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27 de março de 2024

A trilogia Alina da Valáquia

Alina e a Chave do Infinito


O autor Tiago Germano disse uma vez em entrevista que “
nunca se termina uma obra literária, se abandona. Para que ela não acabe com você”, e eu não podia concordar mais com essa definição.

O caminho trilhado até aqui foi árduo, mas eu senti que precisava “abandonar” a história, ou ela se estenderia ao infinito… e além.

Escrever a saga da vampira Alina da Valáquia foi para mim, desde sempre, uma sessão de terapia. Em suas páginas, eu escrevi sobre os meus medos, os meus receios e, principalmente, os meus rancores. 

Alina e a Ordem do Portal de Fogo


Eu posso dizer que o primeiro livro “Alina e a Ordem do Portal de Fogo” me salvou da depressão profunda que eu sentia na época. Como pessoa, eu estava enfrentando uma das minhas piores fases e acabei introjetando no texto um pouco daquele sofrimento, além de parte dos meus sentimentos mais sombrios.

Alina e o Concílio de Sangue”, o segundo livro da saga, foi escrito em um período menos conturbado, e nele, pude revisitar alguns dos meus temas preferidos — entre eles o suspense —, criando uma história mais abrangente sobre o passado da minha personagem central, bem como os motivos que a tornaram interessante para mim e, assim espero, também para vocês, leitores.

Alina e o Concílio de Sangue

Durante o enredo do livro dois, Alina se vê diante de um conselho muito poderoso de vampiros que domina toda a sua espécie na Europa — encabeçados pelos temíveis Lucien Archambault, Lucien D'Aramitz e Adela Quinn — e que com a sua resistência em se aliar a ele, descobre na romena uma rival à altura.

Lucien, Mael e Adela


Somente com um reforço de peso dos Céus, na figura do anjo caído Akanni e da sua própria filha, Alex — a vircolac vampira —, Alina encontra forças para lutar contra os seus novos inimigos, e sobreviver a uma verdadeira guerra que começa a ser travada ao seu redor.

Alina, Alex e Akanni


Em Alina e a Chave do Infinito, além de uma vampira casca-grossa, Alina também é a descendente de uma poderosa bruxa celta. Como isso pode afetar a sua relação com as pessoas que a cercam e como ela tirará proveito dessa herança mística para salvar o mundo da ameaça de Thænael, o nefilim vingativo que está incorporado em seu meio-irmão, Costel?

Isso, meus caros e minhas caras, só a leitura de “Alina e a Chave do Infinito” poderá responder.



Os três livros estão completos e gratuitos para leitura na plataforma Wattpad desde o ano passado. Alina e o Concílio de Sangue foi um dos finalistas do prêmio Wattys em 2023 na categoria fantasia e a Chave do Infinito encerra a saga vampírica após quatro anos desde a sua criação.

Os bastidores do primeiro livro — quando ele ainda se chamava Alina da Valáquia — eu apresentei lá em 2021 aqui mesmo no blog em um post especial que conta com rascunhos das capas antigas, ilustrações dos personagens principais e vários outros detalhes que compartilhei após o processo criativo.


Livro 1: Alina e a Ordem do Portal de Fogo






Livro 2: Alina e o Concílio de Sangue


Livro 3: Alina e a Chave do Infinito


Não esqueça de votar nos capítulos e deixar os seus comentários. Eles, como sempre, são sempre muito bem-vindos.

NAMASTE!

16 de junho de 2023

Descubra A Vida e a Sorte de John Stone - Um Conto Épico Ambientado no Velho Oeste Americano

A vida e a Sorte de John Stone capa


Em 2012, fui convidado para um emocionante projeto de contos curtos para o lançamento de um livro físico, envolvendo talentosos autores brasileiros em início de carreira. Infelizmente, o projeto nunca saiu do papel e meu texto ficou sem lugar para ser publicado.

Meu conto é uma história cativante de um pistoleiro mulherengo e habilidoso no Velho Oeste americano. Apesar de ter assistido a alguns filmes de Western na infância, precisei pesquisar a fundo sobre a ambientação, armamentos e vestimentas da época para criar um roteiro convincente e repleto de detalhes autênticos.

