Oi, eu sou o Rod Rodman! Lembram de mim?
É começo de ano, e como sempre tento fazer aqui nesse meio de comunicação ultrapassado e obsoleto — quem ainda escreve em blog? E pior… quem ainda lê? —, é hora de elencar o que de melhor rolou no cinema, ou aquilo que NA MINHA OPINIÃO foi menos pior do que todo o resto que eu consumi.
Eu sou meio paranoico com estatísticas e planilhas, por
isso, controlei exatamente todos os filmes que assisti em 2024 organizando tudo
por ano de lançamento, média de pontuação (de 1 a 5), elenco, direção e meio de
visualização.
Foram no total 277 filmes, separados da seguinte maneira
no quesito gênero — lembrando que animação e filme nacional estão todos
compactados em apenas duas categorias, sem distinção se são drama, comédia,
etc:
Foi um ano bem trevoso em que eu mergulhei fundo no terror.
Foram 59 filmes desse gênero, enquanto outros 19 se classificaram como
suspense.
As plataformas de streaming continuam disputando espaço de
mercado loucamente em meio aos consumidores que, às vezes, têm tanta oferta,
que acabam perdidos sem saber exatamente por qual optar. É claro que nessas
horas é o bolso quem dá a resposta mais eloquente, e aí é hora de recorrer a PIRATARIA
meios alternativos para assistir aquele filme ou série que não encontramos em
mais nenhum lugar do mainstream… ou que simplesmente não dispomos de grana para
pagar pela plataforma que o armazena temporariamente.
Esse ano, eu dei uma chance ao MAX, serviço de streaming da
Warner que já se chamou HBO, HBO/MAX e que agora é só MAX mesmo. Além do Max,
assino também o Amazon Prime, além de usar de vez em quando outras plataformas
gratuitas como a Pluto TV, a Mercado Play — ambas com anúncios a cada cinco
minutos de projeção! — e o velho Youtube.
Usei por um período de teste o serviço de streaming da
Paramount no intuito de acompanhar os jogos da Libertadores da América que
estavam sendo transmitidos por lá. Aproveitei para conferir alguns dos filmes
que eles disponibilizavam, mas o catálogo é bem reduzido. Fora alguns títulos
como O Poderoso Chefão — a trilogia toda — e os filmes da série Missão
Impossível, não vi muita vantagem em manter a assinatura.
De bom mesmo só assisti o documentário “Thriller 40” que
fala sobre os quarenta anos do álbum lendário de Michael Jackson e de todos os
pormenores que o tornaram um dos discos mais vendidos e premiados do planeta
até hoje.
Além disso, revi o excelente “Acredite em mim: A história de
Lisa McVey”, um suspense bastante comovente que é baseado na história real de
uma garota que foi sequestrada e violentada nos Estados Unidos, mas que
conseguiu superar todos os seus traumas para usar o seu incrível talento de
observação, conduzir a polícia de volta ao local onde ela foi atacada e prender
o criminoso que a raptou.
A contagem de filmes por serviço de streaming e/ou meio de
visualização ficou assim:
Sim. Eu fui apenas DUAS VEZES ao cinema esse ano e me
envergonho bastante disso. O preço do ingresso subiu demais e os filmes que
estão sendo lançados acabam não compensando a ida ao Cinemark… nem tampouco
todo o perrengue só para se chegar nessa bagaça.
Em contrapartida, foram 82 filmes assistidos por meios, digamos, alternativos.
É aquela coisa… se não tem cão, caça com gato, como
diria a minha avó.
Além dos 10 filmes que destacarei nesse post daqui a pouco — calma, segura a ansiedade aí, padawan! —, quero mencionar outros títulos que não são de 2024, mas que merecem ao menos uma citação, começando pelo excelente “Fúria Incontrolável” ("Unhinged").
Esse suspense dirigido por Derrick Borte e com Russell
Crowe de protagonista possui um ritmo insano do começo ao fim da história e é
impossível não ter a atenção do espectador absolutamente absorvida já nos
primeiros momentos.
Na história, Crowe é um cara completamente descontrolado que
arranja uma briga de trânsito com uma pacata mãe de família que está levando o
seu filho para o colégio de carro. Incapaz de relevar a breve discussão entre
motoristas, "O Homem" decide perseguir a mulher interpretada pela atriz
Caren Pistorius pela cidade inteira, aterrorizando não só ela como também a todos que a
cercam.
