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22 de abril de 2024

X-Men '97 - Episódios 5 e 6 - Aquele em que o Gambit faz história

X-Men '97


EPISÓDIO 5 – REMEMBER IT

Eu já assisti a muitas animações com a temática super-herói na vida, mas me lembro de poucos episódios que realmente chegaram a me emocionar. Da Marvel mesmo não consigo me lembrar de nenhum, mas na DC, tiveram algumas cenas de Liga da Justiça Sem Limites e de Justiça Jovem que conseguiram me extrair a emoção proposta por seus roteiristas.

Remember It” é, com certeza, um caso à parte do universo dos X-Men porque eu nunca tinha visto tanta carga dramática inserida em um mesmo produto envolvendo os mutantes, pelo menos não em animação.

Como citado anteriormente, o Magneto ajudou a transformar Genosha — a antiga ilha dos escravizados mutantes — num paraíso de acolhimento e prosperidade para aqueles que se sentem excluídos da sociedade. Nesse episódio, Magnus convida a Vampira a conhecer essa nova nação e, enciumado, o Gambit decide ir junto.

Magneto, Vampira e Gambit a caminho de Genosha


Uma vez em Genosha, os mutantes que conheciam o lugar apenas como uma enorme prisão cercada de mar e desesperança agora enxergam em sua totalidade um lugar onde a segurança e a felicidade reinam. Há crianças mutantes brincando por todas as partes, monumentos erguidos em homenagem a Charles Xavier, música alegre tocando e um ar muito convidativo a todos que desejarem chegar.

Bem-vindos a Genosha


Tá… foi meio esquisito ver o Exodus alegrinho dançando numa roda com o Homem-Múltiplo, mas a gente releva por acreditar que até o mais maldoso dos mutantes pode tirar um tempo da vida vilanesca para dar uma sambadinha!

Exodus caindo no samba
Exodus caindo no samba


Chegando a Genosha, quem recepciona a Vampira e o Gambit são o Noturno e a Madelyne Pryor — eu falei que o destino dela ia ser revelado em breve —, que estão na ilha a pedido de Magneto. Pryor agora é membro do conselho deliberativo que toma as decisões no país e o Noturno cuida das questões religiosas do local.

Recepção calorosa do Noturno
Recepção calorosa do Noturno


Falando no Noturno, é interessante ver como ele ganhou um ar mais jovial nessa temporada, algo mais próximo da sua origem das HQs e também da animação X-Men Evolution. Tanto no filme X-Men 2 (2003) quanto na própria animação dos anos 90, o Kurt era tratado como um personagem dramático e sofrido que quase nunca demonstrava a sua enorme presença de espírito ou o seu bom-humor.



Nas temporadas anteriores de X-Men: The Animated Series, ele chegou a aparecer duas vezes (uma no episódio 18 da terceira temporada, “Um Mutante dos Diabos” e outra na quinta temporada, em “O Exame de Sangue”, episódio 6, onde temos a revelação de que ele é filho da transmorfa Mística), mas sempre com o seu aspecto soturno e depressivo.



Outro aspecto que também forçaram bastante no personagem anteriormente foi a sua religiosidade, e em “Remember It” o Gambit chega a relembrar o convívio de Kurt com alguns padres que se mostram assassinos posteriormente, o que ocorreu na quinta temporada.

Seja como for, o Noturno atual é bem mais agradável e está bem mais próximo do que ele era nas HQs, nos tempos em que Chris Claremont escrevia as suas histórias, seja ao lado dos X-Men ou do Excalibur.

Algum tempo depois de sua chegada, o Magneto se junta aos demais membros do conselho de Genosha para deliberar a respeito de quem deve ser a cara por trás das mudanças ocorridas na nação. Nesse conselho, além de Madelyne, estão também a cientista Moira McTaggert e seu parceiro Banshee, a líder dos Morlocks, Callisto, Emma Frost e Sebastian Shaw do Clube do Inferno. De maneira unânime, todos eles escolhem Magneto como representante mor de Genosha e o Mestre do Magnetismo decide convidar a Vampira para ser a sua consorte nessa empreitada, o que a deixa balançada.

O conselho de Genosha


Disposta a aceitar o convite de Magneto, em um diálogo carregado de sensibilidade com o Gambit, a Vampira, então, decide revelar a ele a natureza da sua antiga relação com Erik e como ela se afeiçoou às suas ideias de liderar um mundo onde os mutantes seriam os protagonistas. Na época, a moça ainda era aliada da Mística e não tinha se aliado aos X-Men, e foi por intermédio da sua “mãe” que Marie acabou conhecendo o Magneto, passando um tempo com ele na Terra Selvagem.



A Vampira relata ao Gambit que ela era capaz de tocar o Magneto por conta de que o seu poder magnético interferia no funcionamento do dela e que os dois acabaram se tornando bem mais do que amigos por causa disso.



Durante a explicação da Vampira para o Gambit sobre a sua conexão especial com o Magneto, os dois traçam as linhas de diálogo mais sensíveis que já vi em uma animação:

GAMBIT: “Vai aceitar o convite dele?

