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21 de julho de 2020

Elektra Assassina de Frank Miller


Que Frank Miller foi um dos mais competentes e cultuados escritores e ilustradores de quadrinhos do Século XX isso ninguém duvida, porém, é inegável o quanto a qualidade de seu trabalho na nona arte decaiu vertiginosamente na entrada do novo século, o fazendo acometer escrever coisas como Holy Terror, All-Star Batman & Robin ou o desnecessário Batman Cavaleiro das Trevas III.

No mesmo ano em que ele trouxe ao mundo uma de suas principais obras para a DC Comics, a premiada Graphic Novel The Dark Knight Returns, Frank Miller também concebeu o roteiro de Elektra Assassina para a Marvel, um arco de histórias que ressuscitou — não definitivamente — a sensual ninja assassina das páginas da HQ do Demolidor, após sua morte pelas mãos do Mercenário em 1982.


Diferente de O Cavaleiro das Trevas que foi roteirizado e ilustrado por Miller — com cores de Lynn Varley —, Elektra Assassina foi construída à quatro mãos com o artista Bill Sienkiewicz, o que deu toda uma particularidade ao projeto. À primeira vista, os desenhos que são um misto de aquarelas, foto-montagens e colagens, causam certo incômodo, mas à medida que se mergulha na história, é difícil imaginar que a HQ funcionaria com outro desenhista mais "padrão Marvel". 

A arte fantástica de Bill Sienkiewicz

A arte interna de Elektra Assassina é de encher os olhos e a cada nova olhada nas páginas, um novo detalhe deixado lá de propósito por 
Sienkiewicz é descoberto. A narrativa cinematográfica imposta pelo texto de Miller — no auge da carreira nessa época, ali no final dos anos 80 — faz com que o leitor não consiga desgrudar o olho da história, nem para dar uma corrida até a geladeira e buscar algo para comer. É como ver um filme que te prende na ponta da cadeira a todo instante. 


Por ser uma criação sua, Miller destrói e reconstrói a Elektra ao longo de todo o enredo e nos faz descobrir até mesmo dons que nem imaginávamos que ela dominasse, fruto de seu período trabalhando com a organização maligna Tentáculo. Apesar de ser interessante ver os dois agindo juntos — e às vezes até um contra o outro —, aqui fica bem claro que a ninja assassina não depende do Demolidor para protagonizar uma ótima história, ganhando ares de estrela com brilho próprio. As participações de outros personagens conhecidos como o Nick Fury — diretor da S.H.I.E.L.D — são pontuais e não desviam as atenções de Elektra e sua missão de eliminar a Besta que pretende exterminar a vida na Terra. 


Vale lembrar, que Elektra Assassina é um conto que mostra uma missão do passado da ninja grega e que foi escrita muito antes de Frank Miller FINALMENTE trazê-la de volta dos mortos, na complicada — porém perfeitinha —Graphic Novel escrita e ilustrada por ele — também com cores de Lynn Varley — Elektra Vive (de 1990). Depois de sua ressurreição, à partir dos anos 90, a personagem virou figurinha carimbada em zilhões de sagas envolvendo a SHIELD, o Wolverine, o Tentáculo, os Skrulls e claro, o próprio Demolidor, seu principal amante e parceiro de atividades porradeiras.

Eu fui mais uma vez até o podcast Boteco do Infinito, do site Caras da TI para bater um papo com meu chapa Antonio Pereira sobre Elektra Assassina e falamos também sobre a revitalização do Conan, agora pela Marvel Comics. Lá eu declarei todo meu amor à Elektra e claro, aproveitei para falar mal do Frank Miller véio reaça. 

Clica aí no banner para visitar o site dos Caras da TI e ouvir o podcast com a minha participação. É de graça e é gostosinho.



NAMASTE!   

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