15 de fevereiro de 2012

Galeria do Rodman #6

Na época em que eu desenhava com mais frequência, raramente eu fugia do filão personagens de quadrinhos, mas quando ousava, gostava de desenhar rostos de pessoas para praticar os detalhes como sombreamento, marcas de expressão (porque não dizer rugas também) e em especial os olhos. Eu sempre gostei de desenhar e pintar olhos.
Folheando uma edição velha de carros do meu irmão, certa vez, me deparei com uma foto de página inteira do campeão de Fórmula 1 Ayrton Senna e uma matéria sobre o acidente que o tirou das pistas para sempre no fatídico dia 1º de Maio de 1994. Na ocasião já se faziam dez anos de sua morte, e pensei porque não podia fazer uma homenagem àquele que foi o ídolo do esporte, assim como Pelé, para muitas pessoas, e cara que representava toda a determinação e garra que sempre fora necessário nesse tipo de profissão onde sua própria vida é arriscada a cada corrida. Realmente valia a pena fazer uma singela homenagem, e então comecei a desenhar.

Esse desenho, assim como os demais da Galeria, foi feito todo a mão, com lápis HB e 2B, sem hachuras ou qualquer outro acabamento. Gostava de fazer o detalhamento ainda com o lápis de cor preto, com o qual contornava algumas partes do rosto como os olhos e as sobrancelhas, e terminava primeiro os cabelos para só então começar a texturizar a pele.
Sombreamento pronto, eu passava uma camada bem leve de lápis de cor marrom e já trabalhava o volume do nariz, bochechas e pálpebras, forçando um pouco a ponta. Sempre detestei aquela cor de burro quando foge meio bege da caixa de lápis que o pessoal na escola costumava usar para pintar pele, então optava por aquele rosa salmão mais claro, misturando-o com o próprio marrom. Mais tarde só usava o rosa para aumentar o brilho das partes volumosas do rosto, e trabalhava o desenho quase todo com os tons de marrom da caixa de 36 cores.

Todo o trabalho de pintura costumava levar de dois a quatro dias para ser terminado. Desenhistas, mesmo os aspirantes e pretensos, costumam ficar aperfeiçoando sua arte, sempre mexendo em um retoque aqui ou ali, por isso, dá a impressão que a merda do desenho nunca fica pronto. Na verdade nós não teminamos NENHUM desenho, nós nos livramos dele quando achamos que se mexer mais vai acabar ficando pior do que já está.

Nessa época eu ainda não trabalhava com nanquim, portanto fazia alguns detalhes, como fios de cabelo, com caneta esferográfica mesmo.
No Photoshop só retoquei mesmo as sombras e alguns aspectos de brilho que me incomodavam, mas basicamente mantive como o original.

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Em 2014 já serão vinte anos da morte do ídolo das pistas, e será que até lá surgirá algum piloto brasileiro com a mesma garra e determinação que Senna tinha e com o qual ele conquistou três campeonatos?
Seu sobrinho Bruno Senna já segue seus passos, agora na equipe em que o tio faleceu, a Willians, quem sabe seja ele o responsável por honrar, enfim, o nome e o símbolo de Ayrton nos autódromos pelo mundo, e fazer tremular a bandeira do Brasil mais uma vez após as vitórias?
Fica a Torcida.

Toca o Tema da Vitória aí!!




Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil!!

NAMASTE!

8 de fevereiro de 2012

SOPA, PIPA, ACTA e a WWW (World War Web)

Quem diria que sobreviveríamos para presenciar em nossos browsers, diante de nossas telas de LCD aquilo que quase se tornou a primeira WWW (World War Web)!
Por muito pouco, dois projetos de lei criados nos Estados Unidos, o SOPA (Stop Online Piracy Act) e o PIPA (Protect IP Act) quase colocaram abaixo a Rede Mundial de Computadores durante as primeiras semanas de 2012, movimentando nerds e usuários regulares de Internet em todo o mundo a protestarem pelo direito de utilização livre da web. Se os projetos fossem aprovados, seria uma questão de tempo até que sites que disponibilizam conteúdo, digamos, não autorizado, estivessem fora do ar (incluindo este em que você está lendo isto!), impossibilitando milhões de usuários de fazer aquele download nosso de cada dia.

Pense naquela série que você assiste direto de seu computador, sentado confortavelmente em sua cadeira enquanto bebe sua Smirnoff Ice e come um Fandangos. Num belo dia você acordaria, ligaria seu PC e entraria naquele site onde você costuma baixar sua série favorita, e o que ia ver na tela, em vez daquela barrinha verde carregando seu arquivo gratuitamente para seu HD, seria uma imagem do FBI, alegando que o que você está tentando fazer infringe a lei de direitos autorais da indústria cinematográfica, televisiva ou o raio que o parta.