VAMPIRA: “Eu acho que se Genosha nos mostrou alguma coisa foi que não precisamos ter medo de mudar. E se eu puder ter um papel maior pra melhorar o mundo, bom na realidade, essa foi a razão de eu ter me tornado uma x-man”.

GAMBIT: “Você nunca quis tornar as coisas oficiais, eu respeitava isso. Eu fui o seu rato do pântano!

VAMPIRA:E eu fui a sua chérie. Todas as expectativas sempre que eu olhava para você eu via as coisas que não poderia fazer…”

GAMBIT: “Como contar a verdade para o Gambit?”

VAMPIRA: “Eu não posso te tocar, Remy! Seu coração pode bater por mim, mas eu não consigo sentir. Você ilumina tudo que você toca, mas nunca a mim…”

GAMBIT: “Algumas coisas são mais profundas que a pele, chérie”.



Fala sério! Nem Manoel Carlos escreveria um diálogo tão intenso em uma de suas novelas!

Toda a relação entre a Vampira e o Gambit se resumiu nessa conversa de menos de cinco minutos em tela, o que mostra a capacidade ímpar do roteirista de falar sobre assuntos sensíveis como esse de uma maneira simples e, ao mesmo tempo, impactante. Essas palavras finais do Gambit doem ainda mais por saber o que nos espera mais à frente do episódio.

Após a dissolução do maior shipp da história das animações de heróis, um baile ao som de “Happy Nation” do Ace of Base anuncia os novos rei e rainha de Genosha. Em uma apresentação digna de musical da Broadway, o Magneto flutua ao lado da sua nova consorte, a Vampira, e os dois chegam a se beijar na frente de todos os espectadores da ilha, incluindo a Madelyne Pryor e a Emma Frost. 



Quando o clima de azaração e romance parece ter impregnado a todos, eis que surge o viajante do futuro Cable, que aparece repentinamente tentando parar a comemoração, em um prenúncio de caos e destruição. Embora ele não consiga explicar, de fato, a sua missão ali em Genosha, o grandalhão tem um contato breve com Madelyne, que enxerga em seus olhos castanhos o mesmo brilho do seu pequeno filho, Nathan!

Como assim, Rodman? Você quer dizer que o Cable é o filho da Madelyne com o Ciclope?

O mais engraçado é que eu vi a cabeça de várias pessoas explodindo no Twitter quando chegaram a essa constatação só agora em 2024. Às vezes, eu esqueço que eu sou velho e que todo mundo que nasceu depois dos anos 2000 não faz a menor ideia do que é uma história em quadrinhos, ou que nem todo mundo leu essas duzentas milhões de sagas confusas dos X-Men para entender a cronologia zoada dos Filhos do Átomo!

Cable e Madelyne Pryor
Cable e Madelyne Pryor


Pouco depois de Cable desaparecer no ar, deixando a sua mãe para trás, o som mecânico de máquinas gigantescas invade a ilha, sobrepujando a “Nação Feliz” da música sueca que tocava. De repente, um Sentinela totalmente diferente de tudo que já havia sido visto começa a destruir tudo em seu caminho, colocando em perigo não só os mutantes abrigados ali como também os poucos humanos — como a Val Cooper e a Moira — que correm desesperados por salvação.   



Era de se imaginar que o arco escrito por Grant Morrison nas HQs do massacre em Genosha pudesse ser desenvolvido na animação mais para frente, devido ao andamento da história natural da cronologia, mas da maneira que foi feita, foi ainda mais brutal porque pegou todo mundo de surpresa, em especial, por causa do clima festivo que estava sendo enfatizado antes disso.

O genocídio em Genosha nas HQs


A Sentinela de três cabeças surge mesmo como um prenúncio de destruição, e é nessa hora que fazemos conexão com as visões que a Madelyne Pryor teve já no primeiro episódio de X-Men ’97, enquanto ela procurava na mente de Henry Gyrich o paradeiro de Bolivar Trask, o pai das Sentinelas.

Se pensarmos bem, estava tudo conectado desde o início, de verdade, de uma maneira que Kevin Feige jamais conseguiria fazer no MCU atualmente.

Chupa Kevin Feige!

Apesar do clima heroico, com Magneto se arriscando para salvar os Morlocks e a Vampira se unindo ao Gambit para tentar deter a Sentinela, o tom da animação vai crescendo desesperadoramente, de maneira a nos preparar para o pior. Quando os mutantes aleatórios mostrados no começo do episódio a se divertirem na ilha começam a morrer, um nó se forma na garganta — afinal, estamos presenciando um genocídio! —, mas quando são os nossos heróis que estão na mira da máquina de guerra assassina, aí não tem cu que não pule imediatamente para a palma da mão.

A maioria das pessoas não têm tanto apego ao Banshee e já é até canônico ver o cara morrer nas HQs, mas fiquei impactado com a maneira com que ele foi calcinado no ar, enquanto tentava salvar pessoas. 

Banshee tenta salvar a Medula


Quem também quase foi conhecer Jesus no capítulo foi o Noturno, que se sacrificou para salvar o Magneto e a Vampira praticamente em cima da risca. A foice da morte já estava zunindo no ar quando ele se teletransportou no último segundo!