Foi então que surgiu o anti-herói de mira infalível John Stone, o meu primeiro personagem cowboy.

Após anos de expectativa, decidi resgatar meu conto do limbo do Wattpad e transformá-lo em um audiobook com sonorização caprichada e efeitos envolventes. Agora, você pode aproveitar essa emocionante experiência gratuitamente no Spotify e no Youtube.


Sinopse:

"Prepare-se para mergulhar na vida e na sorte de John Stone, um dos maiores pistoleiros do Velho Oeste. Nesta envolvente narrativa, somente a sorte pode determinar o destino desse corajoso anti-herói.

'A Vida e a Sorte de John Stone' é um conto épico, criado e escrito por Rod Rodman, autor do aclamado thriller 'Rastros de Uma Obsessão'. Sinta a atmosfera autêntica do Velho Oeste americano enquanto se emociona com essa história incrível.

Não perca tempo! Acesse agora mesmo o audiobook de 'A Vida e a Sorte de John Stone' no Spotify e no Youtube."

 

Acesso ao Spotify:

Acesso ao Youtube:




Se você vê valor no trabalho de Rod Rodman e quer contribuir com QUALQUER VALOR, manda PIX!

Estamos passando por questões de saúde que necessitam de dim-dim para sanar. Desde já, agradeço o apoio!



Quer me ajudar de outra forma, que tal adquirir o meu primeiro livro físico, Rastros de Uma Obsessão? O link para acesso está logo abaixo!




NAMASTE!

2 de abril de 2023

Rastros de uma Obsessão - Os bastidores

Rastros de Uma Obsessão de Rod Rodman


O crime não compensa”. Se você cresceu num lar minimamente decente e foi criado por pais — ou somente pai, ou somente mãe, ou mães, ou avós, etc. — que tinham como passatempo regular lhe ensinar bons costumes, certamente já ouviu essa frase. O crime não compensa.

Mas será mesmo?

À princípio, devo confessar que como aspirante a autor eu não havia concebido a ideia de O Crime da Rapieira — o livro anterior a Rastros de uma Obsessão — como parte de uma série, de uma duologia ou mesmo de uma trilogia, mas então eu relia aquele final com a fuga do Guilherme Ribeiro e uma coceira incômoda na base do calcanhar teimava em aparecer. 

“Cara… é um final bastante ousado até mesmo para quem pretende sempre fugir dos clichês! ”.

Eu queria imprimir um tom de impunidade com aquele epílogo. Tentei passar a noção de que nesse país, os verdadeiros criminosos não são punidos de verdade e que quando são, não acontece por muito tempo. 

Todo mundo que cresceu com aquela máxima de que “o crime não compensa” meio que se acostumou ao preto e branco. Ao mocinho vence o bandido. 

Ainda nos é difícil aceitar que um criminoso tenha um final feliz. E então, todas as vezes que eu era assolado por esse pensamento, vinha em minha mente a célebre frase do pensador moderno Dominic Toretto diante de seu antagonista Luke Hobbs: “Aqui é Brasil! ”, o que em outras palavras quer dizer que "aqui tudo é válido".


Rastros de uma Obsessão


A continuação do Crime da Rapieira

A ideia de uma sequência para “O Crime da Rapieira” que elucidasse, afinal, o que havia acontecido após a fuga cinematográfica de Guilherme e seus dois comparsas, surgiu durante uma troca de comentários sobre o que poderia acontecer em uma continuação feita num dos capítulos do primeiro livro, e aquilo me intrigou. 

Após matar seu desafeto Jonathan Braga com uma arma espanhola do século XVI, Guilherme tinha tentado incriminar outro de seus concorrentes ao coração da bela e fogosa Daiane, usando para tanto uma confusão envolvendo um traje de Zorro em uma festa à fantasia. O plano tinha sido descoberto por Sara Jane de Moraes e Cássia Mendes, as duas amigas inseparáveis que, como estudantes de Jornalismo, se viram na obrigação de investigar.


