdade para mim, e desde então eu não faço brincadeiras com pessoas especiais e nem tampouco me sinto à vontade ouvindo alguém contar alguma piada sobre. E sim, eu me senti desconfortável com a piada do Rafinha quando assisti seu DVD, mas quem disse que só por isso eu posso me sentir no direito de processar o cara? Ninguém me obrigou a ver o vídeo!


Entre comer a mãe e seu bebê e usar camisinhas retardantes, está novamente o politicamente correto, um fantasma que, disfarçado de “defensor da moral e dos bons costumes” vem assombrando a maioria dos humoristas, engessando-os e fazendo com eles tomem mais cuidado com o que falam na TV, nas redes sociais e até mesmo em seus shows fechados, temerosos de tomar um processo nas costas. Processos, aliás, que devem estar deixando a comunidade de advogados em polvorosa, vendo a fonte mais do que rentável que podem ter em mãos.

No caso de Wanessa, seu bebê, Rafinha e seu afastamento da TV, o que rolou foi mais uma sucessão de interesses envolvendo patrocinadores do programa CQC, o Sr. Ronaldo Nazário e o marido da cantora, o empresário Marcus Buaiz, amigo pessoal de Ronaldo e parceiro de negócios. Claro (e aqui o trocadilho da palavra não foi proposital!) que a corda acabou arrebentando para o lado do mais fraco. Rafinha saiu do CQC e meu interesse (e o de muitos fãs por aí) pelo programa também diminuiu, não somente por sua saída, mas pela prova de que afinal, os interesses financeiros acabaram vindo em primeiro lugar, em vez do humor livre.

Dos colegas de CQC, o único que saiu em defesa de Rafinha Bastos publicamente foi Danilo Gentili, outro que tem sido alvo dos politicamente corretos já há algum tempo devido a suas piadas ácidas e sagazes. Seu DVD, chamado de Politicamente Incorreto (não curiosamente) ainda não foi censurado como o de Rafinha, mas algumas de suas piadas já foram alvo de críticas, como a do gorila King Kong que se acha jogador de futebol.

Por causa da piada e das críticas de racismo (da outra vez ele foi citado como antissemita), Danilo redigiu um texto (que não faz muito tempo, circulou pelo Facebook) sobre o assunto e alegou que o racismo, na verdade, está na cabeça de quem leu a piada. Segue um trecho escrito pelo humorista:

"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?

Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."

Mostrando um desprendimento grande além de um jogo de cintura incrível, apesar de às vezes fazer uma ou outra piada de cunho “politicamente incorreto”, o humorista deu uma aula sobre racismo e como a sociedade realmente enxerga (errôneamente) esse problema:

"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que ‘negro’ é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: ‘Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra’.

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo ‘preto’ pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: ‘Branco, Amarelo, Vermelho, Negro’?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes”.


No ar com seu programa Agora é Tarde, uma espécie de Talk Show com participações especiais de outros humoristas de Stand-Up como Marcelo Mansfield, Gentili tem provado que seu senso crítico (Aquele mesmo que o faz ser visto como arruaceiro, bocudo ou politicamente incorreto) é a principal característica de seu humor, e é exatamente isso que incomoda os facilmente melindráveis.


Os engravatados do Planalto foram os principais alvos do humorista quando ele esteve à frente do quadro Controle de Qualidade do CQC, onde os repórteres de preto cobravam os políticos abertamente sobre falcatruas, esqueletos de seus armários ou colocavam no ar alguma declaração comprometedora de nossos excelentíssimos representantes. Programas como esse, que deixam nossos políticos em saia justa, logo eles que estão acostumados a acharem que seus eleitores é que são palhaços, não são costumeiros em nosso país, e por gostar tanto do programa é que eu me senti ofendido com o afastamento de Rafinha Bastos por uma questão que eles mesmos defendiam: A liberdade de expressão. No final das contas o dinheiro falou mais alto, e só o público perdeu com isso. Que me desculpem Felipe Andreoli e Mônica Iozzi, dois dos integrantes do programa que igualmente admiro, mas o CQC não é o mesmo sem o Rafinha e o Danilo. Quadros como o Proteste Já (onde Danilo levou muita porrada), por exemplo, nunca mais tiveram a mesma credibilidade sem eles no comando.