Seria algo como o fim do mundo, não?
Pois é. Foi mais ou menos isso que quase aconteceu.

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O primeiro golpe foi dado contra o site (que acabou se tornando um verdadeiro conglomerado) Megaupload (chamado de “Mega Conspiração” por seus detratores), de propriedade do alemão Kim Schmitz, preso na Nova Zelândia em sua própria casa por “crimes” de concessão de direitos autorais de terceiros. Segundo a divulgação do FBI, Schmitz possuía uma verdadeira fortaleza, onde ele guardava além de automóveis milionários, obras de arte e até armas, tudo isso graças a seu site e seus derivados.

Com a queda do Megaupload e outros sites de compartilhamento de conteúdo, vieram os protestos daqueles que começaram a se sentir lesados, e o grupo Anonymous, famoso na rede por intervir contra o cerceamento da liberdade na web, acabou derrubando na noite do dia 18 de Janeiro o site do FBI, de empresas fonográficas como a Sony e de cartões de crédito como a VISA, através de acessos múltiplos conhecidos como DDoS (Distributed Denial-of-Service), algo como um ataque de negação de serviço que faz com que o servidor onde o site está hospedado ceda após vários acessos seguidos e saia do ar por algum tempo.


Na Internet, os caras do Anonymous aparecem em seus vídeos “institucionais” com a máscara do Guy Fawkes (a mesma usada em V de Vingança, a HQ de Alan Moore), que originalmente foi um revolucionário inglês que pretendia derrubar o rei protestante Jaime I explodindo o Parlamento do Reino Unido. Trocando em miúdos, quem usa essa máscara, assim como o personagem de Moore, está querendo “tocar o terror” em alguma organização grande, e quer causar anarquia em prol daquilo que acha que é certo. Quer causar revolução.


Na madrugada do dia 18, o grupo Anonymous postou várias mensagens no Twitter dizendo que aquela seria "uma noite divertida e engraçada", se referindo aos ataques aos sites do FBI, Sony e VISA, em retaliação à derrubada do Megaupload.

Peraí, Rodman. Então quer dizer que o Alan Moore é quem incitou os caras do Anonymous a atacarem o FBI e declarar guerra ao sistema totalitário e a autoritário estado-unidense? É isso?? Malditos Yankees!!

Não, sua mula! O escritor barbudo não tem nada a ver com esses ataques, e é importante separar ficção de realidade.

Mas Rodman, todo esse auê é só porque alguns usuários não vão mais poder baixar seus episódios de Fringe, Alcatraz ou Supernatural?

Na verdade, a ação do SOPA, do PIPA, do Europeu ACTA (Anti-Conterfeiting Trade Agreement) e da brasileira Lei Azeredo, começaria de mansinho, o que muitos acreditam que se tornaria um imenso e irreversível autoritarismo da web, que não ia nos permitir divulgar ou compartilhar nada que não fosse de nossa própria autoria em blogs, redes sociais ou sites de terceiros. Até mesmo aquele compartilhamento de piadinhas e memes pelo Facebook que tanto a molecada gosta de fazer, ou a indicação de links pelo Twitter, seria taxado como infração a um sem número de leis, o que tornaria inúteis as redes sociais.

Dá pra ir além. Se você quisesse compartilhar uma foto sua, tirada por sua câmera em seu quarto ou na cozinha, em frente ao espelho, e ao fundo aparecer alguma marca de televisão, de computador ou de, sei lá, geladeira, você não poderia postar essa foto. Dá pra acreditar?

Pois é.

Esses projetos de lei iam acabar engessando toda e qualquer ação que costumeiramente o usuário comum executa na web, como fazer uploads de arquivos, downloads de filmes, séries, músicas, programas utilitários e revistas. Seria impossível pegar qualquer conteúdo na Internet da forma como fazemos livremente hoje em dia, e se caso houvesse algum site que disponibilizasse esse tipo de arquivo digital, não seria gratuito, claro.

OK. Acho que o público médio, esse que consome realmente produtos como DVD, Blu-Ray, revistas e programas originais de computador podem sobreviver não podendo mais baixar nada de forma gratuita na Internet. Como colecionador, eu adoro comprar DVDs de meus filmes preferidos e ainda abarroto caixas de HQs, mas teria que abrir mão daquele filme de qualidade duvidosa que eu não compraria o DVD e nem tampouco veria na TV, uma vez que não poderia mais baixa-lo. Posso viver sem isso? Posso. Mas e quanto à privacidade na rede?

Ah, mas Rodman, no meu e-mail ninguém mexe. Ninguém sabe sobre aqueles e-mails com fotos da Playboy que meus colegas me mandam!!
Ledo engano, caro padawan.