Rastros de uma Obsessão


Graças à intervenção das moças, o delegado do 14º DP de Pinheiros, o rotundo Marcondes de Sá, acabou chegando à verdadeira identidade do assassino da rapieira e colocou seus agentes para caçar o rapaz, aprisionando-o em seguida. Durante uma transferência entre presídios, os irmãos Felipe e Cibele Amaral movimentaram mundos e fundos para libertar o amigo que haviam ajudado secretamente até então e após a morte do investigador Noronha e dos graves ferimentos sofridos pelo policial Medeiros, o delegado decidiu se dedicar inteiramente à recaptura do fugitivo, o que acabou não acontecendo.

“Mas como assim você vai deixar um assassino à solta, Rodman? Nós queremos ele preso, AGORA! ”.

Eu não queria que um segundo volume fixado nesse mesmo universo começasse desfazendo imediatamente os acontecimentos finais do anterior, então, resolvi criar uma segunda trama que fugisse originalmente da primeira, mas que ao mesmo tempo, nos pincelasse dicas do que aconteceu depois da fuga dos criminosos.

“Sei! Você quer nos enrolar, Rodman! ”.

Não exatamente. Eu senti que tinha explorado pouco o mundo de nossas duas protagonistas e queria dar ao leitor, numa continuação, mais de Sara e Cássia, mostrando detalhes de nossas jovens heroínas que, até então, não tinham sido delineados — nem sequer rascunhados — no texto anterior.


Rastros de uma Obsessão


Bem, agora elas são estagiárias de um portal de notícias. O quanto esse fato pode alterar suas vidas para o bem e para o mal? O quão benéfico pode ser o lado extrovertido de Cássia para o mundo do jornalismo universitário e quão maléfico pode acabar sendo o perfeccionismo virginiano de Sara numa redação de jornal?

Era esse tipo de coisa que eu tinha imaginado para as duas amigas e baseei toda a minha escrita na intenção de descortinar as meninas, além de inseri-las numa nova dinâmica e envolvê-las com novos personagens que fazem a trama principal funcionar.

“Mas que trama principal é essa, Rodman? ”.

Era do meu interesse escrever sobre o mundo da televisão — embora esse tema seja cada vez menos relevante atualmente — mais precisamente sobre o mundo das celebridades, e foi aí que acabei tendo a ideia de unir isso à obsessão por pessoas famosas, a paixão brasileira por reality shows — e a vida alheia — tendo como norte a visão de um jornalista. 

O que é relevante hoje em dia no mundo do jornalismo? Escrever sobre celebridades é informar? Novelas ainda dão pauta jornalística? Quais são os benefícios medicinais de uma planta-carnívora? (essa só vai entender quem ler o livro!).


Rastros de uma Obsessão


Celebridades. Fama. Glamour. Crimes passionais. Obsessão.

Peguei tudo, bati no liquidificador e isso originou a linha principal de “Rastros de uma Obsessão”, a continuação direta de “O Crime da Rapieira”.

Nada disso teria sido possível, no entanto, se não fosse o apoio de vocês, nobres leitores, que me fizeram sentir vontade de escrever de novo. Os elogios, o apoio e os comentários renovaram a minha energia e eu escrevi “Rastros…” pensando em todos vocês que tiraram um tempo precioso para ler meu conto anterior. Espero que que gostem e se sintam interessados por uma continuação após embarcarem nessa nova jornada. Afinal, a palavra “trilogia” soa muito melhor do que “duologia”, não acham?


O Crime da Rapieira na Amazon

Se você ainda não leu o primeiro livro, clica no link abaixo e se divirta, jovem padawan! O Crime da Rapieira está com preço novo no site da Amazon e pode ser adquirido com o valor de um "pingado" na padaria.



O projeto Rastros de Uma Obsessão 

Agora que você já leu a primeira história, que tal conhecer o mais novo livro

O processo de revisão, edição e acabamento da versão física de Rastros de Uma Obsessão foi bastante árduo, mas valeu muito a pena. É necessário deixar aqui os meus mais sinceros agradecimentos à toda equipe da editora Ases da Literatura que me ajudou a concretizar o sonho de publicar o meu primeiro livro físico pelo selo Novos Ases.