Seja como for, esse avanço gradativo do cerceamento ao humor livre é preocupante, e não é de hoje que falo sobre esse assunto, vendo o quão chato tem se tornado o Brasil e seu povo (em especial uma ou outra organização) altamente suscetível a piadas, sejam de mau gosto ou não. Um país onde as leis costumam ser mais rígidas com quem faz piada, obrigando-os a pagarem indenizações gordas, do que com quem comete crimes mais graves, não deve ser levado a sério. O Brasil por si só é uma enorme piada, e de muito mau gosto. Se a questão é fazer com que nos paguem em dinheiro aqueles que não têm respeito por nós e nos transformam em piada, e aí? Quem vai nos indenizar pelo nariz de palhaço que colocam em nossos rostos desde sempre nesse país de bunda-moles?


Não gostar de uma piada de mau gosto é direito de qualquer cidadão, mas proibir que piadas, sejam sobre qualquer assunto, sequer venham à público faz parte de um autoritarismo, que se não me engano, foi banido junto com a Ditadura Militar. Enquanto a hipocrisia de quem se revolta com piadas for maior do que a indignação com os reais problemas do Brasil, esse país continuará conhecido como aquele que leva piada à sério e que trata como piada os assuntos sérios.

NAMASTE!

19 de janeiro de 2012

Review de Quadrinhos - Os Poderosos Vingadores

Antes do anúncio do aguardado filme dos Maiores Heróis da Terra, os Vingadores já tinham mais equipes espalhadas pelo mundo nos quadrinhos do que eu podia contar, agora então, com o filme estreando ainda esse ano, assim como aconteceu com os mutantes na época de lançamento dos filmes dos X-Men, está quase impossível contabilizar o número de vingadores oficiais, não-oficiais, reservas ou em treinamento existentes no universo Marvel.
Curiosamente, a maioria das equipes está sob a batuta do inoxidável Brian Michael Bendis. O careca escreve também aquela que é chamada de a equipe principal, e após o Reinado Sombrio e começo da Era Heroica, quem assumiu o lápis foi ninguém menos do que o polivalente John Romita Jr.

Após a dissolução dos Vingadores Sombrios e da prisão de Norman Osborn, Steve Rogers, a pedido do Presidente, passou a dirigir tanto a SHIELD quanto os Vingadores, e o cara dividiu a equipe em três principais: A comandada por ele (que eu comentei aqui), Os Novos Vingadores do Luke Cage (com a formação clássica de antes da Era Heroica, com ele, Miss Marvel, Punho de Ferro, Harpia, Homem Aranha, Wolverine, Jessica Jones e o reforço do Coisa) e a equipe mais cascuda, composta por Homem de Ferro, Thor, Mulher Aranha, Homem Aranha (ué, mas ele não está na equipe do Cage?), Gavião Arqueiro (De volta a seu uniforme tradicional depois de sua temporada como Ronin), Wolverine (ué, mas ele não está nos X-Men, na X-Force, no Quarteto Fantástico, no Quarteto Futuro, Agentes de Atlas e nos Vingadores do Cage??) e mais o ex-Marvel Boy Noh-Varr.
As novas aventuras dos novos Vingadores da última semana começam com um ligeiro vislumbre de um futuro alternativo, onde os filhos dos Vingadores (aqueles mesmos mostrados na animação Next Avengers) dão cabo do vilão temporal Immortus, também conhecido como Kang, sem maiores explicações.

Oh, Deus! Teriam os heroizinhos passado para o lado do mal?
Será mais um plano diabólico do próprio Kang?

Nada fica claro de início, e então eis que o próprio Kang surge do futuro diante dos Vingadores bem na hora da reunião em que Steve Rogers anuncia as novas equipes.

Sem pestanejar, o Deus do Trovão dispara uma rajada mística do Mjolnir, mandando o vilão para fora da torre dos Vingadores, e quando os heróis estão prontos a interrogá-lo sobre sua presença surpresa naquela realidade, ele os surpreende mostrando uma espécie de ovo que faz o Homem de Ferro se borrar de medo:
Pra trás! Eu tenho uma arma do juízo final e não tenho medo de usá-la!”
O dispositivo é uma invenção que Tony Stark nem chegou a construir no presente, mas que ele já havia planejado. Sabendo o poder que aquela arma possui (um tipo de gerador de matéria escura), ele pede que seus amigos recuem.

O vilão alerta os Vingadores que o tecido do tempo foi rompido e que somente eles podem deter os causadores de uma grande catástrofe no continuum espaço/tempo: Seus próprios filhos.
Pra quem não viu a animação Next Avengers, que é bem bacaninha por sinal, vale a pena mencionar que ela conta a história dos filhos dos Vingadores em um futuro não tão distante. Nele, os Vingadores foram dizimados pela Inteligência artificial conhecida como Ultron e o mundo caiu em desgraça depois disso, subjugado pela criatura metálica.