É claro que nenhum sacrifício foi tão grande quanto o que acontece nos últimos minutos do episódio, e era disso que eu estava me referindo no começo desse post. Jamais vi uma cena tão bem escrita e tão bem animada quanto essa em um desenho de super-herói, e como muita gente apontou na internet no dia seguinte à exibição do episódio, esse é um momento que nunca mais vai sair da memória de quem acompanhou X-Men ’97 semana a semana desde a sua estreia.

"O nome é Gambit, mon ami. Se lembre disso!"


A questão é: A Marvel Animation e os roteiristas vão mesmo bancar tudo que aconteceu nesse episódio e vão seguir em frente da maneira chocante como tudo aconteceu ou vão voltar atrás em uma daquelas saídas batidas de roteiro como “viagem no tempo” ou “era tudo um sonho”?

A presença do Cable no episódio deixou muita gente com a pulga atrás da orelha. Claramente, o cara sabia que ia rolar um genocídio ali naquele período de tempo e, por isso, tentou avisar geral, embora sem sucesso. Mas o que o impede de tentar outras vezes até conseguir salvar a todos?

Confesso que não vi da primeira vez que assisti o capítulo a silhueta gigantesca do Uatu, o Vigia, no céu pouco antes da merda toda acontecer, mas a presença dele costuma marcar sempre um evento de proporções gigantescas na realidade… ou linhas temporais alternativas, já que ele é capaz de ver todas elas se desenrolando concomitantemente. E se essa foi apenas uma das várias linhas do tempo onde os mutantes são mortos em Genosha? E se há outra onde o Cable consegue impedir o massacre e salvar a todos?

Uma coisa é certa, se o Beau De Mayo bancar isso tudo que aconteceu nesse episódio e continuar em frente sem olhar mais para trás, eu vou ter que dar o braço a torcer pela coragem única que esse cara tem — e a Marvel vai ter um problemão em mãos, já que demitiu o cara UM DIA antes da estreia da animação no Disney +.


EPISÓDIO 6 – LIFEDEATH PART II

O sexto episódio começa mostrando uma intensa contenda entre a Guarda Imperial Shi’ar e os Krees nos confins da galáxia. Para quem não fazia ideia de que esses “crossovers” já ocorriam nas temporadas anteriores de X-Men, deve ter sido uma imensa surpresa ver o personagem Ronan, o Acusador levando um pau da Rapina — a irmã invejosa da Imperatriz Leopoldinense Lilandra — e do Gladiador, outro dos convidados especiais que apareciam com regularidade anteriormente na animação.

A Guarda Imperial de Shi'ar 


Para quem não lembra, o Ronan foi o vilão principal do primeiro filme dos Guardiões da Galáxia (2014) e também deu as caras na animação Vingadores - Os Super-Heróis mais Poderosos da Terra (2010), encarando entre outros o Hulk, o Homem-de-Ferro e a Miss Marvel/Carol Danvers.

Ronan em X-Men '97, Guardiões da Galáxia e Vingadores


Muita gente também reparou na aparição relâmpago do Vulcano entre os membros da Guarda Imperial que, embora não tenha tido nenhuma fala, foi bastante pontual. Para quem não sabe, o Vulcano, na verdade, se chama Gabriel Summers e é o segundo irmão perdido do Ciclope que acabou se tornando um pirata sideral como o pai, Corsário, depois de algum tempo.

Vulcano/Gabriel Summers


Nas HQs, Gabriel surgiu de um retcon onde ele fazia parte de um grupo secreto de X-Men que foi criado às pressas por Charles Xavier para resgatar os primeiros membros do grupo — Scott, Jean, Hank McCoy, Bobby Drake, Warren Worthington e a Lorna Dane — de Krakoa, a ilha viva, onde eles estavam perdidos.

Os X-Men originais e Krakoa, a Ilha Viva
Os X-Men originais e Krakoa, a Ilha Viva


O grande plot desse arco é que TODOS OS MEMBROS do grupo acabam sendo mortos em Krakoa, com exceção de Gabriel. Culpado pela morte dos jovens, o Professor Xavier, então, tomou a decisão que todo cidadão de bem tomaria numa situação dessas: ele apagou a mente de seus alunos sobreviventes para que ninguém se lembrasse do que realmente ocorreu em Krakoa. Algo como “o que acontece em Vegas, fica em Vegas”, mas com lavagem cerebral envolvida.

Os X-Men secretos do Professor Xavier
Os X-Men secretos do Professor Xavier


Será que vamos ver esse arco na animação e os roteiristas vão transformar o Xavier no verdadeiro filho da puta que ele o é nas HQs também em X-Men '97? Duvido muito, mas eu pagaria um dólar por isso!

De volta ao episódio, a guerra entre Shi’ar e os Krees é interrompida quando um mensageiro avisa Rapina de que a sua irmã, Lilandra, está anunciando o seu casamento em breve e que o noivo, é claro, é o Professor Xavier… que ninguém acreditava que estava morto de verdade. Aliás, eu já tinha falado disso lá no primeiro post sobre X-Men ’97.