Sabemos que hoje em dia os e-mails pessoais e nossos HDs são nossa única forma de privacidade no que se refere a conteúdo digital, já que todo o resto as pessoas costumam sair espalhando por aí pelo Facebook e pelo Orkut. Mas o que aconteceria se, esses mesmos caras que tentaram sancionar essas leis, tivessem total liberdade para invadir seu e-mail, hackear seu IP, controlar o tráfego de pacotes do que circula em seu computador e bloquear tudo o que fosse considerado “ilegal”, como acontece em países como a China, por exemplo?


Claro, não sou ingênuo de imaginar que isso já não possa acontecer hoje em dia, nesse momento, mas gosto da sensação de que tenho algo de particular guardado comigo como vídeos e fotos de família, e que ninguém tem o direito de invadir esse meu mundinho. OK. Eu sou um sonhador!
Com SOPA, PIPA, ACTA e a Lei Azeredo sancionadas e ativas, nada na Internet seria território seguro, e você estaria em um enorme Big Brother (não o programa da Globo, seu boçal), vigiado a cada passo que desse na “super rodovia da informação”, e censurado a cada tentativa de escapulir do regime ditatorial imposto por aqueles que não querem mais perder dinheiro com nossos downloads gratuitos.
É absurdo, mas seria assim.
Mas quem apoiou esses projetos de lei?

Grandes corporações como a Disney (e aí podemos englobar os canais de TV por assinatura, os estúdios, a PIXAR e até a MARVEL!), Universal Music, Time Warner e CBS se mostraram a favor da criação de leis que limitassem o que se pode “consumir” na Internet. Algumas das empresas citadas até colaboraram com senadores e deputados americanos que desenvolveram esses projetos e o motivo é só um: Perda de grana.

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Quando baixamos um filme ou mesmo uma música em MP3, em geral não pensamos muito em como aquele ato pode estar prejudicando os responsáveis por criarem o material. Claro que as indústrias do entretenimento são bilionárias e você chega a pensar “Ah, o que um ‘downloadezinho’ vai fazer?”, mas agora pense em larga escala. Você, o seu vizinho, os vizinhos do vizinho, os vizinhos das cidades vizinhas, dos estados vizinhos e dos países vizinhos também estão fazendo a mesma coisa, e o que é pior (ou melhor, no nosso caso!), sem pagar nada por isso!
Ah, mas eu pago a minha Internet!”
Sim, mas quanto do que você paga pra ter Internet em casa você acha que é direcionado para a Disney, quando você baixou Enrolados ou pra Sony quando você fez o download de um CD inteiro da Beyoncé?

As empresas estão erradas em reivindicar os direitos de propriedade sobre o produto que eles lançam e que nós pegamos “de grátis” graças a caras como Kim Schmitz?
Não, não estão.
Kim Schmitz é o deus do download e nós devemos organizar uma força-tarefa para livrá-lo das garras malévolas do governo norte-americano e exaltá-lo em praça pública?
Não. O cara não é nenhum Messias da Informação e ninguém fica milionário dessa forma sem sujar um pouco das mãos.
Nós somos culpados, piratas sujos que nos apropriamos de bens alheios e que não queremos pagar por nada que consumimos?
Não exatamente. Há aqueles que mesmo depois de baixar um arquivo ainda fazem questão de ter o original por questão de coleção. Eu fiz isso com a sexta temporada de LOST. Baixei os episódios logo que eles eram colocados no ar, e quando a série acabou eu ainda comprei o box com todos os episódios na loja e tenho em minha coleção. Qual o problema?
Mas então quem está certo? Nós ou as grandes corporações?
Difícil dizer.

Devemos combater essas leis que ameaçam proibir tudo que fazemos livremente na Internet e não somente reclamar porque sua coleção de download daqueles filmes que você nem quer assistir vai ficar desfalcada. O buraco é muito mais embaixo, e ameaça até mesmo aquela privacidade que você acha que tem em sua casa e com o que você tem guardado em seu HD. Se SOPA, PIPA e ACTA passarem (lembrando que elas não foram extintas, só estão, segundo Lamar Smith, um dos idealistas do projeto, “suspensas até que haja um amplo acordo sobre uma solução”) nada mais será como antes, estaremos sob o controle das corporações que (acham que) mandam no mundo livre da Internet e uma vez aprovadas essas leis, não vai adiantar chorar pelo leite derramado ou rezar para que o Santo Anonymous nos livre desse mal.

* Se esses projetos de lei já tivessem sido aprovados, eu estaria sendo preso agora pela quantidade de imagens, referências e citações a obras e a imagem de terceiros que inseri nesse post.

NAMASTE!

6 de fevereiro de 2012

A Arte do Insulto dos Politicamente Incorretos

Passaram-se somente alguns meses desde que escrevi aqui no Blog do Rodman sobre o processo hipócrita de bundamolização pelo qual o Brasil vinha passando, e algum tempo depois, eis que esse processo continua em vias de concretização, condenando qualquer um que se sente no direito de falar o que quiser, não importando as consequências. Mas afinal, não estamos em um país democrático?

