Como compartilhei com os leitores
aqui do Blog em um post passado, eu estava com muita expectativa com relação ao
lançamento de Os Mercenários 2, em especial pelas notícias que estavam sendo
divulgadas acerca da produção na Bulgária. Os nomes envolvidos no projeto
também animavam muito, já que Jean Claude Van Damme havia aceitado participar
do filme e ninguém menos que Chuck Norris também daria as caras nas filmagens. Somando
essas novas “aquisições” de elenco ao fato de que os personagens de Arnold
Schwarzenegger e Bruce Willis agora teriam participação mais ativa na história,
tinha como não ficar animado e cheio de expectativa com um trem danado desses,
sô?
Fui assistir à fita no segundo
dia de exibição no Brasil, comprei o ingresso com antecedência e sentia que mal
cabia em mim de tanta ansiedade. Sim, eram meus heróis do cinema de ação todos
juntos em um mesmo filme, e aquilo era mais ou menos como a reunião dos
próprios Vingadores da Marvel na tela. Sentia como se Os Mercenários 2 fosse ainda
mais grandioso que seu antecessor, e encarei a exibição com a mesma empolgação
com que assisti a reunião dos Maiores Heróis da Terra. Dois presentes desses no
mesmo ano?
2012 só pode ser mesmo o último ano de nossas vidas!
2012 só pode ser mesmo o último ano de nossas vidas!
A primeira sequência é tão “adrenalísticamente” intensa quanto a do filme original, e já coloca todos os Mercenários de Barney Ross (Stallone) em ação no que parece ser uma republiqueta perdida em algum canto do mundo. Para quem gosta da boa e velha chuva de tiros, de cabeças explodindo e membros sendo arrancados, algo que só um bom filme brucutu pode lhe presentear, os primeiros minutos de Os Mercenários 2 é um prato cheio!
Jet Li (que espantosamente já
está com 49 anos!!) não faz uma participação muito grande nesse segundo filme,
porém, ele ganha uma sequência de ação
toda sua, derrotando dezenas de inimigos sozinho, utilizando apenas... Algumas
frigideiras!
Barney e sua trupe, formada por Lee Christmas (Jason Statham), Caesar (Terry “Pai do Chris” Crews), Toll (Randy Couture) e Gunnar (Dolph Lundgren) estão em uma missão de resgate enquanto abrem caminho à bala, e acabam encontrando outro mercenário no local: Trench Mause, ninguém mais ninguém menos que Arnold Schwarzenegger.
Nesse ínterim, outro personagem é
inserido na trama, o sniper novato e ex-militar vivido por Liam Hemsworth (que
apesar de ser irmão de Chris Hemsworth, não se chama Loki! Hein? Hein?), o Billy
“The Kid”. Propositalmente Billy nos é apresentado como um mercenário nice guy,
e todo o roteiro é trabalhado para que desenvolvamos afeto pelo garoto, para
que torçamos por ele.
Sendo o novato da equipe, Billy acaba criando boas cenas junto da velharada, em especial quando ele dispara morro acima para se posicionar melhor com seu rifle com um vigor invejável, deixando Barney e Christmas para trás.
Sendo o novato da equipe, Billy acaba criando boas cenas junto da velharada, em especial quando ele dispara morro acima para se posicionar melhor com seu rifle com um vigor invejável, deixando Barney e Christmas para trás.
“Você se lembra quando podia
fazer isso?”, pergunta Christmas a Barney, ao que ele responde: “Não”. Risadas
garantidas no cinema com a clara evidência de que o tempo passou para nossos astros.
Quando Church (Bruce Willis)
ressurge na vida dos Mercenários, o agente da CIA cobra a dívida de alguns
milhões que Barney e seus amigos o fizeram perder no primeiro filme, e exige
que ele e seu grupo ajudem a resgatar um importante artefato em uma das
repúblicas da antiga União Soviética, com a ajuda de uma agente chinesa
conhecida como Maggie (Yu Nan). A missão que a princípio parecia mamão com
açúcar para a equipe de brucutus, acaba se tornando um pesadelo, quando a
figura de Villain (Van Damme) aparece para roubar o artefato, e acaba causando a
morte de um dos Mercenários. Daí pra frente, o que era apenas uma busca por um
mapa capaz de levar a armas nucleares destrutivas, se torna uma missão de
vingança, com o toque truculento de Barney e sua galera.