O enredo é bem simples, mas o suspense é tão bem narrado e
construído que nos mantém desesperados do outro lado da tela para saber o que
irá acontecer a seguir. Se você está sem nada para ver no streaming e quer ser
surpreendido por um filmaço, dá o play em Fúria Incontrolável de 2020.
Disponível no Amazon Prime.
Outro filmão que só assisti esse ano foi “Os Suspeitos” ("Prisoners") de 2013. Dirigido por Dennis Villeneuve (de “Duna”), esse é outro suspense que vale a pena ver sem saber muita coisa sobre o roteiro antes, além de ter um baita elenco que conta com Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal, Paul Dano, Viola Davis, entre outros. Tem um plot twist inacreditável no final e vai te deixar bastante surpreendido se você não é um bom detetive, assim como eu não sou.
A terceira citação antes de começar o Top 10 de 2024, é “Magnólia” (1999) de Paul Thomas Anderson, filme que rendeu indicação ao Oscar de Melhor Ator para Tom Cruise lá no começo do século e que foi uma das coisas mais inesperadas e tocantes que já assisti na vida.
A história é sobre as vidas de
nove personagens que são interligadas por um programa de TV e, ao longo das mais
de três horas de projeção — é longo, mas vale a pena —, o filme mostra um
retrato bem fiel da realidade humana, através dos traumas, das perdas e dos
dramas dessas pessoas.
Além de Cruise, o filme também conta com Julianne Moore,
Philip Seymour Hoffman e John C. Reilly no elenco e é realmente uma pena que eu nunca
tenha tido a chance de assistir antes. Grande filme e com uma ótima trilha
sonora também.
Agora, antes que eu me estenda mais, é hora de elencar o Top 10 –
Melhores Filmes de 2024
10 – Lobos
Totalmente subestimado pelo público e perdido no PÉSSIMO
serviço de streaming da Apple, “Lobos” (“Wolfs”) passou completamente batido
pelos cinemas no Brasil e estreou quase como um fracasso de bilheteria anunciado nos EUA, mesmo
tendo em seu cartaz os rostos de George Clooney e Brad Pitt.
Lobos é um delicioso thriller que mistura com muita competência
suspense e ação, começando com um plot muito atraente de uma mulher que pede a
ajuda de um profissional em um quarto de hotel quando o novinho com quem ela
pretendia dar uns metecos simplesmente morre antes do “cumprimento do dever”.
A história se desenvolve inteiramente de início em torno do
mistério que envolve a suposta morte do rapaz no hotel, mas evolui muito
rapidamente para perseguições alucinantes, troca de tiros e até um conflito com
a máfia.
Clooney e Pitt repetem a parceria da trilogia “Onze Homens e
um segredo” e se mostram muito à vontade em seus papeis de tiozões quase
aposentados que ainda dão conta do recado. Diferente de outros heróis geriátricos
de ação como todos os personagens do Liam Neeson dos últimos dez anos, os
“Lobos” do título não tentam nos provar que são indestrutíveis ou infalíveis, e
até fazem um brinde à realidade com suas dores nas costas, falta de pique para
dar uma corridinha atrás dos suspeitos ou para pular muros.
Filme muito divertido e competente dirigido por Jon Watts, o
cara por trás dos filmes do Homem-Aranha do MCU. Realmente uma pena que flopou
bonito e que não terá uma continuação.
Jon Watts, Brad Pitt e George Clooney |
Como adiantei no início do tópico, está disponível no
horrível e nada funcional serviço de streaming da Apple TV.
9 – Sorria 2
Essa é uma daquelas franquias que, muito provavelmente, vai
se estender ad aeternum como Pânico e Sexta-Feira 13 e nem acho que o primeiro
filme foi lá grandes coisas.
O que me chamou a atenção nesse segundo capítulo, no
entanto, foi a incrível atuação da atriz Naomi Scott (a Jasmine do live-action
de Aladdin e a Ranger Rosa do terrível Power Rangers de 2017), que praticamente
leva o filme quase inteiro nas costas com o seu talento.
Naomi Scott em Aladdin e Power Rangers |
Como no primeiro longa-metragem, uma força demoníaca obriga
certas pessoas a cometerem suicídios brutais, deixando em suas vítimas sempre
um sorriso perturbador em seus rostos. A novidade de “Sorria 2” (“Smile 2”) é
que agora a tal ameaça diabólica começa a perseguir uma artista musical em
ascensão, a levando a duvidar da sua própria sanidade enquanto mortes cada vez
mais absurdas começam a cercá-la.