Desde Setembro de 2011 fora do ar por causa de uma piada infeliz sobre a cantora Wanessa Camargo e seu, na ocasião, vindouro filho, o comediante (humorista, “estandaper”) Rafinha Bastos, que na época aparecia duas vezes por semana na Band, na bancada do CQC e em uma pegada mais jornalística às terças-feiras no comando de A Liga, parece ainda estar vivendo seu inferno astral; Alvo de vários processos e ainda tendo seu DVD A Arte do Insulto, proibido de ser vendido em lojas em decorrência de uma piada (outra vez infeliz) sobre seu pênis e a APAE.


Sempre achei de mau gosto piadas ou brincadeirinhas sobre pessoas que apresentam algum tipo de doença genética ou deformidades físicas e/ou mentais, e acho que devo isso ao tipo de educação que tive na infância, ou o medo que me botavam quando ameaçava sacanear alguém visto como excepcional. “Não fala assim de quem tem Síndrome de Down. Deus castiga!” ou então a célebre “Um dia você vai ter filho. Vai que ele nasce assim também!”. Seja como for, isso se tornou uma verdade para mim, e desde então eu não faço brincadeiras com pessoas especiais e nem tampouco me sinto à vontade ouvindo alguém contar alguma piada sobre. E sim, eu me senti desconfortável com a piada do Rafinha quando assisti seu DVD, mas quem disse que só por isso eu posso me sentir no direito de processar o cara? Ninguém me obrigou a ver o vídeo!


Entre comer a mãe e seu bebê e usar camisinhas retardantes, está novamente o politicamente correto, um fantasma que, disfarçado de “defensor da moral e dos bons costumes” vem assombrando a maioria dos humoristas, engessando-os e fazendo com eles tomem mais cuidado com o que falam na TV, nas redes sociais e até mesmo em seus shows fechados, temerosos de tomar um processo nas costas. Processos, aliás, que devem estar deixando a comunidade de advogados em polvorosa, vendo a fonte mais do que rentável que podem ter em mãos.

No caso de Wanessa, seu bebê, Rafinha e seu afastamento da TV, o que rolou foi mais uma sucessão de interesses envolvendo patrocinadores do programa CQC, o Sr. Ronaldo Nazário e o marido da cantora, o empresário Marcus Buaiz, amigo pessoal de Ronaldo e parceiro de negócios. Claro (e aqui o trocadilho da palavra não foi proposital!) que a corda acabou arrebentando para o lado do mais fraco. Rafinha saiu do CQC e meu interesse (e o de muitos fãs por aí) pelo programa também diminuiu, não somente por sua saída, mas pela prova de que afinal, os interesses financeiros acabaram vindo em primeiro lugar, em vez do humor livre.

Dos colegas de CQC, o único que saiu em defesa de Rafinha Bastos publicamente foi Danilo Gentili, outro que tem sido alvo dos politicamente corretos já há algum tempo devido a suas piadas ácidas e sagazes. Seu DVD, chamado de Politicamente Incorreto (não curiosamente) ainda não foi censurado como o de Rafinha, mas algumas de suas piadas já foram alvo de críticas, como a do gorila King Kong que se acha jogador de futebol.

Por causa da piada e das críticas de racismo (da outra vez ele foi citado como antissemita), Danilo redigiu um texto (que não faz muito tempo, circulou pelo Facebook) sobre o assunto e alegou que o racismo, na verdade, está na cabeça de quem leu a piada. Segue um trecho escrito pelo humorista:

"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?

Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."

Mostrando um desprendimento grande além de um jogo de cintura incrível, apesar de às vezes fazer uma ou outra piada de cunho “politicamente incorreto”, o humorista deu uma aula sobre racismo e como a sociedade realmente enxerga (errôneamente) esse problema:

"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que ‘negro’ é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: ‘Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra’.

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo ‘preto’ pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: ‘Branco, Amarelo, Vermelho, Negro’?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes”.


No ar com seu programa Agora é Tarde, uma espécie de Talk Show com participações especiais de outros humoristas de Stand-Up como Marcelo Mansfield, Gentili tem provado que seu senso crítico (Aquele mesmo que o faz ser visto como arruaceiro, bocudo ou politicamente incorreto) é a principal característica de seu humor, e é exatamente isso que incomoda os facilmente melindráveis.