Rastros de Uma Obsessão de Rod Rodman


Um agradecimento especial às maravilhosas Gabrielle Antunes e Denise Himpel que trabalharam com o preparo do material original e com a revisão, respectivamente. E um super abraço para a Luisa Bruno e a Fernanda Pereira que fizeram a diagramação e a capa da edição.

Para quem me acompanha aqui pelo blog nesses quase 15 anos já deve ter me ouvido falar uma ou outra vez sobre livros e sobre o meu desejo de publicar um de maneira tradicional. Agora que parte do sonho se tornou realidade, espero poder contar com o apoio de vocês para fazer de Rastros de Uma Obsessão um sucesso.

Comprou? Leu?

Não esqueça de deixar a sua avaliação no site da compra ou aquela resenha marota no Skoob, o aplicativo que reúne aficionados por livros e que permite que o usuário deixe a sua opinião sobre a leitura.


A novidade de Rastros de uma Obsessão é que eu preparei uma playlist no Spotify para quem quiser curtir o texto com trilha sonora. As músicas citadas no livro estão aí na trilha para serem ouvidas.



Nesse período de divulgação, eu concedi uma entrevista à queridíssima Monique Machado para bater um papo literário sobre as minhas inspirações como escritor e, claro, para falar sobre Rastros de Uma Obsessão. A entrevista completa pode ser vista e ouvida no Youtube (que você pode assistir aí embaixo) ou pelo podcast da Monique no Spotify, o Do Livro não me livro, onde ela publicou uma resenha maneira sobre Rastros.


  

Esse post foi patrocinado pela Globalplay que está lançando com exclusividade a série "Pesadelo na Ilha", que é baseada no best-seller homônimo de Alberto Serrano, da Editora Global.


Rastros de uma Obsessão

bucetinha molhada, chupar buceta, xoxota, bct, novinha


Além disso, a novela de grande sucesso escrita pelo autor Daniel Arraes "Além do Querer" está com todos os episódios liberados na plataforma Globalplay.

 

Rastros de uma Obsessão


Acesse e ganhe 7 dias grátis!


NAMASTE!

3 de dezembro de 2022

O Casamento de Alice Dreame Review

 
O casamento de Alice

Resenha - O Casamento de Alice

Luciano Lauder é um charmoso e poderoso empresário acostumado a ter tudo aos seus pés na hora que ele quer. Experiente em gerenciar pessoas, é o diretor do Grupo Lauder que lida com diversas áreas de construção — sobretudo a de hotelaria.

Apesar da óbvia facilidade em arranjar companhia feminina para passar o tempo após o trabalho, o bon vivant acaba se vendo num dilema quando é convidado para o casamento da própria irmã, a Alice do título.

Após ser chantageado pela filha de um parceiro comercial que o quer conduzir ao altar forçadamente, ele se recusa a aparecer sozinho na cerimônia a fim de evitar maiores constrangimentos — e para afastar de vez a moça com quem não quer qualquer ligação. É aí que começam os seus problemas.

Sem opções disponíveis de alguém suficientemente apresentável com quem possa comparecer ao matrimônio, quem poderia atender a todos os pré-requisitos do exigente CEO e servir como a sua acompanhante ideal na tão esperada data?

A resposta para essa pergunta nos é dada logo nos primeiros capítulos de “O Casamento de Alice” quando somos apresentados, então, à simpática e pragmática Juliana, a segunda secretária administrativa do “Todo Poderoso” senhor Luciano.  

Além de assistente da veterana dona Marlene — a secretária principal do escritório —, Juliana é também uma aplicada e competente estudante carioca de Direito que está em busca de constante qualificação para que possa exercer com competência a profissão para a qual está se preparando há anos.

Logo de cara, o leitor é envolvido pelo carisma da personagem que reveza a narrativa com Luciano — ambos conduzindo a história em primeira pessoa — e é impossível não se encantar pela moça com as suas observações sempre sagazes e bem-humoradas durante os capítulos detalhados por ela.