Na tentativa de salvar seus filhos, vendo que não havia qualquer chance de vencer Ultron, os Vingadores pedem que Tony Stark leve as crianças para longe dali, para um local onde nem mesmo Ultron as pudesse detectar. Dessa forma, James Rogers (filho do Capitão América com a Viúva Negra), Torunn (filha do Thor), Azari (filho do Pantera Negra com a Tempestade) e Henry Pym (filho do Gigante com a Vespa) são criados em uma espécie de “Show de Truman” (ou como no Mágico de Oz, presos num mundo que eles não criaram), onde eles são treinados para um dia substituírem seus pais, mortos em combate.

Na animação, após descobrirem toda a verdade sobre seus pais e encontrarem o filho perdido do Gavião Arqueiro, da mesma idade que eles, os pequenos Vingadores enfrentam corajosamente o robô Ultron com a ajuda do velho Homem de Ferro e do Hulk, que ainda está vivo nessa época.

Por que eu contei isso?
Porque o roteiro de Brian Bendis tem muito a ver com a animação, inclusive os personagens que aparecem nela. Fica bem claro, no entanto, que essa linha temporal onde vivem os pequenos Vingadores é apenas mais uma delas, e não a definitiva. Ao vislumbrarem esses possíveis futuros através de um equipamento criado por Noh-Varr com sua tecnologia Kree, é interessante notar que aparecem de relance vários futuros já retratados pela Marvel, incluindo a Era do Apocalipse, o futuro do Cable, o futuro da Garota Aranha (May Parker, a filha do Aranha) e até a era 2099.

Ao ler sobre viagens no tempo, paradoxos, possíveis rompimentos no espaço/tempo e modificações no fluxo temporal é bem comum ficar confuso, e apesar de conter uma narrativa simples, eu me perdi às vezes no texto de Bendis. O legal é que ele mesmo brinca com isso, colocando sempre os personagens menos cultos da equipe para falarem alguma merda que, sei lá, se eu ou você estivéssemos lá falaríamos. Nesse quesito, o Gavião Arqueiro e o Homem Aranha se saem muito bem, fazendo o papel do leitor (perdido) enquanto o Thor reage com grosseria e o Homem de Ferro e o Wolverine (quem diria) agem de forma mais cerebral.

No final do arco, descobrimos, afinal, que a ação dos Vingadores que viajam para a linha temporal dos pequenos Vingadores serve apenas para consertar o fluxo do tempo, que começava a apresentar instabilidades, misturando seres de várias épocas diferentes como dinossauros, neandertais, soldados da guerra civil e até o Galactus!

OK. Não há nada de novo nisso. Kurt Busiek, por exemplo, trabalhou isso magistralmente na junção dos Vingadores com a Liga da Justiça, fazendo os universos Marvel e DC se misturarem em várias épocas diferentes. Os desenhos de John Romita Jr., desenhista do qual sou fã, como já falei aqui, estão bem irregulares ao longo do primeiro arco. Seus desenhos nas duas primeiras edições (do arco de 4) lembram muito o relaxo característico de Frank Miller em Cavaleiro das Trevas 2. Claro que não chega àquele desastre, mas ao observar bem me parecem que foram feitos nas coxas às pressas, o que causa um certo desinteresse na leitura, apesar do texto muito divertido de Bendis, como de costume.

Pendenga temporal resolvida, os Vingadores voltam para casa após um acordo com Ultron, que se deixa ser derrotado por Kang para que as linhas temporais sobrevivam (uma vez que a derrota contínua de Kang para o robô é que estava acarretando a destruição do fluxo temporal).

Mostrando-se realmente um homem em quem não se pode confiar, Kang, mesmo aparentemente sob o jugo do Maestro (o velho Hulk) e do velho Tony Stark, dá cabo da dupla e acaba sendo morto pelos pequenos Vingadores, criando um novo paradoxo que nem mesmo a presença passageira dos Vingadores consegue impedir.

É importante lembrar a conversa que o velho Tony Stark do futuro tem com sua versão mais jovem. Nela o velho fala que, apesar da presença deles ali e sua vitória momentânea, o Holocausto Ultron irá acontecer de qualquer jeito (será isso que causará o fim do mundo em 2012??) e que cabe a Tony (o mais novo) impedir que isso aconteça. O Stark velho então lhe dá “de presente” a arma conhecida como dispositivo do juízo final e pede que ele faça qualquer coisa para impedir que Ultron vença a guerra.