Disposta a melar as bodas da irmã por considerar o seu consorte indigno de reinar Shi’ar — pois até para eles os mutantes são uma aberração! — a Rapina deixa a guerra com os Krees de lado e parte para impedir que o vindouro casamento aconteça.



Enquanto isso, na Terra, o Forge, que tomou uma mordida letal do Adversário está em processo de morte lenta quando informa a Ororo de que há uma chance de ele deter a infecção em seu ombro. Uma planta muito rara que, sabe-se lá porque nasce dentro de uma caverna, pode retardar o veneno inoculado pela corujona em seu organismo, e cabe à ex-Rainha dos Ventos buscá-la.



Lá chegando, a Tempestade descobre que o desafio para pegar a tal planta pode ser grande demais, já que o caminho até ela é estreito por entre paredes de rocha muito fechadas, e uma de suas maiores fraquezas é sofrer de claustrofobia.



Com Forge incapaz de ajudá-la devido ao seu avançado estado de debilitação, Ororo decide se arriscar pelas montanhas, é quando volta a ser confrontada pelo espírito do Adversário. Naquele momento, ela o considerava morto, já que o Forge havia bancado o Doutor Estranho anteriormente e cerrado o demônio em um livro graças a uma magia do deserto ensinada ao mutante por sua mãe indígena.

Forge bancando o Doutor Estranho
Forge bancando o Doutor Estranho


Ororo descobre, então, que o neutralizador usado pelo Executor X não era a única barreira a impedindo de acessar os seus poderes de alteração climática, mas também o seu próprio medo de usá-los para prejudicar as pessoas que sempre a temeram. Quando ela percebe isso, a mutante africana simplesmente gira uma chavinha em seu cérebro e volta a ser a deusa capaz de emanar relâmpagos das mãos e manipular os ventos.



A cena da Tempestade recuperando a totalidade de seus dons é muito linda e emocionante, com direito a ela usar o traje original da personagem nas HQs, mas que eu achei uma baita solução preguiçosa de roteiro eu achei!

Tempestade restaura os seus poderes
Tempestade restaura os seus poderes


Foi algo digno da América Chavez de Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura (2022) que, com uma simples frase de motivação do Strange, descobriu que podia SENTAR A PORRADA na Feiticeira Escarlate. Simples assim!

Fim do moicano


E eu nem sabia que os poderes climáticos da Tempestade davam a ela o controle psíquico do tecido de seus trajes para ela construir o seu velho uniforme enquanto voava pelos céus! 

A deusa dos ventos


Entendi foi é nada!

Pose pra foto


De volta ao espaço, a Rapina resolve aceitar o Professor Xavier como cunhado desde que ele renuncie a suas memórias terráqueas, esquecendo completamente quem ele foi lá ou as pessoas que conheceu. A um passo de aceitar ter o cérebro apagado pela noiva, Lilandra, o careca acaba fraquejando quando pensa nos alunos que deixou lá à própria sorte e, sem querer, gera um novo conflito entre os Shi’ar e os soldados a serviço da Rapina.

O Professor Xavier hesita


Xavier termina logo com a contenda arrastando a todos mentalmente para uma sala de aula, onde ele resolve mostrar que o modo de governo que está prestes a assumir é falho por se basear, sobretudo, na destruição de outras culturas e civilizações consideradas menos evoluídas — algo que os ingleses fizeram muito com outros países no período de colonização e que tentou fazer, inclusive, com os Estados Unidos. 

A Escolinha do Professor Xavier
A Escolinha do Professor Xavier


Sem chegar a um consenso geral, a projeção astral do professor é interrompida quando ele vê a imagem do Gambit e de um prenúncio de que algo terrível aconteceu na Terra com os seus Filhos do Átomo, a quem sempre defendeu. Ele, então, resolve cagar para o seu casamento com a Lilandra ou para qualquer coisa relativa ao império Shi’ar, dizendo em alto e bom som que precisa voltar imediatamente para casa, para os X-Men.

A visão de Gambit e o prenúncio de morte de Xavier


O episódio conclui com Bolivar Trask, na Terra, sendo perseguido por alguém que diz ser o verdadeiro responsável pela ativação do Sentinela que destruiu Genosha, e eis que das sombras surge o Senhor Sinistro… de novo!

Nas HQs, antes mesmo do massacre de mutantes em Genosha, escrito por Grant Morrisson, o Chris Claremont já havia escrito um arco de histórias denominado “Massacre de Mutantes” que culminou em vários momentos-chave para a virada de roteiro das histórias que se seguiriam pelos anos 90, tornando-as mais sombrias. Nessa época, o Anjo teve as asas originais amputadas, a Kitty Pryde e o Noturno entraram em coma após a batalha contra os Carrascos e o Colossus ficou impossibilitado de retornar à sua forma humana.

O primeiro Massacre de Mutantes nas HQs


O tal massacre foi todo orquestrado pelo Senhor Sinistro, e é capaz de os roteiristas da animação acabarem unificando os dois arcos em um só para tomar menos tempo dos episódios e resumir um pouco mais a repetitiva linha cronológica dos X-Men das HQs.