Os engravatados do Planalto foram os principais alvos do humorista quando ele esteve à frente do quadro Controle de Qualidade do CQC, onde os repórteres de preto cobravam os políticos abertamente sobre falcatruas, esqueletos de seus armários ou colocavam no ar alguma declaração comprometedora de nossos excelentíssimos representantes. Programas como esse, que deixam nossos políticos em saia justa, logo eles que estão acostumados a acharem que seus eleitores é que são palhaços, não são costumeiros em nosso país, e por gostar tanto do programa é que eu me senti ofendido com o afastamento de Rafinha Bastos por uma questão que eles mesmos defendiam: A liberdade de expressão. No final das contas o dinheiro falou mais alto, e só o público perdeu com isso. Que me desculpem Felipe Andreoli e Mônica Iozzi, dois dos integrantes do programa que igualmente admiro, mas o CQC não é o mesmo sem o Rafinha e o Danilo. Quadros como o Proteste Já (onde Danilo levou muita porrada), por exemplo, nunca mais tiveram a mesma credibilidade sem eles no comando.


Seja como for, esse avanço gradativo do cerceamento ao humor livre é preocupante, e não é de hoje que falo sobre esse assunto, vendo o quão chato tem se tornado o Brasil e seu povo (em especial uma ou outra organização) altamente suscetível a piadas, sejam de mau gosto ou não. Um país onde as leis costumam ser mais rígidas com quem faz piada, obrigando-os a pagarem indenizações gordas, do que com quem comete crimes mais graves, não deve ser levado a sério. O Brasil por si só é uma enorme piada, e de muito mau gosto. Se a questão é fazer com que nos paguem em dinheiro aqueles que não têm respeito por nós e nos transformam em piada, e aí? Quem vai nos indenizar pelo nariz de palhaço que colocam em nossos rostos desde sempre nesse país de bunda-moles?


Não gostar de uma piada de mau gosto é direito de qualquer cidadão, mas proibir que piadas, sejam sobre qualquer assunto, sequer venham à público faz parte de um autoritarismo, que se não me engano, foi banido junto com a Ditadura Militar. Enquanto a hipocrisia de quem se revolta com piadas for maior do que a indignação com os reais problemas do Brasil, esse país continuará conhecido como aquele que leva piada à sério e que trata como piada os assuntos sérios.

NAMASTE!

19 de janeiro de 2012

Review de Quadrinhos - Os Poderosos Vingadores

Antes do anúncio do aguardado filme dos Maiores Heróis da Terra, os Vingadores já tinham mais equipes espalhadas pelo mundo nos quadrinhos do que eu podia contar, agora então, com o filme estreando ainda esse ano, assim como aconteceu com os mutantes na época de lançamento dos filmes dos X-Men, está quase impossível contabilizar o número de vingadores oficiais, não-oficiais, reservas ou em treinamento existentes no universo Marvel.
Curiosamente, a maioria das equipes está sob a batuta do inoxidável Brian Michael Bendis. O careca escreve também aquela que é chamada de a equipe principal, e após o Reinado Sombrio e começo da Era Heroica, quem assumiu o lápis foi ninguém menos do que o polivalente John Romita Jr.

Após a dissolução dos Vingadores Sombrios e da prisão de Norman Osborn, Steve Rogers, a pedido do Presidente, passou a dirigir tanto a SHIELD quanto os Vingadores, e o cara dividiu a equipe em três principais: A comandada por ele (que eu comentei aqui), Os Novos Vingadores do Luke Cage (com a formação clássica de antes da Era Heroica, com ele, Miss Marvel, Punho de Ferro, Harpia, Homem Aranha, Wolverine, Jessica Jones e o reforço do Coisa) e a equipe mais cascuda, composta por Homem de Ferro, Thor, Mulher Aranha, Homem Aranha (ué, mas ele não está na equipe do Cage?), Gavião Arqueiro (De volta a seu uniforme tradicional depois de sua temporada como Ronin), Wolverine (ué, mas ele não está nos X-Men, na X-Force, no Quarteto Fantástico, no Quarteto Futuro, Agentes de Atlas e nos Vingadores do Cage??) e mais o ex-Marvel Boy Noh-Varr.
As novas aventuras dos novos Vingadores da última semana começam com um ligeiro vislumbre de um futuro alternativo, onde os filhos dos Vingadores (aqueles mesmos mostrados na animação Next Avengers) dão cabo do vilão temporal Immortus, também conhecido como Kang, sem maiores explicações.

Oh, Deus! Teriam os heroizinhos passado para o lado do mal?
Será mais um plano diabólico do próprio Kang?

Nada fica claro de início, e então eis que o próprio Kang surge do futuro diante dos Vingadores bem na hora da reunião em que Steve Rogers anuncia as novas equipes.

Sem pestanejar, o Deus do Trovão dispara uma rajada mística do Mjolnir, mandando o vilão para fora da torre dos Vingadores, e quando os heróis estão prontos a interrogá-lo sobre sua presença surpresa naquela realidade, ele os surpreende mostrando uma espécie de ovo que faz o Homem de Ferro se borrar de medo:
Pra trás! Eu tenho uma arma do juízo final e não tenho medo de usá-la!”
O dispositivo é uma invenção que Tony Stark nem chegou a construir no presente, mas que ele já havia planejado. Sabendo o poder que aquela arma possui (um tipo de gerador de matéria escura), ele pede que seus amigos recuem.