Tenso.
Dou nota 7 para essa aventura. Apesar da união do universo 616 da Marvel com o da animação Next Avengers e da interação sempre carismática entre os Vingadores do Bendis, o resultado ficou meio aquém da capacidade do escritor, e os desenhos do Romitinha também podiam ter ficado melhores. Esse papo de fluxo temporal, viagens no tempo e afins já foi bastante abordado, e meio que já cansou. Eu esperava mais desse arco.

NAMASTE!

Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras

Na faculdade de Design Gráfico, nas aprazíveis aulas de Cinema da professora Maria Goretti e também com minha própria experiência cinéfila, eu aprendi a enxergar além do que só aquilo que nos é entregue superficialmente em um filme. Estética, design de cenários, efeitos especiais, tudo isso é usado para compor o filme, mas está longe de ser a essência dele. A essência está naquilo que o roteirista procurou nos entregar e naquilo que o diretor conseguiu transmitir, bem como também está nas interpretações dos atores. Seja como for, eu me tornei, durante um tempo, exigente demais com aquilo que vejo na tela, e pouca coisa me agradou plenamente depois do período de faculdade.
A situação em que me vejo agora, no entanto, é a de ter perdido esse “faro” para detectar produções meramente comerciais (não que antes disso eu fosse um apreciador de filmes europeus ou iranianos) e que os filmes atuais têm me agradado bem mais do que o normal, como foi o caso de Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras. O filme realmente é essa Coca-Cola todo ou eu que ando me empolgando à toa?

Saí do cinema bem satisfeito com o que vi na tela, e na minha opinião, Guy Ritchie acertou e muito a mão ao dar mais uma vez seu tom clipeiro à história do maior detetive do mundo (chupa, Batman!).
O Jogo de Sombras , diferente do que alguns críticos apontaram, conseguiu manter o clima inovador e moderno ao universo do personagem inglês, criado por Sir Arthur Conan Doyle, conseguido no primeiro filme, e que me desculpem os mais conservadores, mas é uma visão muito interessante do detetive, tanto quanto aquela sua imagem clássica do homem de meia idade de chapéu que fuma cachimbo.

A história se passa no final do século XIX, e enquanto seu fiel amigo e companheiro de investigações Dr. Watson (Jude Law) se prepara para o casamento com Mary (Kelly Reilly), Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) passa a se dedicar obsessivamente a mapear as ações do Professor Moriarty (Jared Harris), um renomado e culto matemático que começa a se revelar um verdadeiro gênio do crime. Encontrando ligações diversas do Professor com vários crimes que passam a acontecer na Europa, o detetive se vê instigado a estudar a mente de Moriarty, descobrindo ali uma rivalidade de astúcia nunca antes encontrada por ele.

Holmes se vale de todos os seus talentos para desvendar as maquinações de seu adversário intelectual, incluindo seus disfarces (mendigo, professor e até de mulher) e técnicas dedutivas, mas o Professor Moriarty mostra que não é um simples inimigo e leva Holmes ao longo do filme a diversas pistas falsas, bem como armadilhas que acabam se tornando mortais.
A relação entre Holmes e Watson se intensifica nessa continuação, mostrando a todo o momento que o detetive está incomodado com o casamento do amigo. Muitos podem ver ali, como bem alguns críticos já insinuaram, um comportamento homossexual entre os dois, do tipo que um não quer que o outro (no caso Holmes) se case com uma mulher e assim interrompa a relação duradoura de amizade de ambos. Cabe também, no entanto, a interpretação de que Holmes não encontra facilmente alguém que acompanhe seu raciocínio dedutivo lógico, e que a partida do amigo para o tão sonhado casamento vá deixa-lo terrivelmente sozinho com sua mente arguciosa e inquieta. Eu prefiro essa segunda interpretação.

Aquela que podemos entender como o único interesse romântico de Holmes, presente no primeiro filme no papel de Irene Adler (Rachel McAdams) faz uma pequena participação na sequência, e nos faz compreender melhor a peça que ela representava no jogo entre Moriarty e Holmes.

Quem também surge em cena é o irmão mais velho e mais inteligente (quem diria!) de Holmes, Mycroft (Stephen Fry) que nas poucas aparições que faz dá um tom bem cômico ao filme, na sua tentativa de ser arrogante. Percebe-se que há uma competição entre os dois irmãos, o que deve ser comum entre mentes brilhantes numa mesma família, mas apesar disso, os dois se ajudam na tentativa de impedir os planos de Moriarty de começar uma guerra mundial.