A análise de X-Men’97 continua no próximo post…

NAMASTE!  

21 de abril de 2024

X-MEN '97 - Episódio 3 e 4 - A rainha, os duendes e o Adversário

X-Men '97


 EPISÓDIO 3 - FIRE MADE FLESH

Depois da chegada da segunda Jean Grey à mansão X, todos os X-Men se veem abismados com o terrível mistério envolvendo a sua presença ali. Rapidamente, a mulher é levada para o laboratório do Fera onde o herói felpudo aplica um teste de DNA — RRRRRRRATINHO-OOOOOO — em ambas as “Jeans” para saber quem é quem.

Se constata então que, pasmem, a mãe de Nathan, e aquela que esteve ao lado dos mutantes em todos aqueles meses é um clone da original — a que chegou ferida e cansada aos portões da casa — e imediatamente um climão é instaurado entre a moça e o esposo, Scott, que se vê em um dilema moral muito grande. 

Afinal, quem poderia ter feito um clone de Jean Grey, e quando na cronologia da animação isso poderia ter acontecido?

Nos quadrinhos, essa dúvida de quem seria a verdadeira Jean nunca existiu, porque desde o seu surgimento, a Madelyne Pryor jamais chegou a ser tratada exatamente como um clone da Garota Marvel. Na época em que isso foi escrito pelo sempre presente Chris Claremont, a Jean Grey ainda estava morta após os eventos da saga da Fênix Negra e a nova ruiva foi tratada apenas como “alguém muito parecida com a Jean” e, por quem logo o Ciclope se apaixonou. 

X-Men '97


Integrada aos X-Men mesmo sendo, até então, uma humana comum, Madelyne continuou aparecendo regulamente nas histórias, até que o plot de que ela era, na verdade, um clone da Jean viesse à tona durante a Saga “Inferno”. Esse arco de histórias colocou a moça no centro dos acontecimentos e se desenrolou por inúmeros meses em uma quantidade gigantesca de títulos da Marvel.

X-Men '97
Madelyne Pryor durante a Saga Inferno


Na saga Inferno, Madelyne é raptada pelo Senhor Sinistro e o seu poder psíquico — até então contido — veio à tona com toda a força em uma cena muito bem escrita em que ela desperta dentro de um hospital. Enquanto demônios invadem Nova York liderados por uma criatura chamada Nastirth — que, claro, quer dominar o mundo e blá blá blá —, Madelyne acaba aceitando o seu destino como a Rainha dos Duendes, se tornando uma vilã a serviço do Cão, do Tinhoso, do Sete-Pele, do Mochila-de-Criança.

Algum tempo antes disso acontecer, o escritor e desenhista John Byrne havia trazido a verdadeira Jean Grey de volta da morte e, por isso, o Ciclope decidiu não só abandonar a esposa, Madelyne, como também o filho, Nathan, tudo para voltar com a ex ressuscitada.

Na ocasião, Byrne inventou uma desculpa fuleira de que o corpo da verdadeira Jean sempre estivera submerso no rio onde ocorreu o acidente com o ônibus espacial que trouxe os X-Men de volta à Terra, após uma aventura no espaço. A ideia era que a Fênix tinha criado um corpo artificial à imagem e semelhança de Jean, retendo, inclusive, todos os seus pensamentos — o que justificaria ela agir de maneira idêntica à ruiva e ninguém perceber a diferença. E foi esse corpo que os armamentos de Shi'ar destruíram na área azul da Lua, ao fim da Saga da Fênix Negra.

Jean Grey Renasce
O retorno de Jean Grey


Confuso, né? Pois é! Isso é X-Men, minha gente!

Em teoria, foi o abandono de Ciclope que acionou todos os gatilhos emocionais que fizeram de Pryor uma criatura maligna, mas todo mundo sabe que, na realidade, foi apenas a velha desculpa dos escritores de gibi da época de que se uma mulher nos quadrinhos ganha muito poder, ela automaticamente vai ficar maluca e sair matando geral por aí. Não foi assim com a própria Jean/Fênix e a Feiticeira Escarlate de Dinastia M?

Na animação, toda essa maluquice que nos quadrinhos levou meses para acontecer foi condensado em um único episódio de quarenta minutos, porém, o resultado foi bastante satisfatório. 



Longe de querer agradar as crianças que assistiam ao desenho na década de 90, Beau De Mayo — o roteirista —carrega o episódio inteiro em um clima de terror, onde os poderes psíquicos da falsa Jean criam alucinações em todos os moradores da mansão, uma mais terrível que a outra. Como que confrontados por seus mais íntimos medos, os X-Men se veem vítimas física e mentalmente de criaturas malignas que estão por toda parte.

X-Men '97
Beau De Mayo o roteirista de X-Men '97


Jubileu e Roberto são, de repente, importunados pelos personagens da TV que assistem na sala. Traumatizado internamente por não conseguir contar à mãe sobre a sua mutandade, o garoto brasileiro é atacado por uma criatura que se torna a sua mãe diante de seus olhos e que o acusa de ser uma aberração.

