Devo admitir que até o quarto filme da série, eu nunca tinha sido um grande entusiasta da franquia Velozes e Furiosos. Tinha gostado do primeiro, mal tinha visto o segundo e nunca tinha parado pra ver o terceiro, mas algo me pegou a partir de Velozes e Furiosos 4, e de lá para cá me tornei um fã da série, o que me fez ir ao cinema pela primeira vez para conferir um filme narrando as aventuras de Dom Toretto, Brian O’Conner e seus amigos.
Dirigido mais uma vez pelo taiwanês Justin Lin e escrito por
Chris Morgan, Velozes e Furiosos 6 é com segurança um dos melhores filmes da
franquia, e entra com os dois pés no peito no quesito ação e adrenalina,
jogando de vez a série num universo mais policial e menos no de rachas e carros
tunados, o que foi a sua principal marca no início dos anos 2000. Juntos desde
Desafio em Toquio, Lin e Morgan já haviam provado que sabiam escrever e filmar
cenas de ação alucinantes com os filmes anteriores, mas os dois decidiram
estourar todos os limites com o sexto filme, nos fazendo pular da poltrona do
cinema até mesmo em sequências inacreditáveis, daquelas dignas dos filmes do
007 de Pierce Brosnan. Não foi raro ouvir a galera soltando aquele clássico
bordão “puta, que mentira!” durante a exibição, mas o ritmo do filme é tão bem cadenciado entre cenas de perseguição de tirar o fôlego e ação mirabolante que
ninguém se importa quando uma marmelada ou outra nos faz acionar nosso "desconfiômetro" quanto à seriedade do filme.
É certo que os capítulos anteriores da série procuravam se
levar mais a sério, e que pautavam mais suas histórias no que realmente atraia
o público na época, que eram rachas com carros tunados, algumas gostosas
desfilando enquanto os garotões se exibiam com seus motores potentes e algumas
cenas de ação, mas desde o quarto filme a pegada tem sido mais bem elaborada, e
o próprio Justin Lin admitiu em entrevista que sua ideia era mesmo fechar a
história em uma trilogia (no caso o quarto, quinto e o sexto), e que o que
vemos no cinema com a estreia de Velozes 6 é mesmo o amarrar das pontas que se
soltaram de lá pra cá.
Realmente há muitas citações aos demais filmes, e dessa
vez nada fica em aberto, nem mesmo a principal confusão que causava na cabeça
da galera o fato do 3º filme se passar na verdade depois dos demais,
cronologicamente falando. Até a abertura do filme, enquanto rola a apresentação
do elenco, mostra as principais cenas que aconteceram nos demais filmes, como
que reavivando a memória do público quanto ao que eles devem se preocupar na
sexta parte. Embora não seja o último filme, devido a cena final que mostra que
o bicho vai continuar pegando, tudo parece direcionar para isso, amarrando
muito bem a história e dando um fim plausível a todos os personagens.
Mas chega de falar de roteiro. Vamos falar de coisa boa.
Pancadaria e velocidade.
Justin Lin é um excelente diretor de ação, e com o sexto
filme o cara se firmou, em minha opinião, de vez no universo cinematográfico
dirigindo cenas espetaculares de perseguição que realmente marcam o espectador.
Estou cansado de sair do cinema e esquecer o filme que assisti uns trinta
minutos depois, mas as sequências de ação de Velozes e furiosos 6 conseguiram
me fazer relembrar por mais tempo o que tinha visto, e isso graças ao toque
genial desse diretor taiwanês de 40 anos.
Pra começar, a maioria dos atores manda muito bem em cenas
de ação, e além da dupla principal Vin Diesel e Paul Walker, todo o restante
consegue se destacar em sequências exclusivas de tiroteio e pancadaria, até
mesmo a dupla de alívio cômico formada por Roman Pearce (Tyrese Gibson) e Tej
(Ludacris) têm seus momentos, dando tiros e socos, além de fazerem o que sabem
melhor: Fazer o público rir. Nesse quesito aliás, o personagem de Tyrese é
mestre, e praticamente todas suas aparições vêm com alguma sacada engraçada,
até mesmo quando ele faz dupla com Han (o coreano Sung Kang). O que dizer da
cena de luta entre os dois e o capanga oriental do vilão Shaw (Luke Evan) em
plena estação do Metrô londrino? Foi um dos momentos mais hilários do filme.
O bacana é que mesmo em meio a todo esse excesso de testosterona, sobra tempo para Lin construir seus personagens, e fixar bem a personalidade de cada um deles. Mesmo os que têm menos destaque recebem um background interessante, e todos eles possuem características próprias como o fato de Han estar sempre comendo algum salgadinho (por ter sido um fumante inveterado, como foi dito no quinto filme), o de Gisele (Gal Gadot) ser uma perita em armas ou o de Tej ser um especialista em informática. Cada um deles tem vida própria e personalidade definida, o que faz com que nos importemos com eles também, além da dupla Toretto e O'Conner. O personagem de Paul Walker, aliás, agora tem uma razão mais forte para se afastar daquela vida de perigos que é Jack, o filhinho dele com Mia (Jordan Brewster), e até mesmo o relacionamento do casal, que teve início no primeiro filme, apresenta uma evolução. Nada é gratuito em Velozes e Furiosos 6, e isso faz com que o filme seja bem mais do que simplesmente um blockbuster.