O Jogo de Sombras tem sequências de ação tão empolgantes quanto seu antecessor, e Guy Ritchie abusa do slow motion num ritmo bem “zacksnyderiano”. Desta vez vemos Holmes e Watson realmente em desvantagem contra os capangas de Moriarty, tendo que lutar para sobreviver enquanto o poderio bélico do Professor cresce logo que ele assume a fábrica de armas de uma de suas vítimas.

Contando com a ajuda da cigana Simza Heron (Noomi Rapace), cujo irmão é uma importante peça no tabuleiro de Moriarty, a dupla se mete nas mais impensadas aventuras, e os jogos mortais começam logo que o Professor se apresenta para Holmes, avisando-o que irá “cumprimentar” o Dr. Watson pessoalmente por seu casamento.

A sequência no trem em que Watson e Mary embarcam para a Lua de mel é uma das mais marcantes do filme, e enquanto os homens de Moriarty tentam liquidar o doutor, Holmes aparece travestido de mulher para salvá-lo. Impossível não notar a referência ao Coringa ao final dessa cena em que Holmes aparece já sem peruca e as roupas de mulher com a cara toda branca e com um batom borrado na boca.

Ritchie soube equilibrar seu filme entre ótimas cenas de ação e hilariantes cenas cômicas. Não foram raras as vezes em que me rachei de rir no cinema, e passaria um bom tempo aqui descrevendo as minhas preferidas. O casamento de Watson, com o noivo todo ferrado e rasgado após uma briga de bar e o mordomo velhinho de Mycroft renderam as melhores gargalhadas.
Stanley! Onde é que você vai?”

O desfecho do filme, sem querer entregar SPOILERS, como costumeiramente faço aqui (OK, me processem) é bem semelhante ao último confronto entre Holmes e Moriarty no livro escrito por Conan DoyleO Problema Final”, aquele que foi feito para ser o capítulo final da saga do detetive inglês. Moriarty, além de possuir uma mente brilhante quase ao mesmo nível que a de Sherlock também é um exímio boxeador, e é muito interessante o raciocínio lógico que ele utiliza para vencer Holmes, aquele mesmo que tão bem marcou as cenas de luta do primeiro filme. É de prender o fôlego a solução que Holmes encontra para não permitir que Moriarty o vença em combate, o que fatalmente aconteceria.

Dublagem

Como assisti o filme no fim de semana de estreia, não foi nenhuma surpresa que o cinema estivesse lotado. Em um horário bom, me sobrou uma sessão dublada, daquelas que uma boa parte do público costuma torcer o nariz, mas devo dizer que não fiquei inteiramente descontente com isso.
Apesar de preferir a versão legendada no cinema, como sempre costumo dizer aqui, a dublagem está de primeira. Todas as vozes do primeiro filme estão lá, incluindo Marco Ribeiro que dubla Robert Downey Jr. como de praxe (ele também o faz em Homem de Ferro 1 e 2), Alexandre Moreno que faz a voz de Jude Law, Fernanda Fernandes na voz de Rachel McAdams, Mauro Ramos como Stephen Fry e Dário de Castro (a voz do Ciclope da série animada dos X-Men dos anos 90) como o Professor Moriarty.
Sou um fã da dublagem brasileira, e esse meu carinho ficou impresso no Top 10 que fiz sobre dublagem. Lá, pra quem não ligou os nomes citados acima às vozes, dou detalhes de seus trabalhos, com exceção de Dário de Castro, cujo nome eu desconhecia. Agradeço a dica que Guilherme Briggs me deu através do Twitter sobre o dublador.
Todos estão, como de costume, acima da média, mas destaco o trabalho de Mauro Ramos, que empresta a voz a Mycroft Holmes, personagem responsável pelas principais gargalhadas do filme. Ele empostou mais a voz e encheu o personagem de um sotaque (que deveria ser o inglês britânico) de “r” muito engraçado. A frase “Stanley, onde é que você vai?”, quando o personagem chama seu mordomo meio caduco, ficou na minha cabeça depois da sessão. Mauro, pra quem não lembra, costuma dublar personagens grandalhões e/ou truculentos. Estão no seu currículo as vozes do Pumbaa, Sully (Monstros S.A), Fera (X-Men Evolution) e Shrek (à partir do segundo filme).
Ponto para o Brasil e seus excelentes dubladores que fazem com que apreciemos os filmes no cinema mesmo sem ter que ler nada para entender nomes de lugares ou de personagens.
Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras é pra mim um filme nota 9. Me diverti além do esperado, e a julgar pelos aplausos ao final da sessão, tal qual ao fim de uma peça de teatro, não fui o único que aprovou as novas aventuras de Sherlock Holmes, e isso é elementar, meu caro Watson.