O que tenho visto muita gente reclamar é que o plot do filme é bem raso e inferior ao do primeiro filme (que já não era grandes coisas, mas que tinha melhores pontos emotivos), e quase ninguém, exceto os bons e hoje velhos fãs de uma boa pancadaria, deu qualquer crédito a simples união desse panteão de atores do cinema de ação oitentista. É certo que o sentimento de nostalgia pode acabar nublando a capacidade de análise de alguns filmes como esse que mexem diretamente com nossas memórias afetivas, um pouco e às vezes muito, porém o resultado final de The Expendables 2 não ficou tão aquém as expectativas, à ponto de justificar críticas tão mordazes quanto à fotografia, desenvolvimento de roteiro e à direção de Simon West. Que há problemas com o filme todo mundo concorda, mas reclamar de um presente que lhe foi dado é falta de educação.
Devo admitir que durante a
própria exibição do filme, eu pensei em duas ou três formas de fazer com que o
roteiro funcionasse melhor do que o que foi apresentado, e sobretudo com relação
aos vilões da história. Van Damme demora a aparecer na trama e seu personagem é
pouco aproveitado depois que ele causa a morte de um dos parceiros de Barney
Ross, fazendo apenas as vezes do patrão que fica dando ordens ao seu braço
direito, o ator e lutador Scott Adkins (o verdadeiro “corpo” do Deadpool na
bagaça do filme do Wolverine). As intenções do cara parecem claras enquanto ele
começa a recuperar plutônio suficiente para estourar sua própria Terceira
Guerra Mundial, após conseguir o mapa cuja localização a agente Maggie possuía.
Apesar de ter em mãos poder bélico o bastante para “exprudir” você em BH o
mundo todo, Villain (nome mais clichê para um “vilão” impossível!) pretende
apenas vender o material e conseguir uns trocados.
O ar de “estou pouco me fodendo” que o baixinho belga imprime a seu personagem por vezes parece mais displicência, e mesmo quando Barney e Cia. estão em seus calcanhares, ele continua posando de “sou foda na cama te esculacho”, não expressando qualquer reação ante a possibilidade dele ter seu rabo chutado pelos caras. Vilões mais afetados e caricatos por vezes incomodam na trama de um filme de ação, mas eu acho que algo mais no estilo de Simon Phoenix (Wesley Snipes em O Demolidor), o vilão que além de ser perigoso consegue se mostrar debochado, irritando ainda mais o herói (e o espectador), cairia melhor no filme, porém não sei se Van Damme conseguiria dar conta de um papel assim.
Quando Barney, que recebe a ajuda
de Church e Mause, além do misterioso Booker (representado pela entidade Chuck
Norris) chegam ao galpão de onde Villain pretende escapar, rola tiro e porrada
para todo lado, numa das cenas mais antológicas do cinema brucutu de todos os
tempos. Eu parei vendo aquela cena, e em minha mente surgiu a certeza que nunca
mais Hollywood conseguiria reproduzir algo que fosse tão emblemático para quem
cresceu acompanhando as carreiras de todos aqueles caras. Ver Stallone,
Schwarzzas, Willis e Norris enfiando bala em todo mundo ao mesmo tempo na tela
foi uma das coisas mais sensacionais que já vi na tela grande, e duvido muito
que outra cena consiga ser tão simbólica no século XXI!
E aliás, quanta honra
ao Van Damme! Ter todos os outros astros de ação reunidos para pegá-lo não é
pouca coisa!
Eu pago um Dólar por isso!
(E sim, estou deixando a
nostalgia nublar a minha capacidade de análise fílmica, mas é de propósito!)
Os combates. Bem... O que dizer
dos combates?
Os Mercenários 1 tem sequências de
lutas mais bem elaboradas e coreografadas do que sua continuação, isso,
infelizmente, não dá pra negar. A cena em que Jet Li limpa o chão com alguns
soldados inimigos no início do filme e a cena de Christmas dentro de uma
igreja lançando facas para todo lado são bem empolgantes, mas as lutas que
deveriam ser mais marcantes acabaram decepcionando um bocado.
Nós temos Scott Adkins e Jason
Statham numa mesma cena. Eles são dois dos melhores astros de ação do momento. Eles são inimigos no filme. Eles vão se enfrentar. O que
passaria em sua cabeça se alguém lhe apresentasse esse roteiro?
“Ai, meu sagrado roundhouse kick! Não posso perder isso!”
A luta é sim muito boa, tem
momentos de tensão e não me lembro de já ter visto o Jason Statham apanhar
tanto em um filme, porém, todavia, no entanto, a luta é muito rápida, não dando
aquele momento de estase que a plateia estava esperando. Talvez um número maior
de capangas de Van Damme com habilidades parecidas as dele, ou mesmo um
guarda-costas mais truculento ao estilo de Steve Austin no primeiro filme para
fazer frente ao Terry Crews ou ao Randy Couture fosse o ideal (já pensou o The
Rock ali para foder a porra toda??), e é curioso imaginar que nenhum dos
roteiristas (entre eles o próprio Stallone) tenha pensado em prolongar as
pancadarias.