Em paralelo à toda a segurança demonstrada por Luciano em seu “Olimpo particular”, nós somos trazidos para o “mundo dos mortais” pelo cotidiano simples da secretária que, tal qual uma trabalhadora provinciana — ou proletária, como ela mesma se define a certo ponto —, enfrenta os perrengues do dia-a-dia como filas, atrasos, falta de transporte nos momentos mais improváveis e etc.

Apesar de todo o clima “proletariado” em que vive, Juliana é uma mulher muito decidida e aplicada no campo profissional, o que a engrandece como figura humana — e como personagem —, mas que acaba criando todos os empecilhos nunca antes imaginados para o sempre confiante senhor Luciano.

Quando o empresário aceita a sugestão da dona Marlene de convidar a jovem funcionária para ser a sua acompanhante no casamento — onde a moça vai fingir ser a sua namorada — com base em um contrato jurídico muito bem embasado — com cláusulas que evitam contatos físicos desnecessários durante os quatro dias da cerimônia —, Luciano enfrenta bastante resistência de Juliana que, em defesa dos próprios princípios, não quer ser vista como um “produto numa prateleira” e nem ser encarada como um objeto que pode ser usado e descartado pelo chefe.

Desta forma, o que parece um simples contrato especial de trabalho para ele acaba se tornando um empecilho aos seus planos, e é esse impasse que torna as coisas indubitavelmente interessantes ao longo dos primeiros vinte capítulos do livro.

A escrita

O Casamento de Alice é todo escrito pelo ponto de vista dos dois personagens centrais — Luciano e Juliana — e é interessante frisar que essa dualidade entre eles é a grande cereja do bolo do livro uma vez que o contraste preciso entre os dois mundos retratados — o do chefe e o da empregada — faz com que o leitor se torne cada vez mais interessado em continuar acompanhando a narrativa.

“Será que ela vai aceitar o contrato?”

“Como vai ser o relacionamento dos dois na hora da cerimônia?”

“A Juliana vai cometer alguma gafe?”

“O Matheus vai estragar tudo querendo ir cedo demais ao pote?”

São algumas das questões levantadas enquanto lemos ansiosamente o texto.

Permeada por uma escrita muito refinada com um sem-número de jargões próprios da área jurídica e empresarial inseridos na narrativa — e para quem não manja muito de “juridiquês” vale algumas pausas para consultar o Google! — O Casamento de Alice mostra grande preparo da autora a respeito do assunto proposto e dá um delicioso tom de realidade ao que está sendo lido.

Mesmo superficialmente, o leitor é capaz de perceber que há uma base para o que é apresentado a respeito do campo profissional tratado nas páginas, e isso causa uma imersão ainda maior no texto.

A ambientação do Rio de Janeiro, as locações visitadas por Juliana e a amiga Renata no entorno do prédio da Lauder e os lugares em que Luciano e o irmão Matheus passeiam também são bastantes críveis para a construção de cenário — assim como para o imaginário do leitor — e, mesmo quem é de fora do estado e nunca o visitou na vida se sente familiarizado por conta da segurança da descrição desses ambientes.

Além do conhecimento de causa de quem escreve pelo campo profissional da coisa — a Administração e o Direito —, uma das questões que mais chama a atenção durante a narrativa é a maturidade em lidar com certos temas que é transmitida pela autora através dos seus personagens.

É muito comum vermos em livros que retratam relacionamentos pessoais aquela superficialidade que faz com que tudo se resuma muito rapidamente a sexo, mas em O Casamento de Alice — embora nele também haja espaço para questões que envolvem sexo — o que realmente conta é o envolvimento desses personagens ao longo de toda a jornada do seu desenvolvimento.

Diferente de outros livros em que esse tema é retratado de maneira escrachada e, por vezes, superficial, em O Casamento de Alice a espera pelo desenrolar do ato em si é que faz valer a pena a leitura de cada capítulo. O texto é escrito para ser digerido com parcimônia e sem qualquer pressa. Assim, é extremamente prazeroso acompanhar os caminhos que conduzem a um fatídico relacionamento futuro entre Luciano e Juliana, dando a quem está do lado de cá uma experiência semelhante a quem acompanha de perto uma novela ou uma série esperando que o casal de protagonistas fique, enfim, juntinhos.

Se é que vão…

(Espera… Eles vão, né?)