Além da atuação magnífica de Scott, é preciso aqui também elogiar o trabalho do diretor Parker Finn (que também dirigiu o primeiro filme) com seus planos-sequências ousados e com close-ups exagerados nos atores em momentos-chave da história, dando ao espectador uma sensação muito angustiante de desconforto — vejam a câmera em primeira pessoa na cena da discussão dentro do carro. É insana!
Outro que acaba brilhando em sua curta participação no filme
é o ator Ray Nicholson, que impressiona não só em cena como o affair
descompensado da personagem de Scott, como também pela incrível semelhança com
o seu pai, Jack Nicholson, naquele que foi um dos seus trabalhos mais icônicos,
“O Iluminado”.
Ray Nicholson e o pai, Jack |
Esse eu assisti na pirataria, mas está disponível para
aluguel tanto na Apple TV quanto na Amazon Prime.
8 – Pisque Duas Vezes
O filme de estreia de Zoë Kravitz atrás das câmeras é também um grande desbunde visual no que diz respeito ao gênero terror.
Zoë Kravitz |
Na história, a garçonete
Frida (Naomi Ackie) conhece o bilionário Slater King (Channing Tatum) em um coquetel
que ela e a amiga, Jess (Alia Shawkat), invadem na caruda e, depois disso,
concorda em passar as férias na ilha particular do cara sem saber o que a espera por lá. A partir daí, o que
parecia ser a viagem perfeita se torna uma experiência angustiante quando Jess desaparece,
forçando a garçonete a questionar a realidade após situações estranhas
acontecerem.
Naomi Ackie |
O filme tem um forte apelo feminista — o que, obviamente,
irritou a ala incel da internet — e lá pela metade da trama, descobrimos que King
e seus amigos não são exatamente os anfitriões amáveis que parecem ser num
primeiro momento. Algo de muito errado não está certo naquela ilha e Frida é
obrigada a lutar por sua própria vida numa trama que tem uma reviravolta muito
interessante em seu desfecho.
Pisque duas Vezes (Blink Twice) pode ser alugado na plataforma Amazon
Prime.
7 – Não Fale o Mal
Adaptação de uma produção homônima dinamarquesa de 2022, “Não
Fale O Mal” ("Speak No Evil”) é um filme que te deixa desconfortável sentado em
frente à tela do começo ao fim. Os personagens principais têm claros problemas
comportamentais e é a interação entre os dois casais de protagonistas que deixa
o clima cada vez mais angustiante à medida que a história avança.
No enredo, Louise (Mackenzie Davis) é casada com Ben (Scoot McNairy) e os dois estão de férias
na Inglaterra com a filha Agnes (Alix West Lefler) quando conhecem Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi), um casal local
que logo de cara apresenta um comportamento pra lá de esquisito.
Agnes (Alix West Lefler), Louise (Mackenzie Davis) e Ben (Scoot McNairy) |
Os descoladões também têm um filho com praticamente a mesma
idade de Agnes e, enquanto as duas crianças interagem entre si, logo descobrimos que o
menino aparenta sofrer de algum tipo de deficiência. Ele não se comunica bem e
parece estar sempre acuado, mesmo na presença dos pais.
Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi) |
McAvoy interpreta aquele tipo de cara que parece estar sempre querendo medir o tamanho do seu pau com o dos outros e exala por todos os poros um machismo que chega a incomodar. O ator está tão bem em cena que nem chega a ser feio torcer para que ele se foda logo na história.
Qualquer coisa que seja dita além disso estragaria
totalmente a experiência de assistir esse que para mim foi um dos filmes mais
perturbadores do ano, e que me prendeu a atenção do começo ao fim, mesmo com a
sensação claustrofóbica que ele me causou ao assistir.
Não Fale O Mal está disponível para alugar na Amazon Prime, já a versão dinamarquesa só Deus sabe onde pode ser encontrada. As críticas dizem que o original é bem melhor e me deixou curioso para assistir também. Quem sabe um dia?
6 – Alien Romulus
Até pouco tempo atrás, eu nunca tinha assistido os filmes
originais da franquia Alien, tirando, salvo engano, o segundo, dirigido por
James Cameron, quando esse foi transmitido na TV aberta lá em mil novecentos e
bláu.
Em 2024, decidi corrigir essa falha de caráter e coloquei todos os filmes em dia — exceto os lançados no século XXI, que ouvi
falar muito mal e não tive interesse em correr atrás —, tudo isso para me
preparar para a chegada de Alien: Romulus.