Me parece que falta desafio aos Mercenários no filme. Tudo bem que eles são “os caras”, que quando eles chegam nem paredes nem pessoas permanecem em pé, mas ninguém reclamaria de adversários mais resistentes ou mais habilidosos, e isso acaba refletindo até mesmo num embate do calibre entre Statham e Adkins, do qual eu esperava mais. Esses são alguns pontos a se lamentar no filme.
Me parece que falta desafio aos Mercenários no filme. Tudo bem que eles são “os caras”, que quando eles chegam nem paredes nem pessoas permanecem em pé, mas ninguém reclamaria de adversários mais resistentes ou mais habilidosos, e isso acaba refletindo até mesmo num embate do calibre entre Statham e Adkins, do qual eu esperava mais. Esses são alguns pontos a se lamentar no filme.
No combate final entre Stallone e Van Damme faltou um pouco mais de diálogos provocativos por parte de Villain, e parece não haver tempo para a plateia se empolgar com a luta, além de que antes de chegar até ali, seria MUITO BOM ver outros personagens tentarem deter o mau caráter nem que fosse em lutas mais curtas, construindo o clímax ideal para o desfecho. Eu imaginei lutas entre Van Damme e Statham ou Van Damme e Dolph Lundgren (algo que não seria mais tão inédito, mas bem vindo), mas a metade do tempo em cena, Villain fica de mimimi com seus comparsas, tendo seu momento de ação apenas no final do filme mesmo, e isso eu achei um desperdício. Podia ter sido mais empolgante. Podiam ter cenas mais memoráveis "duelísticamente" falando, e o filme acaba perdendo alguns pontos por isso.
Independente do que podia ter sido e acabou não sendo, The Expendables 2 é um estourar de champanhe a fase de ouro do cinema brucutu e a seus filmes memoráveis, que formaram o caráter de muita gente com seus ensinamentos mundo a fora. De “tijolos não revidam”, passando por “eu sou o seu pior pesadelo” e “você é um cocô”, fomos doutrinados sob a lei da estupidez e do tiroteio, aprendemos a admirar e a respeitar o trabalho desses caras e não há como não se sentir homenageado vendo praticamente todos eles reunidos no mesmo filme, disparando frases de efeito a cada minuto e detonando com seus adversários. Claro que poderia ter sido muito melhor, podíamos ter cenas de ação mais bem cuidadas e porradarias mais efervescentes, mas há compensações, como a chegada triunfal de Chuck Norris enquanto a equipe de Barney está encurralada em campo de batalha. A galera chegou a aplaudir no cinema, e a cena merece.
Quem sabe essa explosão de testosterona que esperamos não esteja guardada para o terceiro capítulo da história? Quem sabe em The Expendables 3 (se é que todo o elenco chega vivo até lá) nós não sejamos presenteados por algo inimaginável e que feche com chave de ouro a saga dos vovôs da matança na telona? Oremos.
Ps.: Eu fico me imaginando, quase um
infante em plenos anos 90, vendo Os Mercenários 2 no cinema. Provavelmente eu iria
às lágrimas de emoção, uma vez que todos os brucutus estavam no auge na época e
que os melhores filmes de ação eram protagonizados por eles. Se naquele tempo
já era o máximo ver o Stallone saindo na porrada com o Wesley Snipes em O
Demolidor, e o Van Damme enfrentando o Dolph Lundgren em Soldado Universal,
imagina a magnitude do evento que seria ver todos eles juntos num mesmo filme em plena
década de 90!
Por sorte o sonho pôde ser
realizado algumas décadas depois.
Se o mundo acabar agora, eu já
estarei satisfeito.
NOTA: 8,5
NAMASTE!
ainda não assisti mas deve ser foda!
ResponderExcluirAchei um pouco forçado e um show de fogos e explosões... as enfim vale a pena assistir pela curiosidade...
ResponderExcluirPQP!!!! uma honra ver esse filme!!!!!
ResponderExcluirtodos CARAS PICAS que vi quando novooooo
MEUS DEUSSSS
vlw poste ficou otimo!!
Cara PARABÉNS pelo seu texto sobre eles... EXCELENTE!!! Eu também sou dessa época em que "ELES" eram "OS CARAS" e pra mim continuam sendo mesmo com a idade! EU não gosto de ler textos tão cumpridos... mas o seu prendeu minha atenção e vc faz uma linda homenagem a todos eles. E que venha o "3"
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