As referências pessoais da autora Valéria Férris com relação a Cultura Pop também são um caso à parte, uma vez que são citadas de maneira muito casual, em geral, pelos pensamentos da personagem Juliana. Muitas delas têm a ver com o ambiente de advocacia a que ela está inserida e, outras, são apenas para embasar a personalidade das criações de Férris — destaque para a citação de o “Auto da Compadecida”, o filme dirigido por Guel Arraes baseado no texto de Ariano Suassuna.

O grande diferencial de Juliana para as demais mocinhas sempre virginais e inocentes de outros livros é a sua segurança quanto ao seu papel como mulher. Ela se autodeclara feminista durante o texto e deixa claro com a sua postura firme que não quer servir de troféu para homem nenhum, nem tampouco ser usada como estepe ou acabar descartada na manhã seguinte por algum machista idiota.

Ainda em comparação às outras personagens de livros com gêneros semelhantes ao de O Casamento de Alice, é importante pontuar que a Juliana de Valéria Férris é uma mulher objetiva que não está disposta a ficar com qualquer cara que lhe tenta ganhar na conversa — o que fica claro quando ela se sente ofendida pela cantada do amigo de Luciano, Jonas, pouco depois de ela se destacar como assistente jurídica do empresário, entendendo aquilo como um empobrecimento da sua competência profissional — e que ela se mantém firme mesmo quando as tentações a cercam.

Ao longo da narrativa, é dito que ela tem um certo fraco com bebida alcoólica, mas mesmo quando é quase embebedada pelos irmãos Lauder após uma comemoração da empresa, Juliana resiste firmemente aos encantos de Matheus — que fica de olho na moça desde o primeiro instante —, mesmo depois de ficar interessada fisicamente por ele. Isso também prova a sua firmeza de caráter.

Há no texto um passado não explorado da vida da moça a respeito de um ex-namorado (Noivo? Marido? Peguete?) que torna a sua dedicação à profissão maior do que qualquer envolvimento amoroso que ela possa ter depois disso e, apesar de ela o achar atraente — não tanto, talvez, quanto a sua amiga Renata o acha! —, até antes do casamento de Alice, fica bem explícito que a nossa “Ju” não pretende ter qualquer ligação amorosa com o senhor Lauder. A cláusula contratual a respeito da “não troca de fluidos corporais” imposta por ela mesma é bem específica e prevê multa em caso de descumprimento.

Aqui também vale a nota da comparação que Juliana faz do seu “contrato especial de trabalho” para ser a acompanhante do chefe com o contrato lido e assinado — no escuro — pelos personagens centrais de “Cinquenta Tons de Cinza” e todo o absurdo da situação retratada no livro/filme.

O casamento de Alice


Data Venia

O Casamento de Alice” é um delicioso romance de situação que não entrega de bandeja aquilo que o leitor ávido por eventuais relacionamentos carnais está esperando, mas que o presenteia, em vez disso, com uma narrativa madura e coesa recheada de diálogos apaixonantes que dão todo o clima proposto desde o início por sua autora.

É impossível ficar indiferente a qualquer um dos personagens, e até mesmo os coadjuvantes têm o seu destaque em um ou outro capítulo.

A Juliana construída pela narrativa não só conquista o leitor já na sua apresentação — quando ela gela só em pensar que vai ser demitida sem qualquer razão — como também o mantém na torcida por ela até o fim. Nós nos tornamos paternais querendo que o insistente Ricardo fique longe da nossa heroína — um “não” é sempre um “não”, amigo! —; nós torcemos para que o Jonas tome logo um fora para largar a mão de ser ousado; nós rezamos para que o Matheus não avance o sinal e não estrague o plano do irmão — embora tenha um lado nosso que torce para que a nossa mocinha continue encantando a todos por onde passa — e, claro, nós esperamos que o coração frio do “Todo Poderoso homem-de-gelo” se derreta não só pelo calor de Angra dos Reis, mas também pelo charme indiscutível da bela Juliana.

P.S. Este quem vos escreve leu até o capítulo XXI e está morrendo de curiosidade para saber o que vai acontecer no tão falado casamento!