Eu conhecia o diretor Fede Alvarez de “A Morte do Demônio”,
o remake de 2013 de Evil Dead e sabia que o cara pegava pesado no gore em
filmes de terror, algo que era mais do que necessário para revitalizar uma
franquia já tão combalida quanto Alien.
Fede Alvarez, Isabela Merced, Cailee Spaeny e David Jonsson |
Sem o protagonismo de Sigourney Weaver com a sua Ripley,
depois do quarto filme, a série dos alienígenas bocudos com cabeça de piroca
nunca mais foi a mesma nos cinemas, nem mesmo com a tentativa frustrante de
Ridley Scott, o diretor original do filme de 1979, de resetar a porra toda com "Prometheus" (2012) e "Alien: Covenant" (2017).
Em Alien: Romulus, voltamos ao clima sujo e desesperançado do
primeiro filme, desta vez, com protagonistas mais jovens que se unem em uma
causa nobre: se rebelar contra a corporação capitalista que os oprime e os escraviza,
a Weyland-Yutani.
A história segue um grupo de jovens de uma colônia espacial
que se aventura nas profundezas de uma estação abandonada onde descobrem uma
forma de vida aterrorizante, o próprio Xenomorfo já tantas vezes representado
nos cinemas. Junto dos amigos e de seu fiel “irmão” replicante Andy (David Jonsson), a
protagonista Rain (Cailee Spaeny) se vê forçada a lutar por sua sobrevivência em um ambiente
inóspito que favorece em tudo a um “bom” clima de terror absoluto.
Ainda com uma temática sci-fi que é indelével à franquia,
mas com uma pegada muito mais aterrorizante, Fede Alvarez consegue dar um novo
fôlego a Alien, mostrando que os erros do passado não precisam continuar sendo
repetidos a exaustão pelos estúdios de cinema. Ainda é possível tirar leite dessa pedra alienígena e isso se
comprova porque o filme foi muito bem nas bilheterias — Romulus bateu a marca
de 350 milhões de dólares no mundo — e uma sequência já foi confirmada.
O filme está disponível no catálogo da Disney +.
5 – A Substância
Muito se falou sobre a atuação premiada de Demi Moore em “A
Substância” ("The Substance”) e em como a história do filme alavancou discussões
a respeito da opressora indústria da beleza no mundo todo, porém, o longa-metragem
dirigido pela diretora Coralie Fargeat vai muito além disso.
Margaret Qualley, Coralie Fargeat e Demi Moore |
No alto dos seus 62 anos, Moore nunca havia ganhado um
prêmio de reconhecimento a seu talento antes e o Globo de Ouro conquistado no começo
desse ano por sua atuação como Elisabeth Sparkle acabou corrigindo essa
injustiça de alguém que há muito tempo já vinha entregando ótimos papeis no
cinema, incluindo a tenente Joanne Galloway do excelente “Questão de
Honra” (“A Few Good Man”), de 1992, e a corajosa Jane de “Até o limite da Honra” (GI
Jane), de 1997.
De uma maneira um tanto quanto polêmica, Fargeat faz com que
Moore e a sua contraparte mais jovem e mais bonita, Sue (Margaret Qualley)
chafurdem num universo machista e misógino que faz com as mulheres tenham que
ser vistas sempre como perfeitas, caso contrário não servem mais para o show business.
O personagem de Dennis Quaid na trama deixa isso bem claro logo no
início da história, quando despede Sparkle de seu programa semanal de aeróbica,
alegando que ela está “velha demais” para cumprir a sua função em frente às câmeras.
Se vendo preterida e escanteada, Elisabeth decide, então,
adotar um procedimento estético revolucionário que promete resolver todos os
seus problemas. A partir daí, nasce — literalmente — uma versão mais jovem dela
própria e é em busca de manter essa sua nova versão que a atriz e performer começa
a sua luta diária. Vencendo cada um dos obstáculos que causaram a sua demissão
e revivendo paulatinamente os seus dias de glória.
O final do “A Substância” é apoteótico, mas houve quem criticou
o clima quase galhofeiro que a história toma no decorrer do filme. Não a toa,
para o Globo de Ouro, o longa foi classificado como comédia, mas a mensagem por
trás dele esconde muito mais reflexões do que necessariamente risadas.
Está disponível para aluguel na plataforma MUBI, através do
Amazon Prime.
4 – A Noite que mudou o Pop
Enquanto eu assistia ao documentário “A Noite que mudou o Pop” ("The Greatest Night in Pop”), eu só pensava em como as produtoras haviam guardado essas imagens inéditas por tantos anos? Por que ninguém havia tido a ideia de fazer um documentário sobre a reunião mais improvável das maiores estrelas da música dos anos 1980 há mais tempo?