O vilão alerta os Vingadores que o tecido do tempo foi rompido e que somente eles podem deter os causadores de uma grande catástrofe no continuum espaço/tempo: Seus próprios filhos.
Pra quem não viu a animação Next Avengers, que é bem bacaninha por sinal, vale a pena mencionar que ela conta a história dos filhos dos Vingadores em um futuro não tão distante. Nele, os Vingadores foram dizimados pela Inteligência artificial conhecida como Ultron e o mundo caiu em desgraça depois disso, subjugado pela criatura metálica.

Na tentativa de salvar seus filhos, vendo que não havia qualquer chance de vencer Ultron, os Vingadores pedem que Tony Stark leve as crianças para longe dali, para um local onde nem mesmo Ultron as pudesse detectar. Dessa forma, James Rogers (filho do Capitão América com a Viúva Negra), Torunn (filha do Thor), Azari (filho do Pantera Negra com a Tempestade) e Henry Pym (filho do Gigante com a Vespa) são criados em uma espécie de “Show de Truman” (ou como no Mágico de Oz, presos num mundo que eles não criaram), onde eles são treinados para um dia substituírem seus pais, mortos em combate.

Na animação, após descobrirem toda a verdade sobre seus pais e encontrarem o filho perdido do Gavião Arqueiro, da mesma idade que eles, os pequenos Vingadores enfrentam corajosamente o robô Ultron com a ajuda do velho Homem de Ferro e do Hulk, que ainda está vivo nessa época.

Por que eu contei isso?
Porque o roteiro de Brian Bendis tem muito a ver com a animação, inclusive os personagens que aparecem nela. Fica bem claro, no entanto, que essa linha temporal onde vivem os pequenos Vingadores é apenas mais uma delas, e não a definitiva. Ao vislumbrarem esses possíveis futuros através de um equipamento criado por Noh-Varr com sua tecnologia Kree, é interessante notar que aparecem de relance vários futuros já retratados pela Marvel, incluindo a Era do Apocalipse, o futuro do Cable, o futuro da Garota Aranha (May Parker, a filha do Aranha) e até a era 2099.

Ao ler sobre viagens no tempo, paradoxos, possíveis rompimentos no espaço/tempo e modificações no fluxo temporal é bem comum ficar confuso, e apesar de conter uma narrativa simples, eu me perdi às vezes no texto de Bendis. O legal é que ele mesmo brinca com isso, colocando sempre os personagens menos cultos da equipe para falarem alguma merda que, sei lá, se eu ou você estivéssemos lá falaríamos. Nesse quesito, o Gavião Arqueiro e o Homem Aranha se saem muito bem, fazendo o papel do leitor (perdido) enquanto o Thor reage com grosseria e o Homem de Ferro e o Wolverine (quem diria) agem de forma mais cerebral.

No final do arco, descobrimos, afinal, que a ação dos Vingadores que viajam para a linha temporal dos pequenos Vingadores serve apenas para consertar o fluxo do tempo, que começava a apresentar instabilidades, misturando seres de várias épocas diferentes como dinossauros, neandertais, soldados da guerra civil e até o Galactus!

OK. Não há nada de novo nisso. Kurt Busiek, por exemplo, trabalhou isso magistralmente na junção dos Vingadores com a Liga da Justiça, fazendo os universos Marvel e DC se misturarem em várias épocas diferentes. Os desenhos de John Romita Jr., desenhista do qual sou fã, como já falei aqui, estão bem irregulares ao longo do primeiro arco. Seus desenhos nas duas primeiras edições (do arco de 4) lembram muito o relaxo característico de Frank Miller em Cavaleiro das Trevas 2. Claro que não chega àquele desastre, mas ao observar bem me parecem que foram feitos nas coxas às pressas, o que causa um certo desinteresse na leitura, apesar do texto muito divertido de Bendis, como de costume.

Pendenga temporal resolvida, os Vingadores voltam para casa após um acordo com Ultron, que se deixa ser derrotado por Kang para que as linhas temporais sobrevivam (uma vez que a derrota contínua de Kang para o robô é que estava acarretando a destruição do fluxo temporal).

Mostrando-se realmente um homem em quem não se pode confiar, Kang, mesmo aparentemente sob o jugo do Maestro (o velho Hulk) e do velho Tony Stark, dá cabo da dupla e acaba sendo morto pelos pequenos Vingadores, criando um novo paradoxo que nem mesmo a presença passageira dos Vingadores consegue impedir.