X-Men '97


Perto dali, preocupado em perder o amor da Vampira com a chegada do Magneto ao grupo, o Gambit flagra o casal a ponto de se fundir de tão unidos dentro do escritório. E o golpe da alucinação é ainda maior para o cajun quando a moça lhe diz que encontrou nos braços do Magneto “um homem melhor do que ele”.

X-Men '97


Nas palavras do próprio personagem assim que ele sai da sala, “o Gambit nunca mais vai conseguir esquecer isso!”.

Nos vestiários da mansão, após um treino intenso na Sala de Perigo, o Morfo decide tomar uma ducha seguindo o conselho do Wolverine, e lá, acaba sendo assombrado pela imagem do Senhor Sinistro, o real ativador da psique assassina do clone da Jean.

X-Men '97


Aqui nessa cena, no entanto, o vilão aparece em suas visões porque ele é um dos principais inimigos do próprio Morfo, o tendo torturado física e mentalmente por um longo período no passado. O mutante chegou a agir a favor de Sinistro por um tempo após uma lavagem cerebral que sofreu, mas conseguiu se recuperar mais tarde, embora com traumas. Isso foi mostrado na segunda temporada de X-Men The Animated Series.

Por conta da piadinha do Morfo — que nessa temporada assumiu o tom brincalhão típico dos personagens metamorfos das animações, vide o Mutano dos Titãs — sobre “alcançar as áreas não alcançáveis” da anatomia do Wolverine no banho, foi especulado que o personagem estaria a fim de iniciar um “lance” com o velho amigo Logan, o que causou certo alvoroço na internet.

O fato é que, antes mesmo da estreia de X-Men ‘97, o roteirista principal da animação, Beau De Mayo — que é gay — afirmou que o Morfo seria identificado nessa nova fase como um personagem não-binário — ou seja, pessoas que não se identificam nem 100% como homem, nem 100% como mulher —, o que seria perfeitamente natural dada a natureza de seus poderes que lhe permitem assumir a forma de qualquer pessoa, seja qual for o gênero. 

X-Men '97


Essa informação foi o suficiente para que até o dublador americano do personagem, J.P. Karliak, começasse a sofrer insultos nas redes sociais pela característica atual do Morfo, afirmando ainda mais a crítica que fiz no post anterior a respeito do tema principal de X-Men ser “aceitação ao que é diferente” e boa parte dos fãs simplesmente ignorar isso por pura ignorância.

Tanto nos diálogos quanto em suas atitudes, o Morfo ainda parece somente gostar muito da companhia do amigo de longa data Wolverine, não tendo, necessariamente, nenhum interesse sexual nele. E mesmo que tenha, isso não parece ser correspondido, visto que o Wolverine só tem um alvo romântico nessa trama que é a Jean Grey.

Desde a primeira temporada, o Morfo meio que assumiu a posição de amigão do Wolverine que, nas HQs, era ocupada pelo Noturno. E eles tem até um episódio inteiro só para resolver a questão de que os X-Men o teriam abandonado em campo de batalha após uma ferrenha batalha contra os Sentinelas (Morfo é abandonado no primeiro episódio da série, "A noite das sentinelas", e o acerto de contas com Logan acontece no episódio 2 da segunda temporada, "Até que a morte nos Separe"). Na ocasião, o Logan achava que o amigo estava morto.

Após um confronto fantástico entre a Jean controlada pelo Sinistro e os X-Men, onde as capacidades telecinéticas da moça são elevadas a ponto de ela tirar onda com os poderes magnéticos do Magneto, quem acaba entrando em ação depois de passar o episódio quase todo sedada é a Jean original, que trava um combate mental com a sua cópia. 

X-Men '97


Durante a briga psíquica, a verdadeira Jean mostra que o poder conquistado pela clone não é a coisa mais importante em sua existência e sim a vida que ela gerou com o seu marido, Scott.

Madelyne fodona


Ao ver o nascimento de Nathan em suas memórias, a duplicata finalmente vence o controle mental produzido pelo Sinistro e decide se juntar ao pai da criança para salvá-la.

X-Men '97


A batalha dentro da mansão mostra com riqueza de detalhes a evolução dos poderes de vários personagens, em especial, do Bishop — que deixou de ser só "o cara do trabuco" das temporadas anteriores — e da própria Madelyne. Ver a moça rivalizando com o Magneto dizendo que a sua telecinese dá muito mais vantagens em uma luta do que o magnetismo dele foi impressionante, o que serviu também para tirar um pouco daquela fragilidade que a Jean Grey sempre transmitiu nos desenhos anteriores. 

X-Men '97


Quando ela dá 100% de seu potencial, ninguém segura a ruiva!

Madelyne Pryor fodona


Aliás, poucos roteiristas fora dos quadrinhos conseguiram usar o poder da Jean Grey sem o Efeito Fênix de maneira adequada. Tanto nos cinemas quanto nas animações, a Fênix sempre foi usada de muleta para apresentar a moça, o que é meio irritante. É como se para os leigos, a Jean fosse totalmente dependente da Fênix para sequer existir.