Para quem não sabe, em 1985, o cantor Lionel Richie teve a
ideia de juntar os maiores artistas da época para contribuir de alguma forma
com a fome no continente africano, uma questão assoladora daquele período que
levantava vários debates a respeito de o porquê as demais nações — em
especial, as mais prósperas — não se mobilizavam para ajudar.
Lionel Richie e Quincy Jones |
Usando de sua influência e persuasão, Richie começa a
convocar um por um os artistas que podemos ver no hoje icônico clipe de “We Are
The World”, no projeto USA for Africa. É bastante interessante acompanhar de
perto como se deu a composição da música, como a presença de Michael Jackson —
que já despontava para ser o Rei do Pop após o lançamento de Thriller — agregou valor ao projeto e como ele
foi fundamental para manter todos os convidados reunidos na caótica gravação do
vídeo.
USA for Africa |
Embora fosse um encontro beneficente e em pró de uma causa
justa, havia muito ego envolvido. A grande maioria dos nomes relacionados estava no
auge do seu sucesso — entre eles, artistas como Cindy Lauper, Ray Charles,
Stevie Wonder e Bruce Springsteen —, vendendo milhões de discos e ganhando cada
vez mais dinheiro na inflamada indústria musical americana. Ninguém queria
aparecer menos ou ser ofuscado por outrem. A ideia era brilhar. E brilhar
muito.
Michael Jackson e Cindy Lauper |
Imaginem os perrengues que o Lionel Richie teve que segurar
para manter essa galera unida. Pois é. Isso tudo consta no documentário.
“The Greatest Night in Pop” é um documentário original Netflix
e consta no catálogo da plataforma.
3 – Divertida Mente 2
Acho que ninguém esperava que “Divertida Mente 2” (“Inside
Out 2”) fosse fazer o sucesso que fez em 2024, ainda mais se considerando que
sequências de grandes filmes raramente conseguem superar o seu antecessor tanto
em crítica quanto em bilheteria.
Indo contra todas as apostas, no entanto, o segundo filme
arrecadou mais de US$ 1,6 bilhão nos cinemas, superando e muito o primeiro, que
em 2015 fechou com “apenas” US$ 501,9 milhões.
No enredo, a menina Riley agora está passando pela tão
temida adolescência e, junto com o seu amadurecimento, a sala de controle onde
conhecemos a Alegria, a Tristeza, a Raiva, o Medo e o Nojinho no primeiro
filme, também está passando por uma adaptação para dar lugar a algo totalmente
inesperado: novas emoções.
Enquanto tenta se adaptar às suas novas condições hormonais,
Riley começa a entrar em conflito com suas antigas amigas, tudo na esperança de
se sentir popular e mais próxima da galera descolada do colégio. Com isso,
novos “divertidamentes” são adicionados à Sala de Controle, e é quando
conhecemos agora os “invasores”, a Vergonha, a Inveja, o Tédio e a
descontrolada Ansiedade, que na versão brasileira não podia ter outra
intérprete senão a Tatá Werneck.
Vergonha, Ansiedade, Inveja e Tédio |
A certo ponto, Inside Out 2 é quase tão tocante quanto o
primeiro filme — até porque nada pode superar o sacrifício do amigo imaginário
Bing Bong — e me arrancou lágrimas sinceras em seus momentos mais conflituosos.
Não tem como. Os filmes da Pixar sempre conseguem arrancar aquele seu
sentimento reprimido e escondido da mente e Divertida Mente 2 mereceu todo o
sucesso que fez nos cinemas, principalmente se levarmos em conta o quão
didática essa história se torna para que educadores, pais e mães apresentem o
amadurecimento infantil para as crianças de várias idades.
O filme, assim como o primeiro, está disponível no Disney +.
2 - Super/Man: A história de Christopher Reeve
Eu fui uma criança que cresceu nos anos 90 praticamente em
frente à TV e, naquela época, como várias vezes já mencionei aqui no blog,
conteúdo com a temática “Nerd” não era muito abundante, o que nos obrigava a
reverenciar inúmeras vezes as mesmas coisas sendo reprisadas ao infinito e
além.