O agente da DSS (Serviço de Segurança Diplomática)
Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson) está de volta na sexta parte da série, e no
encalço de um perigoso artefato que corre o risco de cair em mãos erradas, ele
acaba pedindo a ajuda de Toretto (Vin Diesel) e sua equipe, para encontrar o
chefão do crime que anda aterrorizando a Europa e ainda no percurso salvar a
vida de Letty (Michelle Rodriguez), dada como morta no 4º filme. Sem memória
após o “acidente” que quase a matou, Letty agora age ao lado de
Owen Shaw ajudando-o com seus assaltos e fugas espetaculares pelas ruas de
países europeus, sem saber que seus amigos estão bem perto dela. Quando descobre que sua ex-namorada está viva, Toretto reúne
novamente sua equipe e parte para ajudar Hobbs e sua nova agente Riley, vivida
pela lutadora de MMA Gina Carano.
O plot do filme é muito parecido com o de Mercenários 2, “temos
que impedir um vilão de colocar as mãos em um artefato poderoso nem que pra isso
tenhamos que destruir metade do mundo”, mas a execução é infinitamente melhor do
que a que Simon West optou por fazer no filme dos mercenários dispensáveis do
Stallone. Pra começar, as cenas de perseguição são excelentes, salvo alguns
exageros como personagens saltando de viadutos sobre carros sem sofrer nenhum
arranhão, porém o que mais me empolgou no filme foi a pancadaria.
Com dois peritos da boa e velha arte de enfiar a mão na cara do adversário presentes no elenco, que são The Rock e Gina Carano, as cenas de lutas vão muito além das expectativas. O cinema moderno tem carecido de lutas impactantes no desenrolar de uma boa trama, mas Velozes e Furiosos conseguiu trazer essa arte de volta, e dá pra destacar pelo menos uns três excelentes arranco-rabos do filme.
Com dois peritos da boa e velha arte de enfiar a mão na cara do adversário presentes no elenco, que são The Rock e Gina Carano, as cenas de lutas vão muito além das expectativas. O cinema moderno tem carecido de lutas impactantes no desenrolar de uma boa trama, mas Velozes e Furiosos conseguiu trazer essa arte de volta, e dá pra destacar pelo menos uns três excelentes arranco-rabos do filme.
Eu não sei o quanto Michelle Rodriguez precisou enfrentar
Gina Carano de verdade nas filmagens e o quanto ela usou sua dublê (na verdade
dá pra perceber em alguns momentos), mas o que a moça deve ter apanhado na vida
real não deve ter sido brincadeira! As duas beldades se engalfinham duas vezes no
filme em longas sequências de pancadaria, e desde os tempos de Cynthia Rothrock
(a musa da porradaria dos anos 90) eu não via uma troca de socos e pontapés
entre mulheres tão empolgante na tela. Gina Carano vai com tanta sede de
quebrar Michelle que realmente chega a dar pena em alguns momentos, sem falar
no medo da lutadora arrebentar a atriz de verdade em cena. Claro que com a
ajuda da magia do cinema, Michelle (que como já pudemos testemunhar várias
vezes é muito mais macho que muito macho por aí!) consegue lutar de igual pra
igual com a moça porradeira, mas é de encher os olhos as lutas das duas.
Destaque para a luta final entre Toretto e o gigante
guarda-costas de Shaw com a participação de Hobbs e depois o acerto de contas
entre Toretto e Shaw, cujo intérprete Luke Evans, aliás, mandou muito bem, tanto em sua atuação dramática quanto nas lutas. As cenas são tão bem coreografas que me senti dentro de
um ringue de MMA, (sem aquele agarra-agarra frescurento) e vibrei com cada
porrada, cabeçada e chute que rolava. Só faltou cadeirada nas costas, mas de
resto rolou de tudo.
Tudo que senti falta em Mercenários 2, Velozes e Furiosos 6
me entregou, e saí do cinema com aquela vontade de sair fazendo racha na rua e de dar voadora nos outros muito satisfeito, apesar de ter ido assistir o filme sem
grandes expectativas, além do que já sabia que a série era capaz de entregar. Pra
quem gosta de filme de ação recheado de cenas ultra-exageradas, perseguições
bem executadas e pancadaria dentro de um roteiro que não chega a te insultar
(exceto pelo fato de um agente especial pedir ajuda para um criminoso e ir
contra tudo que acredita o tempo todo inclusive ficando contra superiores),
Velozes 6 é uma ótima pedida para um Sábado a noite. A diversão
é garantida.
Depois do que Justin Lin fez com a série, dando-lhe uma pegada de filmes de assalto e transformando a equipe de Toretto numa
espécie de Força-tarefa mercenária em vez de fugitivos sem eira nem beira, vai ficar difícil para Stallone e os
Mercenários 3 empolgarem seus fãs tanto assim no cinema. Se bem que a influência
de um para o roteiro do outro ficou bem clara nesse sentido.
NOTA: 9. E só não é 10 porque até pro Massa Véio tem limite!
NAMASTE!
Estou alegre por encontrar blogs como o seu, ao ler algumas coisas,
ResponderExcluirreparei que tem aqui um bom blog, feito com carinho,
Posso dizer que gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns,
decerto que virei aqui mais vezes.
Sou António Batalha.
Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar
siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
Obrigado pelas palavras Antonio.
ExcluirSem dúvida o Blog do Rodman é feito com todo carinho, já que nele posso representar meus gostos pessoais e levar isso a público.
Gostei muito do seu Blog. Serei um seguidor em breve. Abraços!
Parabéns amigo, encontrei seu blog a pouco e realmente suas críticas são as melhores ! dá gosto de ler e voce passa aquilo que nós vimos no cimena!tenho nojo desses críticos mal humorados que só sabem reclamar e criticar para aparecer.Velozes e Furiosos 6 vai brigar para ser o melhor filme do ano.sua crítica fá juz ao filme. Nada melhor ler uma crítica de um fã de filmes feita para fãs de filmes ! claro que o filme tem, digamos umas mentirinhas más não interferiu em absolutamente nada minha diverção no cinema ! filme 10, crítica 10.. Tudo de bom amigo.
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