Madelyne provando que os poderes psíquicos de Jean Grey vão além da Fênix


Dito isso, adivinhe quem está voltando a ser a Fênix nos quadrinhos nesse momento? Kkkkkkkkk!

Jean Grey voltou a ser a Fênix??
Jean Grey volta a ser a Fênix nas HQs em 2024


Após raptar Nathan se aproveitando da confusão instaurada por sua aliada entre os X-Men, o Senhor Sinistro decide fazer um de seus experimentos genéticos com a criança, a mergulhando em uma solução onde um vírus tecnorgânico será inoculado nele e, teoricamente, torná-lo imbatível.


Sinistro rapta Nathan


A fixação de Sinistro pelo casal Jean e Scott sempre foi foco das ações do vilão nas primeiras temporadas de X-Men, e várias situações o conectam intimamente a eles, em especial, o fato de somente a rajada ótica do Ciclope afetar a estrutura física do cara. No meio disso tudo, ele ter clonado Jean não chega a ser uma surpresa, menos ainda de ele requerer a criança nascida da relação dos dois para os seus estudos genéticos. 

Scott e Madelyne enfrentam o Sr. Sinistro


Após uma batalha contra o vilão, o casal Summers consegue reaver a criança, mas é tarde demais para impedir que o vírus se prolifere em seu organismo. Adoecido e sem chances de se recuperar no presente, o bebê precisa de uma alternativa para sobreviver, e cabe ao Bishop viajar de volta para o futuro a fim de salvá-lo. Lá, segundo o soldado, existe alguém capaz de consertar tudo e que com certeza pode conseguir uma cura para Nathan — ele está se referindo ao Forge, que é o seu parceiro no futuro da animação.

o bebê Nathan e o vírus tecnorgânico


Se batizando de Madelyne Pryor e após se despedir emocionadamente do filho, a clone decide ir embora da mansão. Ela tem uma última conversa com Jean para acertar os ponteiros e o futuro da personagem se torna incerto... pelo menos até o episódio 5 da série.

EPISÓDIO 4 - MOTENDO 

O episódio 4 é duplo e, em sua primeira parte, mostra o retorno do vilão interdimensional Mojo, que rapta a Jubileu e o Roberto para dentro do seu novo jogo de videogame, o “Motendo” do título.

Motendo com a capa do jogo X-Men Mutant Apocalypse


Em suma, o episódio foca nas ações desesperadas da dupla de adolescentes para tentar sobreviver ao jogo que transporta a ambos para cenários conhecidos dos fãs como o shopping onde a Jubileu fez a sua estreia na primeira temporada (no episódio "A Noite das Sentinelas") e para Genosha, para onde ele foi raptada há algum tempo ao lado da Tempestade e do Gambit (no episódio 7 da temporada 1, "Ilha de Escravos").

Jubileu em 16 bits


Em cada cenário, como num jogo clássico dos anos 90, Jubileu e Roberto precisam enfrentar vários inimigos, incluindo os chefões de fase, Magneto e o próprio Mojo, que decide intervir quando percebe que alguém inesperado está ajudando a menina a se salvar das armadilhas criadas por ele. 

Jubileu e Mojo


Esse alguém logo se mostra ser uma versão mais poderosa e experiente da própria Jubileu que, colocada ali para testar a funcionalidade do game, acabou se tornando uma espécie de “fantasma da máquina”.

Jubileu encontr a Jubileu do futuro

Jubileu encontr a Jubileu do futuro


O episódio em si é no máximo divertidinho, e serve para mostrar uma versão muito caprichada em 16 bits do que seria um jogo de X-Men criado naquela época e para causar uma nostalgia imensa nos velhos que, assim como eu, jogaram X-Men - Mutant Apocalypse nos fliperamas (no meu caso, no SuperNES da Nintendo).

X-Men Mutant Apocalypse, o jogo
X-Men Mutant Apocalypse, o jogo da Capcom


Na animação, os ataques do Magneto são baseados no jogo da Capcom — com ele arremessando objetos de metal enquanto flutua no alto da tela — e funcionam de maneira muito parecida, inclusive, pela falha de estratégia que a própria Jubileu encontra para vencer o Mestre do Magnetismo.

Jubileu x Magneto em Motendo

Bom demais!

LIFEDEATH PART 1

Sem os seus poderes, a Tempestade decide ir para uma área afastada dos Estados Unidos e em um bar, acaba sendo abordada pelo misterioso Forge, um mutante gênio que se diz “amigo de Xavier”.

Tempestade e Forge


Para quem não lembra, sem ser nas cenas de futuro do Bishop, onde ele está em sua versão idosa, o Forge teve uma aparição quase relâmpago liderando o X-Factor, em um episódio quase inteiro focado na Jubileu e no Homem-de-Gelo da terceira temporada (episódio 15, "Fria Revolta"). Na época, é citado que o membro fundador dos X-Men, Robert Drake, saiu brigado do grupo e que, posteriormente, ele acabou engatando um romance com Lorna Dane, a Polaris

Forge e o Homem-de-Gelo


Lorna, depois, encontra companhia nos braços do Destrutor, que é outro membro do X-Factor, e o ex-casal se reencontra durante o episódio em lados opostos por conta das atitudes inconsequentes do Homem-de-Gelo — justamente a justificativa que o Ciclope diz de o porquê o rapaz abandonou a antiga equipe, por ele ser cabeça-oca.