NAMASTE!

14 de setembro de 2021

Os bastidores de Alina da Valáquia [ATUALIZADO]

Alina da Valáquia



Os vampiros representam um ponto muito importante da Cultura Pop como um todo e não há como dizer que pelo menos UMA de tantas obras lançadas com esse tema não nos tenha impactado — para o bem ou para o mal. Eu particularmente me lembro bem quando assisti Entrevista com o Vampiro pela primeira vez na TV e como todo aquele clima lascivo do filme de 1994 me afetou para sempre. Minha única referência mais vívida dos chupadores de sangue até aquele momento era do clima pastelão com que a novela Vamp  (de Antônio Calmon) tratava o assunto lá no começo dos anos 90, e ver o mundo tão dramático do personagem Louis e todos aqueles seus conflitos éticos — como comer ou não uma menina de 10 ANOS!! — foi um baita choque de realidade.


Entrevista com o vampiro (1994) e Vamp (1992)

"Ei, existe algo sério sendo feito com os vampiros!".

Depois da adaptação de Drácula de Bram Stoker para o cinema e do livro de Anne Rice virando filme protagonizado por Tom Cruise e Brad Pitt, da segunda metade dos anos 90 em diante, muitos autores passaram a também escrever sobre o tema e uma cacetada de adaptações começaram a ganhar forma. Surgiram então as autoras L.J. Smith (de Diários de um Vampiro), Charlaine Harris (dos livros que inspiraram a série True Blood) e até Stephenie Meyer (da saga Crepúsculo). 


No cinema, nem tem como não citar também a adaptação do personagem Blade dos quadrinhos obscuros da Marvel — que dizem, abriu as portas para que o MCU surgisse anos mais tarde — e a longeva saga Underworld com sua protagonista Selene

O que não faltam são fontes de onde se beber, o que torna escrever algo completamente inovador envolvendo vampiros praticamente impossível

Alina da Valáquia



Por que então escrever um livro sobre isso, Rodman? 

Bem, de princípio, é importante lembrar que nunca foi minha intenção fazer algo que ainda não tinha sido visto falando sobre vampiros, mas sim, contar parte da trajetória de uma personagem que POR ACASO se torna uma vampira.


Alina da Valáquia
Opções descartadas para a capa do livro



Há alguns anos eu tinha começado a desenvolver uma equipe de super-heróis que agregaria uma variedade grande de personagens em suas fileiras, incluindo uma vampira. De início, eu tinha escrito essa personagem no presente, para se envolver com os demais heróis dessa equipe, mas confesso que nunca tinha criado uma linha de roteiro sequer que falasse sobre seu passado. Ela era uma vampira, ela era forte, tinha um propósito e era só. 


Rascunho da primeira versão da "Vampíria"

Eu queria alguém que aguentasse chumbo grosso na linha de frente de grandes batalhas super-heroicas e que possuísse um poder incrível de recuperação física. Um vampiro me parecia ser a opção mais acertada e foi assim que criei a "Vampíria".


A Alina Grigorescu surgiu nos primeiros meses de 2020, quando ainda estava finalizando a saga do Pássaro Noturno (disponível lá no Wattpad). Eu sempre gostei de misturar ficção com realidade e queria muito falar de História em meu texto, o que casou perfeitamente com o enredo que eu queria contar sobre a minha vampira. 

Alina era uma moça simples do campo que tinha visto a sua vida virar do avesso ao ser obrigada a fugir de seu lar e achei interessante fazer com que os acontecimentos do mundo da época (da segunda metade do século XIX até meados do século XX) refletissem nas tomadas de decisão que ela teria ao longo da narrativa. Eu queria que o background parecesse um mundo real e que, ao mesmo tempo, esse pano de fundo conduzisse as ações da personagem. Foi uma tentativa válida.