Os filmes do Superman estrelados por Christopher Reeve eram,
ao meu ver, naquele período o que havia de mais completo a respeito do
personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster na década de 1930. Eu curtia a
série “Lois & Clark: As Aventuras do Superman”, mas os episódios nem de
perto me davam a mesma sensação que os dois primeiros filmes de Richard Donner
me causavam. Reeve inspirava a elegância e a imponência que um legítimo Superman
deveria exalar e é exatamente nisso que se baseia o emocionante documentário da Max a respeito
do homem por de trás do mito.
Eu ainda estava no ensino fundamental quando correu a
notícia do acidente de hipismo que acabou deixando o ator de 42 anos tetraplégico.
Todo moleque de treze ou quatorze anos na época conhecia Reeve por causa do seu
papel icônico, e me lembro que foi muito triste saber que ele nunca mais
voltaria a ficar de pé ou a andar.
Na minha mente, era quase como se alguém tivesse conseguido
derrotar o Super-Homem de verdade e era difícil superar o fato de que aquele cara que a
gente via na televisão voando e segurando helicópteros com as mãos pudesse ser tão humano
na vida real. Depois da lição aprendida com a morte do Mufasa em O Rei Leão, a
queda de Christopher Reeve deve ter sido a segunda lição que o pequeno Rodman
aprendeu sobre a vida e a nossa mortalidade.
Christopher Reeve e a esposa, Dana Reeve |
O documentário muito bem conduzido pelos diretores Ian
Bonhôte e Peter Etterdgui não se preocupa em seguir a vida de Reeve
cronologicamente, mostrando primeiro a sua infância até a sua morte, como
costuma acontecer nesse tipo de produção. Uma narração em off feita pelo próprio ator já na cadeira de
rodas onde ele passou mais de dez anos abre o documentário e, logo em seguida,
somos convidados a conhecer mais a fundo a sua traumatizante adaptação após o
acidente de cavalo que o vitimou.
É claro que o filme também conta como foi a escalação de
Reeve para viver o maior super-herói dos quadrinhos na tela dos cinemas e como
ele chocou os amigos da escola de teatro em aceitar um papel visto como banal
para alguém que já havia interpretado as obras de Shakespeare nos palcos.
É notável também perceber quão bonita era a amizade entre
Reeve e Robin Williams, e como o comediante foi importante em sua vida,
principalmente após o acidente. Essa foi uma das grandes novidades que o
documentário trouxe, já que eu não fazia ideia que os dois eram tão próximos
assim.
Robin Williams e Christopher Reeve
Super/Man: A história de Christopher Reeve serve para nos
mostrar que a nossa vida é frágil e que a qualquer momento podemos ser privados
daquilo que mais prezamos. Além disso, o documentário acerta em mostrar que a
família é muito importante em momentos de privação e que ela é mesmo a base que
nos sustenta e que nos mantém firmes, mesmo diante das nossas fraquezas.
O filme está disponível na plataforma Max.
1 - Os Horrores de Caddo Lake
Confesso que nunca tinha ouvido falar desse filme até ele
aparecer numa lista de “melhores filmes de terror de 2024”, e decidi colocá-lo
na lista aproveitando que estava com o serviço de streaming Max “no jeito”.
"Os Horrores de Caddo Lake" é daqueles filmes que te deixam
inquieto, pensativo e reflexivo por muito tempo ainda além dos créditos finais.
Me senti uma toupeira humana quando a projeção acabou e eu me vi ainda com um monte de
perguntas a respeito do enredo na mente. Me forcei a tentar entender os intrincados
meandros de uma história que não é tão complexa, mas que possui detalhes em sua
narrativa que precisam ser absorvidas com calma.
Não me envergonho de dizer que tive que assistir duas vezes
seguidas para ter as minhas dúvidas sanadas. E valeu a pena.
Dirigido por Celine Held e Logan George, “Caddo Lake” conta
a história de uma cidadezinha no sul dos Estados Unidos que se vê movimentada
pelo desaparecimento misterioso de uma menina de oito anos. Quando uma série de
mortes e de outros desaparecimentos passados começam a se conectar, é quando
vemos as vidas de Ellie (Eliza Scanlen) e Paris (Dylan O'Brien) se alterando para sempre, à medida que
conhecemos mais da história de sua família disfuncional.
Ellie (Eliza Scanlen) e Paris (Dylan O'Brien) |
Dizer mais do que isso estragaria a experiência de assistir
esse filme que, para mim, em matéria de suspense e entrega foi o melhor do ano. Por isso, se você se interessou com todo esse mistério, vá atrás de “Caddo Lake”
e mergulhe bem fundo nessa história que adorei ter conhecido… mesmo que
tardiamente.
Como dito antes, o longa está disponível no Max.
NAMASTE!