9 de julho de 2014

Adeus Hexa!


Mesmo antes de ver qualquer jogo da Alemanha pela Copa, eu apostava nessa talentosa Seleção como uma das favoritas, e isso está registrado no Podcast que gravei com a galera do A.I.JOVEM alguns dias antes do maior espetáculo da Terra (tirando os shows do Michael Jackson) ter início em terras tupiniquins. Mais pela zoeira do que pelo compromisso sério de torcer pelos alemães, fiz até campanha postando a frase "Vai ter Copa... e vai dar Alemanha", mas isso logo passou quando o time que representava meu país começou a jogar e conseguir bons resultados, primeiro contra a Croácia, depois contra Camarões. Contra o Chile e a Colômbia, o amor de torcer por um time de futebol já havia me agarrado de jeito, e por um breve momento achei que o Hexa estava pintando... 





Não vamos nos enganar achando que tínhamos um time perfeito e que erramos apenas em um jogo. Não foi só um jogo. O Brasil já vinha jogando mal em TODOS os jogos, mesmo quando venceu, e as falhas da defesa e o confuso meio de campo já davam sinais de que uma hora sofreriam um apagão. E o dia foi hoje. Estávamos apenas nos enganando, como em qualquer paixão frustrada.


O dia 08 de Julho de 2014 entra para a história como o PIOR DIA DA SELEÇÃO BRASILEIRA de todos os tempos, e olhe que nas últimas Copas já passamos pelo chilique de Ronaldo (98), arrumada de meião de Roberto Carlos (2006) e apagão contra a Holanda com direito a show de Sneijder (2010)!

Aos olhos do público presente no Mineirão (esquecendo que a vergonha foi transmitida para todo o mundo!) nós assistimos ao Brasil cair de quatro (cinco, seis, sete...) diante da Alemanha em apenas 18 minutos. Bastaram 18 MINUTOS para que a Alemanha triturasse a Seleção Brasileira em ataques precisos e mortais sem que nossa defesa tivesse qualquer chance de se recompor. 


O primeiro gol marcado por Müller (que saiu de campo com dois) foi completamente natural, uma vez que nas últimas partidas vínhamos assistindo a Seleção falhar em cruzamentos de forma inocente. Já tínhamos saído atrás no placar durante essa Copa (contra a Croácia, por exemplo) e isso não tinha afetado a equipe psicologicamente, porém não foi o que aconteceu hoje. Assim como muitos apontaram, a Seleção sofreu um apagão depois do primeiro gol sofrido, e então veio o segundo gol marcado por ninguém menos que Miroslav Klose (o maior goleador das Copas, agora com 16 Gols) apenas 12 minutos depois do primeiro, e aí foi que o barraco desabou e nessa que meu barco se perdeu


O terceiro (Kroos), o quarto (Kroos de novo) e o quinto (Khedira) aconteceram praticamente em sequência, sem nem nos darem tempo de recuperar o fôlego, e foi aí que nos demos conta que a vaca e o time todo do Felipão haviam ido pro brejo. Falhas individuais de defesa e marcação sacramentaram a vitória completamente limpa da Seleção alemã, que SIM, jogou com todo seu potencial, apesar da facilitação brasileira. Foi um verdadeiro carrossel dentro da área brasileira, e enquanto nossos zagueiros e meias corriam à esmo feito baratas tontas procurando a bola, o ataque alemão estava tratando de ser efetivo, mandando pra rede sem qualquer esboço de reação nossa. 


Sim, eu sei. Às vezes paro pra pensar nessa tarde bizarra e eu TAMBÉM me sinto como se tivesse acordado de um pesadelo. Essa é a sexta Copa que acompanho e nunca vi nada parecido com esse resultado elástico conquistado hoje pela Alemanha, principalmente em se tratando do país que, embora há muito tempo não mereça mais a alcunha de "país do futebol", é sim apaixonado por esse esporte e o trata como seu bem mais precioso. Esse 7X1 vai entrar para a história como a maior humilhação já sofrida em copas, e nos acalenta apenas pensar que...

Que...

Porra! Nada nos acalenta! Vai tomar no cu!


Devido a conquista do Penta em 2002 (ironicamente em cima dos alemães!) eu acreditava de início em Luiz Felipe Scolari, mas com o tempo e os jogos ruins, veio a certeza que não tínhamos um time para vencer uma Copa. Jogadores inexperientes (apesar da maioria jogar fora do país), mal posicionados, mal treinados e em especial MAL ESCALADOS eram os pratos do dia, e o gosto amargo que ficou, é que dependíamos muito de Neymar, o ÚNICO entre os 23 convocados que realmente podia desequilibrar o jogo com seu talento diferenciado. 



Opções? Não tínhamos muitas, talvez P.H Ganso pra servir o ataque como um maestro, Luiz Fabiano ou Alan Kardec como matadores mais efetivos no ataque (função que devia ser do inexpressivo Fred), mas isso jamais iremos saber. A questão é que não só contra a Alemanha, muitos ficaram devendo, em especial Hulk, Oscar e Daniel Alves, que não mostraram ao que vieram. 


Nossos aplausos, no entanto, para o já citado Neymar que fez uma belíssima Copa (com 4 gols marcados), provando que realmente fazia a diferença, para Júlio Cezar que se redimiu bem do fiasco de 2010 no jogo contra o Chile, para Thiago Silva que em alguns jogos fez seu papel de Xerife da área brasileira e para David Luiz, que foi um monstro em TODAS as partidas, dando não só uma lição de profissionalismo na sua função (zagueiro dos melhores) como também em personalidade, tendo ele protagonizado as melhores cenas da Copa, como ao atender o menininho que invadiu o treinamento da Seleção ou pedindo aplausos para James Rodriguez após a derrota da Colômbia na quartas de final. No jogo de hoje, ele em prantos ainda desabafou que "só queria ver o povo feliz, nem que fosse com futebol" e se desculpou pelo fracasso, como que puxando a responsabilidade para si. 


Não se preocupe, David, você foi o menos culpado do fracasso brasileiro.


Cabe a nós agora seguirmos em frente e pensarmos em coisas mais importantes do que a Copa. Saúde, moradia, saneamento básico, salários decentes... Isso sim importa. Quem dera se chorar pela derrota da seleção fosse nossa única preocupação nesse país, não é mesmo? Eleições vem aí, galera. Olho vivo nas urnas. 

Parabéns a Alemanha pela excelente campanha até aqui. Será que pintou o Tetra?


NAMASTE!

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