Alina da Valáquia narra a história de uma camponesa que é obrigada a fugir de sua casa quando sua relação com o meio-irmão é descoberta. Na cidade, passando fome e frio, ela é seduzida por um homem misterioso que lhe concede a dádiva e a maldição de uma vida eterna
Arte para a primeira proposta de capa

De início, eu queria escrever cinco capítulos simples para apenas introduzir a personagem num universo que mais tarde teria outros personagens fantásticos — no mesmo universo do Pássaro Noturno — e não era para Alina da Valáquia ser um livro. Eu já tinha concluído esses cinco capítulos, tinha revisado e estava pronto para publicar o conto no Wattpad, quando fiquei sabendo de um concurso literário que a plataforma estava lançando para premiar novas produções. Eles precisavam de 50 mil palavras de uma história fechada e aquilo acabou me incentivando a continuar meu conto, transformando-o num livro. 

"Pensando bem, eu posso dar continuidade agora mesmo na história da Alina!".

Eu levei algumas semanas para planejar o que ainda precisava ser contado sobre a personagem nos novos capítulos e as ideias que eu só ia conduzir melhor lá na frente, acabaram surgindo pela necessidade antes do esperado. Eu já tinha apresentado Costel — o meio-irmão de nossa mocinha —, o vampiro Dumitri, os bruxos Adon e Iolanda, tinha pincelado Alejandro e Pietra — e concluído sua participação — era hora então de criar novos personagens naquilo que passei a chamar de "segundo volume". 


Alina da Valáquia narra a história de uma camponesa que é obrigada a fugir de sua casa quando sua relação com o meio-irmão é descoberta. Na cidade, passando fome e frio, ela é seduzida por um homem misterioso que lhe concede a dádiva e a maldição de uma vida eterna

Voltei a estudar os livros de história — uma das minhas parceiras inseparáveis foi uma enciclopédia sobre os países do mundo que eu tinha desde o final do Ensino Médio —, os sites sobre Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria e outros acontecimentos da época e comecei a costurar esse plano de fundo com o destino da personagem. 


Criei a rede de informação "A Teia" com todos seus membros mais importantes, desenvolvi melhor a ideia de uma seita de bruxos malignos — coisa que eu só ia fazer num próximo conto, focado mais em magia — e dei um novo propósito para Alina. Afinal, ela tinha que aproveitar melhor sua vida eterna além de beber vinho e transar loucamente em um castelo da Transilvânia! 


O segundo volume tem tudo que eu queria inserir na história desde o começo — mesmo quando só tinha pensado em um conto curto — e confesso que fiquei bem orgulhoso de como a história foi conduzida. Eu sentia falta de escrever cenas de ação com bastante violência, e a partir do momento que decidi escrever um texto mais adulto — ou pelo menos que não fosse para crianças — decidi pisar no acelerador e colocar para fora parte das bizarrices que povoam minha mente de escritor. Espero ter acertado.



Em resumo, Alina da Valáquia é um dos textos que mais gostei de escrever nos últimos tempos — e a história já fez um ano! — e foi bem divertido trabalhar em cima desse tema mais sobrenatural. Como desde o início eu já queria que ela fizesse parte do mesmo universo dos demais contos — e coloquei easter eggs sobre quase todas as minhas outras publicações do Wattpad — acho que consegui criar uma relação boa com os outros textos, mesmo que isso não seja o ponto principal da história. 




Alina da Valáquia é uma grande homenagem às grandes obras sobre vampiros que sempre adoramos e o capítulo de degustação bem como o resumo dos personagens está disponível gratuitamente na plataforma Wattpad

Alina da Valáquia


Desde setembro de 2021, a plataforma Buenovela adquiriu os direitos de publicação do livro e agora ele está disponível completo e exclusivo por lá. O texto foi revisado e estendido para atender as especificações da editora e eu criei também uma nova arte para a capa. Acessem pelo link abaixo.

Alina da Valáquia
Clica aí para visitar a Buenovela




Curtam, compartilhem, comentem. É muito importante saber a opinião de vocês sobre esse trabalho feito com tanto carinho. 

P.S. - Assim como muita gente, eu também passei — e ainda estou passando — maus bocados durante essa pandemia sem fim e posso dizer que na solidão do isolamento social, escrever Alina da Valáquia foi meu principal alento, bem como uma válvula de escape para não pirar completamente. Estive bem perto disso, e por alguns instantes a Alina me salvou. 

NAMASTE!   

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