Pra quem não leu o review do primeiro filme, fique à vontade. A casa é sua:

Sherlock Holmes 1


NAMASTE!

17 de janeiro de 2012

Reviews de Quadrinhos: Vingadores Secretos

Terminei de ler recentemente os dois primeiros arcos escritos por Ed Brubaker para os Vingadores Secretos, publicados no Brasil pela Panini na revista Capitão América e os Vingadores Secretos, e devo comentar que vale muito a pena à leitura.

O ponto de fuga é imediatamente após os eventos de O Cerco (comentado aqui), que definiu um novo status quo para os heróis da Marvel. Com o fim do Reinado Sombrio de Norman Osborn, Steve Rogers, o recém-ressuscitado Capitão América é nomeado pelo Barack como o novo pica das galáxias comandante das forças especiais (tanto a SHIELD quanto os Vingadores) americanas e o cara decide aceitar o cargo sem pestanejar, abandonando o pijama bandeiroso (que ficou mesmo com o Bucky) e se tornando um agente secreto.

Eu gostei muito dessa ideia de transformar Steve Rogers em uma espécie de Jack Bauer com superpoderes, e diferente do que sempre acontece após a morte/ressurreição de um personagem, achei muito interessante a forma como o herói foi reinserido em seu universo, deixando-o fora dos holofotes principais e fazendo-o trabalhar nas sombras.




Os Vingadores Secretos agem como uma equipe que lida com perigos secretos antes que eles se tornem ameaças em nível mundial, e essas informações são conseguidas pelo intermédio de pessoas que trabalham como espiões dentro de grandes multinacionais em troca de segurança. Mais ou menos como acontece no serviço de proteção a testemunha. Desta forma não temos nada de “Avante Vingadores” no meio da rua ou grandes aparições públicas. A equipe age nas sombras, como se não existisse, e trabalha de forma cirúrgica (nem sempre dentro dos rigores da lei), resolvendo o caso e se mandando em seguida sem deixar pistas.

Na primeira edição já vemos a Viúva Negra e a Valquíria (aquela de Asgard que andava sumida) trabalhando disfarçadas de acompanhantes de um poderoso magnata da Roxxon, empresa que na Marvel está sempre metida em alguma maracutaia de grande escala. A ideia por trás do disfarce é encontrar o que eles achavam ser a verdadeira Coroa da Serpente, artefato místico que já andou nas mãos de muita gente perigosa ao longo dos anos. Com a intervenção do próprio Rogers e com o resgate de Sharon Carter, a Agente 13 da SHIELD, a Viúva e a Valquíria obtém êxito e os Vingadores levam a Coroa para o QG. Uma vez sob a análise de Hank McCoy, o Fera, que agora também faz um bico de vingador (se o Wolverine pode por que ele também não poderia?), eles descobrem que aquela não é A Coroa da Serpente e sim UMA Coroa da Serpente, que parece estar ligada à original.

Com a ajuda do Fera e do Máquina de Combate, após o trabalho de infiltração do Cavaleiro da Lua e do novo Homem Formiga ao banco de dados da empresa, Rogers descobre que a Roxxon adquiriu os direitos de exploração mineral em Marte (como o Ajax deixou uma porra dessas, Batman?!) e que vários funcionários simplesmente sumiram da folha de pagamento da empresa de uma hora para outra. Se mostrando um estrategista muito acima da média, o ex-Capitão América pede que seu agente mais poderoso mostre serviço, e então ele envia o Nova para uma inspeção em Marte.

Enquanto um grupo conhecido como Conselho das Sombras parece espreitar os Vingadores em busca da Coroa da Serpente roubada da Roxxon, Rogers percebe que o tiro saiu pela culatra, e eles são obrigados a resgatar o Nova, cujo sinal foi perdido há algum tempo em Marte.

Uma vez no planeta vermelho, os heróis descobrem que há mais do que a simples exploração mineral em jogo, e através de uma criatura chamada Arconte, que se diz uma espécie de guardião da verdadeira Coroa da Serpente (que estava em Marte dentro de um templo), os Vingadores descobrem que o Nova foi dominado pelo poder da Coroa, e que está trabalhando agora com o Conselho das Sombras na tentativa de abrir uma espécie de portal que irá liberar uma criatura maligna capaz de aniquilar o mundo.