Apesar disso, os X-Men acabam comprando a briga do Bobby e caem na porrada com o outro grupo de mutantes. 

Para quem não lia HQs na época ou não conhecia os personagens, ficou sem entender muita coisa, porque nada é explicado de maneira decente no roteiro da animação. Na versão em português, por exemplo, o grupo nem sequer é chamado de “X-Factor”, assim como também não há explicação para a sua existência — nos quadrinhos, eles funcionavam como um grupo dissidente dos X-Men e eram comandados pela Valerie Cooper, que agia como uma espécie de Nick Fury de saias a organizá-los — ou de onde eles surgem.

O X-Factor das HQs e Valerie Cooper
X-Factor e Valerie Cooper nas HQs


Pelo que me lembro, também não há qualquer citação ao fato do Destrutor ser o irmão mais novo do Ciclope. Os dois saem na porrada e nem sequer entendem porque os seus poderes não os afetam. Uma confusão da porra!

Mas nada é pior do que ver o Mercúrio (ou Quicksilver no original) ser chamado na versão dublada de “Raio de Prata”.

O X-Factor aparece em um retrato numa das paredes do Forge


Disposto a ajudar a Tempestade a recuperar os seus poderes, o Forge menciona que conseguiu construir uma espécie de câmara capaz de reativar os seus genes afetados pelo raio disparado pelo Executor X na ONU. O teste da câmara falha e a moça se vê ainda mais traumatizada por ter deixado de ser, enfim, uma louca, uma deusa uma feiticeira.

Tempestade na câmara de Forge


Durante a sua convivência com ela na cabana, se sentindo culpado pelo estado da moça, entre lembranças de sua antiga vida como cientista do governo americano, Forge admite que a arma usada pelo Executor foi uma criação dele no passado e que essa é a razão para que esteja tão empenhado em ajudá-la. 

A câmara falha ao recuperar os poderes de Tempestade


Nos quadrinhos, essa mesma situação é mostrada logo depois que a Ororo e o Forge começam a se relacionar amorosamente, após a sua perda de poderes. O personagem “Adversário” — a corujona mostrada na animação — começa a infernizar a vida da deusa, o que culmina, mais tarde num ritual de sacrifício para vencer o rival, onde todos os X-Men acabam morrendo.

O Adversário nas HQs e na animação


Naquela época, o Ciclope tinha refeito a equipe original de X-Men com o retorno da Jean, os chamando de X-Factor (a primeira versão) e os X-Men tinham em suas fileiras além da Tempestade, o Destrutor, o Wolverine, o Colossus, a Psylocke (versão de armadura) e a Cristal.

Logo depois, a fase “Austrália” teve início, e algumas das melhores histórias da dupla Chris Claremont e Marc Silvestri foram criadas. 

X-Men fase Austrália
Os X-Men na fase Austrália de Chris Claremont


A análise de X-Men’97 continua no próximo post…

P.S. – em X-Men ’97, as metamorfoses do Morfo têm sido um show de referências à parte, em especial, por ele se transformar em ação em personagens que têm pouco espaço no enredo regular. Durante o primeiro episódio, pouco antes do embate contra o Molde-Mestre ele se transformou no Arcanjo para salvar o Wolverine em queda. Durante a luta contra o Executor X na ONU ele se transformou na Espiral — a aliada alienígena do Mojo, no Colossus e na Psylocke, que nesse universo, nunca fizeram parte dos X-Men. Porém, foi durante o episódio 3 que ele se metamorfoseou na personagem que mais gostei de ver em ação, a Magia.

Magia, Illyana Rasputin


A pequena irmã do Colossus, Illyana Rasputin, apareceu uma única vez, ainda criança, no episódio 4 da segunda temporada, “Crepúsculo Vermelho”, e nunca mais deu as caras. Nas HQs, ainda na infância, ela é raptada pelo demônio Sym que a leva para o inferno e a deixa aos serviços de Belasco, um outro demônio que reina nas profundezas. Quando consegue voltar para a Terra, já se passaram anos e ela já é uma adolescente que logo faz amizade com a Kitty Pryde, assumindo, inclusive, uma vaga nos recém-formados Novos Mutantes do Professor Xavier.

A Illyana também aparece rapidamente como uma personagem “selecionável” do jogo Motendo onde a Jubileu e o Roberto ficam presos. Depois dessas participações especiais, espero que deem um espaço maior para a loirinha russa mais para a frente na animação, já que ela tem poderes irados e que seriam muito bem aproveitados em combate.

Aliás, falando nisso, com a Illyana dando as caras, o Roberto ganhando destaque nessa temporada e o Míssil, Sam Guthrie tendo aparecido no final da quinta temporada (o episódio 13, "Agendas Secretas"), será que chegou a hora dos Novos Mutantes ganharem mais notoriedade entre os tantos grupos de mutantes que a Marvel tem?


NAMASTE!

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