É importante lembrar a conversa que o velho Tony Stark do futuro tem com sua versão mais jovem. Nela o velho fala que, apesar da presença deles ali e sua vitória momentânea, o Holocausto Ultron irá acontecer de qualquer jeito (será isso que causará o fim do mundo em 2012??) e que cabe a Tony (o mais novo) impedir que isso aconteça. O Stark velho então lhe dá “de presente” a arma conhecida como dispositivo do juízo final e pede que ele faça qualquer coisa para impedir que Ultron vença a guerra.

Tenso.
Dou nota 7 para essa aventura. Apesar da união do universo 616 da Marvel com o da animação Next Avengers e da interação sempre carismática entre os Vingadores do Bendis, o resultado ficou meio aquém da capacidade do escritor, e os desenhos do Romitinha também podiam ter ficado melhores. Esse papo de fluxo temporal, viagens no tempo e afins já foi bastante abordado, e meio que já cansou. Eu esperava mais desse arco.

NAMASTE!

Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras

Na faculdade de Design Gráfico, nas aprazíveis aulas de Cinema da professora Maria Goretti e também com minha própria experiência cinéfila, eu aprendi a enxergar além do que só aquilo que nos é entregue superficialmente em um filme. Estética, design de cenários, efeitos especiais, tudo isso é usado para compor o filme, mas está longe de ser a essência dele. A essência está naquilo que o roteirista procurou nos entregar e naquilo que o diretor conseguiu transmitir, bem como também está nas interpretações dos atores. Seja como for, eu me tornei, durante um tempo, exigente demais com aquilo que vejo na tela, e pouca coisa me agradou plenamente depois do período de faculdade.
A situação em que me vejo agora, no entanto, é a de ter perdido esse “faro” para detectar produções meramente comerciais (não que antes disso eu fosse um apreciador de filmes europeus ou iranianos) e que os filmes atuais têm me agradado bem mais do que o normal, como foi o caso de Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras. O filme realmente é essa Coca-Cola todo ou eu que ando me empolgando à toa?

Saí do cinema bem satisfeito com o que vi na tela, e na minha opinião, Guy Ritchie acertou e muito a mão ao dar mais uma vez seu tom clipeiro à história do maior detetive do mundo (chupa, Batman!).
O Jogo de Sombras , diferente do que alguns críticos apontaram, conseguiu manter o clima inovador e moderno ao universo do personagem inglês, criado por Sir Arthur Conan Doyle, conseguido no primeiro filme, e que me desculpem os mais conservadores, mas é uma visão muito interessante do detetive, tanto quanto aquela sua imagem clássica do homem de meia idade de chapéu que fuma cachimbo.

A história se passa no final do século XIX, e enquanto seu fiel amigo e companheiro de investigações Dr. Watson (Jude Law) se prepara para o casamento com Mary (Kelly Reilly), Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) passa a se dedicar obsessivamente a mapear as ações do Professor Moriarty (Jared Harris), um renomado e culto matemático que começa a se revelar um verdadeiro gênio do crime. Encontrando ligações diversas do Professor com vários crimes que passam a acontecer na Europa, o detetive se vê instigado a estudar a mente de Moriarty, descobrindo ali uma rivalidade de astúcia nunca antes encontrada por ele.

Holmes se vale de todos os seus talentos para desvendar as maquinações de seu adversário intelectual, incluindo seus disfarces (mendigo, professor e até de mulher) e técnicas dedutivas, mas o Professor Moriarty mostra que não é um simples inimigo e leva Holmes ao longo do filme a diversas pistas falsas, bem como armadilhas que acabam se tornando mortais.
A relação entre Holmes e Watson se intensifica nessa continuação, mostrando a todo o momento que o detetive está incomodado com o casamento do amigo. Muitos podem ver ali, como bem alguns críticos já insinuaram, um comportamento homossexual entre os dois, do tipo que um não quer que o outro (no caso Holmes) se case com uma mulher e assim interrompa a relação duradoura de amizade de ambos. Cabe também, no entanto, a interpretação de que Holmes não encontra facilmente alguém que acompanhe seu raciocínio dedutivo lógico, e que a partida do amigo para o tão sonhado casamento vá deixa-lo terrivelmente sozinho com sua mente arguciosa e inquieta. Eu prefiro essa segunda interpretação.

Aquela que podemos entender como o único interesse romântico de Holmes, presente no primeiro filme no papel de Irene Adler (Rachel McAdams) faz uma pequena participação na sequência, e nos faz compreender melhor a peça que ela representava no jogo entre Moriarty e Holmes.

Quem também surge em cena é o irmão mais velho e mais inteligente (quem diria!) de Holmes, Mycroft (Stephen Fry) que nas poucas aparições que faz dá um tom bem cômico ao filme, na sua tentativa de ser arrogante. Percebe-se que há uma competição entre os dois irmãos, o que deve ser comum entre mentes brilhantes numa mesma família, mas apesar disso, os dois se ajudam na tentativa de impedir os planos de Moriarty de começar uma guerra mundial.