O arco é contado em quatro partes, dá uma caída vertiginosa de qualidade na terceira parte, mas consegue se recuperar na quarta, mostrando que Steve Rogers é mais fodão do que todos já supunham. Ele não só adquire os poderes do Nova com a ajuda da Mente Global (uma espécie de consciência cósmica no interior do capacete do herói), como também derrota o próprio Nova, livrando-o da influência da Coroa da Serpente.

Ao destruir os planos do Conselho das Sombras em Marte e deixar a Coroa sob os cuidados do Arconte, os Vingadores retornam para a Terra, onde descobrem que Sharon Carter fora atacada na nave da equipe e que a outra Coroa da Serpente fora roubada dela. 
 Seu atacante? Ninguém menos do que Nick Fury!

Impressionante como essa Sharon Carter só sabe fazer cagada!

Como apresentação do novo status da equipe e para mostrar seus personagens e sua interação entre si, eu acho que esse arco valeu a pena, mas na minha opinião, Brubaker deu uma ligeira viajada durante a história, provavelmente na tentativa de inserir um personagem como o Nova no grupo. O cara é uma espécie de Lanterna Verde da Marvel, como ele se encaixaria em uma equipe que é tida como secreta e cujo trabalho é o de espionagem acima de tudo? O papo de ir pra Marte e de conceder temporariamente os poderes de Nova a Steve Rogers, algo dito como quase impossível para um humano sem treinamento e em tão pouco tempo, foi um tanto forçado, mas de resto eu curti.

O segundo arco chamado Olhos do Dragão, igualmente desenhado por Mike Deodato me agradou bem mais do que o primeiro em matéria de ação e de estratégia de equipe. O roteiro também é muito melhor elaborado, e envolve o Mestre do Kung Fu Shang Chi e o renascimento de seu malévolo pai, agora chamado Zheng Zu.

Pra quem é das antigas, como eu, deve se lembrar de um arco antigo de histórias publicadas nas revistas do Capitão América ainda pela Editora Abril em que o pai do Shang Chi aparecia na tentativa de envolver o filho em um ritual satânico. O herói chinês é obrigado a destruir seu pai para manter-se vivo, e nesse confronto o grupo de ninjas liderados por ele também é extinto, ficando desaparecido por muito tempo.

Logo no começo do novo arco escrito por Brubaker (que assim como Brian Bendis também adora resgatar elementos antigos da cronologia Marvel) vemos Shang Chi ser atacado por uma horda de ninjas (a ordem celestial de Hai-Dai), os mesmos que antigamente eram liderados por seu pai, o que o leva a crer que o velho retornou do mundo dos mortos.

Em suas investigações jackbauerianas, Steve Rogers descobre uma ligação entre o suposto Nick Fury que roubou a Coroa da Serpente da Sharon Carter (que na verdade é um modelo de vida artificial que acha que é Nick Fury), o Conselho das Sombras e o pai de Shang Chi, e ele decide com sua equipe ir em busca do herói chinês de modo a protegê-lo.

Na dança das cadeiras, entra em cena John Steele, personagem que num retcon criado recentemente foi colocado como um antigo parceiro de guerra do Capitão América e que como o próprio, possui dons especiais que o enquadram na categoria de supersoldado (mais um!!). Segundo a nova cronologia, Steele é um combatente desde os tempos da Guerra Civil americana, e seus dons físicos (super-força, resistência e vigor) foram usados como base posterior para a criação do soro do supersoldado e também para os experimentos que permitiram tornar a pele de Luke Cage invulnerável.

Steele, assim como o falso Nick Fury trabalham para Thorndrake, o líder do Conselho das Sombras, e juntos ambicionam tornar o mundo melhor, remodelando-o à sua maneira. Com o intuito de pegar uma fatia considerável no crescente mercado Oriental, Thorndrake decide ressuscitar o perigoso Zheng Zu e dar-lhe plenos poderes num ritual que envolve o sacrifício necessário de seu filho de sangue: Shang Chi.

Brubaker recria um momento marcante da história do personagem Shang Chi que é sua rixa com o próprio pai, e dá um tom muito extasiante ao arco envolvendo os Vingadores Secretos bem como o ressurgimento do tal John Steele. Para incorporar a receita, Brubaker também insere outro personagem que teria alguma relação com Rogers e Steele no passado, o fantasmagórico Príncipe dos Órfãos, que ajuda o mestre do Kung Fu, a pedido de Rogers, a se safar da ordem Hai-dai (os ninjas de Zheng Zu). Achei o personagem e sua inserção na história um tanto quanto gratuitas, pessoalmente acho que caberia ali um envolvimento maior do próprio Cavaleiro da Lua no enredo, que acabou ficando meio avulso na história, exceto por uma infiltração que ele faz como um soldado do Conselho das Sombras. O Príncipe dos Órfãos é um personagem relativamente novo que já teve algumas aparições nas histórias do Punho de Ferro.

Os desenhos do brazuca Mike Deodato estão impressionantes (ainda mais no segundo arco). O estilo cheio de sombras e com uma pegada mais realista que ele adotou combina bastante com o clima de espionagem inserido na história por Brubaker, e estou gostando bastante dessa mescla entre um de meus autores preferidos de HQ com um dos melhores desenhistas brasileiros da atualidade.

A pegada de espionagem, ameaças secretas e modus operandi furtivo é envolvente, e nos faz mergulhar no roteiro de forma muito pungente. Apesar de ser uma trama basicamente de espiões, rola muita porradaria, e dá gosto de ver a equipe de Rogers em ação. A violência aliás, está nos picos, e lendo esses dois arcos de história cheguei à conclusão de que o bom e velho Steve Rogers agora é adepto de uma forma mais peculiar de abordar os adversários, não lhes dando grandes chances de defesa e usando métodos que antes ele condenava. Não que ele esteja matando geral como seu “gêmeo” do universo Ultimate, mas é que agora ele não parece mais se importar tanto com a vida dos inimigos, deixando inclusive seus parceiros matarem à vontade, em prol daquilo que eles acham certo.

Ao lado de Rogers tem pelo menos três personagens que não hesitam em tirar a vida dos adversários, como a Viúva Negra, o Cavaleiro da Lua e a Valquíria (a arma da mulher é uma espada! O que pode se esperar disso?), além do Máquina de Combate (e seus trabucos), que como ele mesmo se define após as partidas de Marvel X Capcom Não, eu não sou o Homem de Ferro”, fazendo uma alusão de que ele não é tão bonzinho quanto seu chefe.

Fica pro Homem Formiga (um ex-agente da SHIELD que tomou pra si o equipamento do falecido Scott Lang) o cargo de o “engraçadinho” do grupo, servindo nas missões como o alívio cômico da história, enquanto o Fera e sua equipe de super-nerds agem nos bastidores dando suporte técnico e científico.


Quando Sharon Carter é capturada (êêêê, Sharon Carter!) por John Steele, os Vingadores são obrigados a entregar Shang Chi para o Conselho das Sombras em troca da moça, e na hora da troca o Capitão decide medir forças com o supersoldado, levando uma surra homérica.

Eu acompanho as histórias de Steve Rogers há um bom tempo e devo confessar que não constam em meus arquivos muitas histórias em que ele apanha feio. Já o vi ser derrotado ao enfrentar caras mais fortes e tals, mas do jeito que ele apanha pra John Steele é inédito. Além de vencê-lo em força, o supersoldado torce o joelho de Rogers, deixando-o incapacitado para detê-lo, além de impedir o Conselho das Sombras de escapar com Shang Chi.

Mais tarde os Vingadores conseguem deter os planos malignos que envolvem a restauração da forma decadente de Mumm-Rá Zheng Zu graças à dica do Cavaleiro da Lua que está disfarçado de soldado do Conselho, e os heróis chegam causando estardalhaço no meio da cerimônia. Além de impedir o ritual de sangue do mestre do mal com seu filho Shang Chi, a Valquíria consegue derrotar John Steele empalando-o com sua espada justiceira asgardiana, mas na confusão o falso Nick Fury e o diretor do Conselho Thorndrake acabam escapando.

Eu me diverti bastante lendo esses dois primeiros arcos dos Vingadores Secretos, e o que ficou dessa nova abordagem criada por Ed Brubaker é que os tempos são outros e que nossos heróis já não podem mais tratar os adversários com polidez. Agora chamado de Comandante por seus subordinados, Rogers assumiu de vez sua personalidade de liderança, e mesmo em campo de batalha ele mostra porque é conhecido como o Sentinela da Liberdade, e porque seus adversários devem temê-lo. Como diria o Capitão Fábio de Tropa de Elite, ele é o novo "Pica das Galáxias" da parada.
Gostei dessa equipe escolhida por Steve Rogers, mas acho que faltou maior espaço para o Cavaleiro da Lua, o que talvez possa acontecer nas próximas aventuras.

Espero também que Mike Deodato continue à frente dos desenhos e que Brubaker continue afiado em seus roteiros cinematográficos, se assim o for, ainda teremos uma ótima leitura pela frente.

NAMASTE!

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