O Jogo de Sombras tem sequências de ação tão empolgantes quanto seu antecessor, e Guy Ritchie abusa do slow motion num ritmo bem “zacksnyderiano”. Desta vez vemos Holmes e Watson realmente em desvantagem contra os capangas de Moriarty, tendo que lutar para sobreviver enquanto o poderio bélico do Professor cresce logo que ele assume a fábrica de armas de uma de suas vítimas.

Contando com a ajuda da cigana Simza Heron (Noomi Rapace), cujo irmão é uma importante peça no tabuleiro de Moriarty, a dupla se mete nas mais impensadas aventuras, e os jogos mortais começam logo que o Professor se apresenta para Holmes, avisando-o que irá “cumprimentar” o Dr. Watson pessoalmente por seu casamento.

A sequência no trem em que Watson e Mary embarcam para a Lua de mel é uma das mais marcantes do filme, e enquanto os homens de Moriarty tentam liquidar o doutor, Holmes aparece travestido de mulher para salvá-lo. Impossível não notar a referência ao Coringa ao final dessa cena em que Holmes aparece já sem peruca e as roupas de mulher com a cara toda branca e com um batom borrado na boca.

Ritchie soube equilibrar seu filme entre ótimas cenas de ação e hilariantes cenas cômicas. Não foram raras as vezes em que me rachei de rir no cinema, e passaria um bom tempo aqui descrevendo as minhas preferidas. O casamento de Watson, com o noivo todo ferrado e rasgado após uma briga de bar e o mordomo velhinho de Mycroft renderam as melhores gargalhadas.
Stanley! Onde é que você vai?”

O desfecho do filme, sem querer entregar SPOILERS, como costumeiramente faço aqui (OK, me processem) é bem semelhante ao último confronto entre Holmes e Moriarty no livro escrito por Conan DoyleO Problema Final”, aquele que foi feito para ser o capítulo final da saga do detetive inglês. Moriarty, além de possuir uma mente brilhante quase ao mesmo nível que a de Sherlock também é um exímio boxeador, e é muito interessante o raciocínio lógico que ele utiliza para vencer Holmes, aquele mesmo que tão bem marcou as cenas de luta do primeiro filme. É de prender o fôlego a solução que Holmes encontra para não permitir que Moriarty o vença em combate, o que fatalmente aconteceria.

Dublagem

Como assisti o filme no fim de semana de estreia, não foi nenhuma surpresa que o cinema estivesse lotado. Em um horário bom, me sobrou uma sessão dublada, daquelas que uma boa parte do público costuma torcer o nariz, mas devo dizer que não fiquei inteiramente descontente com isso.
Apesar de preferir a versão legendada no cinema, como sempre costumo dizer aqui, a dublagem está de primeira. Todas as vozes do primeiro filme estão lá, incluindo Marco Ribeiro que dubla Robert Downey Jr. como de praxe (ele também o faz em Homem de Ferro 1 e 2), Alexandre Moreno que faz a voz de Jude Law, Fernanda Fernandes na voz de Rachel McAdams, Mauro Ramos como Stephen Fry e Dário de Castro (a voz do Ciclope da série animada dos X-Men dos anos 90) como o Professor Moriarty.
Sou um fã da dublagem brasileira, e esse meu carinho ficou impresso no Top 10 que fiz sobre dublagem. Lá, pra quem não ligou os nomes citados acima às vozes, dou detalhes de seus trabalhos, com exceção de Dário de Castro, cujo nome eu desconhecia. Agradeço a dica que Guilherme Briggs me deu através do Twitter sobre o dublador.
Todos estão, como de costume, acima da média, mas destaco o trabalho de Mauro Ramos, que empresta a voz a Mycroft Holmes, personagem responsável pelas principais gargalhadas do filme. Ele empostou mais a voz e encheu o personagem de um sotaque (que deveria ser o inglês britânico) de “r” muito engraçado. A frase “Stanley, onde é que você vai?”, quando o personagem chama seu mordomo meio caduco, ficou na minha cabeça depois da sessão. Mauro, pra quem não lembra, costuma dublar personagens grandalhões e/ou truculentos. Estão no seu currículo as vozes do Pumbaa, Sully (Monstros S.A), Fera (X-Men Evolution) e Shrek (à partir do segundo filme).
Ponto para o Brasil e seus excelentes dubladores que fazem com que apreciemos os filmes no cinema mesmo sem ter que ler nada para entender nomes de lugares ou de personagens.
Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras é pra mim um filme nota 9. Me diverti além do esperado, e a julgar pelos aplausos ao final da sessão, tal qual ao fim de uma peça de teatro, não fui o único que aprovou as novas aventuras de Sherlock Holmes, e isso é elementar, meu caro Watson.

Pra quem não leu o review do primeiro filme, fique à vontade. A casa é sua:

Sherlock Holmes 1


NAMASTE!

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